quarta-feira, setembro 12, 2007

Viagens na Minha Terra ou O Antropólogo dIAZ Goes Dirty

Estes acontecimentos têm lugar entre as 12h32 e as 12h33m21s


Nandufe, Concelho de Santa Comba Dão, Distrito de Viseu, 12h32
Jack Mariachi Bower dIAZ está de barriga encostada ao balcão do Café Saudade, mão no copo de branco seco, olhos na tília que, lá fora, concede sombra ao único banco público da aldeia. Só esse altivo e centenário espécimen arborícola chega para perfumar toda a Nandufe. Aqui dentro, este pastor a meu lado chega para impregnar de borregum toda a sala de jantar, casa de banho, cozinha e até a N.ª Senhora de Fátima fluorescente que repousa em cima da ITT Ideal Color. Olha para o ecrã da TV balançando-se sobre um eixo imaginário. Alguém entrevista a Soraia Chaves. Exclama: "O que eu te shurraiaba eshe langústo cua língua". Para fazer conversa, pergunto: "minete?", e obtenho um: "Isho debe sher lá em Lisboa que she fájísho duj minêtj. Agente aqui fajmajé conêtj e lembêtj".

Bairro dos Peões, Talaíde, Concelho de Oeiras, a caminho da Vivenda Ricardo José ou Restaurante O Fundador, para amigos dos amigos, 12h32.
Já sonho com Márcio, esse anafado empregado de mesa, a braços com sardinhas, saladas, batatas, pão e vinho, sempre a perguntar: "brrrggggggggdddddddddd?", que quer exactamente dizer "Então, está tudo bom?". Neste estranho Cu de Judas, onde este nem se dignaria a perder as botas, deparo-me com um muro onde alguém deu largas a toda a sua veia poética, numa frase que traduz toda a alma do Português, toda a candura de um carinho: "Cátia Rosa dá a Cona e o Cu". Parte-se do princípio que Cátia Rosa mora aqui, neste fim de chão. E que, por alguma razão, aborreceu alguém. Mais abaixo, outro muro a servir de tela. Desta feita "Cátia Rosa é Puta da Cona". Vá lá! A integridade física está primeiro. Dá as duas coisas mas quando calha a ser puta há entraves. Parecendo que não, no cu dói. Ou é o que dizem as que não estão, por alguma razão, inclinadas a ser putas do cu.

6 comentários:

paulo disse...

gostei da colagem do tate modern em dia típico de inverno. as mensagens nos muros são sempre duma sensibilidade brutal. especialmente em talaíde, onde as são as velhas esganiçadas quem mais puxa pela equipa de futebol local...

Zorze Zorzinelis disse...

Percebi o fetiche que tens por duas palavras que escreves nos dois textos: pastor e cu. Leva-me a deduzir que o teu sonho era seres sodomizado por um pastor e pelo cão-pastor e ficares com o esfíncter todo lasso e com resquícios de esmegma, vulgo "requeijão", pendurado nas bordas da tua peida gorda, panilas do caralho!

El Mariachi disse...

A tua perspicácia é assaz encantadora.

Noto, também, pelos últimos comments, que te estás a tornar, de forma perigosa, num gajo ternurento.

Se eu começo a largar merdas destas no teu, sabes bem que não vais ter hipóteses. Eu, por exemplo nunca deixaria que a palavra "requeijão" ficasse pendurada, a flutuar num estranho nada, depois de teres falado em "pastor" e "requeijão". Eu teria arranjado um encadeamento lógico. E não ia ser tão fofinho!

Zorze Zorzinelis disse...

Eu sei que tu para falares de requeijão terias de evidenciar os benefícios da Margem Sul, o papel crucial que o Eusébio teve nos anos 60 para limpar a onda de racismo nacional e ainda o Camacho, a Leica e os livros todos do Albert Cossery... ou não?

El Mariachi disse...

Cold as Eunice Muñoz's dry cunt!

Zorze Zorzinelis disse...

RBD!!! Muito Bom!!! lolada!!! Dry, quer dizer (...), se bem que ela não-é-do-continente!