... todos, ou quase, o sabemos.
Não falo, obviamente, das inúmeras Ruas da Oura que podiam ser uma Rua Nova do Carvalho qualquer. Só que num lugar onde a fealdade assentou arraiais com um sorriso malandro. Refiro-me às Vilas do Bispo, Carrapateiras e Alvores, aglomerados de gente mais autêntica que o abandonado e esquecido Norte. É que enquanto estes apenas lidam com esses seres do espaço que arribam, anualmente, da Franxa, aqueloutros contactam, numa base diária, com estrangeiros que, às tantas, excedem em número os locais, sem que por isso se deixem influenciar minimamente ou sequer mudem de hábitos. Isto faz deles um fantástico objecto etnológico. Ir todas as manhãs a Odiáxere é, portanto, uma exigência minha e uma descoberta para a malta amiga que divide, comigo, a Casa do Castelo, ali, a meio caminho entre este lugarejo e a Mexilhoeira Grande. É uma estradita mal-amanhada de alcatrão rosqueiro que, depois de passar pelo Grupo Desportivo, dá para o ermo na verdadeira dimensão do termo. E nós estamos no meio disso, dividindo o espaço com perdizes, gaios, cegonhas, coelhos, lebres e um sacana de um texugo que durante a noite se faz aos sacos do lixo como a Taróloga Maia a tudo o que tenha menos de 20 anos. E um pénis. Antes assim. Ou não. Sei lá. Aliás, só me lembrei disto porque os meus chinelos rebentaram e a FHM oferecia uns. E a Maia em trajes menores. Nem os chinelos nem a Maia valeram o dinheiro. Mas eu recuso-me a deslocar mais que estes 2 ou 3 km e não calço outra coisa quando estou de férias. É como os calções de banho. Que nos deixam, homens, de salada a badalar. Para o que contribuem, também, estes 35 grauzinhos que o termómetro marca na piscina. E, por incrível que pareça, o medronho sabe bem com calor, desde que fresquinho. Depressa esquecemos as caipirinhas e as minis. O medronho ou, na pior das hipóteses, um caipironho, é a nossa bebida das férias. O estômago que o diga. Para conseguir o néctar é preciso deixar crescer a barba e ter este ar de hippie que perdeu o autocarro para Woodstock e ficou, pois, em Odiáxere. Para não se ser confundido com um undercover agent da ASAE. As pessoas dos lugares onde Portugal realmente existe têm sempre medo dos cães de fila do Estado. Estado é uma coisa, Nação é outra. O que faz com que aqui haja povo e não população, como em Lisboa. E estar de férias também é isto, percorrer de bicicleta (Mariachito atrás a perguntar o nome da passarada e todo sujo de amoras das silvas) a distância que nos separa de 5 litros de medronho encomendados de véspera num sussuro ao balcão (enquanto provava o espécimen) e confirmado por sinais. Na rua principal, um barbeiro à antiga dá as boas vindas ao seio da autenticidade. O clássico calendário da loira capaz de amamentar meia Zâmbia, uma cadeira de rodas à porta e até o velhote que dorme no banco de espera. Tem, até, clientes. Qualquer café aqui vende mais medronho que cerveja, mais cerveja que café, mais bolo de torresmos que pastéis de nata, mais passarinhos fritos que bifanas, mais furos que euromilhões. A antítese de Lisboa reside, também, nos bons-dias de qualquer transeunte a transeunte, cámones incluídos até porque, muitos deles, são residentes e já aprenderam que há mínimos de boa educação. Na banca do peixe do mercado ou no talho já nos recebem com um largo sorriso ao primeiro retorno que se torna, depois, diário. Na mercearia, recebe-me a malandrice das duas empregadas, já entradotas, a oscilar, junto da braguilha, a farinheira de Monchique, a cortar o pão perguntando "Qué provar o cu do paníte? O cu é a melhor parte, dijavóz da experiéncia"... pergunto eu se a menina é ali de Lagos... "É, de Légs? Máquejêt'home... É sô de Monchíq, onde se esconde a cabéça e o ráb que se estrafíq. Na sáb pruqué que os de Légs comem na gavéta? Porque os córns cabém lá déntr"!!!
