quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Venus In Furs Is a Dead Venus


Não me consigo recordar de qual foi o Domingo em que o Correio da Manhã, voltando assim a dar provas de ser um irremediável pasquim sanguinário, ofereceu um desdobrável tão interessante que o guardei para futuras águas. Que são agora. Trata-se de um objecto tão singular que poderia servir como Case Study (ora aí está uma homenagem velada ao Ti Melo, que deixou o marketing para se dedicar ao grelo de couve, molhado à orvalhada, e que segundo os seus compinchas da Praia Grande, ter-se-á "encontrado", ou lá que merda quer isso dizer). Pois bem, vamos lá então study este case:
Na primeira face, há uma foto de uma gaja que até poderia ser engraçada, não fosse o casaco a dar-lhe ar de kenga. Ao lado, o texto: Se alguma vez sonhou possuir um magnífico casaco de vison, agora pode consegui-lo por muito menos do que imagina. Faço aqui o meu primeiro aparte para declarar, de uma vez por todas, que o meu sonho sempre foi possuir a Christina Muller à bruta e à canzana em cima de um torno mecânico da siderurgia nacional, mas não é agora, lá porque ela está mais barata, que o vou fazer. Está velha e eu tenho a roupinha no sabão, lá em casa, para enxaguar.
De seguida, o título: Sonhos de Vison, uma criação exclusiva de Lino Corelli. Não conheço o Sr. Corelli e imagino porquê. Ele que continue a desenhar casacos de peles que há-de morrer como o Camões, arrependido de não ter optado pelo saco de moedas (com essa também não me enganaram na primária. Toda a gente sabe que um manuscrito dos Lusíadas flutua, ao contrário de dobrões em ouro). Abaixo da foto da tal gaja, o coroar da coisa: Casaco comprido de cor demi-buff, confeccionado com dorsos de vison fêmea. Atenção que isto não é para todos. Não é cá a coxa, a cabecinha ou tampouco a virilha do bicho. SÓ o dorso! Agradeço ao Criador não ter pensado no vison como um animal que apenas haveria de ter pêlo na ponta da cauda, pois, caso contrário, em vez dos sessenta bichanos que são precisos para um casaco de peles tamanho S, teriam de perecer praí uns mil. Louvado sejas, ó men! Por outro lado, os restos (patinhas, cabecinhas, entranhazinhas e tudo que não o dorso) são dados a comer aos cães e gatos que também fazem boas "imitações" (pois não, não é verdade, isto). Por outro lado ainda, é muito melhor que assim seja. Se a pele fosse toda aproveitada, a morte do animal teria que se dar por electrocussão anal ou afogamento. Assim, uma pancada na cabeça resolve a coisa. Contanto já com o profissionalismo dos fornecedores (já que todos sabemos que, a outros níveis de emprego, há cozinheiros que cospem para os bifes que são devolvidos à cozinha porque estão mal-passados ou, no caso do meu amigo Milagres, que em Londres mijava para os perús que depenava se o chefe do matadouro o repreendesse por alguma coisa), é claro que não se mete a hipótese dos tratadores se divertirem um pouco à conta da desgraça alheia, arrancando olhinhos ou não se dando ao trabalho de verificar se o animal está devidamente morto antes de esfolar. E, não sendo eu um vison, acho que deve aleijar.
Fui elucidativo neste último parágrafo? O suficiente? Foi de propósito. Esta é a melhor parte, quando dou o 21 472 3000 para poderem ofender à vontade ou ART GALLERY (EDICLUBE), RUA DA INDÚSTRIA, 4, 2614-517 AMADORA, para os mais radicais que queiram munir-se de tacos de basebol ou cocktails molotov. Façam alguma coisa, mas façam! Bater nas senhoras que usam casacos de peles é bom sim senhor, sabe muito bem e tem uma forte componente de espectáculo mas, nessa altura, os 60 bichos já morreram!

