terça-feira, janeiro 29, 2008

ONDA VERDE - Poema Vertical

Havia, no meu gesto, Sensualidade.
Porque a havia nela, também!
Tive um tempo na minha vida em que noites de insónia tinham uma cura:
Pensar que amanhã lá estaria eu...
... a escalar por ela acima
passando a ponta dos dedos pela sua pele
rija, rugosa,
mas viva
a forma como se agitava
nos seus membros superiores
vergando ao meu peso
sensível ao meu abraço
o seu aroma
perfume
à mercê do sol de Agosto
Prostrar-me-ei, sempre que possa
aos seus pés
enterrados
firmes
na areia
e caruma
grande irmã
dadivosa

Há qualquer coisa de sexual em subir às árvores!
















O Pinheiro Manso que fez a minha infância...
... faz, ainda hoje, barulho de chuva quando lhe bate a nortada que arriba da arriba.
Gabriel, meu filho, é todo teu.
Ou serás tu dele?
Deixa-lhe a tábua que lhe resta, a única das oito que lhe preguei para subir até à minha "Casa na Árvore", igual à do Tom Sawyer.
Agradecido que está, por ser o único que o dono do terreno não derrubou: "é para a criançada brincar"...
... ergue-se ainda hoje, de copa majestosa
à tua espera!

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Inadaptado

Contas feitas, o meu Dilema da Página em Branco já me dura há uma semana...

...não lido bem com esta merda.

Ainda assim, masturbo-me menos que o Nicholas Cage!

quarta-feira, janeiro 23, 2008

O Entrudo

Não gosto, nunca gostei, do Carnaval.
Não é por coisas como "O Carnaval é o Natal dos Homossexuais".
É mais porque as pessoas podem munir-se, à vontade e sem uma ASAE que o fiscalize, de um Sentido de Humor de Merda para perpetrarem brincadeiras cuja idiotice ou imbecilidade rebentariam com a escala de medição, caso houvesse uma. Numa posição seguida de perto pelo Badaró e só depois O Prédio do Vasco!
Senão peguemos no exemplo da bucólica e aparentemente calma aldeia de Campia, Concelho de Vouzela, Distrito de Viseu...
"No dia de Carnaval os organizadores da festa roubam um gato e metem-no dentro de um cântaro (...). Depois, no largo, está um grande mastro com lenha à volta, o cântaro é elevado por cordas até ao cimo do mastro, a seguir lançam fogo à lenha, que aquece o cântaro. Queimadas as cordas, o cântaro cai, desfazendo-se em cacos. O gato - se ainda puder - corre espavorido, tendo à perna os populares, que o perseguem com paus a ver quem lhe acerta".

In Global Notícias, 23.1.08, pág. 10

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Estou calmo...

Ok, não podemos fumar nos restaurantes...

Tudo bem, o fumo incomoda!

... da próxima vez que, num restaurante de dístico vermelho, alguém na mesa ao lado da minha pedir um naco na pedra, inundando toda a sala de fumo e obrigando-me a chegar a casa a cheirar a churrasco e com o cabelo oleoso, nem vou pedir licença: É cotovelada na boca e, quando estiver no chão, um belo bico no ouvido, só para causar um pequeno traumatismo craniano, nada que não possa ser resolvido com uma operaçãozinha nas próximas 12 horas...

...no País das Listas de Espera de 9 meses!

Eu acho que a malta não está bem ciente das prioridades...

