segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Das Krisen

Pois que só faltava mesmo eu.
A crise, essa mafarrica!
Mas só curarei em relação à que atingiu o sector onde trabalho.
Dos outros nada sei.
Nem deste, afinal.
Guardo, dos meus primeiros tempos por aqui, uma frase que repito ad aeternum...
... quando os designers começam a gritar Estas fotos estão uma merda ou Faz-me aqui uma legenda ou Pedi 12 mil caracteres e tu mandas-me 17 mil? Agora cortas que te foxtrotas, limito-me a erguer a cabeça, fazer aquele ar de Gato das Botas no Shrek e dizer, com a maior calma do mundo Ó amigos... chatearmo-nos para quê? Isto é só revistas!!! Na maior parte das vezes, resulta.
Outras não.
Como a publicidade.
Temos que a crise que se instalou nas revistas, que fecham uma atrás de outra (a última foi a Com Out, na qual assinava, de sorriso na cara, um artigo de música), se deve à crise na publicidade.
Os grandes anunciantes tiveram, este ano, um rombo no orçamento tal que cortaram para mais de metade as pubs em papel e televisão.
Ora, se por um lado já não esperamos 30 minutos pela próxima parte de um filme na TVI, por outro lado andam pessoas a ser despedidas.
Falamos de gente.
Dois olhos, uma boca, um cérebro, algumas com outros olhos, boca e cérebros delas dependentes, outras com barriguinhas bonitas e cabelos que, enfim, ficam sempre bem numa redacção, para não falar de outros lados.
Outra GRANDE prova de provincianismo.
Diz que agora é a net.
Agora.
Agora, que nos países mais desenvolvidos já perceberam que não.
Que o uso recreativo da internet é mínimo.
Porque, em economias onde TODA a gente trabalha TODO O DIA com computadores, ninguém chega a casa e pousa o laptop no top do lap e anda por ali a ver não sei o quê.
Ou é o site do banco, ou o jumbo online ou, então, é caminha ou copos.
O HI5 é Brasil, Portugal, Ucrânia e comunidade lésbica à escala global, com as inevitáveis rémoras (machos, com foto no profile de óculos escuros) sempre a tentarem colar-se à alheta, esperando fazer com que uma ou duas delas (bonitas, de preferência) deixem de bater pratos e passem a empacotar alheiras à ganância.
Temos, então, que as publicações que não percam a sua edição impressa não só serão, no futuro, as que sobrevirão (obviamente), como também passarão a ser icónicas.
Não vale a pena tentar reacender a chama voltando às bancas depois de um período em que traíram a confiança de fiéis leitores, por muito poucos que restem.
Nessa altura, esses já a terão encornado com outra do género que teve, basta, a coragem e a auto-confiança, bradando, alto e bom som Estamos aqui porque sem nós o mundo era pior.
Isto não quer dizer que não tenham, à mesma, a sua edição online.
Tem é que ser muito, mesmo muito bem feita.
Este portugalismo do Para quem é jardineira de lulas basta já não dá subsistência.
Se se faz, por exemplo, uma edição online de uma revista de fotografia, faz-se MESMO!
Se se é um jornal como o Washington Post que apoia jovens documentaristas então faça-se a coisa valer a pena!
Aprendam...
... ou deixem trabalhar quem sabe, ao invés de se armarem em algo mais que meros Proprietários de Fábricas de Calçado de Guimarães com a mania (e sim, estou a falar de 90% dos administradores portugueses, seja do que for)!
Cada símio no seu ramo da escala evolucionista!

E parem de culpar a crise!
Incompetência não tem que ser desresponsabilização...

7 comentários:

1entre1000's disse...

pois...

Anónimo disse...

assolapada.
olha, muito para dizer, mas a verdade é que leio tantas verdades nos teus textos que fico mudea-boquiaberta.

El Mariachi disse...

Ó! Assim não vale!
Tens de dizer ALGUMA coisa, que não concordas com a parte do HI5, ou assim...

Master Of The Wind disse...

Meu amigo vivemos num mundo cão e capitalista. Onde as pessoas são meras peças num jogo de xadrez... perdes vendas... saltam fora as peças.

Quando falamos de lucrar somos uma equipa. Quando se começa a perder esquecem-se de quem deu tempo das suas vidas também por essas causas. E quem não dá pq simplesmente não pode (pq ainda existe uma coisa chamada família)são os primeiros a saltar.

Existe muito boa gente neste país que criticou muito quando foi empregado, mas já se esqueceu do que disse quando se tornou patrão.

Infelizmente hoje em dia é assim meu bom amigo. Por isso hoje em dia, se despejam crianças em creches e o conceito "família" no lixo. E perguntas-me para que?

Para um dia se tiveres o azar de alguém deixar "de te consumir"... ires parar ao olho da rua.

P.S.: Mas também quero salvaguardar que cada um
tem de ter consciência e ser profissional. Só assim fará sentido zelar e defender os
seus interesses.

Quanto ao HI5... troquei pelo Myspace ;-)

Não sabia da Com'Out.... :-(

Anónimo disse...

E eu a julgar pela foto que tu Mariachi tinhas escrito um post em homenagem ao Sporting. NOT!

An by the way: "Muitos empregados, que se queixam da estupidez do seu patrão, estariam desempregados se ele fosse mais esperto."

Freaky

Anónimo disse...

Diaz, ma men...
(q saudades amigo!)

Havia tanto a dizer a este respeito...
Mas estando Eu a ouvir Mister Barry, esse corny master of love & seduction, sussurrar-me assim de mansinho Mac afora...
Olha pá, fico-me caladinha a imaginar apenas um Hugh Jackman a nadar desnudado em águas igualmente cristalinas, no lugar do teu tigre...
:o)
Enfim... com tanta crise, resta-nos sonhar!
beijossss

rosa disse...

a propósito da foto, foste ao nitin?

os gajo dos batuques... uff.