sexta-feira, maio 29, 2009

Publicidade & Marketing para Totós!

1. Um vendedor de publicidade tem que saber fazer marketing.
2. Para isso, precisa de acreditar no produto que está a vender.
3. Um bom produto faz marketing por si só.
4. E essa é a melhor publicidade.

O Barcelona é o único clube de futebol da Europa que se recusa a obter dinheiro através da publicidade nas camisolas. Equipamentos com Vodafone, Liberty Seguros ou Opel em letras garrafais é para clubes menores. Fazem muito MELHOR que isso! Optam por CONCEDER à UNICEF um lugar privilegiado no peito de jogadores como o Messi, sem esperar retorno monetário. A mensagem é simples: Ajudamos uma organização de solidariedade sem esperar nada em troca. Porquê? Porque, por amor de dEUS, nós não precisamos. Somos o Barcelona!!!
PUBLICIDADE? Para quê, quando se tem o melhor MARKETING do mundo? Numa qualquer tour operator japonesa, uma viagem a Barcelona inclui, sempre, uma entrada para um jogo no Campnou. O Barcelona não é um clube de futebol. É uma instituição. É o símbolo da resitência catalã contra o poder central de Madrid. É o braço armado (da melhor arma) de um povo que é, na verdade, diferente.

O Cristiano Ronaldo tem publicidade até mais não. Ou porque namora, ou porque se separa, ou porque marca golos, ou porque marca muitos golos, ou porque inscrustou brilhantes CR7 nas cadeiras lá de casa, ou porque partiu o Ferrari, ou porque marcou golos outra vez, ou porque comprou uma loja à irmã, ou porque veste a mãe, ou porque agora já tem o dente que lhe faltava ou porque tem abdominais, ou porque fala, ou porque não sabe ler nem escrever, ou porque sei lá!

5. Um mau produto pode vender, através de publicidade e marketing enganoso.
6. Mas só durante algum tempo.

terça-feira, maio 26, 2009

Estória de Cantar

É a Velha & Gasta fábula da Branca de Neve.
Revisitada.
Sem os Sete Anões.
Para o que aqui vem à baila, os pequenotes não interessam.

Em cada década, ou outro período de tempo qualquer, alguém nasce com um dom.
Que lhe terá sido concedido para gáudio de terceiros mais do que para felicidade do próprio.
Pode ser Beleza ou outra dádiva qualquer.
Algo que faça estremecer, em mil e uma sensações arrebatadoras, inexplicáveis de forma imediata, a quem com tal se depara.
Pode ser, pois, Beleza ou outra graça qualquer.
Uma jacarandá bem no centro de uma propriedade de eucaliptos da Portucel.
Beleza ou outra mercê qualquer.
No caso do Andrew Bird, a Bruxa Má do Panorama Musical Actual estava a dormir.
Ou terá sido, propositadamente ou não, enganada por um Espelho Mágico das Grandes Editoras que, porventura, era apreciador de hip hop ou RnB ou outro imediatismo qualquer e ter-lhe-á dito Sim, há alguém genial, chama-se Beyoncé Knowles e vive para lá do Atlântico, para lá do Deserto dos Saguarus e junto à costa do Pacífico, ao invés de ter optado por Ele há um homem, de magérrima compleição, pouco cabelo à frente, nariz afilado, que mora num celeiro no Iowa, chama-se Andrew Bird, tem uma voz celestial e toca violino e guitarra com estrelas na ponta dos dedos.
Pode não ser, portanto, Beleza.

Temos então que, era uma vez, num lugar qualquer, há muito, muito tempo, um menino que nasceu numa cama de hospital onde não havia réstia de palha ou bafo de bovinos ou algo do género, para que, um dia, a Humanidade pudesse ter um altar onde adorar a genialidade. Porque Bird tem, por cima, a mão de algo Maior que abriga, na sua sombra, quem tem a capacidade de fazer de um qualquer momento um Lugar Melhor.

