quarta-feira, junho 27, 2007

Numa T-Shirt...

Hoje iniciei uma nova dieta...
...cortei com o álcool, o tabaco, as drogas que dão fome e as comidas pesadas.

Em 14 dias perdi 2 semanas!

terça-feira, junho 26, 2007

Recuerdos - TOMO XVIII

Imaginei sempre o meu avô, Chico Padeiro, alto, espadaúdo, olho verde e tez morena, um clássico "bom partido", caminhando por aquela estrada que separa Santa Luzia do Vale de Santiago, concelho de Odemira, um mar de amarelo, pintalgado a verde de oliveira e sobreiro, um pouco de ocre vivo quando a cortiça foi arrancada faz menos de um ano. A meio da jornada, quase dez quilómetros em distância moderna, "é já ali" em unidade de medida baixo-alentejana, sentar-se-ia à sombra (do chaparro, pois), e tiraria do embrulho de linho um dos três repastos que me ensinou serem o "melhor conduto" desta Terra: Pão com chouriço/melão/figos. Só depois seguiria para a jorna, um buraco com madeira de azinho incendiada e depois coberta com terra, dois ou três orifícios para conceder algum ar e, dois ou três dias depois, carvão. O meu avô era carvoeiro depois de, a cada manhã, cozer o pão das gentes. Mas quando eu passei a ter idade para me lembrar do meu avô, ele já morava no Seixal e era porteiro da Mundet. Não era muito velho, mas tinha nos olhos a nuvem dos desterrados, dos que pousam o corpo em terra estranha sem cortar o cordão umbilical de outra. E quando não estava na Tasca do Largo, a jogar à Sueca, a emborcar copos de vinho como se cada um levasse mais um pouco do aperto no peito, a esticar-me sombrinhas da Regina ou a encher-me a cara de beijos e os bolsos de notas do Bocage, debulhava sobre a toalha de plástico, em casa, dois ou três carapaus fritos de véspera, "que é como sabem melhor", sorrindo (orgulhosamente) apenas quando me ouvia dirigir-me à minha irmã como "mana"... Talvez exorcismasse muita da sua nostalgia quando me sentava ao seu colo, cortando nacos de pão, melão, e os dava à minha boca dizendo, a cada vez: "É bom néí"? É. E não há vez nenhuma que coma ao pequeno-almoço figos com pão, como hoje, que não me lembre do meu avô. De como não há nada como o Baixo Alentejo, o seu cheiro a Verão, barulho a cigarras, sabor a alho, azeite, tomate e coentro. E de como só uma terra tão boa pode matar, devagar, a cada dia que nos falta!

sexta-feira, junho 22, 2007

Eu era tão novinho. E ele também!

Quando eu e o Mathieu Kassovitz andávamos pela casa dos 20 anos, ele fez um filme, eu não.
Decorria o mui intenso e frutífero ano de 1995. Eu era faculdade, Parreira, Marchante, Fred, Marco, João de Purtmã, Tita, de Vespa com Leanito, de Golf com a Marijuanita, a pé com toda a gente até ao Lagarto e ao Jardim da Ribeira fumá-las até o cérebro fazer tilt... um betinho!
O Mathieu já andava pelos bairros periféricos de Parijdafrânsha a filmar o quotidiano. Realizou La Haine. Isto é a Trailer, isto um clip de autor anónimo, tuga, por sinal, isto outro do género, isto o início, isto uma das melhores partes, com o DJ Cut Killer numa performance. Muita gente pensa ter sido este o primeiro. Foi. Longa-metragem, foi... Já tinha algumas curtas. Como esta e esta, mais fraquita (foi a primeira, ainda na escolinha, tem desculpa, pá), para além do Métisse, para o qual não arranjei clip. Este é um spot de 97 mas que também merece que se lhe dê uma olhadela. Depois dirigiu uma outra longa, onde o próprio faz o papel principal, que passou ao lado da crítica e seus Rabinos. Tão bom e intenso como o primeiro mas tristemente olvidado como íconico que, de facto, é, de tal forma que nem consegui encontrar uma merda de um trailer ou um clipezito que o valha!!! Há esta imagem e não digam que vão daqui. Acabou (até à data), o périplo com o inexplicavelmente MAU Crimes do Rio Púrpura, que nem linko por vergonha, e o Gothika, ao qual nem sei como hei-de me referir!!!

Toda a gente lhe conhece a cara. Era o garçon que procurava as fotos por baixo das Photo Booth no Fabuloso Destino de uma Miúda de Olhos Pretos e Dedos Finos. Ao som do senhor que, talvez sem muita pena minha, lhe deu melhor no Adeus, Lenine!

A obra, poucos a desbravaram. É pena! Perde o Cinema, ganham os pseudo-tudo que abrem a goela e acham fantástico qualquer coisa que o Woody Allen defeque!



