quinta-feira, dezembro 28, 2006

Há Prazer

Quando pensamos que os maiores (prazeres, portanto), de uma vida já lá vão (bem-hajam abusos vários e inconsciências que vinham, gratuitamente, no envelope fechado que era a tenra idade), somos pais. Vão lá seis meses e ajo, agora como sempre (não sei se, porém, amanhã), em relação aos que me são mais próximos mas extrínsecos ao quarto, como não-pai que já fui. E é por isso que evito secas que incluam primeiros sorrisos, abraços e amassos, a extrema alegria quando a há nele, as longas pestanas, a boca entreaberta quando dorme, os puxões de cabelo, os dedos iguais aos da mãe, os pés iguais aos da mãe, os olhos azeitona espanhola iguais aos da mãe (Dominguez), o cheiro (mmmhhhh.. o cheiro). Reservo, porém, uma excepção. Que serve, simultaneamente, como aviso a futuros pais. O enorme, inigualável prazer que é transportar o Gabriel naquilo que alguns chamam "cangurú" e outros "marsúpio".

Não confundir nunca com o prazer que o Alberto João Jardim tira em andar com crianças penduradas naquilo que alguns chamam de marsápio!

quarta-feira, dezembro 27, 2006

A Segunda Melhor Prenda...

...veio da Tenrinha, esse pequeno botão de genialidade que só desabrocha quando lhe apetece, para mal de nós, espectantes mas dedicados amigos!
Já o havia referido aqui, quando pedi que o 2006 escrevesse, mas nunca é demais. Até porque agora ando a lê-lo, de sol de Inverno na cara quando possível, nostálgico que nem consumidor de Viagra. Porque nunca houve revista em Portugal como a Kapa. Senão leiam:

"Traduções Selvagens 2

Alienum aes homini ingenuo acerba est servitus.

Este homem ingénuo está maluco - a açorda está servida.

Animo dolenti nihil oporter credere.
Um espírito doentio nem no Porto acredita.

Bona mors est homini vitae quae exstinguit mala.
Bons hábitos tem o homem vivaço que traz um extintor na mala.

Comes facundus in via pro vehiculo est.
Consomes que te fartas em estrada para o
carro que és.

Heum quam est timendus qui mori tutum putat!
É pá! O medo que tu tens que morram as putas todas!


Instructa inopia est in divitiis cupiditas.

Estudar com ópio é divertido e dá tesão.

Nihil est miserius quam ubi pudet quod facaris.
Ninguém está na miséria quando ainda pode fazer cocó.

E por aí adiante, com algumas omissões, não vá o Quevedo jantar com um amigo advogado.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Se eu...

...desejasse a alguém um feliz Natal Católico Apostólico Romano Consumista, daqueles com o Pai Natal inventado pela coca-cola nos anos 50 e não o S. Nicolau nórdico, um daqueles Natais em que as crianças não têm que se portar bem porque terão a vida toda para isso e, enfim, porque são crianças, daqueles em que as pessoas não têm que andar pela Baixa ou Centros Comerciais como gnus no Seringheti, quais Salteadores da Prenda Ideal Perdida, daqueles em que toda a gente sabe que, passados dois mil anos, já nenhum recém-nascido tem que se deitar sobre palhas e ser aquecido pelo bafo dos animais, pelo que o aborto é legalizado mediante a devida paz de alma, um daqueles em que, provado que está que os judeus ortodoxos são pestíforos e causa prima das desgraças deste mundo, não é preciso esperar que incitem à crucificação de ninguém, seria esta a imagem a figurar no meu postal...



Como tal não é possível, aconselho-vos a que se inspirem com o visionamento do Tomo III de um grande Clássico Natalício. Despertará em todos vós, caríssimos, sentimentos mais dignos. No mínimo, mais sinceros e espontâneos.

Maximiliano... És Mesmo Tu?

Obtive aqui mais uma informação que ocupará, por dia e até 17 de Fevereiro, alguns minutos dos meus assíduos "olhares para o vazio".
O Maximilian Hecker toca (e canta, portanto), no Theatro Circo.
Já o Antony retornou à Lusithânia de forma mais descentralizada e, logo, despercebida, ao mesmo espaço.
E pergunto-me eu "O que raio tem Braga a mais que Lisboa"? Do muito que terá, retenho apenas uma palavra, bonita no som e no significado: Humildade!
Mas também tem muito a menos: pedantismo, arrogância, presunção, sobrançaria e...
...oferta cultural. Mas quando pouco se tem, mais valor se lhe dá. E mais se sente, pois então!

Fica é longe "prá dedéu"!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Descoberta de Última Hora

Amigos, amigos, amigos, acabei de fazer a descoberta mais histórica dos últimos anos!
Recebemos aqui na redacção, da parte do excelentíssimo Presidente da Câmara do Funchal, uma garrafa de Vinho da Madeira (seco) e um Bolo de Mel. Escusado será dizer que se tivesse vindo da parte do Presidente do Governo Regional, ninguém lhe tocava, já que para envenenar continentais está o senhor pelo beicinho.
O importante desta história reside no facto de, nas lombadas do afamado bolo, haver traduções em francês (gateau à la melasse de canne à sucre) e inglês (sugar cane molasses cake), o que me faz concluir que o produto é, afinal, um bolo de açúcar de cana ou bolo de melaço de cana!
É a queda de um mito e a constatação de que nem as pobres abelhas querem nada com aquilo! Mesmo com flores a dar com um pau, se bem me lembro de ouvir apregoar...

segunda-feira, dezembro 18, 2006

O Direito de Mudar de Opinião II e/ou Saber Envelhecer é uma Arte II

Assisti, no outro dia, estupefacto, a uma longa, longa, entrevista com o Miguel Esteves Cardoso. Até tinha a banda-sonora dele, Joy Division. Atónito porque o Canal 1 da RTP teve a audácia de transmitir, em horário nobre, uma coisa REALMENTE interessante, entregando assim de mão-beijada as audiências a estações televisivas que forneçam lipoaspirações sanguinolentas ou telenovelas que só não são piores porque o Virgílio Castelo não entra no elenco. Assombrado porque podia nem ter reconhecido MEC, no alto da sua compleição elefantástica. Rondará, porventura, os 120 quilinhos. Identificável continua, sempre, o tique da lagartixa. Deita a língua de fora a cada 0,857 segundos e deixa as frases a meio, uma espécie de janela entreaberta para deixar fluir um fio de uma ideia, desta forma à mercê da interpretação dos Homens. Surpreendido porque, cerca de 10 anos depois, vejo-o a debitar uma ideia que era a do Prof. Agostinho da Silva e que o opôs a este de uma forma imberbe o suficiente para me levar, na altura, a maldizer todas as crónicas d'O Independente e edições da Assírio & Alvim com as quais perdera o meu precioso tempo. Acabadinho de sair, com uma média rara, de uma das melhores universidades do mundo, MEC disparava contra O Mestre: "Os portugueses são tacanhos, atrasados, rambórios e labregos", ao que O Homem, visivelmente exaurido, contrapunha à sua maneira: "Mas que portugueses é que o meu amigo conhece? Vá para dentro do país, falar com os camponeses, veja a forma como eles olham o Mundo que os rodeia, oiça o que eles têm para ensinar. O problema dos intelectuais é que só se dão com intelectuais".
Desta feita, MEC sorria para o entrevistador: "Se pensamos que os portugueses é que são brutos, então conheçamos os franceses, ingleses ou alemães do interior do seu país. Esses sim, são terrivelmente pacóvios e labregos. Red-necks? Onde é que há red-necks em Portugal? Nós não temos disso"!
Ou o homem seguiu o conselho do outro ou, simplesmente, amadureceu. Acontece a todos. A menos que não estejamos dispostos a isso.

