terça-feira, fevereiro 06, 2007

Porque Sim e porque Não!

Tenho para mim que há para aí muita gente que verá A Pergunta pela primeira vez no dia 11. E nessa altura não se darão ao trabalho de rever ideias que já estão interiorizadas, mas que o foram (vão-se esquecer disso, também), sem se terem dado ao trabalho de saber o que se perguntaria, De Facto, no dia 11. Muita conversa de café dá nisto. Não são os piores. Haverá, depois, aqueles que se colam a ideologias políticas, religiosas e outras. Eu sou do PP, logo, voto Não. Eu sou do BE, logo, voto Sim. Eu vou à Igreja, logo voto Não. Eu sou moderno, logo, voto Sim. E que tal o Penso, Logo, Existo? É tipo O Povo É Quem Mais Ordena, não é? Foi muito bonito há uns anos mas agora deixa-me lá usufruir do meu DVD com Super Fucken Dolby Surround nas minhas colunas JBL, dos meus jantares no japonês para sacar gajas e no meu carro e nos meus ténis e no meu laptop, porque a gasolina e o leite e o pão e os impostos aumentam todos os dias mas, se calhar, um dia, isto melhora!
Eu, mantendo uma tradição de longa data, não voto! Chockados? Não faz mal! Eu explico, e podeis assim escolher entre o serem preconceituosos ainda antes de me darem hipótese ou fazê-lo depois, que é menos mau.
Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

Concordo com o aborto, ainda mais se por opção da mulher, nas primeiras dez semanas e nas vinte consagradas pela lei no caso de violação ou malformação no feto… Em estabelecimento de saúde legalmente autorizado? Nem por isso. Porque sei muito bem no que vai dar. E não consigo perceber como vós, ó mentes iluminadas pela instrução, vida moderna, faculdades estrangeiras ou o que vos valha, não o perceberam ainda e ides, mais uma vez, qual carneirada, balindo em fila indiana (carneiro de Cachemira, portanto), à urna.
O estabelecimento legalmente autorizado é algo que assusta quando se fala de Portugal. Se for público, porque os talhantes não divergirão muito da cave da ex-enfermeira que, hoje em dia, leva a cabo o “desmancho”. Porque a lista de espera poderá muito bem ser de 9 meses, o que, deixem-me pensar (mhmhmhmh), não fará muito sentido, porque continuará a custar 600 euros, o que fará com que, afinal, as principais visadas continuem a fazer abortos com ramos de salsa, à boa maneira das nossas avós. Quando se tem dinheiro, vai-se a Espanha e paga-se o que tiver que ser. Quando não se tem, ou quando se tem uma tenra idade e sabe-se que, se forem mães, nunca mais verão emprego de jeito (quanto mais dinheiro), quando são tão novas que os pais não podem saber e, logo, não têm a quem pedir dinheiro, todas estas, vão ao vão de escada. Mas caso respondam Sim à pergunta que vai figurar nos boletins, pasmem-se, continuarão a ir! Se a última parte da pergunta não existisse, ou se, melhor ainda, existisse uma frase como “a um preço que permita às pessoas sem posses fazerem um aborto nas devidas condições”, eu votava sim. Ou nem interessa o que votava. Votava, ponto. Mas tenho a certeza que, a existir uma última frase como a acima, ainda haveria outra: “mediante empréstimo bancário”. Se pactuarem com o sistema, meus amigos, da maneira que eles querem, ao menos saibam-no. E uma vez na vida… pensem!

31 comentários:

Anónimo disse...

Ponto 1: concordo contigo (haja ao menos uma vez) na questão do preço, indefinido.
Ponto 2: Mas se formos a pensar nisso, então vamos ter de pensar que vamos continuar com os dentes amarelos e feios porque não temos dinheiro para fazer o tratamento, que não vamos fazer uma qualquer operação porque nos sai muito caro.
Ponto 3: que eu saiba, se os hospitais públicos e maternidades públicas servem para ter filhos, também servem para fazer abortos (o teu filho nasceu num hospital público porque não tinhas dinheiro para um privado ou porque o hospital público até é porreiro? Eu já estive em hospitais privados e fui mal atendida)
Ponto 4: não acredito nessa coisa das filas de espera. Pensar assim é pensar que o número de abortos vai aumentar e que as mulheres em vez de irem aos hospitais para ter filhos, vão lá para tirá-los.
Ponto 5: conheci de muito perto o caso de uma mulher (jovem, na altura) que fez um aborto numa cave de uma ex-enfermeira, e olha que não correu bem e vamos ver se isso não está a ter implicações no presente
Ponto 6: o voto neste referendo nada tem a ver com ideologias políticas. Se a direita defendesse o SIM, eu votaria SIM.
Ponto 7: agora não me lembro de mais nada.