sexta-feira, julho 31, 2009
quinta-feira, julho 30, 2009
E porque férias também é isto...
quinta-feira, julho 23, 2009
quarta-feira, julho 22, 2009
segunda-feira, julho 20, 2009
Ópera do Falhado, A Do Outro Feita Minha
No lado esquerdo do palco, uma cabana em madeira, de telhado coberto de neve, destaca-se de todo o branco, do cenário ao chão. Caem, vagarosamente, pequenos flocos, que ajudam a manter a ambiência. O To Build A Home, dos Cinematic Orchestra, com a voz de Patrick Watson reverberando pela sala, faz o resto. Alguém caminha, a coberto de um manto, desde o lado direito, ao ritmo da música que pára às três pancadas na porta.
Celecanto – Abre, sou eu.
Nafertanta – Nesse caso podes bater! Não abrirei. Morrerás de frio. Odeio-te. Talvez não. Não.
Soa um oboé, ao qual se juntam três clarinetes, até que um destes, em solo, fica por trás da fala de Celecanto, um fundo lânguido e quase imperceptível...
Celecanto – Como podes fazer como se não / Como se o sim d’outrora fosse, então / Jogares a mão / a esse rosto e sabê-lo d’outro / pintando com o lápis-de-cor do diabo / o amanhã com cores que, ontem / foram sorrisos em (por) todo o lado.
Segura-me este ser todo que fui / Deita-o do alto da montanha / Para que grite com vil sanha / Bebe comigo esta hora / Esquece tudo, todos, ninguém / Te diga quanto, quando, AGORA!
A porta abre e uma mulher espreita, morena, muito morena, lábio inferior carnudo, ombros estreitos, finos, reluzentes. Está nua e tem os seios pequenos e rosados, perfeitos, que passam de rosa para uma tez negra, em contacto com o ar da noite.
Nafertanta – Entra... toldas-me com falas. E falas sem fazer. Sabes bem que sou d’outro mas de tanto te querer tenho a minha lareira acesa, a arder. Acalenta esta casa, parca de desejos, cheia de amores e paixões. Que por ti nunca terei. Aquece-te, porém, é o que hoje, e amanhã, terei. Nada mais.
Celecanto entra vagarosamente, entreolham-se por um segundo, ela continua fitando a figura que já deita o manto pelo chão, fecha a porta com ambas as mãos atrás das costas, desnudas, perfeitas, douradas.
Entra o Estrela do Mar.
Pela janela o público observa que ambos se enlaçam, ela afasta-o, ele puxa-a, ela bate-lhe com ambas as mãos nos ombros, possantes, largos, ele eleva-a no ar, ela cede.
As luzes baixam.
Palmas.
Ou não.
Celecanto – Abre, sou eu.
Nafertanta – Nesse caso podes bater! Não abrirei. Morrerás de frio. Odeio-te. Talvez não. Não.
Soa um oboé, ao qual se juntam três clarinetes, até que um destes, em solo, fica por trás da fala de Celecanto, um fundo lânguido e quase imperceptível...
Celecanto – Como podes fazer como se não / Como se o sim d’outrora fosse, então / Jogares a mão / a esse rosto e sabê-lo d’outro / pintando com o lápis-de-cor do diabo / o amanhã com cores que, ontem / foram sorrisos em (por) todo o lado.
Segura-me este ser todo que fui / Deita-o do alto da montanha / Para que grite com vil sanha / Bebe comigo esta hora / Esquece tudo, todos, ninguém / Te diga quanto, quando, AGORA!
A porta abre e uma mulher espreita, morena, muito morena, lábio inferior carnudo, ombros estreitos, finos, reluzentes. Está nua e tem os seios pequenos e rosados, perfeitos, que passam de rosa para uma tez negra, em contacto com o ar da noite.
