terça-feira, agosto 18, 2009

A Silly Season e os Vestivais de Música - An Essay

TOMO I
WOLF SHOWS HIS TEETH

Não morro de amores por ele. Mas tem a sua piada. E agora, tem mais ainda! Porque no passado dia 13 de Agosto teve a atitude mais correcta. Porque à falta de respeito responde-se com a mesma.
Eu também vou a festivais de música. Mas não faço deles aquilo que não são. Para quem vê concertos na Aula Magna, Culturgest ou Coliseu e tantos outros lugares que tendem a APROXIMAR-NOS de quem está no palco, sabe que há coisas que não são possíveis em festivais, onde cada banda tem determinado tempo para poder dar largas à coisa. Uma espécie de concurso televisivo para ganhar um mísero microondas. Olha filho, tens 45 minutos para poder mostrar o que vales. Já ganhaste o teu, mas a tua actuação DE APENAS 45 MINUTOS, depois dos quais desligamos o PA, vai determinar se o público compra ou não o teu disco amanhã, first thing in the morning. É, pois, ingrato. No mínimo. O público que vai a festivais, com indumentária festivaleira, dinheiro a mais para o merchandising e bilhetes de sobra para ainda ganhar algum serve um estereótipo: costuma refilar mais pela falta de barracas de cerveja que pelo pouco tempo de que dispôs a banda pela qual tem preferência. O Patrick Wolf achou que ter voado, propositadamente, de Londres para Colónia, por mero respeito a um público que o venera (já que ele ODEIA tocar em festivais), e dispôr de apenas 45 minutos para dar-lhes o que merecem ERA POUCO. Agiu. E bem!

TOMO II
THE MINISTRY OF SILLY SEASON WALKS BY

Os Radiohead não voltarão a gravar um álbum. A coisa foi noticiada ontem à noite e hoje de manhã Portugal continua apenas a ser assolado pelo HN1, pela Superliga e, do mal o menos, a ser poupado dos fogos. Que seria a única coisa que faria "desaparecer" o HN1 do país. É claro que para quem ouve música da forma como mais se ouve música em Portugal, sintonizando uma estação MÁ no auto-rádio, quer é saber do HN1. E da Crise. Quem ouve música com atenção e arrepios na espinha sabe que essa é a única coisa que o salva de dias menos bons. Como o dia em que apanhemos o HN1 ou o VIH ou sejamos tolhidos por um AVC que, curiosamente, é o recordista de mortes causadas por aqui. Não do tempo de antena, claro.
Para esses, que ouvem música com o coração e outros orgãos que possam ser assolados pelo HN1, os Radiohead disponibilizaram um link onde, a partir de agora, e de vez em quando, que é quando lhes apetecer, deixam um tema que tenham feito uns dias antes. Ontem foi este. Amanhã logo se verá. Provavelmente, haverá mais doentes contagiados pelo HN1.

1 comentário:

Zorze Zorzinelis disse...

TOMO I

Belíssimo post! Foi uma falta de respeito com o Patrick Wolf; acho que ele devia era ter partido mais merdas - o pessoal dos festivais trata a música como plástico!

TOMO II

Não consigo acrescentar nada mais ao que escreveste: disseste tudo!