Envelhecer é uma Arte, Tomo I

Sabemos que estamos velhos quando temos vontade de retirar, à garfada, os pulmões daquela pitinha que, no lugar do autocarro atrás do nosso, faz desfaz enche esvazia estala rebenta sopra chupa 3.875.351 balões de pastilha elástica em apenas 30 segundos!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Desculpa, Joca. Isto não é bufanço. Chega de mentiras, man!

Eu sei que me disseste para não espalhar. Não te preocupes. Não há assim tanta gente que visite este humilde canteiro. Pede também desculpa aos freaks com que te cruzaste em Marrocos, aos teus amigos alemães, eu próprio pedirei desculpa aos nossos hermanos granadinos, companheiros de surfadas nos sítios mais improváveis, ao vitinho e a todos os que partilharam connosco aquele maravilhoso mdna antes do boom e depois do boom...
Mas tenho de ficar bem com a minha consciência. E temos de espalhar isto, a bem da revolução. Não quero tampouco testar as consciências ambientais das gentes. Quero apenas abanar a estrutura. Quero mexer com quem acha que mexe connosco. Fá-lo tu também. Espalha pelos cinco cantos da terra que o teu carro anda a óleo alimentar. Óleo vegetal. Girassol, soja, amendoim. Do barato. Do Lidl e da Makro. Que os teus companheiros germânicos correm as praias do mundo com uma Mercedes de 12 lugares pedindo o óleo usado dos McDonald's por onde passam. Porque é simbólico. Que os agricultores dos países mais pobres já o fazem há muito, sem qualquer alteração nos motores. Que a única maneira de reciclar óleos usados de forma não-poluente é esta. Que os únicos motores a diesel que não o permitem são os de tecnologia TDI da Volkswagen, Audi, Seat e Skoda porque na Alemanha o segredo é antigo. Que nenhum outro carro a diesel terá jamais que dar dinheiro às petrolíferas.
Até pode ser que isto não seja novidade para muita gente e estejamos a fazer um filme. Mas é bonito, o filme. E dá que pensar!

Hipocrisia #36897

O problema em relação à despenalização do aborto começa no momento em que os homens têm voto na matéria!

quinta-feira, dezembro 14, 2006

O Direito de Mudar de Opinião

Já o fiz bastantes vezes. E espero que muitas outras possibilidades se me apresentem. É bom sinal. Que outro fim servem as discussões/disputas de opiniões/contendas, de preferência à mesa que, avançada que vai a noite, já só acolhe cotovelos, cafés, copos com Casal da Coelheira 2002 e um cinzeiro onde poisam os canhões de white widow que tão bem se adaptou ao clima da ilha do Pico? Lá para os 60 e picos talvez venha a ser um casmurrão do pior. Por ora prefiro cruzar ingredientes. Ter para mim pitadinhas de concepções de outros desde que temperadas com argumentos válidos q.b.
Tudo isto por causa da minha primeira prenda deste Natal. A Prenda. Uma grande GRANDE prenda. Ainda pensei em adquiri-la eu, à boa velha maneira consumista, mas pensei "naaaaa... há-de haver alguém que te conhece a ponto de tomar a iniciativa". E tunga... "1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer". Pelas minhas contas, já só me faltam 663, o que não é nada mau. Mas não pude deixar de reparar que, na década de 90, o único álbum dos U2 com direito a referência é o Achtung Baby. Remeteu-me isto para aquela idade em que somos obstinados que nem burros e, portanto, burros que nem jumentos! Porque habituado que estava aos Boy, October ou Joshua Tree, recebi com o inevitável choque aquela "revolução" no costumeiro som da banda. E ainda demorei mais de um ano para perceber que, afinal, aquele tinha sido um dos poucos momentos de verdadeira criatividade na carreira dos moços, até porque coincidiu com uma pausa naquela borrega atitude política do Bono, que só pode mesmo agradar a teenagers Armados aos Cucos Pachecos Rogeiros, sobrando-lhe assim tempo para formar, inclusivamente, se bem que um pouco mais tarde, os The Passengers com o Brian Eno, tristemente esquecido à excepção do Miss Serajevo. Conclusão: hoje em dia, à excepção do The Wanderer com a voz do Johnny Cash (a última faixa do Zooropa), o único álbum dos U2 que eu ainda consigo ouvir (com alguns "skip"), é o Atenção Bebé!

Ai Que Saudades...

Foi mais ou menos por esta altura que, há alguns anos atrás, pudemos ter acesso à deliciosa imagem de Cavaco Silva a ingerir uma fatia de bolo-rei assim tipo...
...um porco bísaro transmontano!



"Ó Kamóne... na há praí uma bucha? Um Xerém?", perguntava, faminto, Aníbal.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Pinochet Murió

É absolutamente discrepante o número de pessoas que se manifestaram com a morte de ditador chileno e o daquelas que já regozijam, por antecipação, hienas espumando da boca, aves necrófagas de mau agouro, com a condenação à morte do dito ditador iraquiano. Tanto pior! Será isto porque Augusto morreu naturalmente, sem hipótese de sentir na pele a dor da perda de tantas mães, pais, irmãos, primos e outros? Será da distância geográfica? Não. É o fenómeno rebanho! Nunca ninguém em Portugal teve vontade de marcar o carrasco com um ferro com a inscrição "hijo de puta" na testa, e deixá-lo bem no centro de uma praça de Santiago para cada um dos que tenha sofrido na pele (muitos, demais, até), ter a oportunidade de espetar-lhe um estilete na pélvis, disponibilizados gratuitamente numa banca à entrada do recinto. É pena!
Um abraço sentido a Mario Benedetti, que versou assim:

OBITUARIO CON HURRAS

Vamos a festejarlo
vengan todos
los inocentes
los damnificados
los que gritan de noche
los que sueñan de dia
los que sufren el cuerpo
los que alojan fantasmas
los que pisan descalzos
los que blasfeman y arden
los pobres congelados
los que quieren a alguien
los que nunca se olvidan

vamos a festejarlo
vengan todos
el crápula se ha muerto
se acabó el alma negra
el ládron
el cochino
se acabó para siempre
hurra

que vengan todos
vamos a festejarlo
a no decir
la muerte
siempre lo borra todo
todo lo purifica
cualquier día
la muerte
no borra nada
quedan
siempre las cicatrices

hurra
murió el cretino
vamos a festejarlo
a no llorar de vicio
que lloren sus iguales
y se traguen sus lágrimas
se acabó el monstruo prócer
se acabó para siempre

vamos a festejarlo
a no ponermos tibios
a no creer que éste
es un muerto cualquiera
vamos a festejarlo
a no volvernos flojos
a no olvidar que éste
es un muerto de mierda



Reste-nos a alegria de saber que foste cremado. Que a Terra não se alimentará do veneno da tua carne, pútrida e fétida ainda em vida! Morre, cão! E leva contigo o último germe da maldade humana!

terça-feira, dezembro 12, 2006

Este que é sobejas vezes considerado um blogue preconceituoso...

...passa a ser, por agora, um verdadeiro serviço social.
Já muito se curou acerca do estranho fenómeno das portas e paredes das retretes de centros comerciais e estações de serviço sevirem de veículo publicitário de seviços não-heterossexuais. Não sei se serão apenas isso, outedóres, portanto, se os actos se consumam ali, no interior daquelas paredes, com vista para a sanita onde descansa um enorme Tolan que alguém não teve coragem de largar em casa. Em todo o caso, isto não abona nada a favor da comunidade gay. Opto, apesar disso, por deixar de lado todo e qualquer preconceito e, por achar que em termos de marketing as retretes públicas deste nosso Portugalito deixam muito a desejar, publico, de seguida, o compêndio que fiz questão de guardar em mensagens/rascunhos do telemóvel neste último mês. É bastante mais Humano que zelar apenas pelo meu prazer, jogando ao Snake III. A saber:
"Procuro homem macho liga 914896949".
"Chupa-me o caralho todo até aos colhões", e, por baixo deste: "Fode-te panilas do caralho".
"Activo 967955710 Bom Broche".
"Mamada 965604153".
"917559332 Activo".
"Quero foder cu de macho. Algarve. 916807581".
"Se queres um malho liga 965062949".

