terça-feira, janeiro 29, 2008

ONDA VERDE - Poema Vertical

Havia, no meu gesto, Sensualidade.
Porque a havia nela, também!
Tive um tempo na minha vida em que noites de insónia tinham uma cura:
Pensar que amanhã lá estaria eu...
... a escalar por ela acima
passando a ponta dos dedos pela sua pele
rija, rugosa,
mas viva
a forma como se agitava
nos seus membros superiores
vergando ao meu peso
sensível ao meu abraço
o seu aroma
perfume
à mercê do sol de Agosto
Prostrar-me-ei, sempre que possa
aos seus pés
enterrados
firmes
na areia
e caruma
grande irmã
dadivosa

Há qualquer coisa de sexual em subir às árvores!
















O Pinheiro Manso que fez a minha infância...
... faz, ainda hoje, barulho de chuva quando lhe bate a nortada que arriba da arriba.
Gabriel, meu filho, é todo teu.
Ou serás tu dele?
Deixa-lhe a tábua que lhe resta, a única das oito que lhe preguei para subir até à minha "Casa na Árvore", igual à do Tom Sawyer.
Agradecido que está, por ser o único que o dono do terreno não derrubou: "é para a criançada brincar"...
... ergue-se ainda hoje, de copa majestosa
à tua espera!

3 comentários:

Leonor disse...

Bonito: vertical e sentido. Para quando a troca de prendas adiada, "biltre"? Olha que o Gabriel agradeceria ;)

Zorze Zorzinelis disse...

foda-se diaz, este texto está lindo, lindo!

1entre1000's disse...

lá está é da etiqueta... (muito bom)