segunda-feira, abril 24, 2006

Novilingua, previu Orwell...

Eu sei que há estratégias de marketing e publicidade que não sou suposto perceber...
Mas expliquem-me quão redutor para o universo feminino (caras feministas, é estar a chamar-vos a todas de burrinhas, consumistas acéfalas, que caem em cima das prateleiras das novidades nos hipermercados como moscas na merda e brasileiros em cabines telefónicas) e para todos os portugueses minimamente zelosos com a sua língua mátria, é ter na TV uma publicidade de um shampô com extracto de leite de oliva(?)!!!
OLIVA??? Quem é a OLIVA, pessoas??? Somos italianos, agora, é??? As nossas oliveiras não dão azeitonas??? Dão OLIVAS??? Azeite é azeite ou é "Olio de Oliva", ficando assim lado a lado com os outros óleos alimentares feitos de tudo quanto é merda (basta ter gordura) e ainda lubrificantes de motores? VA FANCULO, pá!


Sim, serve-me pepperoni à refeição que eu enfio-te três alheiras de Mirandela pela peida acima!!!

16 comentários:

Anónimo disse...

Alheiras é um produto judeu...

Noll

Unknown disse...

Parte-me o coração ter de dizer isto, mas oliva também e uma palavra portuguesa, só já não é muito usada...

Anónimo disse...

oliva

substantivo feminino


1. poético azeitona;

2. BOTÂNICA oliveira;

3. ANATOMIA saliência ovóide, lateral, do bolbo raquidiano;



substantivo feminino plural


1. ARQUITECTURA ornamentos em forma de azeitona;

2. ZOOLOGIA glândulas; parótidas do cavalo;


(Do lat. olíva-, «azeitona»)



© Copyright 2003-2006, Porto Editora.

O Mafarrico disse...

Caríssimo, de facto, se considerarmos a etimologia latina, que deu origem à palavra oliveira, a palavra oliva é a mais antiga, sendo que azeitona é uma palavra de origem árabe, portanto, posterior a oliva (talvez enraizada no léxico durante a ocupação árabe da Península), de az-zeituna, que quer dizer, exactamente, o fruto da oliveira. Em qualquer dicionário de botânica encontrarás a referência a oliva como azeitona. Oliva é uma palavra do léxico português, simplesmente caiu em desuso pela entrada de uma palavra concorrencial posterior para nomear o mesmo objecto. São coisas que acontecem na evolução de qualquer língua. Podemos é discutir se não será um preciosismo para atrair dondocas compradoras. É mais fino dizer leite de oliva do que extracto de azeitona ou de azeite ou lá que nheca puseram no champô...

O Mafarrico disse...

Já agora, as alheiras foram inventadas pelos cristãos-novos de origem judaica na Península. Era costume, em qualquer casa cristã, ter enchidos pendurados na lareira. Uma das formas que os cristãos-novos tinham de manter a aparência era, de facto, fazerem alheiras com gordura e arroz, sem meterem no enchido uma grama que fosse da carne impura de porco. Não sei se será correcto chamar-lhe um produto judeu.

Anónimo disse...

Passaram-se!!!! Besitos Mariachi do mê coração ;-)

Anónimo disse...

Não digas mal dos orelhões...Gostei tanto dos brasucas!! Quero ir viver para Arraial d'Ajuda. Não queres fazer uma revista lá? Havia tanto para falar sobre a natureza, a fauna, a flora, as praias lindas de morrer, os índios, o marquês de Pombal, o Álvares Cabral (Pedrrãao prós amigos), os hippies de Trancoso e o paralelo 17 que passa na zona e "diz que" tem muita energia, o forró, a lambada, o samba, a capoeira, as papaias, as churrascárias... Enfim, um mundo à nossa espera! Isto aqui já chateia...Bora?

Anónimo disse...

Ahhh e melhor que tudo a frase mítica que faz parte do programa de quem vai à Bahia: "Já beijou baiano? Tem curiosidade não?"

Anónimo disse...

freaky, como tá tu? Diaz, anda aqui ó Arruda que a gente assa um chouriço e acompanha com uma garrafinha de Pias.

"Ó Oliva(num encaixa bem carago)da serra
o vento leva a flor.
ó e ou ai..."

Anónimo disse...

Leite de coco baiano seria muito mais apelativo...

Anónimo disse...

Quanto às alheiras acho que isto ajuda a explicar que não foram só os judeus quem inventou a cena.

"Numa breve resenha histórica pode-se referir que as alheiras teriam surgido nos fins do século XV. Fazendo parte desde longa data da alimentação da grande maioria das gentes transmontanas, poder-se-á dizer sem ironia que a “alheira” teve como causa próxima do seu nascimento, uma acção político-económica do rei D. Manuel I, definida pela expulsão dos judeus do país."

Anónimo disse...

O leite de coco baiano com chouriço? Hummmmm, só se for com picanha e arroz com feijão.

El Mariachi disse...

Pronto, pronto, pronto, Firilipiripipias! Escreve lá um texto!!!

Chouriço? Pias? Até já!!! Levo pão!

O Mafarrico disse...

Para xostrinha:
A acção político-económica referida nesse texto foi a conversão forçada dos judeus e todos os não-católicos. Basicamente, "ou te convertes ou és expulso". Foi uma forma que o D. Manuel teve de não expulsar os judeus, fonte de riqueza, do nosso país. Nessa altura, o D. Manuel estava a ser pressionado pelos reis de Espanha para expulsar os judeus. Mas ele foi mais inteligente e recorreu ao estratagema da conversão forçada. É evidente que não seriam muito bons cristãos, daí a diferenciação e o nome cristãos-novos. No Norte do País, como é sabido, havia judiarias muito influentes...

Bom, acho que já chega de cóltura!!!

Vido disse...

Jesus!!!!!!!!

Anónimo disse...

Judeu ó não judeu as alheiras até podiam ser criadas pelo partido nazi que continuavam a ser boas. Especialmente as que se fazem em Torre de Moncorvo.