Gosto de Murais

Acho que agora têm um nome mais moderno e estrangeiro.
Gosto de paredes ou muros que assumam a forma de uma tela.
Mas prefiro quando são apenas cadernos. Sebentas. À Bruno Damas.
O Bairro tem alguns exemplos. Em italiano. A Rua das Pretas tem apenas um. Mas bom. Em castelhano.
Mas a memória atraiçoa-me sempre que tento lembrar-me destes.
O único que não consigo esquecer está em S. Pedro de Sintra.
NEM GUERRA ENTRE OS POVOS NEM PAZ ENTRE AS CLASSES.

Fui mas vim, ou a chatice de não ter net em casa!



Here's Johnny!!!

sexta-feira, novembro 24, 2006

Once I Wanted to be the Greatest



Disse ela. A mim, continua a dizê-lo, daquela forma vagamente rouca, harmoniosamente rouca, uma voz com textura, como dedos dançando no ar, ou melhor, num corpo, no dela. E sabemos, os dois, que o pretérito só aqui é usado porque alguém descobriu que, ao não ser ela a maior, anda lá muito perto.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Mariachi Day, the 22nd November

Santa Cecília, padroeira dos mariachis, foi ontem venerada the mariachi way. Tacos, burritos, nachos com guacamole e muita tequilha com verme, a verdadeira. Entre temas festivos como "Guadalajara" ou "La Feria de las Flores", a incomensurável beleza a cada dedilhar de "La Golondrina", cujo arrebatamento só pode ser minimizado com um shot de mezcal, sem franzir uma ruga da cara. Não é para todos...



A donde irá
veloz y fatigada
la golondrina
que de aquí se va
por si en el viento
se hallara extraviada
buscando abrigo
y no lo encontrara.

Junto a mi lecho
le pondré su nido
en donde pueda
la estación pasar
también yo estoy
en la región perdido
OH Cielo Santo!
y sin poder volar.

Deje también
mi patria idolatrada
esa mansión
que me miró nacer
mi vida es hoy
errante y angustida
y ya no puedo
a mi mansión volver.

Ave querida
amada peregrina
mi corazón
al tuyo acercare
voy recordando
tierna golondrina
recordare
mi patria y llorare.

Depois escreve-me, ó Dois Mil e Seis...

Não tivesse nado Grande Gabriel, The Smiling Mariachito, que carregará para sempre o peso da responsabilidade que é aparecer por aqui na conjuntura Centenário do nascimento do Ti Agostinho/Pentecostes/Dia de Portugal, da Sua Grande Alma e do Seu Arcanjo (Miguel), e 2006 teria sofrido um delete daqueles! Poderia ser apenas o Dark Year da Minha História. Só da Minha. Os mais desatentos, pelo menos, nunca o incluiriam como Dark Year da Sua História. Preferem as estórias. Os mais conscientes, contudo, lembrar-se-ão que o ano quasi transacto marcou o extermínio (fim ou extinção seriam palavras usadas, lá está, pelos mais desatentos) d'O Independente, Blitz, A Próxima Viagem e Ego e dita o fim mais que previsto (diz-se que se diz) do Tal&Qual, bem como crises profundas no Público e em toda a Edimpresa. É óbvio que eu o sinto na pele mais que outros. Mas esses outros deveriam saber que quando é esta a conjuntura, há muita coisa que está ameaçada. E tem a ver com Liberdade, esse valor maior que toda a gente brada ao vento mas que poucos ajudam ao eco! E isto dá-me um imenso orgulho em ter sentido na pele o balsâmico emplastro no cocuruto que foi a década de 90! Porque foi um Big Bang de cultura ao qual só daqui a uns anitos se dará o devido valor. De entre muitas coisas, escolho esta por razões óbvias e aproveito para divulgar, sem ganhar nada pela publicidade, que já está à venda o Fantástico Presente de Natal para Esfregar no Trombil de Editores do Século XXI. E é com saudades que me despeço, por ora, com o abaixo. Porque a Liberdade, meus amigos, é uma coisa linda. Mas é também, talvez, demasiado abstracta!

"Whisky com gelo, tesão no grelo
Whisky de malte, que não te falte
Whisky irlandês, povo português

Amêijoa branca, boa tranca
Amêijoa vermelha, trinca-lhe a orelha
Amêijoa preta, bate uma punheta."

Carlos Quevedo, in

quarta-feira, novembro 22, 2006

Tenho Saudades...

... e tenho um mau gosto na boca por não ter o teu gosto na boca.

terça-feira, novembro 21, 2006

Ossos do ofício/ no Antro do Vício/ Vinde, Silas/ prefiro o teu Silício



Tenho a profunda sorte de estar, neste momento, e de forma remunerada, a levar a cabo um compêndio sobre os melhores resorts do Brasil, a editar sob formato "suplemento" numa revista semanal rosinha rosinha que nem vulva de nórdica.

Para já, toda a gente sabe que os resorts brasileiros são os melhores deste mundo (a ironia que subjaz a isto fica ao vosso critério). Depois, temos ainda que apanhar, no decorrer da pesquisa (sim, espera aí que já te mandamos ao Brasil, não vasculhes a net, não), com ISTO:

"Badalando: O botequim Santa Luzia é a mais nova atração de Angra. Uma bonita choperia que fica na Av. Caravelas. Outra choperia bastante frequentada é o Choop do Prado que fica próximo ao Angra Shoping. Pra esticar a noite as opções mais procuradas no continente são: O Armazen de Angra, geralmente com forró as quintas, musica ao vivo (Pop Rock e JD) as sextas, sábado (Techno e dance) e no domingo forró pé de serra ao vivo. O curação café oferece ambiente misto com karaoque, boite, e área de jogos (sinuca e pebolim/totó)".

Eu não comento. E vós?

segunda-feira, novembro 20, 2006

Warning!

Solicito a todos os que sabem o meu mail que deixem de me enviar este link! Para inícios de dia revoltantes já me chegam os meus. Não preciso disto!
Quer-me porém parecer que há gentALHA que, apesar de ficar muito chocada com estas coisas, continuam a frequentar restaurantes japoneses.
Porque é fashion.
Boa.
Proponho então uma nova modalidade olímpica: "Tiro ao Consumidor de Suchi com Bazuca".
É que "o nível de desenvolvimento de uma sociedade vê-se pela maneira como trata os animais", segundo o assertivo Ghandi, mas tem intrínseco o problema da Cultura (não é possível dizer a um filipino para não comer cão, assim como não dá para dizer a um beirão que este Natal não vai haver matança do porco). Outra coisa é saber das coisas e ainda assim pactuar com elas! E doa a quem doer, meus consumidores de tempuras e sashimis, o que poderão ver na filmagem (se acharem que são capazes, meus hipócritas) é, inegavelmente, culpa VOSSA!

Por isso: METAM A MODA NO CÚ, E COM UM BOCADINHO DE WASABE na ponta!



Aos mais impressionáveis, basta-lhes clicar aqui e ficam a saber o mesmo. !