Anónimo disse...

Deixa-me só esclarecer melhor o ponto 2.
A comparação pode parecer estúpida, mas é o mesmo princípio. Se eu tiver uma doença grave, se tiver que fazer uma operação de urgência, eu pago o que tiver de pagar, e sendo no serviço público, não estamos a falar em milhares de contos.
Espera...
E quem não tem dinheiro nem para comer? Ninguém lhes vai exigir que peçam um empréstimo. Não faz sentido nenhum. Isso seria dar cabo, definitiva e irremediavelmente, do nosso sistema de saúde. As listas de espera existem para as operações menos graves.
Claro que podemos equacionar mil e um cenários. Que o aborto vai continuar a ser discriminado, que não vai ser considerado como uma intervenção prioritária, que os médicos se podem recusar a fazê-los (a acontecer, será um ou outro caso pontual. Se os lobbies funcionam para um lado, também funcionam para o outro. Basta o Governo acenar com algum extra).
Só mais uma coisa: em vez do tirá-los, vamos dizer então "vão lá para fazer um aborto".

Anónimo disse...

15 QUESTÕES SOBRE O REFERENDO

1 - QUAL A QUESTÃO QUANDO SE FALA DE DESPENALlZACÃO DO ABORTO ?
Em 1984 legalizou-se o aborto em Portugal, mas os prazos dessa lei foram alargados em 1997. Nesse ano tornou-se legal abortar por razões de saúde da mãe até às 12 semanas ou até aos 9 meses no caso de perigo de morte ou grave lesão para esta, até às 24 semanas (6 meses) no caso de deficiência do feto, até às 16 semanas no caso de violação. O referendo de 2007 propõe que a mulher possa abortar até às 10 semanas nos hospitais e em clínicas privadas, com os serviços pagos pelos nossos impostos, sem ter que dar qualquer razão (por não estar satisfeita com o sexo do bebé, por exemplo), e inclusivamente contra vontade do pai da criança. De facto, trata-se duma legalização e liberalização do aborto.

2 - MAS QUEREM QUE AS MULHERES QUE ABORTAM VÃO PARA A CADEIA ?
Uma mãe apanhada a roubar pão para um filho com fome não vai presa, precisa é de ajuda, e lá por isso ninguém diz que o roubo deve ser legalizado e feito com a ajuda da polícia. É importante que as pessoas saibam que o aborto é um mal e por isso é punível por lei, mas as penas têm um objectivo pedagógico (colaboração com instituições de solidariedade social, por ex.), sendo a possibilidade de prisão, tal como no caso do crime de condução sem carta, considerado um último recurso. Há mais de 30 anos que nenhuma mulher vai para a cadeia por ter abortado e a ida a Tribunal (já muito rara) evita-se sem ter que mudar a lei. O importante é ver quantas vidas uma lei salva...

3 - O BEBÉ TEM ALGUMA PROTECCÃO LEGAL ?
A sociedade deve considerar que todos, e especialmente os mais fracos e desprotegidos, merecem protecção legal; mesmo na lei de 1984 este era o princípio base, no qual se abriam algumas excepções. A liberalização do aborto muda esse princípio base, como se a sociedade portuguesa dissesse que há seres humanos com direitos de vida ou de morte sobre outros seres humanos, admitindo que o mais forte imponha a sua vontade ao mais fraco sem que este tenha quem o defenda.

4 - DIZEM QUE O FETO AINDA NÃO É PESSOA E POR ISSO NÃO TEM DIREITOS…
Dentro da mãe não está com certeza um animal ou uma planta, está um ser humano em crescimento com todas as suas caracteristicas em potência desde o momento da concepção. Dependente da mãe, como estará durante muito tempo depois de nascer - pois se deixarmos um bebé no berço sem o alimentarmos ele morre - dependente como muitos doentes ou idosos. Será que por isso estes também não são pessoas, nem têm direitos? É por serem mais frágeis que os bebés, dentro ou fora do seio materno, os doentes e idosos, precisam mais da protecção legal dada por toda a sociedade.
Em 1857 o Supremo Tribunal dos EUA decretou que os escravos legalmente não eram pessoas e portanto estavam privados de protecção constitucional. Queremos fazer o mesmo aos bebés ainda não nascidos?

