Gosto cada vez mais de ser Velho do Restelo em relação a certas coisas.
Sou gajo dado à melancolia que a nostalgia provoca. Sim, tenho saudades das Cidades de Ouro, do Era Uma Vez o Espaço, da Rua Sésamo (contudo já com um olhar maroto fixado naquele sinalinho da Alexandra Lencastre), dos Amigos de Gaspar e das animações com areia no programa do Vasco Granja. Porém, quando adquiri todos os DVD's do Conan, O Rapaz do Futuro, cheguei à conclusão que não sentia a mesma coisa. Não era, afinal, do Conan que eu sentia falta. Era de tudo o que o envolvia... brincar ao "eu sou o Conan e tu és a Lana e depois mostras-me a tua pipíua", ir para a praia de bicicleta e, no Mar, imaginar que estava realmente a lutar contra o tubarão "bico de estrela", atirar-me de um 3º andar de um prédio em obras (na realidade, a "Indústria") e aterrar ileso, no clássico monte de areia ao lado da "bateneira" (ou misturadora de cimento para quem nunca teve de trabalhar nas obras para ir com os amigos pó Gerês). Isto não era da idade... era a ausência de certas e determinadas merdas que geram impulsos.
Do que eu sinto falta MESMO é de quando a PJ Harvey, o Nick Cave, os Man or Astroman, os Red House Painters, os Current 93 e tantos outros eram "música alternativa". Não era melhor nem pior que o mais comercial dos pops da RFM. Mas só a eles tinha acesso que estivesse realmente interessado/bem informado, que procurasse publicações que dessem conta das novidades, que se afundasse nos caixotes da 2º mão na Carbono, sei lá! Hoje, com a informação a chegar mesmo a quem não quer, as coisas vulgarizaram-se! Já não há salas de cinema com apenas 3 pessoas a ver o La Haine do Kassovitz. Há excursões de gente que primeiro vê os Morangos com Açúcar e depois corre a comprar bilhetes para o Gato Preto, Gato Branco.
Vejo muito poucas vantagens na Globalização. Vejo poucas vantagens na Internet. Porque haverá muita gente que sem querer, vai ver isto:
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e eu não posso acreditar no futuro da Humanidade.
8 comentários:
Pois, pois. Mês de Julho era mês de andar a limpar as valetas à porta de casa das senhoras idosas a ganhar 700 escudos à hora. Tudo regado com o vinho morangueiro de algumas almas generosas. À torreira da soleira era lindo era. Depois em Agosto estoirava-se tudo em 10 dias de campismo na Figueira da Foz. Ainda outro dia, enquanto ensaiava umas quantas machadadas na terra aqui do quintal me ria disso. Acredito que a globalização tem os dias contados. Quando o global se torna asfixiante acaba. Olha-se para o Canadá, que até é um país tolerante e percebe-se isso. Diaz, podes vir cavar aqui à horta quando quiseres.
Por um lado concordo com o que dizes, até porque sinto o mesmo. Mas por outro lado acho que é um sentimento comum a todas as gerações, a saudade das coisas que conheceram na juventade, a melancolia da visão mais pura (não puritana) que tinhas do mundo durante a juventude.
Mas se o mundo não mudasse de que é que a próxima geração ia sentir essa mesma nostalgia?
Ó Xostras: Népias, que ouvi dizer qu'a terra pós lados da malveira tem um ph lixado... faz-me mal à pele! E agora não posso comprar o esfoliante da Roche!!!
Ó Pedro: Esta geração vai sentir falta do quê? Só se for destas pitas solícitas, que no meu tempo tinha que ser com o Bate Pé, muita sorte e alguma persistência!
Meu caro, não posso deixar de comentar este seu post. Realmente, também eu via as "Cidades do Ouro" (ainda hoje canto a musiquinha em francês quando estou a fazer as limpezas), mas gostava mais das animações em plasticina dos programas do Vasco Granja. Sinto nostalgia desses tempos, mas porque hoje em dia os desenhos animados dos programas de fim-de-semana (que passam em modo brize contínuo) são carregados de violência e de artes marciais. Em tudo o resto, acho que ainda hoje somos uns privilegiados neste cantinho de terra à beira-mar plantado. A globalização é um marco das nossas metrópoles, mas, no interior, ainda agora está no início. Que não passe daí e não se percam os nossos brandos costumes é o que eu desejo.
Eu sou um jovem herói de Shaolin. yaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhuuuuuuuuuu. Voei de um prédio para o outro.
Hó pá !!! eu curtia era mesmo ir apanhar as canas dos foguetes morteiros na festinha da aldeia... E depois competir com os meus amigos em duas modalidades: Quem tinha mais em Nº e quem conseguia apanhar a mais comprida. Mas antes de tudo isto tinha que conseguir uma artimanha para me pirar de casa e não ter que ficar a repor os quilos de arroz de trinca e açucar nas prateleiras da mercearia da minha avó.
E eram assim...
Está explicada a tua boa onda, man...
Não estás interessado em aparecer na Margem Sul um fim de semana destes? Para veres a Marta, que parece que engoliu uma bola de basquete! Faço um caril daqueles de virar o olho do cú do avesso!
QUE MERDA É ESTA PÁ?!Chama-se arte maltratar animais indefesos...filhos da puta, seu eu os apanho furo-lhes eu os olhos e rebento-lhes a cabeça com um tarolo, ah e depois tiro uma foto...É tudo arte afinal...foda-se...que mundo de merda este...antes imaginar que se vivia no espaço, se conduzia uma nave com uma fita de embrulho a enfeitar a testa, a fingir de tiara (Gallática tá...) e se dizia que namorava com o Apollo...ou seria o Starbuck?
Somos a última gração que viveu com inocência
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