terça-feira, janeiro 15, 2008

Retrato Sentido de uma Lisboa MESMO

Não que eu já não estivesse, há muitos anos, à espera.
Uma arroba deles, que para razoável entendedor bastará.
A Adega dos Canários é a Galiza em Lisboa.
Ou Valença do Minho em Lisboa, que para mediano entendedor mais que sobeja.
O Sr. João há muito que se arrastava, a custo, alheta de bacalhau práqui, taça de tinto práli, entre um velho balcão e duas pipas de 100 litros encimadas por presuntos, paiolas, buchos, garrafas de azeite, ginja e garrafões de 2 litros (?) encestados.
Ainda assim, foi com surpresa que me deparei, no outro dia, em galhofeira excursão, com uma cruz impressa num A5 em ambas as portas, porque a Adega dos Canários fica de esquina, duas ruas de que não sei o nome.
Putas velhas práqui, putas gordas práli, que para aceitável entendedor bastará para perceber que se está no Cais do Sodré.
Queixada de porco práqui, copo de três práli, duvidei que a ceifeira tivesse levado o outro senhor, que não o Sr. João, bem mais aguerrido no atendimento.
Bifana em frigideira de dez anos sem ver esfregão práqui, mini práli, há muito tempo que aqui como de tudo e bebo demais, sempre a babar para a generosa, diversificada e profundamente tradicional (logo, saborosa) oferta exposta naquela vitrina.
É uma faneca frita com os dentinhos de fora, serrilha de algas ofertada pela mãe natura? Chicharro práqui, tacinha de branco práli, venha ela...
Orelha fumada cozida sem sal? Focinho de bácoro práqui, traçadinho práli, é um pirezinho ó fáxavôr!
Pezinhos de coentrada? Taça de mistura práqui, tripa enfarinhada práli, vai à mão qu’é à maltês!
Entretanto, fui assistindo aos fragmentos de vida que por estes sítios passam.
Patas de galinha práqui, submarino práli, houve um dia em que alguém pediu, ao meu lado, uma sopa (de feijão, todos os dias, a melhor da cidade), um copo três de tinto e um papo-seco (bravo, povo meu que sabe que carcaça é, tão só e apenas, um animal morto, quanto mais “bolinhas” e “chapatas”, que só dEUS e outros gourmands armados ao pingarelho saberão o que são). Sandes de lula práqui, média práli, o homem despeja, no caldo, meio copo de tinto, mexe, fende o pão pela racha e segura a metade com a mão esquerda, a colher com a mão direita. Molha o pão na sopa, morde, colherada, gole, pão na sopa, dentada, colherada, gole, até que já soa a colher no inox, no exacto momento em que tudo o resta também chega ao fim. A exactidão do processo que é bem comer, um acto de culto que se torna, temo que irremediavelmente, numa espécie de satisfação de uma necessidade fisiológica primária, que até medíocre entendedor saberá querer isto dizer que mijar, cagar, comer e, para muitos foder é, hoje, tudo a mesma coisa, está à mão de perceber!
Posta de bacalhau frita práqui, bagacinho práli, foi de júbilo que sorri, ontem, vendo os mesmos dois cirandando lá dentro, os de sempre, Sr. João e o Outro.
Pastelinho de bacalhau práqui, penalty tinto práli, como está Sr. João, o que se passou, Nada, amigo, quer dizer, foi a minha mulher, mas foi melhor assim, coitadita, que já sofria.
A Adega dos Canários sobreviveu. Ao tempo, às modas e, por enquanto, à ASAE.
Essa, por mim, morra!
Morra depressa!
Morra PIM!
Antes que nos matem, minha gente!

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Bisogno di vacacione...

Julgo ser a Sexta Vez que digo, de mim para comim, mas também a outros (isso é que chateia): “Vou, finalmente, ver Deolinda”. Desta feita, não tinha que enganar. Galeria ZDB. Fácil. Bem… já foi na Incrível, o que teria tudo para ser ainda mais fácil.
Esqueci-me, contudo (e isto também não é nada bom), que o aniversário da Dona Rita dIAZ calharia, provavelmente, na mesma noite. E lá fui eu, carregado com a ENORME prenda da Tenrinha. Ficou no carro.

Dou, assim, a mão à palmatória e digo, mais uma vez, algo que sempre disse que nunca diria: "Estou a precisar de férias"!

A vida é cadela!

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Diga: "tginta e tgês"

Sei agora, pela quantidade de gente que me ligou ontem a parabenizar, acrescentando sempre "idade de Cristo, héim?", que anda tudo mortinho por me crucificar!

No Rescaldo da Perseguição aos Fumadores, esses Leprosos...

Num país onde tanta gente coça a bolsa escrotal enquanto espera pelo sinal verde na passadeira, cospe para o chão em frente a toda a gente, não se preocupa em conter o esfícter durante a hora de ponta no Metro, micta em qualquer esquina por forma a que tantos locais de Lisboa cheirem a mijaça...

...proibir de fumar em QUASE TODOS OS SÍTIOS apelando ao civismo é...

...revelador!

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Resolução de Ano Novo (uma delas)

ASAE, aumenta isto e aquilo, não fumar em sítio algum, 21% de IVA, Mensagem de Ano Novo do Pacóvio de Boliqueime, linhas de Muito Alta Tensão e tantas outras coisas de que não me lembro agora...

Este país está a tornar-se inabitável!