O meu Ídolo, como quando tinha 16


Quero aqui, primeiramente, desmistificar um mito (passe, quem quiser, que eu não, a redundância). Supostamente, andei a educar musicalmente uma saloínha. É mentira. De tal dimensão que, certo dia, a miúda foi buscar os justos trocos que o Edifício Que Encandeia os Utentes do IC19 lhe devia e esticou-me um disco para a mão, capa branca, uma espécie de feiticeiro com cartola preta que afasta um mar puramente gráfico, que se confunde, inclusivamente, com o céu.
Ouvi...
Agora não consigo ouvir outra coisa. Sim, sou parcial porque tenho nos Radiohead muito mais que recordações de faculdade e sessões de sexo desajeitado. Porque negaram, sempre, o lugar comum do "primeiro álbum", tendo conhecido o pico da genialidade, quanto a mim, no OK Computer, O álbum dos 90. Porque o génio dos garotos sempre foi muito além da música, com vídeos que eram curtas e curtas que eram obras de arte. Porque os libretos com as letras, no interior do cd, eram sempre um Moleskine do Thom Yorke. Porque o Thom Yorke é o meu ídolo à sweet sixteen e mais ainda no The Eraser. A coisa transcende o tempo e a própria criatividade do homem que, a mim, nada tem a provar. Quando se julga que a cacofonia é o único fim, nasce do caos um ou outro clamor tão harmonioso que não se quer que acabe. Como se a voz não fosse suficiente para socorrer qualquer ranger de faca a cortar esferovite, há mil e um outros meios de salvamento, um fogo de artifício de sons, plins e pings, um ano novo chinês à escala do universo. É ouvir música sóbrio sob o efeito do melhor mdma, é querer matar à paulada toda a mediocridade do mundo!

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Foi Castigo!!!


Filho, meu filho, só nove meses e dás um desgosto desses ao pai?
A olhar para a televisão, as pitas dos Morangos... nada! Desenhos animados... nem pias. A Alberta Marques e o seu Buço do Charme...nikles. O Pacheco Pereira... nem choras! O Cláudio Ramos... nem um esgar de asco. As fufas do L Word... nenhuma reacçã...
... e assim que o Donalto aparece começas-te a rir a bandeiras despregadas???

Vamos ter de nos chatear...

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Já Enoja, Porra!


A pronunciazeca boer do Di Caprio, o corpo muitá baum do preto, a jornalista ideóloga que vai mudar o mundo mas consegue, no meio da selva mais inóspita, dar a volta a uns indígenas que já erguiam a catana, os dez minutos finais iguaizinhos a qualquer uma steven seagalada repescada com a sucessão do ataque às minas, o "eu sou o teu pai e tu não me vais matar que eu vou tratar de ti", a lamechice da morte com um telefonemazinho para a Cidade do Cabo, a negociação do diamante num Rolls Royce numa das zonas Postal de Londres, o discurso "a minha mãe foi violada e o meu pai queimado vivo com os meus irmãozinhos" ou "A terra em África é vermelha por causa do sangue derramado". Em suma, um vergonhoso panfleto ao ideal neocolonialista: "África não tem remédio porque os pretos matam-se todos uns aos outros e temos de ser nós, os brancos, a meter a mão naquilo, mas os brancos bem-intencionados, claro, porque os outros só querem é diamantes".

Para quando um filme sobre os diamantes que foram lavados com indemnizações pagas ao 50 Cent e ao Pavilhão Atlântico por três cancelamentos do Festival de Hip-Hop Afro-Luso-Americano ou lá o que era para ter sido aquela merda?

P.S. - Não sei como é que o coitado do Di Caprio sofreu tanto no Zimbabué se só no fim da década de 90 é que o Mugabe começou a mandar os brancos de lá para fora...

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

O Assunto Inevitável, Mas Sem Photo...

