Acompanhei a "Volta ao Mundo" do Cadilhe. Era, aliás, uma das únicas coisas que lia na Única do Espesso. Na altura, achei impossível haver alguém no mundo que partilhasse comigo o desejo (tanto como o de receber um ferro em brasa no escroto) de conhecer Nova Iorque. Sabendo que o rapaz viajou num cargueiro de Valência a Manhattan (não esquecer que não apanhou um só avião durante todo o percurso) e não tendo lido nada sobre a Grande Maçã, achei que poderia ter sido eu a falhar a compra do jornal na respectiva semana. Nada disso! Manhattan não foi digna de referência, à excepção d'"o bacalhau cozido mais caro da minha vida" degustado num restaurante português em Greenwich Village ou o autocarro da Greyhound com destino a San Diego: "As grandes viagens fazem-se de avião, as pequenas em carro próprio. O "bus" fica fora desse esquema, existe só para os que não têm dinheiro para a passagem aérea e que não têm carro. São os "underclass", os excluídos, os subsidiados pelo Welfare State, pela Segurança Social. A escumalha. E, no entanto, a minha viagem de 5000 quilómetros de uma costa à outra terá o calor humano que nenhuma troca de olhares em Manhattan me soube dar. (...) O Terceiro Mundo começa aqui, no subsolo de Nova Iorque".
É d'Homem!
18 comentários:
Tudo bem que os americanos são uns grandes filhos da puta e não devem nada à inteligência (nada mesmo).
Mas há que reconhecer quando uma cidade desperta tantas emoções como esta.
Ame-se ou odeie-se, a Big Apple é deslumbrante. Vale a pena lá ires, nem que seja para dizeres na primeira pessoa: é uma grande merda!
Vamos lá a ter calma!!!
Nunca lá fui, mas esse facto obedece à seguinte regra: Com o dinheiro que um gajo gasta para ir ver um sítio onde, ao saír da estação de metro temos a sensação de estar, afinal, na mesma onde entrámos, quantos outros sítios no mundo não se visitam? Mesmo que me oferecessem a viagem, eu pedia um vale e trocava pela Islândia, mámén!
É a mesma merda que a Madeira!!! Enquanto houver o Alberto João e uma Ilha das Flores nos Açores, o que é que um gajo vai lá fazer?
Epá, epá, epá, e-p-á! Comeu bacalhau caro em Green quê? Fosse à comunidade portuguesa de Newark e era mais barato que na tasca do Xico. E o vinho é alentejano, ainda que com Jet Lag. Nem o Uncle de Fraggle Rock foi tão bronco. Terceiro Mundo é meia dúzia de betos alternativos terem aberto uma discoteca, com nome de revista cor de rosa por não conseguirem entrar na Kapital, e hoje dificultam mais a entrada que o estábulo musical do Santana Lopes. Diz que é por causa de um tal sócio honorário John Malcovisóvich. Já lá estive e curti mas... isto vale o que vale.
Alto lá. NY versus Funchal num tem comparação. O Mayor Alberto nunca seria aceite numa cidade multicultural onde teria uma chinatown como cartão de visita. Quanto ao metro tens razão. Mas há tudo o resto e ninguém me faz esquecer que enquanto nevava, e estavam uns 10 graus negativos, estava eu na Virgin a ler o livro com as calinadas do Bush (quase tão grosso como Os Maias) em terras gerida pelo canalha. Gostei mesmo muito Mariachi. Da Madeira não conheço. Mas também é um bocado isto, já estive nos Açores. Depois da violação de privacidade as balelas foram à vida. A senhora lá de casa não merece.
Daí, xostrinha estar no lote dos que não têm link.
está bem, está bem, eu vou!
A NY, claro... à Madeira NUNCA!!!
Já estive na Madeira várias vezes, amigo Díaz e posso garantir-te que enquanto me deslumbrava com o Curral das Freiras, o Pico do Areeiro, o Cabo Girão e o Porto Moniz (por exemplo), nunca me lembrei de um tal de Alberto João Jardim. Sim, Funchal ou Porto Santo é para "patos bravos". Pela tua lógica, enquanto tentava recompor-me de uma visita à Lagoa das Sete Cidades (ou às Flores), não iria parar de pensar no Carlos César! Please! E logo tu que gostas tanto do teu País...
Por isso mesmo!
Proponho a esta assembleia trocarmos a Galiza por Terras de Sua Magestade El Alberto Papa-Cús-a-Meninos João Bezunta Jardim!
Proponho mais ainda. Libertem o Farfalha ma Madeira e depois então abram-se as negociações com os espanhóis. E a ETA que abra uma nova guerra política pela libertação de Porto Santo e das selvagens.
"As ilhas são lugares de solidão e nunca isto é tão nítido como quando partem os que apenas vieram de passagem e ficam no cais, a despedir-se, os que vão permanecer."
Miguel Sousa Tavares
Equador
Provavelmente também não vais à bola com este senhor, mas esta frase tem muito que se lhe diga. Açores, Madeira ou lá o que seja, a verdade é que a ideia de ilha para mim aflige-me. Muito boas para dias de bezerrice, mas para viver, no grazie!
De Nova Iorque guardo recordações infantis, pois tinha apenas oito anos quando lá fui e nunca mais lá voltei. McDonald's (quando ainda faltavam uns aninhos para cá chegar o primeiro restaurante da cadeia), uma loja de brinquedos gigante (muito antes do Toys R'Us), as torres gémeas no seu esplendor, Chinatown, a baleia azul gigante no tecto do Museu de História Natural e os táxis com divisórias, foram talvez os elementos da Big Apple que mais me marcaram no longínquo Março de 1989.
Com referência na volta ao mundo do Cadilhe, ou não, é uma cidade incontornável! Depois de uma viagem de cargueiro de Valencia até Manhattan como é que alguém poderia gostar do que quer que fosse? Ainda por cima, é a cidade menos americana da "América". De certeza que ias gostar! Qualquer açoriano da ilha das Flores que se preze tem de conhecer essa grande metrópole...
Grande Firlipipias!
Concordo contigo! Ilhas, só mesmo para visitar! Também tenho a certeza que não seria capaz de viver desapegado por terra do continente, seja lá este qual for.
Nova Iorque deve ser mesmo uma cidade fascinante, mas o verdadeiro espírito americano está noutras cidades, bem mais no interior do país. Prometi a mim mesmo que vou conhecer a Big Apple um dia destes!
Beijos
Não, não embirro com o Sousa Tavares! Mas também não embirro contigo e, logo, não consigo perceber porque é que só agora vens aqui teclar!
Em relação às ilhas como sítio para bezerrar (e ATENÇÃO: Manhattan é uma ilha), tenho duas palavrinhas para ti:
1. São
2. Tomé
Cumé?
No fundo, isto são tudo grandes ilhas e nós uns grandes atrofiados. Sempre a querer andar de um lado pó outro, quer estejamos no centro da Sibéria ou no Bugio!
Tu é que ficaste de ver isso e népias! Di fálár com o homem da roça nu tachu. Esse grandi safado que n me deu uma entrevista!! Por mim, ia já amanhã! Mas não era difícil e mais n sei quê??
Tirar o brevêt, conseguir ir para a cama com a Audrei Tatou, conduzir um TIR e aguentar um cozido à portuguesa sem tocar em vinho tinto!!!
Isso sim, miúda, são coisas difíceis!
Difícil, difícil é não atirar a televisão pela janela quando passa um anúncio dos toques Jamba.
muito boooooommmmmm!
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