Pois que só faltava mesmo eu.
A crise, essa mafarrica!
Mas só curarei em relação à que atingiu o sector onde trabalho.
Dos outros nada sei.
Nem deste, afinal.
Guardo, dos meus primeiros tempos por aqui, uma frase que repito
ad aeternum...
... quando os
designers começam a gritar
Estas fotos estão uma merda ou
Faz-me aqui uma legenda ou
Pedi 12 mil caracteres e tu mandas-me 17 mil? Agora cortas que te foxtrotas, limito-me a erguer a cabeça, fazer aquele ar de Gato das Botas no
Shrek e dizer, com a maior calma do mundo
Ó amigos... chatearmo-nos para quê? Isto é só revistas!!! Na maior parte das vezes, resulta.
Outras não.
Como a publicidade.
Temos que a crise que se instalou nas revistas, que fecham uma atrás de outra (a última foi a Com Out, na qual assinava, de sorriso na cara, um artigo de música), se deve à crise na publicidade.
Os grandes anunciantes tiveram, este ano, um rombo no orçamento tal que cortaram para mais de metade as
pubs em papel e televisão.
Ora, se por um lado já não esperamos 30 minutos pela próxima parte de um filme na TVI, por outro lado andam pessoas a ser despedidas.
Falamos de gente.
Dois olhos, uma boca, um cérebro, algumas com outros olhos, boca e cérebros delas dependentes, outras com barriguinhas bonitas e cabelos que, enfim, ficam sempre bem numa redacção, para não falar de outros lados.
Outra GRANDE prova de provincianismo.
Diz que agora é a
net.
Agora.
Agora, que nos países mais desenvolvidos já perceberam que não.
Que o uso recreativo da
internet é mínimo.
Porque, em economias onde TODA a gente trabalha TODO O DIA com computadores, ninguém chega a casa e pousa o
laptop no
top do
lap e anda por ali a ver não sei o quê.
Ou é o
site do banco, ou o
jumbo online ou, então, é caminha ou copos.
O HI5 é Brasil, Portugal, Ucrânia e comunidade lésbica à escala global, com as inevitáveis rémoras (machos, com foto no
profile de óculos escuros) sempre a tentarem colar-se à alheta, esperando fazer com que uma ou duas delas (bonitas, de preferência) deixem de bater pratos e passem a empacotar alheiras à ganância.
Temos, então, que as publicações que não percam a sua edição impressa não só serão, no futuro, as que sobrevirão (obviamente), como também passarão a ser icónicas.
Não vale a pena tentar reacender a chama voltando às bancas depois de um período em que traíram a confiança de fiéis leitores, por muito poucos que restem.
Nessa altura, esses já a terão encornado com outra do género que teve, basta, a coragem e a auto-confiança, bradando, alto e bom som
Estamos aqui porque sem nós o mundo era pior.
Isto não quer dizer que não tenham, à mesma, a sua edição
online.
Tem é que ser muito, mesmo muito bem feita.
Este portugalismo do
Para quem é jardineira de lulas basta já não dá subsistência.
Se se faz, por exemplo, uma edição
online de uma revista de fotografia, faz-se
MESMO!
Se se é um jornal como o Washington Post que apoia jovens documentaristas então faça-se a coisa
valer a pena!
Aprendam...
... ou deixem trabalhar quem sabe, ao invés de se armarem em algo mais que meros Proprietários de Fábricas de Calçado de Guimarães com a mania (e sim, estou a falar de 90% dos administradores portugueses, seja do que for)!
Cada símio no seu ramo da escala evolucionista!
E parem de culpar a crise!
Incompetência não tem que ser desresponsabilização...