Há uma certa diferença entre as notícias de hoje e as de há quinze dias atrás. Vejamos, respectivamente:
"Braga e Benfica seguem em frente na Taça Uefa".
"Sporting vence Pinhalnovense por 5-0".
Isto equivalerá a muita coisa, mas julgo que, objectivamente, é isto:
"Braga e Benfica preparam-se para ensacar alguns milhares de euros".
"Sporting mais próximo de uma patuscada no Jamor".
Mais do que a pequenez em que tudo isto radica, entristece-me o facto da lagartagem ainda ter de gastar do próprio bolso para sardinhas e entremeadas. E é se querem piquenique. Imagino, porém, que gastos tão insignificantes não preocupem os sócios, que tiveram 5 meses à espera que o jogador mais bem pago do plantel marcasse um golo - em troca de tal jogo de paciência ainda mandou 2 penaltis prá iemanjá -, e quando fez um passe de calcanhar saltou da posição de "inútil e ainda por cima bem remunerado" para "o maior do mundo e arredores".
A lampionagem, por outro lado, vai optar, daqui a uns dias, por empurrar fois gras com vinho bordeaux porque, afinal, na bola também, é tudo uma questão de requinte!

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Outra vez esta Cabra


A Nostalgia.
Ao fim de 32 anos, percebi em que consiste. EuQueca!!!
Nostalgia não é lembrarmo-nos, de brilhozeco nos olhos (aqui, a solução), dos momentos bons que passámos quando tínhamos outra idade.
É tão somente a capacidade de não nos lembrarmos das coisas más!
Recordarmo-nos do fantástico roçanso com aquela betinha do Porto no Captain Kirk mas, estranhamente, olvidarmos a forma como todos os amigos, confiantes das nossas performances e de que aquilo, provavelmente, iria mais além (tristes ingénuos), nos abandonaram (sem cheta mas com frio de sobra), em Lisboa. Ó pró Mariachi a ter que pedir "trocos" às pessoas que iam trabalhar na manhã seguinte e a mandar parar o taxista à porta de casa dos meus pais enquanto ia a correr ao frigorífico, perante o olhar atónito da minha mãe que já debulhava a favada de Sábado, sacar mil paus do frasco, para pagar a "corrida".
Como vêem, nostalgia não é patologia de que sofra!

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

O Post Anterior...


...não tem foto. Os próximos também as não terão. Há que isolar o que está aqui do lado esquerdo. Nada, mesmo nada, pode poluir esta imagem. Vou fazer com que, daqui a uns tempos, ninguém corra o scroll sem parar aqui.
Haverá sempre quem o faça.
Mas é preciso ser bruto.

Ípsilon???

Eh pá! Tou maluco com tanta genialidade, inovação e capacidade de surpreender, ó Zé Manel Nandinhos!!!

Fuôsga-se!

Tanto despedimento refinou a coisa...

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

A propósito de aves, uma tentativa de fonética verbalizada, um exercício de escrita criativa de alta dificuldade. É preciso ter tomates!

Ao Parque Nacional de Etosha, junto da fronteira com o Namibe angolano, arriba uma personagem interessante. A Monotonous Lark (ou, como é conhecida na Namíbia e Botswana, Monotonous Bushlark), é, no mínimo, uma ave curiosa. A tradução para português (livre, muito livre), será Cotovia Monótona. Porquê? Simples. Às sete da manhã, "pi tchi tchi", à hora do "brunch" (mais ou menos às 11h), "pi tchi tchi", às 16h, "pi tchi tchi", ao ocaso, "pi tchi tchi". Até aqui, tudo bem. Mas, para grande surpresa de meninos da cidade recém-chegados à savana (ainda por cima, meninos suburbanos, que nem é carne - game meat - nem é peixe), eis que, durante o jantar à fogueira, já breu, "pi tchi tchi", às duas da manhã, por entre o berreiro das hienas, "pi tchi tchi", às quatro da manhã, enquanto um leopardo descasca uma cria de babuíno mesmo ao lado da tenda, "pi tchi tchi", à aurora para o safari da manhã, enquanto olho para o que resta da cria de babuíno em cima da árvore, "pi tchi tchi". Dias e dias nisto, enquanto não encontrar um "mate" para "mating".
Este post não tem nada de especial, a não ser que hoje seja dia de S. Valentim, e assim passe a ser dedicado a todos os encalhados que, pela noite dentro, agarrados ao messenger, "pi tchi tchi"!