Este post não tem um fim informativo. É o desespero em ver devolvidos os dois filmes que eram o orgulho da minha colecção de VHS, compradinhos com muito sacrificiozinho na Assírio e Alvim do King (eram caros pá dedéu): La Haine e Assassin(s). Por favor. Eu não vou ficar chateado!!!

Atraente... Não Há Outra Palavra!

Qual publicidade à William Lawsons, qual quê!!!
O Mariachito de Kilt é uma coisa de bradar aos céus!!!
E depois ensinar-lhe aquela cena que as gajas dizem lá quando estão bêbedas: "Ôp Yér Kilt" e o gajo levantá-lo à frente com aquele sorriso de castor, dois dentes em cima, dois em baixo...

quinta-feira, junho 21, 2007

Nós, A Civilização Ocidental...

...somos Muita Bons. Porque não oramos de cada vez que o Almuáden canta do alto da mesquita, porque não fazemos terrorismo, porque não tiramos o clítoris às nossas filhas, porque não matamos à pedrada as nossas esposas infiéis, porque não temos orfanatos onde as crianças são deixadas ao abandono, porque não damos ópio a bebés... Pegando neste último exemplo, preferimos drogas bem mais recriativas, como a cocaína, e depois divertimo-nos à grande sob o efeito da mesma.

quarta-feira, junho 20, 2007

LIsbon By Night - Tomo 32.345.629.876


Bonita, ela. Loira mas de pele escura, sardas. Magra de estrutura. Nada daquelas magras moles, alforrecas, gelatinosas, que contrariam a tendência para "alargar" com all bram, rúcula, tomatinhos cereja ou qualquer outra coisa, desde que não mais que duas garfadas. Professora, segundo disse... EVT, ou lá o que chamam agora à Educação Visual. Estava sentada ao nosso lado na mesa, falava sozinha, ria, abria os braços, um onanismo parodiante. Olhava para a Floribela e ria-se. Ácidos? Naaaa. Pupilas normais nos olhos castanhos, um pouco acima dos lábios grossos, secos. Táimes. Ya, foi-se cheirar outra vez, sem convidar, a porca (o que atesta o estado avançado da coisa... quando deixa de ser um acto recriativo/comunitário para ser uma cena mais egoísta, é a carochice), e veio connosco. Diz dela própria que desconversa. Não...
Enuncia
discursa
recita e declama
manda e ordena
às vezes parece rezar
pergunta sem esperar resposta
afirma
provoca
grita
chama
persuade
mas nunca, por nunca ser, conversa. É isto, o desconversar, não é?
Em pronúncia baixo-alentejana (Pax-Juliano/Mourense), lembro-me de poucas coisas:
"Eu? Maluca? Onde é que ela está?"
"Eu estou é apaixonada, a minha mãe está em casa, tenho de ir buscar as pastilhas, as gordas, eu cheiro neste porta-chaves, vou fazer uma ganza"
"Lá em casa, apanhei-o com outro, eu faço-os virar paneleiros, não engulo, cuspo, não levo no cu, eu cá nisso sou cumós gajos, menos ele"
A atender o telefone: "Tou? Rico? Grita! Tou com uma tempestade. Vai. Apanha o avião. Achas que eu sou burra?"
"Querem-me levar a casa? Eu entro e saio. Não vos posso levar. Ainda faço merda. Levam-me prá Margem Sul? Eu quero".
No caminho: "Olha... a minha mãe vai ali. Mãezinha. Não me pode ver, ainda me leva outra vez pró Miguel. Fodi o psiquiatra".
Deixámo-la na Rua do Olival. O Joca em desespero: "Diaz, deixa-lhe a mala no átrio do prédio e vamos bazar". Eu e o Beto íamos pra casa, ele ficaria com ela, noite dentro, visto está. Fiz o que o homem pediu. Quando o Yogi de serviço pede uma coisa destas, contrariando a boa-onda que lhe é inerente, é porque está com dificuldades em lidar com a situação. Bazámos. Na descida, reparamos que o blusão ficara. Voltámos. Ei-la. Toda perfumada. Porque há uma hora atrás, tentara entrar na casa de banho comigo. Não deixei. Mas fui obrigado a retornar quando passados 15 minutos ainda não saíra. Tinha estado a cagar. Agora, "três anjinhos", uma loira louca e uma longboard dentro de uma Astra que anda a óleo. Demora-se com as unhas, ao de leve, na minha nuca. Sabe-a. pergunta-me coisas ao mesmo tempo. Testa-me. Não me lembro quais foram. Paramos pra deixar o Beto, fumamos umas brocas, seguimos. Mais perguntas e exclamações, pensamentos ditos: "Se eu fizesse tudo o que me apetecia". O semblante do Joca muda no caminho. Estou com pressa. Quero ir dar biberon ao Gabriel. Paramos em frente à minha casa. Ela sai do carro: "Não se importam que eu mude aqui de roupa, pois não"? O Joca seguiu... acho que iam para a Fonte da Telha. Ainda não consegui falar com ele.

terça-feira, junho 19, 2007

Who Needs an Excuse???

