terça-feira, janeiro 23, 2007

Tinha de Ser

De entre todas as decisões acertadas que tomei na vida, que foram poucas, há uma de topo: guardar anualmente o Poemário da Assírio & Alvim para deixar recados no balcão da cozinha, do género: "Leva o lixo" ou "Liga à minha mãe e diz-lhe para ela temperar o capão à maneira dela" ou ainda "Isto de te ir dar os bons dias ao duche não dá. Já estava atrasado. Vê lá se mais logo, quando eu estiver a tomar banho, não te vais embora como eu", e coisas do género.
Assim, de vez em quando viro a página do "Faz a cama" ou do "Está frio. Veste duas camisolas ao Gabriel" e deparo-me com coisas do estilo:
"Prazer, mas devagar,
Lídia, que a sorte àqueles não é grata
Que lhe das mãos arrancam.
Furtivos retiremos do horto mundo
Os depredamos pomos.
Não despertemos, onde dorme, a erinis
que cada gozo trava.
Como um regato, mudos passageiros,
Gozemos escondidos.
A sorte inveja, Lídia. Emudeçamos".

Era só isto...

3 comentários:

zez disse...

epá, porque é que saí dos teus sombreros? acho mal!!!

Anónimo disse...

vai ao meu blog surprise....

aanes

Cacau Quente disse...

Pois é.
A minha mãe ainda hoje deve abençoar o nome que lhe deram em 1947 (8 de Novembro), que tão bem fica nos poemas que o seu filho querido lhe faz, todos os seus aniversários.

Se a minha mãe fosse bloga agora descobria tudo, Dias!
Não tens juízo nenhum, pah.