O Homem que Comia Figos ao Nascer do Sol

O Homem que Comia Figos ao Nascer do Sol era um sacana normal. Nem alto nem baixo. Nem bonito nem feio. Nem magro nem gordo. Nem alegre nem sorumbático. Nem loiro nem moreno. Nem sociável nem introvertido. Para além da relação que impunha, diariamente, entre Os Frutos e a primeira aparição do Astro Rei, pouco mais se lhe pode apontar. Talvez que comia pão de sementes comprado de véspera na Pastelaria Central do dormitório onde residia. Café de saco de proveniência duvidosa. Que o laxava de forma doce, lânguida. Por forma a poder admirar-se no espelho colocado por trás da porta da casa de banho. Sentado na sanita. O ventre crescendo ano após ano. Um dia há-se cobrir a zona púbica. O Homem que Comia Figos ao Nascer do Sol tomava banho com gel duche de aveia e champô anti-caspa. Exigia enxaguar-se com a carícia do turco de uma toalha branca. Esquadrinhava o chão em busca de cabelos. Pêlos. Caídos. Levava a filha ao Colégio dos Cedros. Que não existiam. Que ninguém sabe se alguma vez existiram. Apenas três plátanos. Que ofereciam um manancial de sazonais alergias à criançada. Um eucalipto. Com a inscrição Ana+João=Amor Eterno. Ainda lá está. A inscrição. Uma jacarandá. Purpureava o edifício cinzento. Já fora branco. O Homem que Comia Figos ao Nascer do Sol bebia uma bica antes de entrar no emprego. Chutava dois ou três lugares-comuns à empregada brasileira. Que a enojavam. Não sabia. Ele. Entrava no edifício. Percorria um total de 24 corredores. Contara-os há 14 anos. No primeiro dia de emprego. Quase todos os colegas o malediziam à sua passagem. Coisas ruins. Injustificadas. O Homem que Comia Figos ao Nascer do Sol desconhecia que o chefe convidava toda a repartição para almoçaradas ao fim de semana. Na vivenda da Malveira. Confessava aos presentes achar que O Homem que Comia Figos ao Nascer do Sol era maricas. Ou acabaria por ser. Um dia. O Homem que Comia Figos ao Nascer do Sol almoçava sempre no mesmo sítio. Sempre no mesmo lugar. Em pé. Ao mesmo balcão. Uma sopa. Um pastel de massa tenra. Uma fatia de bolo de bolacha. Um café. O Homem que Comia Figos ao Nascer do Sol chegava a casa cansado. Deitava fora o jornal que não lia. Tentava ver o filme que alugava. Fingia que ouvia as perguntas da filha. Adormecia no sofá. Lavava os dentes com Colgate Herbal. Deitava-se. Lia duas linhas do livro. Que deixava a meio quando já não constava do Top 10 da FNAC. Tentava fazer amor com a mulher. Gorda. Repelia-o. Ela. Adormecia. Ele. Pensando na brasileira da pastelaria. Nos figos que comeria na manhã seguinte. Um doce amanhecer numa vida amarga. Como fel. Um ritual autista. Como tantos outros. Mas só seu.

quarta-feira, novembro 15, 2006

À Merda + o Outono!

Odeio-o! De morte! É o anúncio (antes velado até Dezembro) do Natal, toda a gente louca a andar pelos centros comerciais, os mais sociais a comprar para os outros, os mais egoístas e vaidosos a gastar o vindouro subsídio de Natal neles próprios, é o termo médico "queda da folha", que designa a sazonal chegada em força dos idosos aos hospitais, é o cabrão do vento, é o sol que desaparece sem darmos conta que já surgiu, são as gajas que deixam de rapar as pernas e as virilhas com a devida (estival, entenda-se) assiduidade, é a cerveja que deixa de saber bem porque está frio, é o cheiro do ar sem o perfume das flores, são os pássaros que se remetem ao silêncio, eu sei lá, é tudo e todos!
Mas pior que tudo é dar boleia à mulher mais atraente desta encarnação, amiga porque não calhou ser mais que isso, e de repente, no meio de uma conversação sobre o José Castelo Branco que foi à redacção e exclamou, olhando para uma foto: "Quem é que é esta possidoníssima? Parece uma actriz pornÔ dos anos 70, da LARANJA MECÂNICA (???)", ouvir-se: "Prrruuuóóóóc......... Hé pá desculpa! Isto das castanhas dá-me cá uns gazes"...



Uma ilustração fofinha, para atenuar a coisa!

terça-feira, novembro 14, 2006

E agora.... desçamos a fasquia!

Ouvi dizer que anda aí, mais uma vez, a questão do acordo ortográfico de 1990.
Sim, sou contra!
Sim, sou zeloso!
E sim, no dia em que for aprovado, vou direitinho ao Instituto Camões, agarro na Simoneta da Luz Afonso pelos cabelos, dar-lhe-ei tantas joelhadas na cabeça que permitam ver caír algumas próteses, informá-la-ei daquilo que toda a gente sabe, ou seja: "A Exm.ª Sr.ª D.ª Simoneta é uma enormérrima PUTA", e depilarei, com requintes de malvadez (à pedrada, se possível), as suas axilas, pernas e "full bush" que se lhe adivinha por baixo da Sloggy de algodão! Podia fazer muito pior! Se eu fosse um gajo REALMENTE violento, incorreria na maior das violências para com o sexo oposto (excepto para ela)... a violação!!! Assim como assim, a análise do esperma deixaria implicados mais 359 parceiros sexuais das anteriores 48h! Mas há que ter nível, e eu seria incapaz de encostar a glande onde o Santana Lopes já tenha encostado o que quer que seja!

O Bom Nome!

Meu pai, o grande Zé Diaz do respeitado clã dos "Carecas", nem chamado para aqui é!
Já minha mãe, mui respeitosa senhora do clã Nunes, em tempos a mais atraente donzela a sul do rio Mira e a Norte de Odeceixe, razão pela qual em tantos cuidados a tinha o Grande e imponente Francisco Nunes, ou Chico Padeiro para os amigos da tasca onde o encontrava, já de sombrinha da Regina na mão à minha espera, 1,90m de homem, cujos olhos verdes, por sua vez, alguns vidrados deixara em Santa Luzia, porque "ser carvoeiro e receber o pão das gentes não é vida que se amanhe"! Deste último, recebi o primeiro dos apelidos. Da minha mãe, por via de um instante iluminado, um nome próprio muito próprio da minha geração.

Mas eu juro... JURO... que não tenho NADA a ver com isto!

Indian Summer is...

Porque é que os meus São Martinhos nunca são normais? Onde é que está o problema num punhado de castanhas e uns quantos copos de água pé? Porque é que há São Martinhos que calham ao Sábado e coincidem logo com o regresso esporádico dos amigos madrilenos, já de si "pouco dados à coisa" e, como se tal não bastasse, com a igual vinda, directamente das estufas dos arredores de Amesterdão, do Vitinho, cofiando as longas barbas enquanto, aqui e ali, deposita um diamante por polir nos copos dos amigos mais chegados?
Lá por ser Indian Summer temos de acabar na praia?
Convenhamos, não imagino noite melhor!
Ou imagino, mas não interessa para esta estória!

segunda-feira, novembro 13, 2006

The Question!