Nafertanta – Entra... toldas-me com falas. E falas sem fazer. Sabes bem que sou d’outro mas de tanto te querer tenho a minha lareira acesa, a arder. Acalenta esta casa, parca de desejos, cheia de amores e paixões. Que por ti nunca terei. Aquece-te, porém, é o que hoje, e amanhã, terei. Nada mais.
Celecanto entra vagarosamente, entreolham-se por um segundo, ela continua fitando a figura que já deita o manto pelo chão, fecha a porta com ambas as mãos atrás das costas, desnudas, perfeitas, douradas.
Entra o Estrela do Mar.
Pela janela o público observa que ambos se enlaçam, ela afasta-o, ele puxa-a, ela bate-lhe com ambas as mãos nos ombros, possantes, largos, ele eleva-a no ar, ela cede.
As luzes baixam.
Palmas.
Ou não.
terça-feira, julho 14, 2009
Epic Is How Epic Gets
Noé inclinou ligeiramente a cabeça e acendeu, com redobrado prazer, o seu Camel sem filtro, deixando que todo aquele turkish blend enchesse cada um dos alvéolos até que a ligeira tremura das pernas o levasse a sentar-se no banco, feito das últimas aparas dos ciprestes que cortara ali, na Islândia, onde vivia. O cheiro a resina era intenso. Mais ainda que este sentimento de missão cumprida. Nunca pensou, porém, que a Islândia tivesse ficado, irremediavelmente, desarborizada.
16h32 para o Dilúvio
No total, e feita a conversão de côvados para metros, era este um navio de 133,5 metros de comprimento, 22,30 de largura e 13,40 de altura. Uma relação entre comprimento e largura que, Noé estava certo disso, haveria de ser usada na engenharia naval, pelo menos, até 2009. Bem... 40 mil m³ de volume bruto e internamente, 3 divisões distintas que forneceriam uma área total de mais de 8 900 m² de espaço útil seriam mais que suficientes, pensou... ou não?
8h51 para o Dilúvio
Noé veio à varanda, caneca de Brasa numa mão e fatia de pão integral com Becel na outra (dEUS não só pediu para que fizesse a arca mas também que reduzisse nas gorduras e na cafeína), e deu com um gigantesco volume negro na praia, precisamente na direcção onde a arca deveria seguir quando fosse dada a ordem superior (mesmo, tipo, vinda de cima), para retirar as estacas que a suportavam, por ora, em terra firme.
Poisou o frugal pequeno-almoço sobre o carrinho de cozinha gama FÖRHÖJA que comprou por €98,18 no IKEA de Alfragide e seguiu a passos largos para a praia. O céu estava cinzento. Era um monstro com um nauseabundo cheiro a peixe, uma boca ligeiramente aberta deixando entrever uma espécie de cordas de cânhamo, as mesmas que usara para as amarras da "sua" embarcação e um olho que, rodeado de minúsculas cracas e mexilhões, o fitava. Noé não ousava, sequer, tocar naquilo.
6h28 para o Dilúvio
Bom dia, Noé dos Santos, trovejou o gigante. O homem deixou cair o cigarro e petrificou, cravando os dedos dos pés na areia varrida pela rebentação, sem sequer ver as conquilhas que se desenterravam, preocupadas elas próprias com o facto deste labrego poder não distinguir machos das fémeas para que pudesse levar um casal consigo. Quem és tu, horrível criatura? Perguntou, ainda que em surdina, emudecido pelo temor e pelo catarro do primeiro cigarro da manhã. Sou uma Balaenoptera musculus, baleia-azul, para ser mais precisa, o maior animal do planeta. Noé estava incrédulo, estado de alma que rapidamente se transformou em ira e que o levou a gritar Estragaste-me a média, gigante, como é que eu te vou levar ali dentro a ti e ainda por cima a outro? Mas tá tudo maluco, ou quê? Igor, a baleia, sorriu e cuspiu, pelo alerta, isto é, o pequeno orifício no topo da cabeça, um jacto de água que atingiu os 9 metros de altura, para seguidamente dizer, em tom maternal, Vou-te contar uma história, Noé. Senta-te. Acende um cigarro. E dá-me a ponta, que eu não apanhei nenhuma Estação de Serviço pelo caminho e hoje é o Sabath, Sábado, e está tudo fechado, pá! Noé, ainda vermelho de cólera, subiu a túnica e sentou-se na areia molhada. Igor sorgueu-se na barbatana esquerda, pigarreou, assumiu uma expressão entre a Isabel Alçada e a Alice Vieira e deu início à coisa...