5 - E OS PROBLEMAS DA MULHER ?...
A suposta solução dos problemas dum ser humano não pode passar pela morte doutro ser humano. Esse é o erro que está na base de todas as guerras e de toda a violência. A mulher em dificuldade precisa de ajuda positiva para a sua situação. A morte do seu filho será um trauma físico e psicológico que em nada resolve os seus problemas de pobreza, desemprego, falta de informação. Para além disso, a proibição protege a mulher que muitas vezes é fortemente pressionada a abortar contra vontade pelo pai da criança e outros familiares, a quem pode responder que recusa fazer algo proibido por lei. Nos estudos que existem, referentes aos países onde o aborto é legal, mais de metade das mulheres que abortaram afirmam que o fizeram obrigadas.

6 - MAS A MULHER NÃO TEM O DIREITO DE USAR LIVREMENTE O SEU CORPO ?
A mulher tem o direito de usar o seu corpo, mas não de dispor do corpo de outro. O bebé não é um apêndice que se quer tirar, é um ser humano único e irrepetível, diferente da mãe e do pai, cujo coração já bate aos 18 dias, com actividade cerebral visível num electroencefalograma desde as 6 semanas, com as características físicas e muitas da personalidade futura presentes desde o momento da concepção.

7 - E QUANTO À QUESTÃO DA SAÚDE DA MULHER QUE ABORTA ?
Legal ou ilegal, o aborto representa sempre um risco e um traumatismo físico e psicológico para a mulher. Muitas vezes o aborto é-lhe apresentado como a solução dos seus problemas, e só tarde demais ela vem a descobrir o erro dessa opção. O aborto por sucção ou operação em clínicas e hospitais legais, pode provocar cancro de mama, esterilidade, tendência para aborto espontâneo, infecções que podem levar à histerectomia, depressões e até suicídios. O aborto químico (comprimidos), cujos efeitos sobre a mulher são em grande parte desconhecidos, quadruplica o risco da mulher vir a fazer um aborto cirúrgico. O trauma pós-aborto deixa múltiplas sequelas psicológicas durante anos.

8 - E QUANDO A MULHER NÃO TEM CONDIÇÕES ECONÓMICAS PARA CRIAR UM FILHO ?
Quem somos nós para decidir quem deve viver ou morrer? Para decidir quem será ou não feliz por causa das condições no momento do nascimento? O destino de cada um é uma surpresa, basta ver quantas estrelas milionárias do futebol vieram de bairros de lata. Deviam ter sido abortadas? Uma mãe com dificuldades precisa de ajuda para criar os seus filhos, abortar mantê-la-á na pobreza e na ignorância, o que só leva ao aborto repetido.

9 - MAS TEM QUE SE ACABAR COM O ABORTO CLANDESTINO...
, E verdade, temos mesmo é que acabar com o aborto, que ninguém pense que precisa dele, mas a despenalização não ajuda em nada à sua abolição. Em todos os países, após a despenalização aumentou muito o aborto legal (segundo a Eurostat, no Reino Unido 733%, por ex.), mas não diminuiu o aborto clandestino, pois a lei não combate as suas causas (quem quer esconder a sua gravidez não a quer revelar no hospital, por exemplo). E após os prazos legais regressa tudo à clandestinidade. A diminuição do aborto passa por medidas reais e positivas de combate às suas causas, e não há melhor forma de ajudar os governos a demitirem-se destas prioridades do que despenalizar o aborto. O que importa é ajudar a ver as situações pelo lado positivo e da solidariedade, e não deixar que muitas mulheres se vejam desesperadamente sós em momentos extremamente difíceis das suas vidas. É preciso que elas saibam que há sempre uma saída que não passa pela morte de ninguém, e que há muitas instituições e pessoas de braços abertos para as ajudarem, como as muitas dezenas delas que têm vindo a ser criadas ao longo do país e com o apoio dos vários movimentos “pela vida”.