M.ª Elísia segura com uma mão a outra e vice-versa, fixa a câmara com o clássico olhar de pincher apanhado no IC19 segundos antes de levar com o rodado duplo (patrocínio Mabor General) de um camião da Inapa, e debita:

- Boa noite, Senhores Telespectadores. Esta noite, o Ministro da Saúde responde a uma pergunta que NÃO tem incomodado os portugueses. Uma questão que ainda NINGUÉM se lembrou de colocar pelas mesmas razões que toda a gente continua, infrutiferamente, a ir votar, porque pensamos que um dia alguma coisa mudará, da mesma forma que o porco ibérico pensa, olhando para o reluzente cutelo no derradeiro momento: "olha (óinc), deve ser para me tirar este espinho do chispe. Já começava a aleijar". Boa noite, Sr. Ministro. Caso vença o "sim" no referendo pela despenalização do aborto, e sendo que este será levado a cabo, porque nem todos temos cerca de €1.200 para o fazer numa clínica privada, num hospital estatal, qual será o tempo médio da lista de espera?

O Ministro pigarreia, olha para as notas, fixa a câmara denotando um ligeiro estrabismo, porque está é a ver se a luzinha vermelha está "on", pigarreia outra vez e gargareja, na própria saliva, porque a voz falha:

- Nove meses!

sexta-feira, novembro 10, 2006

Cãobada de Cabruões!!!

The Man is playing today on such a beautiful city and nobody wants to join me!

Bem... a acreditação escusa o dinheiro do bilhete e, logo, paga a gasolina!

Bom! Muito! Como será o São Martinho em Braga? Mhmhmh...

quarta-feira, novembro 08, 2006

Vivo aqui há cinco anos
mas só nesta última Lua
reparei como a prata
espraiava pelo corredor
Como pude eu negligenciar
tudo isto?
tudo o que pode encerrar
um corredor
com a prata da Lua
pelo chão...
Apaguei as luzes
sentei-me...
...e não consegui
deixar de pensar
que ficava tudo isto melhor
com uma janela aos quadrados.

Ou com os teus cabelos
na minha moldura
de luz de Lua!

terça-feira, novembro 07, 2006

To Break a Promise

Prometi que nunca mais escreveria sobre política, mas há coisas que me tiram do sério!!!
O que se passa com a imprensa portuguesa, toda ela, sem excepção, com o orgão sexual de Cavaco Silva na boca? São fellatios atrás de fellatios, prolixos, intensos, morosos, apaixonados, com gemidos contidos e requintes de meretriz caça-heranças, daqueles de andar com a linguinha em torno da glande, que figurarão, para sempre, no Top 10 do mais garboso cobridor!!!
Foi por isso que acabaram com o Independente, o único jornal que, ao invés de o abocanhar, impunha-lhe dolorosos e mais que merecidos fist-fucks?

Cambada de Rabixôns!!!

Welcome to the Middle Ages

Defina-se a coisa...
Enforcamento é a constrição do pescoço pelo próprio peso do corpo. Se a corda for tão longa que permita a queda do corpo de uma altura considerável, ocorre a ruptura das vértebras cervicais. Desta forma, a secção da espinal medula provoca a paragem da função respiratória e, logo, a morte. Se, no entanto, a corda não tiver o comprimento que permita o rompimento das vértebras cervicais, o indivíduo morre por asfixia, conjugando a obstrução respiratória com a das veias jugulares e artérias carótidas. Aos olhos pouco clínicos de quem assiste, a coisa é simples: a vítima estrebucha, liberta fezes e urina devido à perda de controlo do esfíncter no exacto momento que antecede a morte! Piéce de resistance, a volumosa erecção do então já cadáver é, geralmente, a derradeira prova de uma vida que se esvai, porque a Natureza tem destas ironias! Irónico é, também, ou talvez não, o facto de termos avançado MIL ANOS para absolutamente NADA, avaliando pelas conversas de café que se ouvem desde o anúncio da condenação de Saddam. Anda aí um estranho brilho nos olhos das gentes, por saber que alguém vai morrer! Fazem-me lembrar as hienas, que sorriem porque não têm lábios e chafurdam, em dança macabra, no fétido odor à morte que ronda!
Até poderia não estar aqui em causa a maldade do antigo Presidente do Iraque. Está. Mas já vi espelhos mais baços!

Se quiserdes ter um vislumbre do que acima se relata, clicai aqui e escolhei "hangings"!

segunda-feira, novembro 06, 2006

The Cook

À primeira gostei muito de ver o xô Jamie Oliver na televisão. Foi numa tarde de intensa ressaca, clássica posição fetal, sofá, comando na mão, zapping furioso e ei-lo: atarefava-se o crianço em torno de woks e outros artefactos exóticos, com o mui nobre intuito de oferecer a antigos colegas de turma uns acepipes tailandeses. A tudo isto precedeu uma visita a um mercado que não se diria londrino. Ou talvez sim, por isso mesmo! Os produtos expostos extravazavam tanto as fronteiras físicas da ilha como também (e principalmente) as do meu imaginário. "O puto percebe disto", lembro-me de ter pensado. E como por certo vós sabeis, tudo o que não der vontade de vomitar (para além da torradinha e Solução Stagu) no "day after", tem um aspecto delicioso! O relativo fascínio pelo personagem foi ampliado pelo eco que deixara uma notícia recente: As multinacionais recentiam-se perante o anúncio público que aquele fizera: "as mães que dão fast food aos filhos (e qualquer pessoa com dois palmos de testa) são IDIOTAS"! Hmmmm...
Pois bem! Eis então que, um dia destes, sei pelo meu amigo Zezalíde que Jamie estava para receber um amigo brasileiro e queria presenteá-lo com "Caviar Paulista" que é, para quem não sabe "Bôlínhu djí Bácálháu" ou, para os mais zelosos, pastéis de bacalhau! Não conseguindo encontrar Gadus morhua (ou "O Fiel Amigo", para quem prefere uma bela bacalhauzada aos uivos idiotas de um malamute), nas imediações de sua singela habitação, o fedelho compra, com a maior das latas, ARENQUE (Clupea harengus), deixando escapar da boca um pecaminoso "...que é a mesma coisa"!

E empalá-lo?

quinta-feira, novembro 02, 2006

Private Joke

Neste buraco negro onde ainda se vai fazendo qualquer coisa, na velada esperança de uma supernova estampada no rosto de cerca de 400 pessoas, onde se produz, semanalmente, tanto lixo sob forma de papel que pouparia uma floresta de eucaliptos, a hora do cigarro é um fartote. Sim, mesmo sob a ameaça de despedimento de todos os fumadores, esses pulhas! E entre tantos impropérios de quem está justamente indignado, ouve-se: "Acabaram com a Mulher Moderna na Cozinha e estão a fazer desta merda toda um Homem Moderno no Cuzinho". E só quem aqui anda sabe a dimensão da verdade que o trocadilho encerra!

segunda-feira, outubro 30, 2006

Da Educação

Ao contrário do Pessoa, que acha que o problema mental do português reside somente no Provincianismo, eu sou da opinião que poderá advir de muitos outros factores (mentirinha, concordo em absoluto com o poeta máximo português, mas experimentem dizer a todos os vossos contemporâneos, "obrigados" pelo "sistema educativo português" a "venerar" a "genialidade" do Eça, que este era o mui alto e mayor provinciano do país, para verem o que vos acontece).
Também não culpo, em absoluto, o catolicismo. A este deve-se apenas o mérito de ter maculado o cristianismo, obrigando-nos a recuar duas Idades (até à Era do Pai), estávamos quase na derradeira, labor inglório o da Raínha Santa Isabel ao distribuir estrategicamente o Culto do Espírito Santo.
Responsabilizo a pequenez camuflada sob inúmeras manifestações! E antes que deixem fluír dessas bocas um "pf, eu detectaria qualquer subterfúgio", pensem bem! Principalmente vós, meninas, que na infância passaram, pelo menos, os olhos sobre um ou outro exemplar da Condessa de Ségur:

"JORGE - Ó Genoveva, queres vir brincar? O papá deu-me hoje feriado por eu ter estudado muito bem as lições.
GENOVEVA - Pois sim; como desejas tu passar o tempo?
JORGE - Vamos para o campo apanhar medronhos.
GENOVEVA - Vou, então, chamar a minha criada.
JORGE - Para quê? É tão pertinho... podemos muito bem ir sozinhos.
GENOVEVA - É que tenho medo...
JORGE - Medo de quê?
GENOVEVA - De que faças asneiras, pois hás-de disparatar sempre que estamos sós".