6h18 para o Dilúvio
Desdobraste-te em esforço, Noé, mereces saber a verdade. Eu não sou o problema quanto ao transporte. Quando a àgua subir, eu estarei no meu meio. Passarei algumas privações pois será água doce, destilada, mas no fim tudo estará bem. O que me preocupa é mesmo estares a deitar trabalho à rua, podendo poupar tempo e esforço. Muitos animais surgirão, ainda hoje, para seguir na tua barcaça. Mas a alguns não permitirás a entrada. É que daqui a alguns anos, nem tantos assim, o homem extingui-los-á. O dodot, por exemplo. No Século XV já só existirão nas ilhas Seychelles e os marinheiros portugueses achá-los-ão tão apetitosos que dizimarão a espécie. Não vale a pena! Mas há muitos mais casos, como o dugongo-de-steller, o vison-marinho, o leão-do-atlas, o tigre-de-Bali, sei lá. Tu próprio terás tanta fome ao fim do 6.º dia que grelharás duas águias-de-bico-azul. A Bíblia não o refirirá, porém. Noé franziu o sobrolho e, desconfiado, disse Parece que vai chover. Sim, respondeu Igor, a Baleia, E esqueceste-te de me dar a ponta. Vai-te embora mas deixa-me um cigarrinho. Ok, até sempre, então, ó baleia-azul, disse Noé como que a fugir em largas passadas, pensando para consigo se alguma vez este episódio figuraria em algum documento e no que é que Teodora, sua mulher, estava a fazer para o almoço, se a esparguete à bolonhesa que o sacana do puto estava sempre a pedir, ou se os bifes da vazia do casal de vacas-de-um-só-corno que tinham aparecido de véspera e ele partira do princípio que outras surgirião no dia seguinte.
Mariachito - Pai... a história do Noé e a Baleia é parva...
dIAZ - Sim, filho... mas a música é linda! E, às vezes, ser parvo ou, vá lá, pateta, é bom!
Mariachito - Quero a do Pinóquio, pai...
16h32 para o Dilúvio
No total, e feita a conversão de côvados para metros, era este um navio de 133,5 metros de comprimento, 22,30 de largura e 13,40 de altura. Uma relação entre comprimento e largura que, Noé estava certo disso, haveria de ser usada na engenharia naval, pelo menos, até 2009. Bem... 40 mil m³ de volume bruto e internamente, 3 divisões distintas que forneceriam uma área total de mais de 8 900 m² de espaço útil seriam mais que suficientes, pensou... ou não?
8h51 para o Dilúvio
Noé veio à varanda, caneca de Brasa numa mão e fatia de pão integral com Becel na outra (dEUS não só pediu para que fizesse a arca mas também que reduzisse nas gorduras e na cafeína), e deu com um gigantesco volume negro na praia, precisamente na direcção onde a arca deveria seguir quando fosse dada a ordem superior (mesmo, tipo, vinda de cima), para retirar as estacas que a suportavam, por ora, em terra firme.
Poisou o frugal pequeno-almoço sobre o carrinho de cozinha gama FÖRHÖJA que comprou por €98,18 no IKEA de Alfragide e seguiu a passos largos para a praia. O céu estava cinzento. Era um monstro com um nauseabundo cheiro a peixe, uma boca ligeiramente aberta deixando entrever uma espécie de cordas de cânhamo, as mesmas que usara para as amarras da "sua" embarcação e um olho que, rodeado de minúsculas cracas e mexilhões, o fitava. Noé não ousava, sequer, tocar naquilo.
