Sempre tentei não ser ingrato. Terei falhado algumas vezes, enfim, mas tentei sempre, quase como se de um lema de vida se tratasse, não incorrer em ingratidão. É o mínimo que se deve a quem se deve algo. A gratidão pode ser velada. O seu antónimo não. E eu vi-o, qual monstro imenso, dentes cerrados, cariados, pedaços de caldo verde pendentes dos incisivos, um bafo horrível, uma criatura hedionda, essa tal de ingratidão. Eu respondo noutra moeda. Com a outra face. Dou-a! Porque durante quatro anos fiz o que mais gostei e fi-lo bem. Precisamente porque gostei. Demais. E poucas coisas pagam isso. Nunca poderia ser ingrato. Como eles. Aliás, nunca lhes serei suficientemente grato. E para que não restem dúvidas...
Obrigado, Kauí... Porque foste a primeira a acreditar, quando poucos o fariam. Porque em dias cinzentos (364 por ano, em Sintra) me oferecias dois faróis azuis. Porque ruborizavas como uma menina. Que nunca deixaste de ser.
Obrigado, Tiago... Porque és a prova viva que ainda há talento nessa casa. O subaproveitamento é problema deles.
Obrigado, Hugo... Porque trabalhas quando mais ninguém o parece fazer. Porque sabes que desconversar é, quase sempre, o único refúgio possível.
Obrigado, Gi... Porque me fizeste perceber que nem sempre é às palmadinhas nas costas que se demonstra que se gosta de uma pessoa.
Obrigado, Bruno Damas... Por seres um oásis de genialidade (de difícil percepção, é verdade), no meio desse deserto.
Obrigado, Cátia Matos... Por esse sorriso, esses olhos de moira e essa presença, que me deram sempre uma espécie de orgulho paternal ou fraternal, nunca cheguei a perceber. Por me teres feito acreditar que eu era o melhor chefe-de-redacção do mundo, o que não lembra ao diabo...
Obrigado, Zé Carlos Cruz... Pelo empenho e amizade. Pelo humor e fidelidade.
Obrigado, Simone... Pelo empenho e amizade. Pelo mau humor matinal, as boleias e a fidelidade.
Obrigado, Eládia Belourástia... Por teres tornado hilariante a pior fase nesse antro.
Obrigado, Sónia... Pela luz.
Obrigado, Guida... Por esses dois enormes faróis.
Obrigado, João Allen... Pela música.
Obrigado, Zito Colaço... Trabalhar pode ser mesmo muito divertido e, logo, bom! A espontaneidade é uma qualidade. Infelizmente, é o mais das vezes mal interpretada.
Obrigado Jacques Rodrigues... Por seres a prova viva de que os pategos, lorpas, labregos, iletrados, ignorantes e surdos que nem uma porta também podem ser administradores . E isso é uma luz ao fundo do túnel para este país.
Supra citados não estão aqueles que já não têm de se deslocar a Ranholas para poder ganhar (pouco) ao fim do mês, assim como outros que sabem que a omissão não significa esquecimento.
9 comentários:
És tão lindo :)
Eu agradeço-te a ti as fotos gregas :-) E faço votos de que tenhas muita, mas muita sorte e que a vida te corra sempre muito bem!
Post bonito.
Não conheces ninguém que torne hilariante esta minha pior fase no antro?
Ando uma vida inteira a aturar-te e é SÓ isto que tens a dizer sobre mim??? Amuei! Ainda assim, és um quadradinho de chocolate suiço com avelã...
E essa dos que já de lá sairam, e blá, blá, e blá, é uma treta do caraças. Sogro, parafraseando a gaja, senhora gaja, gira, que é da Ampola: És um chocolate amargo e fora de prazo!!!!!!
Epá, Mariachi! Fiquei com uma descrição semelhante à Maria da Ampola mas como gosto muito dessa miúda, fico feliz!
Já que entraste no antro quase ao mesmo tempo que eu, fico feliz que tenhas saído na mesma altura! Isso seria insuportável se não te tivesse aí para um daqueles desabafos completamente nonsense!
Abração
Freaky: Ó menina, diz que o meu estaminé também tem lá umas coisitas! Se quiser passar por lá... Beijos
Obrigado eu pelo albúm de SOULWAX... Ainda me lembro do dia em que entraste e todos diziam que eras Baiola e eu que sempre te chamei Roto; Nas tuas costas (hahahah), defendia a tua masculinidade...
Tens música nova!?!?
Atão não?
Quilos e quilos, pá...
Uhm... os olhinhos de moira verteram umas lagriminhas e o nó na garganta quase que me sufoca... Eu não te fiz acreditar que eras o melhor chefe-de-redacção do mundo... Tu és!
Foste o primeiro colega que conheci e logo te tornaste no meu chefinho... Amei esses dois anos de PV... Hoje recordo-os com o tal nó na garganta.. Obrigada por me fazeres acreditar que até escrevia bem... Um beijinho muito grande... Adoro-te mano!
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