10 –A DESPENALlZACÃO SERIA SÓ PARA AS MULHERES ?
Não. A despenalização abrange todos: médicos, pessoas com fortes interesses económicos nesta prática, pessoas que induzem ao aborto Pessoas que na lei de 1984/97 tinham penas muito mais pesadas que a
própria mulher. As leis pró-aborto abrem as portas ao grande negócio das Clínicas Privadas Abortivas e aos acordos para o Estado pagar esses serviços, enquanto os verdadeiros doentes esperam anos para serem atendidos sem terem direito a essas regalias.

11 - MAS A DESPENALlZACÃO NÃO OBRIGA NINGUÉM A ABORTAR...
Está provado que a despenalização torna o aborto mais aceitável na mentalidade geral, e por isso mesmo leva na prática ao aumento do número de abortos. A lei não só reflecte as convicções duma sociedade como também forma essa mesma sociedade. O que é legal passa subtilmente a ser considerado legítimo, quando são duas coisas muito diferentes.

12 - PORQUE SE PROPÕEM PRAZOS PARA O ABORTO LEGAL ?
Não há nenhuma razão científica, ética, ou mesmo lógica para qualquer prazo. Ou o bebé é um ser humano e tem sempre direito à vida, ou é considerado uma coisa que faz parte do corpo da mãe e sobre o qual esta tem sempre todos os direitos de propriedade. Os próprios defensores da despenalização sabem que o aborto em si mesmo é um mal e que a lei tem uma função dissuasora necessária, por isso mesmo não pedem a despenalização até aos nove meses. No entanto, é de perguntar porque é que até às 10 semanas mulheres e médicos não fazem mal nenhum, e às 10 semanas e um dia passam a ser todos criminosos.

13 - SEGUNDO A LEI O PAI DA CRIANÇA TEM ALGUM DIREITO OU DEVER NESTA DECISÃO ?
Não, o homem fica sem nenhuma responsabilidade, e também sem nenhum direito. A mulher pode abortar o filho dum homem contra a vontade dele. Quando a mulher decide ter a criança a lei exige que o pai, mesmo contra vontade, lhe dê o nome, pensão de alimentos e até acompanhamento pessoal, mas se decide não o ter o pai não pode impedir o aborto - fica excluído na decisão de vida ou de morte do seu próprio filho.

14 - O ABORTO É UM PROBLEMA RELIGIOSO, OU ABRANGE OS DIREITOS DO HOMEM ?
O aborto ataca os Direitos do Homem. O direito à Vida é a base de todos os outros. O direito de opção, o direito ao uso livre do corpo, o direito de expressão... todos os direitos de que usufruímos, só os temos porque estamos vivos, porque nos permitiram e permitem viver. Ao tirarmos a vida às nossas crianças estamos também a roubar-lhes todos os outros direitos. A Declaração dos Direitos do Homem explicita que estes são universais, ou seja, são para todos. Porque é que alguns bebés, só porque não são planeados, devem ser excluídos dos direitos de toda a humanidade?

15 - SER CONTRA A DESPENALlZACÃO NÃO É SER INTOLERANTE E RADICAL ?
Não, o aborto é que é totalmente intolerante e radical para com a criança, porque a destrói; não lhe dá quaisquer direitos, não lhe dá opção nenhuma. O "Sim" ao aborto tem em conta a posição dum só dos intervenientes, a mulher, pensando erradamente que a ajuda. O "Não" ao aborto obriga-nos a todos, individualmente e como sociedade, a ter em consideração os dois intervenientes. Ao bebé temos de proteger e de permitir viver. À mãe temos de ajudar para que possa criar o seu filho com amor e condições dignas ou para que o possa entregar a quem o faça por ela, através de adopção.

Anónimo disse...

Não, Anónimo. Isto tudo que expõe é que está em questão para quem defende o Não. Quem defende o Sim também julga ser igualmente pragmático nas suas razões. Assim:

Resposta à 1 - Se pretende ser verdadeiramente objectivo, informe-se para além da lei e tente saber se algum médico consegue saber o sexo do bebé até às dez semanas. Tem de tentar obter outra argumentação que não a "as mulheres vão abortar só por não estarem contentes com o sexo do bebé".

