segunda-feira, março 20, 2006

Not Again, Sam!

Bem podes fazê-lo
alisar-me o pêlo!
Esta espécie de cão
ladro, gemo, gano
mordo-te a mão!

Volto sempre
e na mesma
Rabo entre as pernas
olho p'ra ti
orelhas p'ra trás
esponjo-me na relva
esfrego-me n'algo putrefacto
e em todo este acto
neste ensejo por uma festa
dás-ma, e nisto relaxas
eu lambo as partes baixas

Quero lá outra vida que não esta!

9 comentários:

zez disse...

Quanto mais conheço as pessoas, mais gosto dos animais... mas se forem jovens roliças, deixo o cão em casa!

Anónimo disse...

Cão, como nós. (M.A.)

El Mariachi disse...

Não é cá por coisas, mas acho que o Alegre pensava no Cavaco quando intitulou o livro.

Se bem que eu acho que o Cavaco é cão como poucos.

E o Jardim é um lobo (canis Lupus) que tem a mania que tem a manha da raposa (vulpus Vulpus) mas não passa de um canis Vulgaris!!!

Cacau Quente disse...

O meu blog foi censurado! :-(

Anónimo disse...

auf, auf, auf...!!!


Só visto...!!!

Anónimo disse...

Quer dizer, é cão que não conhece o dono, o canil, os seus semelhantes. O PSD liderado pelo salsicha Marques Mendes, no seu estilo ladra mas não morde que o diga.

Anónimo disse...

Já que estás numa de vida de cão, deixo aqui esta crónica do Lobo Antunes que me faz rir e (quase) chorar sempre que a leio. Aliás não me canso de a ler! Beijos


Somos felizes. Acabámos de pagar a casa em Outubro, fechámos a marquise,
substituímos a alcatifa por tacos, nenhum de nós foi despedido, as prestações
do Opel estão no fim. Somos felizes: preferimos a mesma novela, nunca
discutimos por causa do comando, quando compras a TV Guia sublinhas a
encarnado os programas que me interessam, lembras-te sempre da hora daquela
série policial que eu gosto tanto, com o preto cheio de anéis a dar cabo dos
italianos da Mafia.

Somos felizes: aos domingos vamos ao Feijó visitar a tua mãe, ficas a
conversar com ela na cozinha e eu passeio com o indiano, filho de uma senhora
que mora lá no pátio, assistimos ao básquete dos sobrinhos dele no pavilhão
polivalente, comemos uma salada de polvo no café durante os resumos do
futebol e voltamos para Almada à noite, com o jantar que a tua mãe nos deu
numa marmita embrulhada no Record, a tempo de assistir às perguntas sobre
factos e personalidades, do concurso em que a apresentadora se parece com a
tua prima Beatriz, a que montou um pronto-a-vestir no centro comercial do
Prior Velho.

Somos felizzes. A prova de que somos felizes é que comprámos o cão no mês
passado e foi por causa do cão que tirámos a alcatifa que as unhas do
animalzinho rasparam de tal forma que já se notava o cimento do construtor
por baixo. Andámos a ensiná-lo a não estragar as cortinas, pusemos-lhe uma
coleira contra as pulgas depois de uma semana inteira a coçarmo-nos sem
entender porquê, passados dois dias o Fernando começou a coçar-se também e a
acusar-me de cheirar a cachorro e levar pulgas para a repartição, o chefe
avisou-me do fundo

- Veja-me lá isso Antunes

de modo que pus também uma coleira contra as pulgas debaixo da camisa, o
Dionísio, espantado

- Deste em cónego ou quê?

e eu, envergonhado, a abotoar o colarinho

- É uma coisa chinesa para o reumatismo a Jóia Magnética Vitafor é uma
porcaria ao pé disto

e como nas finanças se respeitam o reumatismo e as coisas chinesas, nunca mais
me maçaram.

Às segundas, quartas e sextas sou eu que vou lá abaixo levar o cão a fazer
chichi contra a palmeira, às terças, quintas e sábados é a tua vez e o que
não vai lá abaixo fica à janela, a olhar o bichinho a cheirar os pneus dos
automóveis com o ar sério de quem resolve problemas de palavras cruzadas que
os cães têm sempre que farejam postes e Unos.

Somos felizes. Por isso não me preocupei no sábado com o animal muito
entretido na praceta e tu atrás dele, de trela enrolada na mão, sem olhares
para cima nem dizeres adeus, a andar devagarinho até desapareceres na
travessa para a estação dos barcos. Foi anteontem. Às onze horas tirei o
cozido do forno e comi sozinho. Ontem também. Hoje também. Não levaste roupa
nem pinturas nem a fotografia do teu pai nem nada.

Ainda há bocadinho acabei de gravar o episódio da novela para ti. A tua mãe
telefonou a saber porque é que não fomos ao Feijó e eu disse-lhe que daqui a
nada ligavas. Porque tenho a certeza de que não te foste embora visto sermos
felizes. Tão felizes que um dia destes vou comprar um microondas para, se
chegares a casa, teres a comida quente à tua espera.

Anónimo disse...

Quem não tem uma alínea destas na sua vida que atire a primeira pedra.

Anónimo disse...

já viste a que preço estão as pedras?

Olha lá oh el maria ice tea diaz para quando mais uma daquelas flores da rapariga da praia que te olhava pela capa do livro que lias de pernas para o ar e que sorrias pelo cheiro daquela breve flor... ou será mor?