A revista, quando boa, é um objecto de culto. Independentemente do assunto que trata, deve servir este propósito. Deve transmitir tal gosto que nos leva a folheá-la com cuidado, para não estragar. A revista deve ser feita para ser amada. Quem a compra deve render-lhe tal amor que um vinco, cantos dobrados ou uma inoportuna gota de água que engelha uma página provocará uma tristeza não muito profunda mas também nunca indelével. Assim como quando morre o nosso primeiro canário ou peixe dourado.
Em Portugal há poucos casos. Talvez a Volta ao Mundo, a NG e a Blue, de certeza a Egoísta e Umbigo, para além de muitas fanzines que, não sendo revistas, porque são fanzines, serão, precisamente, objectos de culto. Óbvia piscadela de olho ao Miguelito, que até ouvi dizer, antes de partir uma cadeira, que está apaixonado e tudo. Eia!
Se formos para as publicações internacionais, então a coisa afigura-se bem mais interessante. Aquela loja ali na Av. da Liberdade, um pouco depois do Elevador da Glória (como quem sobe), é tão poço de perdição como uma boa livraria temática. Há de tudo e quase tudo nunca é demais porque se dinheiro houvesse levavam-me os meus sinais, cheques, letras, tudo (eat my shit, Gonzo).
Mas há um lugar, bem improvável, onde por €6 podemos ter um brilhozinho nos olhos. Chama-se United Colors Of Benetton e algumas lojas (nem todas) vendem a revista Colors. Compro a Colors como recebia, do meu pai, todos os dias, um pacotinho de cromos para colar na caderneta d'A Fauna Selvagem. É do papel reciclado? É das fotos? É dos assuntos? Não sei. Sei que é sempre uma surpresa e nunca me desiludiu. E isso, meus amigos, vale ouro nos dias que correm. Nesta última edição, por exemplo, o n.º 69, precisamente, cujos mais poupaditos podem ver em www.colorsmagazine.com, aflora-se O assunto. "De Volta à Terra", dizem eles. E mostram. Como só eles. E como ninguém, à excepção deles, sequer poria a hipótese. Se não, vejamos:
"Para a nossa dose de proteínas essencial, adorámos comer 'chapulines'(*) desidratados, aqui na redacção da Colors, enquanto trabalhávamos nesta edição. Para obter alguns, com receitas incluídas, contacte: Inalim, Quinceo #103, Col. Volcanes, Oaxaca, CP 68020, Mexico. Tel. +52 951 5159507. E-mail: inalim@prodigy.net.mx".
(*) Chapulín em espanhol de Oaxaca (México) é gafanhoto. São secos ao sol e depois fritos. Acompanham com guacamole e nachos. De referir que esta é, para cerca de 70% da população daquela área, a única fonte de proteínas possível. O assunto é abordado acutilantemente na página 92 da revista supra citada.
8 comentários:
Gostas muito de supra citar, n gostas?
Olha lá, lidia, vens para aqui arranjar merda para o blogue do miúdo?
Sim, confesso que esse é, e sempre foi, o grande objectivo da minha vida.Tens alguma coisa contra?
Aliás, o que é que tens a ver com isso?
Pensei que eras contra as palmadinhas nas costas...
Ah! Só mais uma coisinha:
"Bambi" é o nick mais quiduxo e fofinho da blogosfera e de outras coisas assim.
;)
humpf. sempre tão agradável, a minha lidiazinha... :) bambi é querido, não é? olha lá, vais em que parte do prison break?
Mas agora toda a gente vê o prison break? Tenho aqui para ver, mas ainda não lhe peguei.
Bambi, tás boazinha?
Bambizinha fofinha,
Vou na parte de fora...
Olá Espalha! Sim, tou bem! tou agarrada ao prison break! olha lá, espalha, então esses porcos andam a explorar-te? é só trabalhar, trabalhar, trabalhar?
lidinha, a tia bambi vai resolver essa cena.
Boa! É que tá frio...
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