6h28 para o Dilúvio
Bom dia, Noé dos Santos, trovejou o gigante. O homem deixou cair o cigarro e petrificou, cravando os dedos dos pés na areia varrida pela rebentação, sem sequer ver as conquilhas que se desenterravam, preocupadas elas próprias com o facto deste labrego poder não distinguir machos das fémeas para que pudesse levar um casal consigo. Quem és tu, horrível criatura? Perguntou, ainda que em surdina, emudecido pelo temor e pelo catarro do primeiro cigarro da manhã. Sou uma Balaenoptera musculus, baleia-azul, para ser mais precisa, o maior animal do planeta. Noé estava incrédulo, estado de alma que rapidamente se transformou em ira e que o levou a gritar Estragaste-me a média, gigante, como é que eu te vou levar ali dentro a ti e ainda por cima a outro? Mas tá tudo maluco, ou quê? Igor, a baleia, sorriu e cuspiu, pelo alerta, isto é, o pequeno orifício no topo da cabeça, um jacto de água que atingiu os 9 metros de altura, para seguidamente dizer, em tom maternal, Vou-te contar uma história, Noé. Senta-te. Acende um cigarro. E dá-me a ponta, que eu não apanhei nenhuma Estação de Serviço pelo caminho e hoje é o Sabath, Sábado, e está tudo fechado, pá! Noé, ainda vermelho de cólera, subiu a túnica e sentou-se na areia molhada. Igor sorgueu-se na barbatana esquerda, pigarreou, assumiu uma expressão entre a Isabel Alçada e a Alice Vieira e deu início à coisa...
6h18 para o Dilúvio
Desdobraste-te em esforço, Noé, mereces saber a verdade. Eu não sou o problema quanto ao transporte. Quando a àgua subir, eu estarei no meu meio. Passarei algumas privações pois será água doce, destilada, mas no fim tudo estará bem. O que me preocupa é mesmo estares a deitar trabalho à rua, podendo poupar tempo e esforço. Muitos animais surgirão, ainda hoje, para seguir na tua barcaça. Mas a alguns não permitirás a entrada. É que daqui a alguns anos, nem tantos assim, o homem extingui-los-á. O dodot, por exemplo. No Século XV já só existirão nas ilhas Seychelles e os marinheiros portugueses achá-los-ão tão apetitosos que dizimarão a espécie. Não vale a pena! Mas há muitos mais casos, como o dugongo-de-steller, o vison-marinho, o leão-do-atlas, o tigre-de-Bali, sei lá. Tu próprio terás tanta fome ao fim do 6.º dia que grelharás duas águias-de-bico-azul. A Bíblia não o refirirá, porém. Noé franziu o sobrolho e, desconfiado, disse Parece que vai chover. Sim, respondeu Igor, a Baleia, E esqueceste-te de me dar a ponta. Vai-te embora mas deixa-me um cigarrinho. Ok, até sempre, então, ó baleia-azul, disse Noé como que a fugir em largas passadas, pensando para consigo se alguma vez este episódio figuraria em algum documento e no que é que Teodora, sua mulher, estava a fazer para o almoço, se a esparguete à bolonhesa que o sacana do puto estava sempre a pedir, ou se os bifes da vazia do casal de vacas-de-um-só-corno que tinham aparecido de véspera e ele partira do princípio que outras surgirião no dia seguinte.
Mariachito - Pai... a história do Noé e a Baleia é parva...
dIAZ - Sim, filho... mas a música é linda! E, às vezes, ser parvo ou, vá lá, pateta, é bom!
Mariachito - Quero a do Pinóquio, pai...
segunda-feira, julho 13, 2009
OnCe UpOn A tImE...
... confuso, alguém ouviu, no Bessa:
Your own personal Homem do Leme, someone to hear your Alegre Casinha, someone who Mãe eu Tenho Medo do Pai...
Incrédulo, sacou de um bastoncillo, limpou o cotão do umbigo, depois os ouvidos e esperou que tudo não passasse de uma alucinação, mas...
I want somebody who cares for the rest of my life à Minha Maneeeeiiirrrraaaaaa!!!!