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Quando...

...deixamos para trás Ranholas como antro de labor e nos mudamos para Sete Rios, pensamos em muita coisa.
Pensamos que, finalmente vamos almoçar com amigos, porque estão todos à distância de poucas estações de Metro.
Pensamos que vamos ver mais pessoas que não a procissão de saloios do Feira Nova do Rio do Moiro.
Pensamos que vamos poupar, num total diário, cerca de 3 horas de transportes públicos e, no caso de, um dia por outro, decidimos trazer o carro, 4h30 de tempo e 150 euros mensais de gasolina.
Pensamos que as temperaturas vão andar, em média, cinco graus acima e já não precisamos de casacos no Verão.
Pensamos que, de Verão, podemos vir trabalhar mais cedo para despachar as cenas por forma a ir PARA A PRAIA às 16h (aqui, é necessário frisar que a Praia Grande é uma praia - isso é indiscutível - mas a Inglaterra também é uma ilha e não é por isso que as pessoas tomam banho num mar com água a 10º).
Pensamos que estamos mais perto de tudo e tudo está a caminho de casa.
Mas nunca pensamos que, todos os dias, por volta das 17h, passam pequenos bandos de araras, papagaios e caturras por cima da Rua Vera Lagoa, num brado amazónico.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Porque Sim e porque Não!

Tenho para mim que há para aí muita gente que verá A Pergunta pela primeira vez no dia 11. E nessa altura não se darão ao trabalho de rever ideias que já estão interiorizadas, mas que o foram (vão-se esquecer disso, também), sem se terem dado ao trabalho de saber o que se perguntaria, De Facto, no dia 11. Muita conversa de café dá nisto. Não são os piores. Haverá, depois, aqueles que se colam a ideologias políticas, religiosas e outras. Eu sou do PP, logo, voto Não. Eu sou do BE, logo, voto Sim. Eu vou à Igreja, logo voto Não. Eu sou moderno, logo, voto Sim. E que tal o Penso, Logo, Existo? É tipo O Povo É Quem Mais Ordena, não é? Foi muito bonito há uns anos mas agora deixa-me lá usufruir do meu DVD com Super Fucken Dolby Surround nas minhas colunas JBL, dos meus jantares no japonês para sacar gajas e no meu carro e nos meus ténis e no meu laptop, porque a gasolina e o leite e o pão e os impostos aumentam todos os dias mas, se calhar, um dia, isto melhora!
Eu, mantendo uma tradição de longa data, não voto! Chockados? Não faz mal! Eu explico, e podeis assim escolher entre o serem preconceituosos ainda antes de me darem hipótese ou fazê-lo depois, que é menos mau.
Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