R. 2 - Não vamos ser demagógicos, sim? Lá está, é necessário algum pragmatismo nesta questão. E de certeza que não vai ser com essa da mãe roubar para dar pão a um filho.

R. 3 - O facto do bebé ter direito à vida é precisamente um dos pontos a ter em mente. Um país terceiro mundista não é aquele que permite o aborto. É aquele que, por não permitir o aborto a preços
ao alcance dos mais necessitados vai, nove meses depois, encontrá-los em contentores do lixo. Aí sim, a criança sente frio, dor e fome. Às dez semanas não se consegue provar.

R. 4 - Este é um assunto inconclusivo. Vai-se estar a vida toda a tentar concluir se o feto sente ou não sente dor às 10 semanas. Essa dos EUA e dos escravos era, mais uma vez, desnecessária. Um escravo já nasceu há muito tempo e é, obviamente, um ser humano. O meu filho, no entanto, vivo e de perfeita saúde (nasceu porque tínhamos condições de lhe conceder uma vida decente), era um girino às 10 semanas. Eu vi-o na ecografia. Quando eu era miúdo, apanhava girinos e esperava mais umas semanas para vê-los transformarem-se em rãs. Acabavam por morrer sem ingredientes. Nunca fui preso. Esta também é infeliz? Também tenho direito.

R. 5 - Ninguém aborta por desporto. É um choque e tem repercussões na saúde. Uma criança que nasce para uma vida sem condições, contudo, causa muito mais traumas e a mais pessoas. Uma deficiência no feto autoriza, moral e legalmente, um aborto. Então, segundo a Declaração Universal dos Direitos do Homem, uma vida sem dignidade autoriza moralmente um aborto. Só falta o legalmente.

R. 6 - Voltamos à questão que será, para sempre, discutível.

R. 7 - Já respondi duas atrás.

R. 8 - Não somos nós quem decide quem deve morrer ou viver. Uma vez nascidos, é esta sociedade que importámos que decide quem deve ter ou não ter condições. Nós próprios, aceitamos que uma miúda de 12 anos com um filho seja a nossa mulher-a-dias. Um administrador de um banco nunca vai aceitar que ela seja caixa. O mesmo se passa com uma seguradora ou com qualquer outra função bem remunerada. Resta-lhe a caixa do supermercado e muitas vezes a prostituição, se quiser eu também roçar a demagogia. Porquê? Porque ter sido mãe tão jovem não lhe permitiu seguir estudos porque ter um filho custa muito dinheiro e há que trabalhar. Não reconhecer nada do acima mencionado é ser mais que ideologista, hipócrita!

R. 9 - Esta é gira. Demonstra que não percebeu o meu poste e toca de descarregar um panfleto do Não. Eu nunca disse que era do Sim. Disse apenas que o seria se não existisse a última frase da pergunta do referendo. E assim, respondo ao que expõe na 9, não? Não votarei porque o aborto ilegal continuará a existir. Porque não houve frontalidade legal ao não temer a Burguesia Urbana e omitir o "estabelecimento legal". São muitos anos de catolicismo muito pouco Cristão!

R. 10 - Claro! Ao cobrar 500 Euros por um aborto não há absolutamente interesse económico nenhum, pois não? Eu próprio cobro 500 Euros por 10 mil caracteres porque gosto do que faço. Se tivesse de escrever de castigo pedia 1.500, pode crer! Muitas das abortadeiras ilegais, pode estar certo disto, fazem abortos para ganhar a vida mas sempre conscientes de que estão a prestar um serviço social. É o que falta às instâncias mais altas deste nosso país. Conhece algum deputado cuja janela do seu apartamento tenha vista para um bairro de lata? Longe da vista, longe do coração!

R. 11 - Está provado por quem?

R. 12 - Um prazo é precisamente um limite legal. Assim, está salvaguardada a "descontracção" com que as mulheres fariam um aborto às 11, 16, 25 semanas ou mesmo 9 meses, que é o que se passa quando se encontra uma criança, ainda com o cordão umbilical, em caixotes do lixo!

R. 13 - Também conheço muitos casos em que um homem não queria que ela engravidasse mas ela foi avante com a coisa. Aliás, penso que existam muitos casos destes. Mas não me parece que a solidez das relações entre cônjuges seja para aqui chamada.