In "A Tempestade".

A título informativo, não existem medronhos na Rússia, pátria da Sr.ª D.ª Sofia Trostopchine!

sexta-feira, outubro 27, 2006

O Poste é Para o Ant.º Rebelo, o Poema Não, Pedimos Desculpa!

Se queres saber onde
o meu corpo se esconde
passado deste escombro

Olha para trás
repara e verás
com todo o justo assombro

Que o casulo era teu.
A crisálida nasceu
e tu arrasta-la

para onde quer que vás.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Crítica Construtiva

Para que conste, houvera este magnífico e belo (desconhecido da maioria) território de Portugal Continental sido concebido para ser agraciado com uma semana de noites consecutivas, localizar-se-ia, ao invés de no rectum da Europa, mais acima, passando a ser denominado de Lapónia, por um mero exemplo!
O problema reside, contudo, no facto de tudo ser pensado ao mais ínfimo detalhe pela Grande Mãe que, ciente do desprazer provocado pela falta de fixação de cálcio nos ossos em geral, raquitismo em particular e queda prematura de dentes (sintomatologia da avitaminose D), compensou os habitantes do Círculo Polar Ártico com a assaz assídua Aurora Boreal!
Nós, porém, só temos o Carlos Malato no Um Contra Todos e, vão por mim, não é a mesma coisa!!!

terça-feira, outubro 24, 2006

Um outro Mezzo

Estou em crer que, a morrer um dia o rock, apesar do elevado grau de improbabilidade, que fará deste poste um mero exercício de exorcismo de falta de criatividade, será causa de um pequeno e aparentemente insignificante vocábulo.
Eu próprio fico arrepiado no cocuruto, suo das palmas e das patilhas (suíças... segundo Nikolai Vassilievitch Gogol, medem o garbo do indivíduo), tenho tremuras e cãibras, vista enevoada e cólicas, até arritmias quando alguém se me dirige com alguma coisa do estilo: "Hé, pá.... os Yo La Tengo (ex.) são muita bons! Têm grandes GUITARRADAS"!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Recuerdos de Granada

No habitual (embora saudoso) café (salão de chá?) em São Pedro de Sintra, há agora livros para consulta. Lá estava, no fundo, uma edição da Catedra, "Poesía Inédita de Juventud" do granadino Federico García Lorca. Como costumo fazer com (quase) todos os álbuns de poesia, abri à sorte, e lá estava o "Canciones Verdaderas":

Siento que toda el alma
Se me cuaja en Otoño.
Mi juventud se torna
Tristeza matinal.
La nieve del ensueño
ha tapizado el noble
Jardin donde brotaba
Mi fuente pasional.

Tu figura de oro
Aún la guardo en el pecho.
Tenias el aroma
Del cielo sobre el mar.
Al mirarme dejabas
Sobre mi carne estrellas
Y fábulas de aromas
Que inician un besar

Tu fuiste para siempre!
Se clava tu figura
Sobre mi pecho débil
Como un dulce puñal.
Sobre la frente tengo
Desconchones de luna,
Grietas de pensamiento,
Yedras de lo fatal.
Soy un Apolo viejo,
Húmedo y carcomido
Blanco donde Cupido
Agotó su carcaj".

O Reconhecimento do Génio...

...não é para todos! Pressupõe essa faculdade, inclusivamente e de igual modo, alguma genialidade!
E houve em tempos certa banda portuguesa que, para lá da óbvia qualidade, assumiu sem receios a árdua tarefa de transformar um senhor cujo preconceito dos tugas (e, convenhamos, alguma falta de arte em envelhecer), transformou em objecto pimba. Na parte que me compete, assumo sem rubor de pejo que me agrada a voz do Vitor Espadinha a dizer: "A cidade está deserta e alguém escreveu o teu nome em toda a parte. Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas, em toda a parte essa palavra repetida ao expoente da loucura. Ora amarga, ora doce, para nos lembrar que o amor é uma doença... quando nele julgamos ver a nossa cura".
Mas assumo que a ideia nunca me passaria pela cabeça!

quinta-feira, outubro 19, 2006

The Mall

Na 6ª Feira passada, Dom Nenuco da Costa (mesmo) apresentou-se-me com um anúncio no DN, onde constava que, num futuro mui próximo, erguer-se-á do chão (como um dia surgiu do céu - e segundo himself, com saia travada - outra cena qualquer), um Shopping Center de artigos religiosos que não este, parte integrante do roteiro peregrino desde 94.
Ex-votos de todas as espécies e feitios, cabecitas, pernitas, mãos, olhos, tudo em perafina (Loja dos Ex-votos do Povo e Loja dos 300 Ex-votos) ou, para os mais exigentes, cera de abelha pura (Emporio Ex-voto Armando e Ermenegildo Ex-voto Azenha). Os quadros com o Imaculado Músculo Cardíaco de Maria, com ou sem visionamento de olhos que fecham e abrem Efeito 3D ficarão a cargo da Loja Chinês Ex-vota, no 1º andar.
O edifício fará inveja a qualquer Fórum (Algarve, Almada, Montijo, etc) e descobridor (Vasco da Gama, Colombo). Albergará um hotel, estacionamento para não sei quantos bólides pertença de peregrinos que não gostam de andar a pé mas, para que o espírito da coisa não se esfume, haverá um departamento de animação cultural que, de tempos a tempos, levará ao Grand Hall performances de vários artistas mundiais mediante as quais estes percorrerão centenas de metros de joelhos, até que estes fiquem numa espécie de papa ensanguentada que possa proporcionar a dose de sofrimento e auto-mutilação que faz, como sabemos, as delícias dos nossos camaradas católicos!!!
É abominável! Pois é! Mas não vejo qual possa ser a diferença entre o que Fátima possa vir a tornar-se e o que JÁ É!!!
Mas admito que tudo o que possa fazer o Salazar dar voltas no caixão dá-me um certo gozo!

APELO

Solicita-se encarecidamente a todos os laboratórios que produzam genéricos com substâncias activas do mesmo grupo do Compensan que os forneçam a todas as farmácias possíveis em Portugal, a fim de aliviar os sintomas dos adeptos do Sporting Clube de Portugal.
É que no dia seguinte à derrota do Benfica, mesmo sabendo que iriam jogar algumas horas mais tarde, assumiram uma atitude muito idêntica à do presidiário que, ao ser informado que será tranferido para Vale de Judeus, leva a véspera toda com um discurso do tipo: "Isso de levar nas nalgas é uma tristeza! Comigo tinham que me amarrar à cama"!