E eu serei seu Apóstolo, para sempre, mesmo depois do galo da Mediocridade cantar três ou mais vezes!

segunda-feira, maio 25, 2009

Uma Viagem

Uma viagem não tem que ser longe
Perto não tem que ser pouco exótico
Alentejo, esse Mundo Cénico
de Silêncio Melancólico
tem uma Moira Encantada
de cores pastel
em fulgor pirotécnico
MERTULAH, oxalá sejas sempre
esse orgulho do que foste
Para que sejas sempre isso que és
Um MUNDO tão mais bonito

Porque implodir bucolismo é explodir universalidade!

quarta-feira, maio 20, 2009

Auschwitz

Há novos hotéis boutique, de charme e ecoresorts na Jamaica.
O Jamaican Board of Tourism quer que aqui A Casa publique a coisa.
Logo, o dIAZ tem um voo marcado para Kingston.
Só há um problema.
Faz escala nos E.U.A.
E eu recuso-me a pisar solo amaldiçoado.
Por respeito ao sofrimento humano que por lá grassa.
Assim como me recuso a visitar Auschwitz.
Acho que os lugares que emanam más energias não devem constituir atracção.
É mau sinal se sim.
Analiso a coisa e concluo que, enfim, é só um aeroporto.
Uma transfega de avião para avião.
Um apeadeiro.
Nem há, durante a deslocação na passadeira rolante, uma mísera papelariazinha para comprar a Vanity Fair ou assim.

Pois não é que, mesmo assim, o Cancro do Planeta, o Ponto Negro do Mundo exije um visto e um passaporte electrónico?
Para já, vou dar o meu como perdido ali na Loja do Cidadão.
Não pensem que devolvo um livrinho bordeau com carimbos da Indonésia, Botswana, Namíbia, Grécia quando ainda não era UE, Quénia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabué, Turquia e outros tantos só porque o outro lado do mundo obriga a que gastemos €80 (se for urgente) para poder, sequer, PASSAR POR LÁ.

Dá para perceberem que eu preferia que eles tivessem expludido para dentro antes de eu ter nascido?

Alemanha nos anos 30/40, Estados Unidos no Século XXI...

Tanta coisa e tanto controle e eu poderia escrever agora aqui que ia lá METER UMA BOMBA e eles nem sonhariam!!!

Cambada de Ronalds McDonalds!!!

Nazis de merda!

segunda-feira, maio 18, 2009

Vergonha...

É precisamente na parte em que o Mate diz ao Faísca McQueen Shúúú, eu shou o melhor marshatrájísta do planeta que toca a campaínha.
dIAZ: Gabrieeeeel... é o homem da piza, vai abrir a porta.
Mariachito: Tenho v'gonha pai, anda comigo, anda, vamos.
Transporto o miúdo até à porta, abro e recebo a coisa.
dIAZ: Então, pá? Nem boa noite, nem nada?
Mariachito: - Silêncio -
dIAZ: Tens vergonha?
Mariachito: Xim...
O Gajo das Pizas: Então? Tás com vergonha?
Mariachito: - Silêncio -
dIAZ: Queres dar esta moeda ao senhor?
Mariachito: Nããããããoooo.
dIAZ: Pronto, olhe, uma boa noite. Diz ao menos boa noite ao senhor, tá?
Mariachito: Olhe, senhor, eu fiz um cócó tão g'ande que pa'ecia uma banana!!!

Meio Século da Trampa

Ontem, e por razões que me são alheias mas chegadas, vi-me forçado a uma deslocação ao hospital de Almada, sito no Pragal, histórico campo da Batalha da Praça das Portagens, em que os Lusos defrontaram não Mouros, não Castelhanos, tampouco franceses, mas sim os cães de fila do Cavaco, fardados a preceito.
Deparei-me, em primeiro lugar, com falta de estacionamento, o que é estranho. Normalmente, os Bósnios (gente que envenena a Margem Sul com maledicência que inclui, sempre, argumentação relacionada com o Inferno da Ponte, mas que são os primeiros a entupi-la ao primeiro raio de sol) invadem a Caparica e não aquela zona...
E, meio feliz com isso, deixei nas visitas aos enfermos quem de direito e segui para a Praça S. João Baptista, nessa Almada Pedonal feita de esplanadas e relva e velhinhos e pombos, pois diz que Mariachito adora correr atrás de ratos com asas desde que consegue dar dois passos... desconfio que ainda hoje acha que os consegue agarrar...
Para lá chegar, deparei-me com visões tão estranhas como:
Helicóptero a descrever círculos ininterruptos sobre a cidade.
Rulótes de farturas e churros e tudo o que se possa comer com farinha, óleo, açúcar e canela.
Polícia demais, o que quer sempre dizer que estava em falta noutro lugar qualquer.
Taxis e taxis e mais taxis com velhos e velhos e mais velhos, o aroma a naftalina a escapar-se das janelas abertas.
Mas, como não tenho TVI em casa, não estava MESMO a perceber o que se passava...
... até que vi um senhor com um cachecol daqueles do futebol mas cujas cores eu não estava a conseguir relacionar com nenhum clube. Ainda pensei que estivesse a decorrer um jogo entre o Cova da Piedade e o Trafaria, mas não... um pouco mais perto consegui ler, no tecido, a inscrição Cristo Rei 50 Anos... e fez-se luz! Tanta alegria, meu dEUS!!!
Tão beatos e gratos e católicos que somos!
Tão pequeniiiiiiinos!