Your own personal Homem do Leme, someone to hear your Alegre Casinha, someone who Mãe eu Tenho Medo do Pai...
Incrédulo, sacou de um bastoncillo, limpou o cotão do umbigo, depois os ouvidos e esperou que tudo não passasse de uma alucinação, mas...
I want somebody who cares for the rest of my life à Minha Maneeeeiiirrrraaaaaa!!!!
Um dia...
... todos os festivais de música serão como o Palco Super Bock do Optimus Alive.
Isto é, porém, perverso.
E porquê?
Porque um gajo dá com ele a pensar Ó dIAZ, tás velho, pá, os palcos PRINCIPAIS, com as GRANDES BANDAS, já não são para ti!
Mas à medida que o Festival avançava, foi-se concluindo que, afinal, estar no Palco Optimus é que era ser velho antes do tempo. Não obstante a criançada aos saltos, ainda com a T-Shirt dos Slipknot comprada de véspera, os concertos revelavam a decrepitude dos Metallica (meu dEUS, que quase se vêm por acidente, tipo Xutos), dos Placebo (aquele look Juaquin Cortéz é sintomático e nem os hits conseguem fazer mexer um pezinho), os The Prodigy (estes são mesmo o supra-sumo daquilo a que me refiro, porque eu tinha vinte-e-tais quando os curtia e recuso-me a ser um late-hearer daquela MERDA, estupidamente ultrapassada e cuja única atenção é requerida por um macaco que salta em palco imitado, lá está, por umas centenas de babuínos impúberes), dos Black Eyed Peas que já eram antes de terem sido alguma coisa e, by god, quase nem acreditava ao ver que o Dave Mathews podia, ao fim do 6.º tema, fazer play numa gravação com a emissão da Antena 3 e a coisa tinha o mesminho efeito.
Perverso, pois, porque os VELHOS como eu foram, afinal, os gajos que, às tantas, já nem saíam do Palco Super Bock. Porque foi surpreendendo ao invés de desiludir. Porque, afinal, era o que tinha as novidades e a estas só as ouvem quem não deseja parar no tempo e, logo, tornar-se velho. É o que está a acontecer às gerações mais NOVAS, VELHOS antecipados e que, pelo que vejo, vão andar no Plateau a partir dos vinte-e-muitos, ao contrário dos meus amigos que estagnaram mas, ainda assim, só o começaram a fazer aos trinta-e-poucos.
TUDO acabou da MELHOR FORMA, MESMO, com DEADMAU5, os Does It Offend You, Yeah? surpreenderam quem não estava à espera, a Lykke Li não foi melhor que no Variedades mas ficou amada por quem a viu pela primeira vez, os Ting Tings são dois que parecem dez e os Fisherspooner, por amor da santa, pá, NÃO DÃO HIPÓTESE e foram, com toda a certeza deste Mundo, o Melhor Concerto de TODO o Festival.
Mas não perguntem a quem não saíu do Palco Optimus.
A esses resta mesmo um exame introspectivo para tentar perceber que €50 é mesmo MUITO DINHEIRO nos tempos que correm! E não, não por causa da crise... Para mim, a Crise é mesmo outra. E esteve bem patente este fim-de-semana!
Isto é, porém, perverso.
E porquê?
Porque um gajo dá com ele a pensar Ó dIAZ, tás velho, pá, os palcos PRINCIPAIS, com as GRANDES BANDAS, já não são para ti!
Mas à medida que o Festival avançava, foi-se concluindo que, afinal, estar no Palco Optimus é que era ser velho antes do tempo. Não obstante a criançada aos saltos, ainda com a T-Shirt dos Slipknot comprada de véspera, os concertos revelavam a decrepitude dos Metallica (meu dEUS, que quase se vêm por acidente, tipo Xutos), dos Placebo (aquele look Juaquin Cortéz é sintomático e nem os hits conseguem fazer mexer um pezinho), os The Prodigy (estes são mesmo o supra-sumo daquilo a que me refiro, porque eu tinha vinte-e-tais quando os curtia e recuso-me a ser um late-hearer daquela MERDA, estupidamente ultrapassada e cuja única atenção é requerida por um macaco que salta em palco imitado, lá está, por umas centenas de babuínos impúberes), dos Black Eyed Peas que já eram antes de terem sido alguma coisa e, by god, quase nem acreditava ao ver que o Dave Mathews podia, ao fim do 6.º tema, fazer play numa gravação com a emissão da Antena 3 e a coisa tinha o mesminho efeito.
