Aos 16, o cenário que escolheria para este take que já vai em 32 aninhos era muito diferente daquele pelo qual optaria hoje em dia, uma janela sobre 13 cascatas entre a Fajã Grande e a Fajãzinha. Nesses tempos, adormecia a pensar numa cave nova-iorquina chamada Factory, com o Andy Warhol num sofá de cabedal preto, ao lado de Basquiat, ambos de olhos postos em Lou Reed, Moe Tucker, John Cale e, de quando em vez a Nico, ensaiando (terá alguma vez sido?) Venus in Furs. Muitos anos já haviam passado sobre o tempo em que isso teria sido possível, pelo que o meu sonho passava apenas por um objecto mítico, cuja cover emolduraria por me dar por contente se alguma vez encontrasse, na Ladra, um exemplar com tantos riscos que inaudível seria lisonjeiro: The Velvet Underground & Nico, o princípio de tudo, o Big Bang da música se emparelhado com o Yellow Brick Road e Ziggy Stardust and The Spiders From Mars. Não sou eu que o digo, é quem entende da coisa.
Este Domingo, o Mariachito quis dar uma prenda à Mãe. O Mariachi má grande, fulo da vida com datas consumistas para além da data consumista-mor (Natal) e ramificações absurdas, lá foi procurar qualquer coisinha para esbarrar com AQUILO! A bananinha sobre o fundo branco, qual Chiquita flutuando no infinito, 180 gramas como deve de ser, a reedição sem QUALQUER diferença deste o dia em que o primeiro exemplar saíu da impressão e o Lou Reed não sabia que Satelite of Love, muitos anos mais tarde, havia de ser um Hino Maior!
Poucos prazeres neste mundo se igualam ao Sunday Morning tal como esta veio ao Mundo!
6 comentários:
A minha vénia por este post.
Meu amigo, voltámos às merdas muita grandes e que apenas recebem respostas de pessoas como o Nenuco que nem leu e deu-te uma resposta... que fica bem aqui como na China. E depois um post com uma banana? Mariachi estás a habilitar-te...
O Lou Reed sempre teve uma mochila com os utensílios essênciais para a sua sobrevivência nesse enorme panorama musical - é por isso que é dos músicos mais genuínos e interessantes de sempre! É um copo de uísque sem gelo; aliás, como dizia o outro: "No tempo em que as putas eram a 500 paus e se bebia uísque com água Castello..."
Meu caro amigo Gostas... isto não é uma banana qualquer! Esta banana dirá à geração antes da minha e a todas as que vieram depois, desde que musicalmente letradas, TUDO. Mais ou menos o que dirá à tua o puto a boiar na piscina atrás de uma nota, o que também dirá muito em relação a esses tempos e aos factos relatados pelos alunos da CasaPia poucos anos depois, que fizeram o caríssimo Fuerte Ventura a desaparecer do país durante três meses!
Esta banana é do Andy Warhol no tempo em que este não ilustrava agendas telefónicas vendidas na FNAC e dirá muito menos que a capa do Sticky Fingers dos Rolling Stones, também da sua autoria.
Podes vê-la aqui: http://www.johncoulthart.com/feuilleton/wp-content/uploads/2006/02/stickyfingers.jpg
Ao Nenas o meu grande obrigado com piscadela de olho!
"Nos tempos em que as putas eram a 500 paus e o uísque se bebia com água castello, o 70x7 e o Eng.º Sousa Veloso limpavam, na manhã seguinte, qualquer espécie de remorso!"
Uma dupla vénia (e uma banana Fa Si) ao comment do Gostas Pouco Gostas
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