quarta-feira, novembro 12, 2008

Estava com algum receio de ser obrigado a escrever este post...

...mas tem de ser!
Não que não tenha tido, ontem, A noite.
Não que não me continuem a encher as medidas até à beira do transbordamento.
Não que não ocorra, ainda, o arrepio e aquele nó na garganta que, a ser contrariado, dói.
Não que não os identifique com um grito reivindicativo de coisas que cá sei.
É isso que são, ainda, para mim, os Sigur Rós.
Mas tenho a tara da música ferida de minimalismo.
E é ela que me sufoca quando, assistindo a um concerto tão perfeito como o de ontem, ainda me dá saudades de quando os meninos apostavam menos em parafernália e mais em substância. Quando a tarola e o bombo de chão estavam mais altos que tudo o resto, quando, à impossibilidade de terem secção de cordas ou metais na digressão, não os incluíam nos álbuns, quando as pessoas não gostavam de Sigur Rós e não atiravam gorros para o palco nem gritavam we looooove you! Quando eles eram putos, islandeses MESMO, comendo tubarão podre, trazendo na sonoridade toda a vaga esperança que há na desolação de uma terra onde não há árvores.
Tenho saudades de ver um concerto simples.
Que traga, nessa simplicidade, toda a grandeza da Música quando é um acto Maior!

14 comentários:

1entre1000's disse...

oh pa... ja sei que escreves com mais conhecimento de causa, e detesto opinar do que não sei porque (infelizmente) não vi, mas gostava e pelas descrições das pessoas de quem dou nota ao que descrevem e paro para ouvir, lamento que tenha saboreado, desta forma TARDE! Mas ainda assim a humildade deles SUPERA toda e qualquer produção e remete-nos (a minha pelo menos) a uma simplicidade pura que me esquartejou no bom sentido!
Felicidade tb é aquilo!

Zorze Zorzinelis disse...

Bem, no Lidl estão uns cutelos para esquartejamento brutais!!!

Espalha Brasas disse...

Percebo o que dizes, Diaz, mas... eu acho que isso faz parte do crescimento da banda, e que não compromete o prazer com que aqueles gajos tocam. Não acho que se tenham tornado numa banda de massas, ainda. Haviam, sim, algumas pessoas que estavam lá por estar, com ânsias de aplaudir quando aquilo ainda ia a meio. Não conhecem, né?
Quantas vezes voltaram eles ao palco para agradecer? Eu tive vontade de os abraçar e levar para casa.

Zorze Zorzinelis disse...

Dá para levar músicos para casa? Olhe, queria a Joan com uma fita rosa!

1entre1000's disse...

(ainda que não interesse a ninguem tenho que dizer isto de mim para quem quiser ler) ainda que ao vivo SÓ tenha saboreado agora acompanho-os since de begining... quase que me parece q assisti ao parto da cachopa ok? a todos o meu obrigada...

Zorze Zorzinelis disse...

da Vitória?

1entre1000's disse...

zorze: essa MESMA

El Mariachi disse...

Convido-vos a reler o post, principalmente o parágrafo 2, 3, 4, 5 e 6.

Anónimo disse...

LOL, é bom saber que tás fixe Mariachi.

Abraço

Tóne

Master Of The Wind disse...

Puto eles comiam tubarão podre? De facto a vida de músico é mesmo uma merda. E ainda por cima sem árvores, a nutrição também não devia abundar de frutas. Mas ainda tinham sorte pois deviam ter animais para aproveitar as peles para a tarola e o bombo. Puto se queres ver um concerto simples, aconselho-te os "ocupas" na rua do Ouro a tocar jambé. Diz que é demais!

Master Of The Wind disse...

Acho que eles também comem merdas podres e na rua do Ouro também não há árvores. Mas melhor ainda... acho (mas não tenho a certeza) que eles também têm por vezes para além do jambé, um berimbau, dois pandeiros e um reco-reco.

Anónimo disse...

Amigo Maricahi, é um processo natural quando a música é um modo de vida...
Estive para ir também ao campo pequeno, mas as "unhas" acabam sempre por falar mais alto ;-)
Freaky

Zorze Zorzinelis disse...

Foda-se ó Diaz, se não é dos ossos é das espinhas, cum caralho pá!!!

El Mariachi disse...

RBD