Ontem, e por razões que me são alheias mas chegadas, vi-me forçado a uma deslocação ao hospital de Almada, sito no Pragal, histórico campo da Batalha da Praça das Portagens, em que os Lusos defrontaram não Mouros, não Castelhanos, tampouco franceses, mas sim os cães de fila do Cavaco, fardados a preceito.
Deparei-me, em primeiro lugar, com falta de estacionamento, o que é estranho. Normalmente, os Bósnios (gente que envenena a Margem Sul com maledicência que inclui, sempre, argumentação relacionada com o Inferno da Ponte, mas que são os primeiros a entupi-la ao primeiro raio de sol) invadem a Caparica e não aquela zona...
E, meio feliz com isso, deixei nas visitas aos enfermos quem de direito e segui para a Praça S. João Baptista, nessa Almada Pedonal feita de esplanadas e relva e velhinhos e pombos, pois diz que Mariachito adora correr atrás de ratos com asas desde que consegue dar dois passos... desconfio que ainda hoje acha que os consegue agarrar...
Para lá chegar, deparei-me com visões tão estranhas como:
Helicóptero a descrever círculos ininterruptos sobre a cidade.
Rulótes de farturas e churros e tudo o que se possa comer com farinha, óleo, açúcar e canela.
Polícia demais, o que quer sempre dizer que estava em falta noutro lugar qualquer.
Taxis e taxis e mais taxis com velhos e velhos e mais velhos, o aroma a naftalina a escapar-se das janelas abertas.
Mas, como não tenho TVI em casa, não estava MESMO a perceber o que se passava...
... até que vi um senhor com um cachecol daqueles do futebol mas cujas cores eu não estava a conseguir relacionar com nenhum clube. Ainda pensei que estivesse a decorrer um jogo entre o Cova da Piedade e o Trafaria, mas não... um pouco mais perto consegui ler, no tecido, a inscrição Cristo Rei 50 Anos... e fez-se luz! Tanta alegria, meu dEUS!!!
Tão beatos e gratos e católicos que somos!
Tão pequeniiiiiiinos!
Eu encontro-me em condições de explicar a coisa. Não mamo dos noticiários actuais e só sei de História. Logo, vejo-me obrigado a dar conta das verdadeiras razões que levaram à estátua, para além da óbvia tentativa de querer igualar, em aparência, Lisboa ao Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa que era toda oportunidade no pós-guerra, a beber dinheiro dos Estêites como só um carro feito em Detroit conseguria fazer com gasolina. Pagam, ainda hoje, e de que maneira, o preço. Nós também. Uma elevada maquia por um produto diverso.
Gratos por não termos entrado na 2.ª Grande Guerra, os fiéis juntaram, durante uma década, dinheiro suficiente para erguer A Coisa, ainda que fossem tempos de fominha extrema. Curiosamente, os países beligerantes já estavam, nessa altura, em plena recuperação, graças às indemnizações que a Alemanha se viu forçada a pagar, ao abrigo do Plano Marshall. Ainda assim, os germânicos já haviam erguido Berlim dos escombros e pouco mais foi o tempo que demorou para provar que, derrotados mas bons, toma lá Mercedes, BMW, Opel, Audi, VW, Siemens, Telefunken, emprego com fartura e tudo e tudo e tudo.
Nós, cornos-mansos como sempre, tínhamos um boi à dianteira, com várias juntas de outros bois logo atrás. A pior delas todas, a Igreja.
Esse grande Barrosão Salazar forneceu volfrâmio para as armas alemãs, ordenou um esforço adicional aos trabalhadores das conserveiras algarvias para que os enlatados chegassem às várias frentes nazis sob a forma de ração de combate e guardou, a sete chaves e ignorância do povo, o ouro que eram dentinhos judeus fundidos em barra. Como se toda esta história não fosse, por si só, uma sonsice pegada, o Toiro de Lide (mas que ninguém lidou) Salazar abrigou inúmeras fragatas inglesas na segurança da barra do Tejo. Felação a Hitler aqui, lambidela de cu aos Aliados ali, Salazar conseguiu que não entrássemos, de forma explícita, no conflito, garantindo um século de empobrecimento, analfabetismo, obediência cega e outras características que pudessem transformar um povo que sempre foi Grandioso e Maior, num rebanho de carneiros cegos, embrutecidos, uma vergonha para os antepassados.
Levaremos muito tempo para recuperar de tudo o que aquela estátua VERDADEIRAMENTE representa...
4 comentários:
qualquer coisa como... cinco estrelas.
não só muito pertinente, como bem situado históricamente, mordaz, irónico, divertido e triste.
muito triste.
muito divertido.
rosa said it all...
Mas afinal o holocausto aconteceu??
O Salazar que não devia ter nascido...mas nasceu...devia ter tomado só um partido na guerra (e não dois)???
Quanto á igreja (como agnóstico), não tenho dúvidas , que sempre ajudou muita população (aquele povo que praticamente não tem nada, senão a fé que os impele a acreditar num futuro melhor).
Não está nada isenta de culpas, nem ng,nem eu... tem trabalho realizado, muito importante...não é desinteressado, afirmo. Acho porém que , se perguntarmos a quem beneficia das suas ajudas no dia-a-dia (pão pá boca), está agradecido e sempre é melhor que não fazer absolutamente nada.
É perguntar directamente ao povão, para perceber(é que nem todos, infelizmente, pensam pelas suas cabeças)
Tóne
[desde a bancada central]
(saia rodada, super mini, azul forte e dourada! top azul, curto, justo...
ponpons com papelotes azuis e dourados)
cabelo preso em rabo de cavalo, agitar de braços em movimentos coreografados...
Give US a "T"
give US a "Ó"
give US a "N"
give US a "E"
mr. T - Ó - N - E is back!
rodopiar de ponpons, saltos sobre a mini saia...
PALMAS!
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