Nestes últimos 100 anos, milhões de portugueses disseram: "Vou emigrar". Muitos fizeram-no! Os mais contumazes não! De forma inconsiderada, leviana, até, muitos destes terão argumentado: "Pra Inglaterra??? Com aquele tempo? Só se eu fosse maluco"!
Pois bem! Temos IVA a 21%, um Ordenado Mínimo digno da secção "curiosidades engraçadas" do Daily Tutsi & Hutu Mirror sob o título "Sabia que, em plena Europa, há um país que...", uma taxa de desemprego que, se noutros países é apenas um "estado passageiro", por cá reveste-se de carácter testamental, não sabemos se daqui a 15 anos haverá Segurança Social e já nem o Sol alegra os semblantes. Andamos macambúzios e branquinhos que nem um finlandês prestes a ampliar a mais alta taxa de suicídio da Europa!

Do que estamos à espera???

sexta-feira, junho 15, 2007

Afinal, não foi assim tão chato!

Eu: "Não vou passar outra noite aqui nos bancos, man, não vou aguentar"!
Fotógrafo (cujo nome foi gentilmente omitido pelo Mariachi a pedido do próprio): "E então"?
Moi: "Vou comprar o jornal". Filtradas que foram as notícias, de entre o mosto que era a Madeleine Burried Under Rocks, uma velha qualquer que matou 7 filhos recém nascidos e safou-se em tribunal, a mãe que esfaqueou as duas filhas enquanto estas dormiam ou o hooligan que, numa feira de cavalos, roubou um pónei e afogou-o no rio perante uma multidão, tínhamos duas hipóteses: "Ou vamos comer um ganda indiano, ou vamos ali ao Wirelless Festival". Decidimo-nos pelo Tube até Hyde Park. À entrada, direitos à Press, só pra ver se pegava: "Cheers, we're portuguese reporters e tal", pimbas, dois Press Passes prá malta, sem cá pedidos de acreditação até dia tal e "ooooolllllááááá... não acredito! Estava eu tão chateado por ter perdido o Festival Tejo - ou era isso ou Escócia - e apanho estes"? "One Two Three Take the Elevator to the Hotel Yoda, See You Later", guinchava o White macho. Foi bom, mas acho que o concerto da véspera foi melhor. Tocaram no Royal Chelsea Hospital só para veteranos, uma média de idade de 68 anos. Cadeiras de rodas pelo ar e tudo.



E depois de 10 anos a ouvir estes senhores, não sabia que iria descobrir Meg's Hidden Qualities!!!

quarta-feira, junho 13, 2007

F***-*E

Que merda de sina e esta minha de perder sempre a ligacao para Lisboa em Heathrow e ter que ficar aqui a noite toda a conversar com os indianos que limpam isto e a beber os intragaveis cafes COSTA?????

E, ja agora, porque e que estas merdas destes teclados nao tem acentos ou cedilhas???

quarta-feira, junho 06, 2007

terça-feira, junho 05, 2007

Muchas Gracias, Pendejos!

Yo, Mariachi dIAZ por nombre, debo decir algo sobre la noción del tercer mundo.
¡A todos ustedes, que piensan lo que quieren, piensen dos veces!
Gracias a todos los niños que, por medio de su imaginación estupenda, hicieron esto!

segunda-feira, junho 04, 2007

Iiiiiiiiiinnnaaa pá, Zambujeira, Vilar de Mouros, Paredes dA CoIra, Boom Festival, Raves na Praia, Op Art, a casa do Toni?

Que betinhos!
Comecem AGORA a contar os anos que vos faltam e SEJAM SINCEROS: Acham mesmo que alguma vez vão saber o que é uma FESTA???

sexta-feira, junho 01, 2007

Vida Difícil

Grande parte dos meus colegas amigos jornaleiros foram convidados para ir a Roland Garros este fim-de-semana. Ou há-de ser a marca de relógios que patrocina, ou a marca de raquetes que fornece, eu sei lá. Sei que convidam. Pagam tudo e a malta lá vai!
Confesso que tenho uma certa inveja! Não que goste muito de ténis ou que queira ir novamente a Paris dA Franxa tão depressa.
É só porque eu já sei que estas apresentações (Press Trips ou Press Fam's) acabam sempre na bela da suruba num quarto do Hotel de Ville com Moet & Chandon e 463782 gajas para cinco gajos (e meio, porque acho que a Maria Vieira também vai).

"SEGURANÇA SOCIAL - Nova Lei Obriga a Trabalhar Mais ou Receber Menos"

É um dos destaques do Público de hoje.
Confesso que me é difícil optar entre as duas únicas possibilidades que nos são dadas.
Há outra, a mais inteligente, que é, de uma vez por todas, fugir, deixar o país...
Não seria a primeira vez que um Chulo via uma das putas fugir-lhe entre os dedos!
E se vocês não se estão a sentir umas putéfias quaisquer nas mãozinhas destes senhores que nos regem os destinos...
...pensem outra vez!