R. 14 - O Caríssimo anónimo está a interpretar a Decl. Univ. dos Direitos do Homem à sua maneira. Mas esse documento, desculpe informá-lo, não é a Bíblia. Essa sim, é susceptível de várias interpretações. Daí sermos este triste país católico. Sabe porque é que eu concordo com o aborto até às 10 semanas? Porque, nove meses depois, provadas que estão as condições de vida precárias do recém-nascido, aposto um jantar no Tavares Rico em como o Papa não vai vender uma pedra do ceptro para ajudá-lo. Triste, não é?

R. 15 - Oiça: Não acho que ser do Não seja radicalismo. Acho apenas que argumentação usada é dogmática e muito pouco objectiva. Admito, com a mesma descontracção, que os partidários do Não considerem os partidários do Sim uns radicais e doentes. Porque isso fará dos do Não, obviamente, radicais.

P.S. - Agradeço que tenha respondido desta forma, extensa e sincera. Expôs as suas razões. Não concordo com elas. Mas são sempre razões. Considro-as e, mais uma vez, agradeço.

lidia disse...

Já escrevias outro post...

Anónimo disse...

diaz, não quero desiludir-te, mas o sr. anónimo não escreveu isto especialmente para ti...

Anónimo disse...

Acho que ninguém se importa se vais votar ou não... Ainda que eu considere essa atitude muito má da tua parte!

Anónimo disse...

Em debate tão elucidativo, eu gostava que tantos os fundamentalistas e radicais como os moderados me expliquem se votar pode ser simultaneamente um dever e um direito como apregoa a Comissão Nacional de Eleições.

Jornalário disse...

ha ha ha ha ha ha! (não concordo, obviamente, com o LOL porque para isso diria RBD)

Leonor disse...

Não quero prolongar um debate que se prende com a consciência de cada um. Só gostaria que votasses e, numa de "faz-me a vontade", continuar o mimo e criancice, dizendo "vota sim". E ama o Gabriel, sempre, e muito, o melhor que puderes; isso é a verdadeira caridade. Isso é o único valor. Como Santo Agostinho dizia/escrevia: "Ama e faz o que quiseres!"
Beijos grandes, amigo!

Anónimo disse...

Caro Mariachi,

Ao não ires votar, estás a dar indirectamente o teu voto ao não.

É SÓ a única implicação...

Entretanto com esta tua potencial atitude contribuirás imenso para a mudança nos estabelecimentos do estado...

No presente para mudar minimamente as coisas, ou vais votar ou então é muito simples, tornas-te em homem bomba e vais até à assembleia da república!

Continua a Filosofar, acho bem! É um óptimo Sinal e é importante para todos.

Se não fores votar...ao menos aproveita e vai curtir o Fds para o Algarve!

Toni Rebel

Anónimo disse...

Uma pergunta: e os teus pânzios?

Anónimo disse...

Bom dia, Xô Toni Rebelde!

Em primeiro lugar, muito obrigado pela sua visita.

Em segundo, gosto desse teu lado sonhador...
...Mas essa cena pega é com as gajas!

Este mundo não se divide entre:
1 - ir votar/rebentares com bombas

2 - Fazer a revolução/seres um maricas acomodado

3 - Surf/Bodyboard

4 - Gajas de mamas grandes/gajas sem mamas

Podes não ter inclinação para terrorista e teres noção que te enrabam. Ao tê-la, sabê-lo apenas e não agires em conformidade. Mas sabê-lo. Isto é o mais importante!

Podes optar por, como mero exemplo, chocar moralmente, ver a maneira idiota, dogmática e borreguística como as pessoas dizem: se não votas, não tens direito a falar. Continuares a fumar o teu cigarro tranquilamente, num sítio público fechado, com crianças e grávidas e idosos e responder apenas: "Desconto 34% para a Segurança Social que nem sei se daqui a dez anos ainda existirá e mais 20% de iva por mês. Pago 16% de iva em tudo o que compro e 5% para comer pão e leite... não posso falar é o CARALHO!"

Eu não posso fazer nada sozinho. E se o Não ganhar... qual é o problema? Vão continuar a fazer abortos ilegais? E se ganhar o Sim? Não vão?