Eu encontro-me em condições de explicar a coisa. Não mamo dos noticiários actuais e só sei de História. Logo, vejo-me obrigado a dar conta das verdadeiras razões que levaram à estátua, para além da óbvia tentativa de querer igualar, em aparência, Lisboa ao Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa que era toda oportunidade no pós-guerra, a beber dinheiro dos Estêites como só um carro feito em Detroit conseguria fazer com gasolina. Pagam, ainda hoje, e de que maneira, o preço. Nós também. Uma elevada maquia por um produto diverso.
Gratos por não termos entrado na 2.ª Grande Guerra, os fiéis juntaram, durante uma década, dinheiro suficiente para erguer A Coisa, ainda que fossem tempos de fominha extrema. Curiosamente, os países beligerantes já estavam, nessa altura, em plena recuperação, graças às indemnizações que a Alemanha se viu forçada a pagar, ao abrigo do Plano Marshall. Ainda assim, os germânicos já haviam erguido Berlim dos escombros e pouco mais foi o tempo que demorou para provar que, derrotados mas bons, toma lá Mercedes, BMW, Opel, Audi, VW, Siemens, Telefunken, emprego com fartura e tudo e tudo e tudo.
Nós, cornos-mansos como sempre, tínhamos um boi à dianteira, com várias juntas de outros bois logo atrás. A pior delas todas, a Igreja.
Esse grande Barrosão Salazar forneceu volfrâmio para as armas alemãs, ordenou um esforço adicional aos trabalhadores das conserveiras algarvias para que os enlatados chegassem às várias frentes nazis sob a forma de ração de combate e guardou, a sete chaves e ignorância do povo, o ouro que eram dentinhos judeus fundidos em barra. Como se toda esta história não fosse, por si só, uma sonsice pegada, o Toiro de Lide (mas que ninguém lidou) Salazar abrigou inúmeras fragatas inglesas na segurança da barra do Tejo. Felação a Hitler aqui, lambidela de cu aos Aliados ali, Salazar conseguiu que não entrássemos, de forma explícita, no conflito, garantindo um século de empobrecimento, analfabetismo, obediência cega e outras características que pudessem transformar um povo que sempre foi Grandioso e Maior, num rebanho de carneiros cegos, embrutecidos, uma vergonha para os antepassados.

Levaremos muito tempo para recuperar de tudo o que aquela estátua VERDADEIRAMENTE representa...

sexta-feira, maio 15, 2009

É a Crise, estúpido!

Nesta merda de mundo que é o jornalismo, as fornadas que saem, anualmente, das universidades, obrigam a que o manancial de possibilidades se alargue.
Assim, quase todos os jornalistas são, em Portugal, redactores.
Não têm direito à Carteira Profissional.
Logo, têm que pagar estacionamentos, concertos, estadias em hotéis e peças de teatro.
De resto, ganham melhor.
Os que estão em agências de comunicação ganham ainda melhor.
É só mais uma injustiça num país onde a justiça é tão fiável como os carros feitos em Espanha (sim, malta que comprou SEAT, tá a alongar).
Sobre tudo isto pesa, ainda, a malta que, saída do último ano de La Université, está tão desesperada por trabalho que aceita com cada merda que às vezes me ponho a pensar em que raio de momento é que o tráfico de moldavas por proxenetas russos passou a constituir matéria preferencial para documentários televisivos.
Infelizmente, uma das regras mais básicas e antigas da economia, que sobreviveu a sistemas políticos, programas reformadores e organizações que regulamentam a coisa, diz que O Barato Sai Caro... Amén!