Vá... não fiquem assim por causa disto!

quarta-feira, outubro 18, 2006

Saramago 3 - 3 Spielberg

Ainda deve haver alguém, para além da Marijuanita, que se lembre do chato da faculdade que recitava, de cor, trechos do Memorial do Convento, Evangelho Segundo Jesus Cristo, O Ano da Morte de Ricardo Reis, História do Cerco de Lisboa e Levantado do Chão. Ninguém nunca ouvirá da minha boca quaisquer récitas ou sequer menção a títulos como Todos os Nomes, O Homem Duplicado ou A Caverna. Não vou explicar as razões. Ou talvez caibam todas numa só: José perdeu a genialidade. Sim, isso mesmo! Quem conhecer medianamente a obra, bastando (ou, nas palavras do próprio, "tendo avonde") para isso erguer os olhos para além dos preconceitos habituais (o homem não pontua, o homem é comunista, o homem é espanhol e outras barbaridades), saberá do que falo.
O mesmo se aplica ao senhor que, por certo, não pode esperar que um apaixonado (como eu) pelo Encontros Imediatos de 3º Grau e O Tubarão possa ter o mesmo agrado ao visionar o Inteligência Artificial, A Guerra dos Mundos ou o Relatório Minoritário. Mais ainda, desiludiu-me tanto o Manifesto chamado A Lista de Schindler quanto todas as outras manifestações de arte ou nem por isso com o carimbo "para que o mundo não esqueça" quando, para o bem do mundo, urge que nos esqueçamos!
Eis que, como já é hábito, a Gulbenkian alegrará os dias chuvosos com mais uma iniciativa. Desta feita, o ciclo "Como o Cinema Era Belo". E a também já habitual ausência de pudores fará com que figure na lista, entre Citizen Kane, Splendor in the Grass e How Green Was My Valley o belo e intemporal E.T., o Extraterrestre! E lá estarei eu, dia 4 de Novembro, a lembrar-me de quando pedia à minha mãe para fechar a porta do guarda-roupa, não fosse o bicho ali estar escondido, como o fez com a mãe do Elliot (que por acaso até era bem gira), ou de como pedi ao meu pai uma BMX para poder brincar à fuga do FBI.

Não vou esconder que desejo um dia poder negar este sentimento de que A Escrita de Saramago era Bela!



Este era o cromo n.º23 da caderneta!

terça-feira, outubro 17, 2006

A Cathleen Gomes tem um concorrente à altura

À semelhança do que terá feito o meu amigo, também eu tenho uma crítica a tecer a um crítico. Sabe bem! E sabe melhor quando é o Nuno Galopim! Que condiz com "decadência do Blitz" e rima com "o pior programa de sempre da Radar".
A Charlotte Gainsbourg não herdou o génio do pai. Não tem a voz cavernosa a la Nick Cave, não possui o mesmo talento para a poesia, não se fecha num quarto de hotel para compôr um álbum num mês, não tem a mesma figura (o que parecendo que não, é natural), não fuma Gitanes sem filtro, não diz à Whitney Houston em directo na TV: "Quero-te comer aqui e agora", não marcará uma geração de jovens e vindouras de músicos, nem sequer realizará filmes!
Mas ** em ***** ???? Estás a gozar, não estás? E é com isso que o suplemento 6ª do DN quer destronar o Y do Público? Com uma classificação de ** em ***** do álbum "5:55"? Mesmo que estivesse empenhada em explorar comercialmente o apelido, a música é dos AIR!!!
Abre os ouvidos, pá!!!

PRATO DO DIA "Je suis un TEORIAS et je m'aime à cause de SÁ"!

Geralmente, sou aquilo a que se chama um "gáijo Purrâiro" (dito à lisboeta) ou um gajo porreiro (à alentejano que, de facto, falam SEM pronúncia e como se escreve). Cedo prioridade, não buzino, não gesticulo, raramente faço um quinjas e nunca abro o vidro para gritar impropérios. Recuso-me a vergar (forçando assim a hérnia discal) perante essa doença do foro psiquiátrico denominada, em estrangeiro, Traffic Anger! Mas tenho uma regra: BMW's, Mercedes, Volvos, Land Rover's, Lexus e todos os outros automóveis cujos anúncios figuram nas revistas acima dos €3,5 NÃO PASSAM!!!! Podem estar há 30 minutos do ramal de acesso da AE, há 1/4 de hora para entrar na rotunda que NEM PENSEM!!! E hay de quem tente! Se há coisa que gosto de preencher é uma declaração amigável e, se possível, na caixa fechada de um UMM da GNR. A razões são as seguintes:
Razão 1 - Gajo que tem um carro acima dos 15.000 contos tem um emprego que lhe permite chegar atrasado, o que faz com que possa levar TOOOOODO o tempo do mundo até lá chegar!
Razão 1a - Se tem um emprego que NÃO lhe permite chegar atrasado e tem um automóvel acima dos 15.000 contos é tão acéfalo como uma alforreca (medusa, para os mais zelosos).
Todos nós sabemos que a viatura é o prolongamento do pénis do português. É tanto maior e mais potente quão mais reduzidas são as capacidades como amante do seu condutor. É o espelho da sua própria incapacidade em oferecer mais que um orgasmo à sua parceira sexual (e não se riam meninas, porque isto inclui as coquettes de óculo Gucci que fazem do jipe um tanque de guerra mas não sabem que "chupa" é só uma coisa que se diz, não é para levar à letra porque aleija). E depois, se um BMW fosse prova de bom-gosto o administrador de um certo grupo editorial andava de Smart!

sexta-feira, outubro 13, 2006

Mondo Bizarre

Dei boleia ao Damas, um louco que de menos louco tem o facto de ter escolhido as imediações do Intendente para morada, dividida com mais uma espanhola e o seu namorado, para desespero do rapaz, que come avidamente tortilhas no refeitório da Empala para depois ter assunto de conversa: "Que ái comido una tortilla y que estava muy buena, pá"!
São quase 23h no Martim Moniz (menos uma hora no arquipélago dos Açores) e o homem expele um: "Os espanhóis dizem-me que há por aqui um restaurante chinês clandestino". Quais McGuyvers que, caso necessitassem de um clip no meio do deserto do Namibe encontrariam-no, passam por nós dois indivíduos de olhos rasgados. Perguntamos pelo sítio. Somos submetidos a um extenso inquérito, ninguém gosta de colocar os seus em risco. Enfim, o facto de não termos bigode nem blusão de cabedal joga a nosso favor e depois de um derradeiro: "Foi vossos amigos que falalam do sítio?", lá o seguimos pelo beco. Apontou o segundo andar e depois de consultar atentamente os caracteres que figuravam em autocolantes junto das campaínhas, tocou. A porta abre-se. Subimos. Passa por nós a correr mais um chinesito. Leva uma trotineta e entra na mesma casa que nós. Uma casa. Mesmo. Quatro mesas. Duas delas ocupadas (cada uma) com dois portáteis sobre os quais se inclinam, por sua vez, dois chinocas na faixa etária dos vinte. Consigo, apesar dos caracteres que inundam o ecrã, adivinhar o chat e a wikipedia. Não cheira a comida. Nas paredes não há quadros com pandas e bambús. Mas há pelo chão brinquedos, uma aranha e um carrinho de bébé. A varanda está aberta. É para lá que vou fumar, não consigo afastar a noção de que estou na casa de alguém que ainda por cima tem uma criança. Oferecem-me um cigarro. Na varanda há um vaso que não tem sardinheiras. Parecem-me alhos. Vem a ementa. Duas micas de plástico agrafadas encerram um admirável mundo novo: tripa de porco caramelizada, caranguejo envinagrado, patas de galinha e pato. Também está redigido em português. Estranho o facto. Quando tentamos pedir, percebo que estava a ser optimista. O problema de comunicação resolve-se. O senhor retira-se para a cozinha, aberta, visível, acessível até, um dos "nerds" dos laptops retira do frigorífico, ali ao meu lado, as cervejas e eu vejo, no ecrã (chat), alguém que lhe mostra o decote. Começamos a ouvir o característico shshsh das frigideiras. A televisão transmite uma espécie de Oprah em mandarim e, à saída, um bloco noticiário com desavenças entre deputados na Ilha Formosa, perante a zombaria dos presentes. Massa de arroz com caril, camarões, pimento e uma espécie de bacon, frango cozido a vapor e servido frio, arroz, quatro cervejas, bolinhos de arroz, sementes de sésamo e coco (quentes), €16. A punchline reside no facto de este não ser o "restaurante" de que o casal espanhol falava. Esse outro só tem um velhote, que depois de cozinhar e servir senta-se no sofá e adormece, deixando à vontade (por vezes até às duas ou três da manhã), os convivas.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Há muitos anos...