E eu sozinho, ou eu e tu, ao votar Sim, estamos a contribuir para alguma coisa? Se eu e tu e a Five Stars e o Nenuco e a Bambi e o Palmêra tivéssemos ligado 30 vezes cada para Os Maiores Portugueses de Sempre teríamos evitado que o Salazar estivesse em primeiro lugar?

Acorda, Man!

Tu és um gajo inteligente, que eu sei, logo, só te falta Um Bocadinho Assim para perceberes que não vais conseguir mudar nada pela maneira que eles te dizem ser possível, ainda para mais sabendo que Eles que o dizem são os principais interessados em que as coisas não mudem. Nesse dia, tu vais escolher a tua própria arma.

Nem que depois leves com trinta marmanjos a chatearem-te a cabeça. Como aqueles que só comentam no teu blogue quando discordam...
Pa concordar já não meto aqui os butes!

Vou-te boicotar a viagem às Sulawesi!

lidia disse...

Chiça...
Vocês assim ficam com cabelos brancos num instante...

Anónimo disse...

Mari-achim-não...

Obrigado por me esclareceres aquilo em que se divide o mundo... no entanto...o mundo para mim não se divide...é um todo...a soma das partes e tudo tem o seu lugar(ou quase tudo...), ou então não era tão particular como o conhecemos...
O Voto não é para ter influência na tua vida... tu que és um gajo esclarecido e sabes bem o que fazer e como agir, no entanto há tanta malta que ainda é mais naif do que eu e, nestas coisas sem perceberem até lhes pode dar um certo jeito o Sim ganhar, mesmo que de seguida vão votar no Salazar para figura do século...

Por votares não perdes a tua identidade...ou agora só fazes o que te apetece/acreditas na vida???
não me parece que assim o seja...é a visão utópica da coisa...na merda de sociedade que vives, tens 2 opções:

A) Vais pelo - menos mal

ou

B) Tornas-te um marginal (e fazes aquilo e só apenas em que acreditas).
Quanto ás visitas, posso aparecer/comentar quando me apetece? ou quando estou para aí virado ou tenho de corresponder a alguma expectativa para ser aceite?

E bom , bom eram as ilhas Mentawaii...agora a ver vamos o que dá...

P.S. - Os Saloios são de Sintra, Rio de Mouro é uma cena Sub-urbana onde passa um rio que passa pelo Monsanto e desagua no Tejo...giro Hein??

Praia Grande- é a 2ª melhor do Mundo, a 1ª é a Praia Pequena!!! Pergunta aí á malta Blue que eles Sabem...;))

Abraço,

Toni Rebel

Anónimo disse...

Saíste-me cá um Rastafari da tanga, tu...

E ai de ti que não cá venhas...

...saco-te o baço à sacholada... aí com uma sachola das tuas.

Anónimo disse...

Pede ao Pantunes as filmagens das ondas que ele sacou (sempre em drop-knee, ó caneco, o puto deve ter os joelhos piores que as kengas de Fortaleza) na Preia Mar da Praia do Norte, ao lado do Barbas! E mexido cumó caneco!

Anónimo disse...

diaz, para a próxima que me citares, fora do contexto, para classificares visões simplistas (básicas, mesmo) da realidade, vou ter que te mandar para o caralho

Anónimo disse...

Atão? Afinal, quem é que tá maluco aqui?

Olha, manda...

Anónimo disse...

vê lá, vê lá, se apareces algemado e pontapeado...

lidia disse...

Sem me querer meter, porque não sou pessoa para isso, ó bambi o miúdo está mesmo a pedi-las...

Anónimo disse...

lol. ajudas-me lidia?

lidia disse...

Claro!
Tenho ganda plano...

lidia disse...

(conheço um pessoal da prisão...)

Anónimo disse...

Foénix...
...só me dou é com pessoas violentas e com amizades na prisão...

Tá bonito isto!

Pronto... dêm-me-zia-las!

Anónimo disse...

ouvi dizer que hoje à noite vai haver banhada

El Mariachi disse...

E então?

O que ouviste dizer depois?

Anónimo disse...

que levaste um amigo porque tinhas medo de jantar só com gajas

Anónimo disse...

nao consigo por o nome, mas sou a bambe

El Mariachi disse...

Miaúfinhas...

Anónimo disse...

Fizeste bem em ter levado companhia. Estavas com um ar bastante mais confiante, sem medos ou inseguranças...

Já agora, que idade é que tens?