terça-feira, julho 12, 2005

Deixemo-nos, de uma vez por todas, de merdas!

Que país nado com um filho a dar porrada na mãe já sabemos, já enjoa e deixou de servir de desculpa, esconderijo seguro e cómodo enquanto as bombas caem: é a corrupção que já deixou de ser camuflada, são os grandes que passam incólumes, é o Alberto João que tarda em apanhar com um balázio na têmpora, são os pedófilos que enrabam putos que gostam mas agora querem os juros dos cinco contos, são os políticos, todos eles potenciais Josés Eduardos dos Santos chafurdando em notas de mil nas pocilgas de suas vidas, enterrados em merda que fizeram toda a vida mas não cheira porque o dinheiro tudo pode, é a impossibilidade de se ser rico sem antes foder a vida de todos os que se cruzam na vida laboral.
Não há na Europa país mais africano que Portugal. Tudo aqui se passa como em Angola e Moçambique. Não é vergonha para ninguém. Apenas é! Para quem acha que colonizámos violentamente, declaro aqui que estão tão errados quão reais estão à vista as provas de que assimilámos mais do que aculturámos. E não estou a falar das malaguetas, da batata, da canela e do açúcar, do comer frango com as mãos ou mijar em tudo o que é canto. Estou a falar da doce dolência sulista, desta falta de vontade de trabalhar, deste "safa-te como puderes", da opção pela via mais fácil. Quem quiser armar-se em Europeu, faça-o. Respeitemos opções. Quem amar verdadeiramente este país, porém, andará sempre a enganar-se a si próprio enquanto não perceber que Portugal é preto. O Brasil também! E é por isso que somos irmãos, não porque o disseram políticos!

11 comentários:

Zorze Zorzinelis disse...

Podes chamar-me preto e irmão do africano; agora não me chames irmão do brasileiro, por favor! Faz esse favor à malta! De resto, o texto é absolutamente brilhante!

Anónimo disse...

A foto é do melhor.Viva o Tutti-Fruti! Já viste o catálogo oficial das cores: hà referência a cores que nem te passam pela cabeça: Conheces o "amarelo-mostarda- apodrecida-no-gargalo-do-frasco-da-mesa-3-da-Tasca-do-Zé-Tintol?"
Tem dias em que acordo a sentir-me dessa cor.
Texto muito bom!

Anónimo disse...

Sim, sim, irmão do preto ainda vá que não vá, agora, do brasileiro dói um bocado. É que nem mano mais novo é bom. De resto, grande orgasmo literário. 1000 ETAR'S juntas não davam para limpar a merda acumulada em 700 anos de história, grande parte dela imunda. Ao contrário dos espanhóis e ingleses (como dói dizer isto), nós não só roubámos o que era bom como também importámos as piores influências. Nhêda-se.

El Mariachi disse...

xostrinha...
...má interpretação da história!
Stay tuned for the next post!

Anónimo disse...

Má interpretação da História? A nossa História é tão rica que permite várias interpretações. E para além da que escrevi dou-te outra: Até somos capazes de ser dos povos que retirou mais ensinamentos do Mundo que descobrimos, só que não os quisémos aproveitar e fechámo-los na gaveta. O resultado, esse, está à vista. Claro que o orgulho de ser português é intocável mas temos que admitir que falhámos em muita coisa. Só não rebentam cá bombas, e por enquanto. De resto, não só fomos maus colonizadores como estamos a ser colonizados da pior forma possível. E as nossas raízes continuam a ser queimadas, não obstante a luta que poucos fazem para as manter vivas. pode soar-te um pouco redundante este texto mas o que sinto pelo país que temos hoje é repulsa. Só para exemplificar o meu descontentamento atenta nisto. Fui ao cinema e jantei cachorro. sabes quanto paguei para ver um mau filme com direito a bucha? 27 euros meu caro. Ainda que fossem duas pessoas. A machadada final. Foi no el corte ingles. Podes fustigar-me que eu deixo

El Mariachi disse...

Ah bom...

Anónimo disse...

Já o fustigaste mariachi?
Oh Xostrinha, se mal pergunto, qual era o filme? E o cachorro tinha acompanhamento?. É que a palavra repulsa pelo país sobressaltou-me o coração. Menino feio! Isso não se diz! E muito menos escreve. Podias muito bem ter ido ao Beloura já aqui ao lado, - estacionamento ao ar livre, salas de cinema do melhor, vazias e muito espaçosas, onde até dá para namorar, ias daqui já aviado com uma sandocha da máquina e um iogurtinho (coisa para 2 euritos por pessoa). Bebias lá o café e ias para casa bem disposto. Hoje de manhã o teu orgulho nacional estaria mais exacerbado. Tenta não dizer mal de nós, que isso agride-me. Olha bem para a riqueza deste país: o mariachi, a margem-sulenha, o formicidae, o Zorze e tu próprio. Queres melhor, meu amigo?

Anónimo disse...

Este desabafo é mais ou menos como dizeres a alguém que gostas "já não te posso ouvir" mas isso não quer dizer que tudo acabe em separação. É a chamada incontinência verbal. Já passou. O filme... tenho vergonha de dizer.... A Guerra dos Mundos. Já disse. Isso do Beloura deixou-me com a pulga atrás da orelha. Para quando um cinema onde as pessoas se podem deliciar com sacos de caracóis e cerveja em vários tamanhos? E a bela da ameijoa? E Sardanisca, depois de veres um filme em que a mãe de todas as guerras se passa numa cave manhosa de uma qualquer quinta americana, quero ver qual é a tua reacção. A salsicha era acompanhada por milho transgénico e batata palito.

Anónimo disse...

Pois nesse caso estás perdoado. Principalmente por causa do milho transgénico, que deixa qualquer um com incontinência verbal.
Olha que essa das caracoladas com cerveja no cinema não está nada mal pensado. Regista a ideia, JÀ!, que nunca se sabe.

El Mariachi disse...

o pior dos caracóis é que, caso as mãos não sejam lavadas nos cinco minutos seguintes ao fim da degustação, ficam a cheirar a sarócas mal lavadas. No próximo fim de semana, depois da bela praínha, peçam um pirezito e pensem nisto!
De qualquer forma, foi um bonito diálogo... continuem, pf!

xostrinha disse...

Bom, teriamos que copiar o KFC e oferecer a bela toalhita humedecida para limpar a beiçola e o dedungo no fim. Aqui está a fórmula completa para servir caracóis no cinema.