Perverso, pois, porque os VELHOS como eu foram, afinal, os gajos que, às tantas, já nem saíam do Palco Super Bock. Porque foi surpreendendo ao invés de desiludir. Porque, afinal, era o que tinha as novidades e a estas só as ouvem quem não deseja parar no tempo e, logo, tornar-se velho. É o que está a acontecer às gerações mais NOVAS, VELHOS antecipados e que, pelo que vejo, vão andar no Plateau a partir dos vinte-e-muitos, ao contrário dos meus amigos que estagnaram mas, ainda assim, só o começaram a fazer aos trinta-e-poucos.
TUDO acabou da MELHOR FORMA, MESMO, com DEADMAU5, os Does It Offend You, Yeah? surpreenderam quem não estava à espera, a Lykke Li não foi melhor que no Variedades mas ficou amada por quem a viu pela primeira vez, os Ting Tings são dois que parecem dez e os Fisherspooner, por amor da santa, pá, NÃO DÃO HIPÓTESE e foram, com toda a certeza deste Mundo, o Melhor Concerto de TODO o Festival.
Mas não perguntem a quem não saíu do Palco Optimus.
A esses resta mesmo um exame introspectivo para tentar perceber que €50 é mesmo MUITO DINHEIRO nos tempos que correm! E não, não por causa da crise... Para mim, a Crise é mesmo outra. E esteve bem patente este fim-de-semana!
quarta-feira, julho 08, 2009
Poesia Inversa
Depois dos Pop, dos Belle e do Tati, a Desconsideração Saloia continua...
Um dia, esta Mátria Padrasta dará o devido valor ao valor devido...
"Na Ópera do Falhado, o tema Eu Um Dia Hei-de Ter Poder!! vem logo a seguir ao Tango do Antigamente. Quando Glória deixa Ácaro ferido no seu orgulho másculo, este, descendente de uma linhagem que vem desde o tempo do Conde de Castelo Melhor que o Outro, canta a canção da Impotência e da Presunção Saloia"...
Canta tu também, JP, mas a outra, aquela presunção a la Almada Negreiros, exige uma Pátria que te mereça, pá!
Morte a esta gente pequena, pequenina, que definha na mediocridade feita poça de merda até ao pescoço!
Já cheira mal!
"Na Ópera do Falhado, o tema Eu Um Dia Hei-de Ter Poder!! vem logo a seguir ao Tango do Antigamente. Quando Glória deixa Ácaro ferido no seu orgulho másculo, este, descendente de uma linhagem que vem desde o tempo do Conde de Castelo Melhor que o Outro, canta a canção da Impotência e da Presunção Saloia"...
Canta tu também, JP, mas a outra, aquela presunção a la Almada Negreiros, exige uma Pátria que te mereça, pá!
Morte a esta gente pequena, pequenina, que definha na mediocridade feita poça de merda até ao pescoço!
Já cheira mal!
segunda-feira, julho 06, 2009
Ontem, Domingo à Tarde...
... dei comigo a pensar que, no dia em que tiver a certeza absoluta que te apeteço, terei um destes, só para mim, de orelha a orelha, como é suposto que sejam!
Por agora, está frio, aqui...
Por agora, está frio, aqui...
wanting wanted
quinta-feira, julho 02, 2009
XINAPÁ!
INSUPERÁVEL!!!
