Um manto escuro e compacto. Como cinza de
vulcão. Não que alguma vez tivesse estado perto de um. Mas imaginava que seria
assim. Uma massa de sombra cedendo um pouco da sua treva por onde passa. Densa
e impenetrável capa cobrindo tudo, todos, eu, tu, ele, lentamente, nós, vós, eles, mais e mais, imperativo, avança da costa para o
interior, implacável, já é noite nas primeiras dunas, inelutável, agora nas hortas. Faz frio só de
olhar. Jorge a tudo vê, de cima do monte. Dá mais uma dentada no papo seco onde
a mulher enfiara, sem amor, carinho ou consideração, duas ou três fatias de
Paio tipo York. Depois exclama Vai chover, ó
caralho!
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