...tinha eu os meus tenritos 13, olhava atentamente, de queixo na proa, a azáfama que antecedia a partida do Alvelos, o gigantesco petroleiro onde o meu pai exercia funções de despenseiro (mhmhmh gelados da caixa e suminhos da Compal naquelas latinhas), e onde eu costumava passar um dos três meses das férias grandes. Junto à amurada, dezenas de homens soltavam amarras, içava-se a âncora com estertor não menor que o da buzina de nevoeiro, sentia já a vibração na planta dos pés que havia de acompanhar-me as muitas milhas marítimas até à URSS. Lá em baixo, as duas lanchas que rebocavam aquele gigante para fora da Barra, que é como quem diz um pouco antes do Bugio. Já o Porto Brandão cada vez mais pequeno, que uma névoa sobre o Tejo perecia fazer flutuar, aparentemente suspensos no ar também a Ponte, a Torre de Belém, os silos da Trafaria.
Hoje de manhã, o mesmo! Avistada da ponte, Lisboa estava novamente suspensa sobre uma faixa cinza, fantasma descontente de uma cidade que sabe não condizer com o Inverno, inexorável. Na rádio, o "Up With People", dos Lambshop, o que melhorava a coisa.
Mas desta vez eu não ia a lado nenhum!

segunda-feira, outubro 09, 2006

Assertividade é...

A C.I.A. é do caneco, pá!
A "secreta norte-americana", como é apelidada nas lides do jornalismo, saíu-se, no passado dia 7 de Outubro, com a seguinte Bomba: "Fidel tem cancro"! Ena pá! Fiquei logo todo arrepiadinho!
Tendo em conta que El General tem 80 anos, fuma charutos, come o possível quando se tem um embargo económico (El Bloqueo) desde o dia 7 de Fevereiro de 1962 e foi recentemente operado aos intestinos, esta notícia tem, comparativamente, o mesmo valor informativo que:
1 - "Mossad revela que José Cid está afónico".
2 - "KGB descobre que Bin Laden tem a unha do dedão esquerdo encravada".
3 - "Scotland Yard não tem dúvidas: Victoria Beckam é magra".
4 - "SIS investiga alegada homossexualidade de José Castelo Branco".
5 - "GNR desconfia que Ágata pinta o cabelo".

Denota-se, isso sim, a inquieta esperança pela extinção do hombre, para que o Mundo possa ficar livre de "pulhas desta estirpe"!

Ó meus amigos... o Alberto João ainda vai cá andar uns aninhos!!!

sexta-feira, outubro 06, 2006

A Lógica RENOVA!!!

Utentes, clientes e trabalhadores deste meu Portocalo:
A consideração e qualidade de atendimento que devemos esperar das empresas, estabelecimentos comerciais, instituições que frequentamos e local onde trabalhamos tem um barómetro. É o papel higiénico disponível nas respectivas casas de banho.
Se se tratar de um exemplar de folha dupla, alva, macio como seda, sedoso como cachemira ou angorá, daqueles que podemos usar até ao ponto de sabermos estar mais asseados que um bebé coberto de Mustela devemos, caros compatriotas, esperar serviços de excelência sem filas prolongadas e previsões de atendimento na ordem das doze horas (no caso das instituições públicas ou estabelecimentos comerciais), com serventia personalizada, interessada e sinceramente prestativa. Restaurantes com pratos que são orgasmos palatais, plenos de ingredientes biológicos confeccionados com assaz paixão! Se tal se verifica no local onde trabalhamos, meus caros, era de aproveitar para pedir um aumento! O patrão é um homem inquietado com o bem-estar dos seus assalariados, que recusa ver alguém a seu soldo com dificuldades em manter-se sentado à secretária devido a assaduras incómodas, não tão procedente do receio pela (mais que provável) falta de produtividade, mais por uma humanidade que, podemos crer, trará frutos futuros. O boss é um Hombre com maiúscula e Cojones no lugar!
Se o contrário se verificar (leia-se papel higiénico de cor parda, aparência de lixa e susceptível de causar tal erupção cutânea expelente de prurido que não há Lindor que aufira capacidade de armazenamento), podemos então contar com tudo o que possamos julgar ser exactamente inverso ao cito supra!

Há, depois, o caso dos bancos e das seguradoras. Aí, as casas de banho são inexistentes, o que, obviamente, deveria suscitar cautela!

quinta-feira, outubro 05, 2006

Sou um fraco...

...não aguentei! Deixei de fazer bodyboard quando começaram os Morangos com Açúcar. O que não deixa de ser uma espécie de castigo para os surfistas que sempre acharam o body um desporto menor, com aquela merda do "oi, oi", e "sai da frente" que, para mim, sempre atestou parca inteligência ao contrário de virilidade! Agora... apanhem com o bando de fedelhos que querem ser iguais ao Cuca e ao Puka que namoram com a Fucka e a Sucka.
Sinto, contudo, que devo avisar a classe feminina (que continua, invariavelmente, a achar que os gajos do surf são muito atraentes e "muitá bons" e mánãsêquê, quando há toda uma panóplia de desportos que moldam o corpo e não obrigam a malta a usar roupas tão ridículas, mesmo fora de água), àcerca de um estranho mas generalizado comportamento!
Não conheço ninguém, surfista, bodyboarder, kite-surfer ou seja lá o que for, que não mije dentro do fato assim que se senta na prancha à espera do sete, principalmente de Inverno que é quando sabe melhor! E é bem bom! Talvez não muito encantador, enfim! Mas bom!

Ó Formicidade...

Não achas curioso que a Wikipedia tenha uma entrada para J. P. Simões e Pop del Arte qu'é bom népias?

Redacção maravilhosa, esta!

Vou-me deitar...

...é melhor!

segunda-feira, outubro 02, 2006

creo...

Sempre que começo a não acreditar nas pessoas, recebo sinais!
No Sábado, cometo o erro (a maior parte das vezes irreparável) de deixar o maço de cigarros e o telemóvel em cima do tejadilho do carro para colocar as compras no porta-bagagens. Entro no mariachimobíl e arranco. Poucos metros à frente, vejo que algo cai lá atrás e - meu dEUS - não relaciono a ocorrência com NADA! Continuo. Cinco km depois, faz-se luz. Pensamento: Telemóvel topo de gama que a Nokia empresta a jornalistas para redigirmos: "Isto é do melhor que há, é MUITA BOM, larguem €500 e toca a comprar às prestações, patati patatá", 'tou f....o, vou ter que largar quase um ordenado para uma merda que nem morto comprava. E nem um cigarro para acalmar! Volto atrás... estava lá o tabaco... menos mau. E os contactos e as propostas de emprego e as fotografias e os amigos e o dinheiro e, citando Nel Monteiro, Puta Vida Merda Cagalhões!!!! E que tal ligar para mim? Boa! Está a tocar... pronto, já vão gozar com a minha cara! Atendem... o que dizer: "Olhe desculpe, mas perdi esse telemóvel e....", "sim sim, eu vi-o cair! Se quiser venha aqui ter comigo, que estou em frente a tal tal". E aí vou eu. O homem ainda pede desculpa por ter tentado ligar para aquele nome que imaginou ser alguém mais íntimo, com o registo "Advogado" (o Pedro, claro, estava a afogar-se em baba com cheiro a cerveja, vodka, uísque e tinha o tlm desligado). Não quis aceitar nem um café.