E é então que surgiu hoje, aqui, na redacção, um livro de receitas da Pescanova, mega empresa (espanhola, lá está) que, tentando cortar nos custos, decidiu não entregar esse projecto a um atelier ou empresa de comunicação que fizesse um trabalho digno desse nome, para o resultado deste que se quer um objecto de comunicação, marketing e publicidade, ser tão deplorável quanto o título:

Pescanova - Receitas de Cefalópodes

Pois bem... por muito que saibamos o que são cefalópodes, gente haverá que sabe apenas que lulas são lulas, chocos são chocos e polvos são polvos. E refira-se, a mais não é obrigado. Se o polvo tem três corações e consegue passar por um orifício 75% mais pequeno que o seu volume, se o choco é mais inteligente que um golfinho, se uma lula luz à noite, são tudo pormenores que apenas concernem a biólogos e interessados.

Eu, que gosto muito de gastrópodes com imperial, de teleósteos fritos com arroz malandrinho, de condrósteos na caldeirada e de jardineira de tubérculos, declaro:

Não sejam ridículos, pá!!!!

Caem caem pequenas gotas de bonito

Desta vez, não se fez acompanhar de uns quaisquer.
Já tem três discos e qualquer um deles chamará, para ali ao lado do seu piano, os melhores.
E assim foi.
Mais alto que todos, o baixista, um portento de serenidade, ao lado do baterista, inexcedível.
Ao lado do enorme piano, de onde Ele nunca saíu, duas guitarras, dois violinos, um violoncelo, saxo e clarinete.
Antony só saíu da escuridão total ao terceiro tema.
Ainda assim, ficou na penumbra.
Falou de ter sido educado em seio católico para descobrir, aos seus Trinta e Tais, que, afinal, Jesus haveria de voltar na forma de uma mulher, coisa que parece estranha (não tão estranha como o próprio Antony, porém), a não ser que servisse de intróito a Everglade. Pois!
Os momentos mais apoteóticos pertenceram, com a banda a dar uma de filarmónica, mas afinadíssima, se não for isto uma antítese, a Shake That Devil, Her Eyes Are Underneath the Ground e, claro, Fistfull Of Love.
Os mais intimistas passaram por nós, mais próximos dele, sob a forma de temas como Another World, For Today I Am a Boy, You Are My Sister e o fabuloso retorno do perdido Twilight, que nunca pensei ter ali lugar... e por muito que tivesse faltado o The Lake, desse Grande EP homónimo.
Meu, só meu, foi o I Fell in Love with a Dead Boy, tema que está nesse vinil, fazendo lembrar o velhinho formato de Maxi Single, que comprei no fim do concerto de 2004. Quando cheguei a casa, olhei para o velho prato Sony. E lá estava ele, sobre o anti-estático da Ninja Tune, provando que sou um gajo eclético.
Vinha na ideia adormecer a ver, pela enésima vez, o Heima.
Mas achei por bem que prolongar o que havia deixado há tão pouco tempo seria acabar o dia em grande.
E foi.
Gosto de me sentir um privilegiado.
Mas com razões para isso.
PIM!

quinta-feira, maio 14, 2009

quarta-feira, maio 13, 2009

Um dia, quando o Sol nascer mais brilhante e para todos, surdos também...

... os Xutos & Pontapés vão acordar do seu estado letárgico, característico dos que pensam que ainda constituem, do verbo ser, alguma coisa, qualquer coisa que seja, e tropeçarão em algo como isto.

Depois, no dia seguinte, decidir-se-ão a sair da claustrofóbica divisão cujo reduzido espaço criativo partilham, ainda, com os UHF, os Delfins, os 7.ª Legião e outros...

... e desistirão!

E então, as Primaveras poderão continuar a vir, em força, com fulgor reanimado em matizes de verde e púrpura e carmim, sem vergonha, ao contrário dos anos em que esse grupo de rapazes lança um novo álbum.

segunda-feira, maio 11, 2009

Ó Zorze...

Clica aqui e, se tiveres pressa, avança até aos 4 minutos!

