sexta-feira, outubro 21, 2005

Um dia

Uma idosa cede lugar à prenhe
Uma gorda atraente... e porque não?
Um chinoca lê o jornal, que estranho
Um puto bezunta atira o papel ao chão

Um louco caminha sobre o traço amarelo
Passa um cão com doença no pêlo
Abandonado? Talvez...
Amanhã estará aqui outra vez

Tanto óleo no cabelo, aquele
Ao lado, a do brilho na pele
ainda que o céu de chumbo, sol ausente
roube a cor a toda a gente

Aquela de saco na mão
levará talvez a merenda
E aquele, com o embrulho pardo
para quem será a prenda?

Tantas vidas se cruzam
de manhã, alegrias tão raras
não o são corpos lindos, belas caras
decotes em camisas que já não se usam

Uns fumam, outros acham mal
coisa outrora tão banal
O ar é de todos, bem sabemos
De olhos no chão pouco vemos
neste andar aqui insulso, mau de sal!

Todos queremos qualquer coisinha
vida tua, vida minha
normalidade a quanto obrigas
Nascer, comer, dormir
acordar, descender, ascender
Trabalhar, correr, parir,
Cuidar, enfim, morrer!

3 comentários:

Anónimo disse...

But when it does, there's a whole new world, right!!! beijo-te índio. Ânimo

Anónimo disse...

Parabéns Papá! E a vida sorri... E repara como eu assino hoje de feliz que estou por ti.

Zorze Zorzinelis disse...

bom texto, amigo! aliás, como sempre; não te esqueças também que nós também somos observados - essa é a grande verdade!