Concordo com o aborto, ainda mais se por opção da mulher, nas primeiras dez semanas e nas vinte consagradas pela lei no caso de violação ou malformação no feto… Em estabelecimento de saúde legalmente autorizado? Nem por isso. Porque sei muito bem no que vai dar. E não consigo perceber como vós, ó mentes iluminadas pela instrução, vida moderna, faculdades estrangeiras ou o que vos valha, não o perceberam ainda e ides, mais uma vez, qual carneirada, balindo em fila indiana (carneiro de Cachemira, portanto), à urna.
O estabelecimento legalmente autorizado é algo que assusta quando se fala de Portugal. Se for público, porque os talhantes não divergirão muito da cave da ex-enfermeira que, hoje em dia, leva a cabo o “desmancho”. Porque a lista de espera poderá muito bem ser de 9 meses, o que, deixem-me pensar (mhmhmhmh), não fará muito sentido, porque continuará a custar 600 euros, o que fará com que, afinal, as principais visadas continuem a fazer abortos com ramos de salsa, à boa maneira das nossas avós. Quando se tem dinheiro, vai-se a Espanha e paga-se o que tiver que ser. Quando não se tem, ou quando se tem uma tenra idade e sabe-se que, se forem mães, nunca mais verão emprego de jeito (quanto mais dinheiro), quando são tão novas que os pais não podem saber e, logo, não têm a quem pedir dinheiro, todas estas, vão ao vão de escada. Mas caso respondam Sim à pergunta que vai figurar nos boletins, pasmem-se, continuarão a ir! Se a última parte da pergunta não existisse, ou se, melhor ainda, existisse uma frase como “a um preço que permita às pessoas sem posses fazerem um aborto nas devidas condições”, eu votava sim. Ou nem interessa o que votava. Votava, ponto. Mas tenho a certeza que, a existir uma última frase como a acima, ainda haveria outra: “mediante empréstimo bancário”. Se pactuarem com o sistema, meus amigos, da maneira que eles querem, ao menos saibam-no. E uma vez na vida… pensem!

I Know I Can Be a Little Crabby With This Stuff, But What Can I Do?

Na sua génese, o programa até poderia ter alguma piada. Na dinâmica, meu dEUS, I Think I'm Going To Vomit!
Nem souberam, com artimanhas bastas, aproveitar o facto de se dever a eles, equipa d'Os Maiores Portugueses de Sempre, a inclusão do Prof. Oliveira na lista,
coisa que até agora os Tugas mais afoitos pensavam ser só possível nas mentes da gentalha que integra organizações neo-nazis, nacionalistas, Rock & Billys e outros atrasados mentais. Surpresa, há mais que muitos a precisar de uma boa e velha tortura pidesca, a ver se mudam de opinião (não vejo qual seja a surpresa... o Cavaco ganhou as últimas eleições e as conversas de autocarro resumem-se a "A Costa e a Amadora e Cascais é só brasileiros" e "Tenho medo de andar no comboio de Sintra por causa dos pretos").
Adiante, teremos de parar nos outdoors espalhados pela cidade que publicitam esse derradeiro fenómeno televisivo. Um diz: "Camões: Poeta ou Aventureiro? Decida você". Em primeiro lugar, há que açoitar a genial mente que deu origem a esta pergunta, já que anda a ensinar às nossas crianças (e a convencer adultos) que ou se é uma coisa ou outra! Não vejo como... Tem que se estar sossegado numa repartição de finanças ou ser proprietário de um gabinete de contabilidade em Telheiras para se ser poeta, é? O único exemplo que encontro é a Adília Lopes, e mesmo assim não conheço tão bem a senhora... Devo ser um grande doido, para achar que até convém ser um pouco aventureiro para se ser poeta. E daí, talvez esteja a ser inversamente louco porque, afinal, uma coisa não tem mesmo nada a ver com a outra.Mais doido ainda é o outro cartaz! "Vasco da Gama: Descobridor ou Corsário"? Aqui, meus amigos, a bácora torce o rabo! E se a interpretação da História é assim tão livre, eu dou-me ao luxo de fazer o mesmo com a nossa mais recente... Ora bem:
Carlos Silvino: Pedófilo ou Homem de Gostos Exóticos?
Cavaco Silva: Presidente da República ou Economista Frustrado?(lembra-me alguém)!
Paulo Portas: Político ou Homossexual não assumido? (Esclareça-se que, aqui, o único problema é o "não assumido")
Santana Lopes: Político ou Putanheiro? (isto só é um problema quando indexado à seguinte pergunta).
Simoneta Luz Afonso: A Cabecilha do Instituto Camões ou parceira sexual do Putanheiro que na altura era Primeiro-Ministro? (aaah, agora sim).
Manuela Moira Guedes: Jornalista ou esposa de um administrador da Estação onde trabalha?
Jornal da Noite da TVI: Serviço informativo ou a Parada dos Horrores?
Cheque do Ordenado Mínimo Nacional: Dinheiro ou um Post It com a inscrição: "Vai pó Caralho"?
Cheque da Reforma da Segurança Social: Pouco Dinheiro ou um Post It com a Inscrição: "Deixa estar... vais morrer não tarda, não vale a pena ficares aborrecido, vai jogar uma sueca para o Príncipe Real"? (Obviamente, é um Post It maior).
Portugal: Europa ou África?
Sionismo: Nacionalismo ou Nazismo?
11 de Setembro: Atentado ou A Justiça Tarda, Mas Chega.
Militares: Um Mal Necessário ou Para Chulos Prefiro Os Cujo Material é Para Foder na Verdadeira Acepção da Palavra?
Cristiano Ronaldo: Bom Jogador ou um Puto que, se fosse humilde, reconheceria que se não jogasse à bola ainda andava a fazer bóbós aos alemães e ingleses na Calheta?
Feminismo: Hã?