Los Campesinos, Lykke Li, Deadmau5, Late Of The Pier, Does It Offend You Yeah?, The Ting Tings, Mazgani, TV On The Radio, Klaxons, Crystal Castles e, por dEUS, nem que tenha de me cortar com o gargalo de uma Barca Velha de 98, os Fisherspooner... e, ainda, por cortesia da organização, coisas para podermos ir buscar cervejas e conversar, sem qualquer peso na consciência por não estar a ouvir, como os The Black Eyed Peas, Boss AC, Metallica, Ramp e Machine Head... (não estavam mesmo à espera que eu linkasse estes, pois não)?
Este ano, venha quem vier. Este é O TAL!
Los Campesinos, Lykke Li, Deadmau5, Late Of The Pier, Does It Offend You Yeah?, The Ting Tings, Mazgani, TV On The Radio, Klaxons, Crystal Castles e, por dEUS, nem que tenha de me cortar com o gargalo de uma Barca Velha de 98, os Fisherspooner... e, ainda, por cortesia da organização, coisas para podermos ir buscar cervejas e conversar, sem qualquer peso na consciência por não estar a ouvir, como os The Black Eyed Peas, Boss AC, Metallica, Ramp e Machine Head... (não estavam mesmo à espera que eu linkasse estes, pois não)?
Este ano, venha quem vier. Este é O TAL!
Curto e, pronto, ok, não grosso mas vá, de diâmetro aceitável...
Quem nunca ouviu o Jack Condon a cantar o La Javanaise do Serge... NÃO MERECE ESTAR VIVO!
Mas, como correria o risco de ficar sem os dois ou três leitores deste blogue... é favor clicar AQUI!
Mas, como correria o risco de ficar sem os dois ou três leitores deste blogue... é favor clicar AQUI!
quarta-feira, julho 01, 2009
Tempo de Recolhimento
Vi este tipo de fenómeno ocorrer inúmeras vezes.
Falo do Easy Come And Go que todos assumem mas que, decorrendo a fase Easy Come, ninguém consegue perceber que, em menos de nada, será Go.
Foi sempre nessas fases que me recolhi, bebendo, apenas, ainda que intensamente, daquilo que me enchia as medidas.
Directamente equiparáveis aos que em breve referirei, estiveram, nos anos 80, os Transvision Vamp e, nos 90, os Skunk Anansie.
A coisa foi tão explorada que nem a medula sobrou.
Razão pela qual nem tenham direito a um lugar na História que cabe, agora, a outros que eram menos ouvidos na rádio (e, por dEUS, em TODO O LADO) a esporádica aparição em programas como So 80's ou Smells Like The 90's do VH1 (Video Hits n.º 1).
E é por isso que voltarei, a partir de hoje, e durante cerca de um ano ou dois (que é o período que dura o fenómeno Easy Come And Go), a evitar ao máximo ligar o rádio ou passar por canais de música, para ouvir APENAS o que saco porque, segundo o que li, me parece bem.
É que os The Gossip lançaram um novo álbum e eu tenho mais que fazer ao cérebro. Preservá-lo, por exemplo!
Falo do Easy Come And Go que todos assumem mas que, decorrendo a fase Easy Come, ninguém consegue perceber que, em menos de nada, será Go.
Foi sempre nessas fases que me recolhi, bebendo, apenas, ainda que intensamente, daquilo que me enchia as medidas.
Directamente equiparáveis aos que em breve referirei, estiveram, nos anos 80, os Transvision Vamp e, nos 90, os Skunk Anansie.
A coisa foi tão explorada que nem a medula sobrou.
Razão pela qual nem tenham direito a um lugar na História que cabe, agora, a outros que eram menos ouvidos na rádio (e, por dEUS, em TODO O LADO) a esporádica aparição em programas como So 80's ou Smells Like The 90's do VH1 (Video Hits n.º 1).
E é por isso que voltarei, a partir de hoje, e durante cerca de um ano ou dois (que é o período que dura o fenómeno Easy Come And Go), a evitar ao máximo ligar o rádio ou passar por canais de música, para ouvir APENAS o que saco porque, segundo o que li, me parece bem.
É que os The Gossip lançaram um novo álbum e eu tenho mais que fazer ao cérebro. Preservá-lo, por exemplo!
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Muzzik (ou melhor... QUERIAS)
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