Deparei-me, em primeiro lugar, com falta de estacionamento, o que é estranho. Normalmente, os Bósnios (gente que envenena a Margem Sul com maledicência que inclui, sempre, argumentação relacionada com o Inferno da Ponte, mas que são os primeiros a entupi-la ao primeiro raio de sol) invadem a Caparica e não aquela zona...
E, meio feliz com isso, deixei nas visitas aos enfermos quem de direito e segui para a Praça S. João Baptista, nessa Almada Pedonal feita de esplanadas e relva e velhinhos e pombos, pois diz que Mariachito adora correr atrás de ratos com asas desde que consegue dar dois passos... desconfio que ainda hoje acha que os consegue agarrar...
Para lá chegar, deparei-me com visões tão estranhas como:
Helicóptero a descrever círculos ininterruptos sobre a cidade.
Rulótes de farturas e churros e tudo o que se possa comer com farinha, óleo, açúcar e canela.
Polícia demais, o que quer sempre dizer que estava em falta noutro lugar qualquer.
Taxis e taxis e mais taxis com velhos e velhos e mais velhos, o aroma a naftalina a escapar-se das janelas abertas.
Mas, como não tenho TVI em casa, não estava MESMO a perceber o que se passava...
... até que vi um senhor com um cachecol daqueles do futebol mas cujas cores eu não estava a conseguir relacionar com nenhum clube. Ainda pensei que estivesse a decorrer um jogo entre o Cova da Piedade e o Trafaria, mas não... um pouco mais perto consegui ler, no tecido, a inscrição Cristo Rei 50 Anos... e fez-se luz! Tanta alegria, meu dEUS!!!
Tão beatos e gratos e católicos que somos!
Tão pequeniiiiiiinos!
Eu encontro-me em condições de explicar a coisa. Não mamo dos noticiários actuais e só sei de História. Logo, vejo-me obrigado a dar conta das verdadeiras razões que levaram à estátua, para além da óbvia tentativa de querer igualar, em aparência, Lisboa ao Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa que era toda oportunidade no pós-guerra, a beber dinheiro dos Estêites como só um carro feito em Detroit conseguria fazer com gasolina. Pagam, ainda hoje, e de que maneira, o preço. Nós também. Uma elevada maquia por um produto diverso.
Gratos por não termos entrado na 2.ª Grande Guerra, os fiéis juntaram, durante uma década, dinheiro suficiente para erguer A Coisa, ainda que fossem tempos de fominha extrema. Curiosamente, os países beligerantes já estavam, nessa altura, em plena recuperação, graças às indemnizações que a Alemanha se viu forçada a pagar, ao abrigo do Plano Marshall. Ainda assim, os germânicos já haviam erguido Berlim dos escombros e pouco mais foi o tempo que demorou para provar que, derrotados mas bons, toma lá Mercedes, BMW, Opel, Audi, VW, Siemens, Telefunken, emprego com fartura e tudo e tudo e tudo.
Nós, cornos-mansos como sempre, tínhamos um boi à dianteira, com várias juntas de outros bois logo atrás. A pior delas todas, a Igreja.
Esse grande Barrosão Salazar forneceu volfrâmio para as armas alemãs, ordenou um esforço adicional aos trabalhadores das conserveiras algarvias para que os enlatados chegassem às várias frentes nazis sob a forma de ração de combate e guardou, a sete chaves e ignorância do povo, o ouro que eram dentinhos judeus fundidos em barra. Como se toda esta história não fosse, por si só, uma sonsice pegada, o Toiro de Lide (mas que ninguém lidou) Salazar abrigou inúmeras fragatas inglesas na segurança da barra do Tejo. Felação a Hitler aqui, lambidela de cu aos Aliados ali, Salazar conseguiu que não entrássemos, de forma explícita, no conflito, garantindo um século de empobrecimento, analfabetismo, obediência cega e outras características que pudessem transformar um povo que sempre foi Grandioso e Maior, num rebanho de carneiros cegos, embrutecidos, uma vergonha para os antepassados.
Levaremos muito tempo para recuperar de tudo o que aquela estátua VERDADEIRAMENTE representa...
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4 comentários:
qualquer coisa como... cinco estrelas.
não só muito pertinente, como bem situado históricamente, mordaz, irónico, divertido e triste.
muito triste.
muito divertido.
rosa said it all...
Mas afinal o holocausto aconteceu??
O Salazar que não devia ter nascido...mas nasceu...devia ter tomado só um partido na guerra (e não dois)???
Quanto á igreja (como agnóstico), não tenho dúvidas , que sempre ajudou muita população (aquele povo que praticamente não tem nada, senão a fé que os impele a acreditar num futuro melhor).
Não está nada isenta de culpas, nem ng,nem eu... tem trabalho realizado, muito importante...não é desinteressado, afirmo. Acho porém que , se perguntarmos a quem beneficia das suas ajudas no dia-a-dia (pão pá boca), está agradecido e sempre é melhor que não fazer absolutamente nada.
É perguntar directamente ao povão, para perceber(é que nem todos, infelizmente, pensam pelas suas cabeças)
Tóne
[desde a bancada central]
(saia rodada, super mini, azul forte e dourada! top azul, curto, justo...
ponpons com papelotes azuis e dourados)
cabelo preso em rabo de cavalo, agitar de braços em movimentos coreografados...
Give US a "T"
give US a "Ó"
give US a "N"
give US a "E"
mr. T - Ó - N - E is back!
rodopiar de ponpons, saltos sobre a mini saia...
PALMAS!
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