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Uma arrepio na espinha sem um brilhozinho nos olhos

Foi há muitos anos. Tinha saído de Zamora decidido a chegar ao País Basco antes do anoitecer. Uma exasperante dor de dentes e a constrangedora fealdade de Valladolid levaram-me a desistir e “descer”. Já que, de qualquer forma, não dormiria, empreendi a viagem durante a noite e cheguei a Segóvia antes do raiar da aurora, ainda o nevoeiro vedava acesso ao que algumas horas mais tarde veria - e que, tal como na altura pensei, nunca mais esqueci - a partir de uma janela do quarto que aluguei num hostel, como sempre foi nosso (meu e dela) costume. Foi aí mesmo, deitado na cama a olhar para o Canal Sol, que o vi. Em concerto. Achei aquilo, no mínimo, melódico, que é quanto basta para darmos uma oportunidade. Foi isso que fiz. O Luca encarregou-se do resto e gravou-me o álbum Play (1999). Foi desta forma que comecei a ouvir Moby e o fiz incessantemente durante seis meses. Depois, cansei-me. Penso que seja a isso que se chama o easy listening. Easy listen, easy go. Dois anos depois, na televisão portuguesa, um spot publicitário. Uma praça em Guimarães, Património da Humanidade, um aguaceiro, malta jovem e bem-parecida correndo a abrigar-se num estabelecimento e numa Super-Bock. Ridículo. Ridícula a atitude de abrigarem-se de um aguaceiro numa cidade com mil arcadas e fazê-lo numa Super-Bock, quando toda a gente sabe que uma Sagres cumpre muito melhor o objectivo. A música? Não me lembro do nome, mas ouvia-se: Why Does My Heart Feel So Sad? Um mês depois, toda a gente tinha o álbum em casa. Dois meses mais tarde, o Centro Comercial Vasco da Gama já não deixava fluir das colunas um plágio dos Beatles ou do Frank Sinatra, adquirido em promoção numa decadente Valentim de Carvalho. Pouco depois, era número um. Poderia ter-me dado ao trabalho tentar perceber porque é que só dois anos depois da edição do Play e quatro do lançamento do rapaz com o I Like To Score, este passa a ser um sucesso. Não interessa. Não é isso que interessa. A música do Moby não é nada de especial. Não inovou. Não quebrou barreiras. Não gerou movimentos. É melódica, ponto. E isso é suficiente durante algum tempo. Nunca mais prestei a mínima atenção ao rapaz. Não lhe dou, hoje, credibilidade suficiente para fazer parte das minhas escolhas. E ontem, num zapping frenético, reconheci-lhe a voz:
Hold Onto People, They’re Slipping Away
É sempre assim. Quem não nos inspira qualquer admiração acaba sempre por dizer, de quando em vez, uma verdade. E aleija ainda mais, assim.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Porquê?

Sobretudo...
...porque sim!