Isto faz, entre tanta coisa, com que Os Tibetanos esteja sempre à pinha de gente de pullover atado nos ombros, que o Dalai Lama, qual Papa do Budismo, cobre €15 por cada ensinamento, que as budistas desta nossa terra corram esbaforidas às rebajas na Baixa e Stock Markets na linha, que o Sidharta seja um livro tão teenager como a Insustentável Leveza do Ser, que o Chakal, ou lá como se escreve, que tem cara de lebre, seja a perdição das gaijas cool (acho que o gajo é cozinheiro-budista).
Eu, que não acredito em coincidências na medida em que lhes dou outro nome, dou comigo na abadia de Melk, Áustria, entre majestosos carvalhos cuja folha semi-caduca já acede ao beijo deste frio outonal. Muito pouco Robur, estes Quercus.
Quanto mais me aproximo do benedictino edifício, mais rostos exóticos, mesmo para asiáticos, se cruzam comigo. Um mar de gente ordeira espera à porta. Postais do Dalai Lama em quase todas as mãos, finas, quase todas de mulher. "Ó dIAZ... atão não queres lá ver que não o apanhas em Lisboa e tá práqui enfiado"? Faço uso daquela coisa que diz Press e custa €37 de 2 em 2 anos. Entro. Respeito a fila, à budista. Aperto-lhe a mão. Afigura-se-me como um homem sábio e bom. Como um Agostinho da Silva ou um Francisco de Assis.
Abadia de Melk, fotografada de um braço do Danúbio, no dia 18 de Setembro, acho eu... não me lembro.
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