Depois, lubrifica bem o Jazz e mete-o no cu!

sexta-feira, maio 08, 2009

Da Sensibilidade Gay

Ok, é oficial.
Depois do Antony, do Rufus, do gajo dos Panda Bear, do Owen Pallett, do maninho dos Magnetic Fields, do Morrissey e outros TANTOS, percebi que o vocalista dos Radiohead salvava-nos. Porque depois do protesto de mulheres de todo o mundo contra o crescente número de homossexuais (porque é fashion), ostentando, e com razão, t-shirts com a frase Eu Também Tenho Cu, gritemos nós também, graças a esse grande Thom Yorke, Isto da Sensibilidade Musical Não é Só Coisa de Rotos!

Ou é?

Pois que, para grande surpresa minha, o Senhor (assim, mesmo, em Caixa Alta) vocalista dos Sigur Rós, Jon Thor Birgisson (Jonsi, para os amigos) levou a cabo, com o seu namorado Alex Somers, a gravação de um álbum que estará à venda, pela mítica Parlophone, a partir de 20 de Julho. Em Portugal, portanto, lá para o Natal.
Riceboy Sleeps é o nome da banda que, até agora, e à excepção da faixa Happiness, presente na compilação Dark Was The Night, apenas era conhecida por algumas produções artísticas (instalações e pequenos clips de vídeo) e subsequentes exposições em Reykjavik e Londres. Duas destas "peças" acompanham faixas do álbum e, claro, quem me conhece sabe que o dIAZ nunca vos deixaria de água na boca: All The Big Trees e Daníell In The Sea são, pois, prova que isto das sensibilidades acima do normal não é coisa para malta do tunning e dos U2 e dos Centros Comerciais, mas também não é preciso ser-se homofóbico.

Decido-me agora a aventar que este disco é inteiramente constituído pela mesmíssima música dos Sigur Rós, mas na estrita medida em que não chega a entrar na tão característica apoteose dos mesmos. Ficamos, pois, naquele prolongadíssimo flutuar que antecede o orgasmo, um crescendo tantricado de forma a que nunca lá cheguemos. Todos ou apenas quem não é sensível?

A descrição acima é suficientemente vaga para que possa acicatar a curiosidade, mas informativa que chegue para quem já chegue atrasado a clicar aqui.

Ou pensavam que o dIAZ vos ia deixar sem A COISA?

Incapacidade Laboral

Ele há muitas.
Há a ampla Baixa Médica que pode incluir a específica Baixa Psiquiátrica, por exemplo.
Há a Licença de Maternidade, a Parental e por aí adiante, mas que não poderão ser incluídas no grupo a que me quero referir...

A minha rica avózinha usava, do fundo do seu alentejanismo, um termo que decido agora empregar como sendo, também, razão que baste para Baixa.
VELHACARIA!

As pessoas VELHACAS deveriam beneficiar de Baixa por Velhacaria. Seria, no entanto, uma baixa em nome do resto do grupo de trabalho.
Quando há alguém VELHACO numa empresa, sofre directamente quem está próximo, abaixo e, por extensão, os outros departamentos todos até que a própria empresa esteja totalmente minada.

Quando descobrimos que temos térmites no vigamento de nossas casas, bem podemos passar verniz, insecticida e medidas outras que possam, na melhor hipótese, retardar o óbvio desfecho. Que ocorrerá, contudo, e de forma irremediável. A única medida CORRECTIVA é, por muito que nos custe, SUBSTITUIR as traves e vigas mestras.

Por forma a que este país possa EVOLUIR, e não continuar a REGREDIR, aprovem, por favor, na AR, a Baixa por VELHACARIA. Eu continuarei a tirar da minha Segurança Social para isso, com bastante mais vontade do que o faço para pagar ordenados de militares, polícias e governantes!!!

quarta-feira, maio 06, 2009

Tchau Vasco, Olá Carla!

Foi há coisa de uns 7/8 anos que a singela beleza em forma de chefe de redacção me disse, num sussurro, como sempre, por entre lábios finos e rosa embutidos a régua e esquadro numa pele alva, ostentando minúsculas sardas por baixo de dois olhos de um azul-céu-de-Baixo-Alentejo-com-40ºC, devolvendo-me o A4 que eu lhe entregara com propostas de entrevista, os dedos finos mas curtos, assim algo desajeitados mas duma forma pueril, esticados sobre a minha caligrafia-à-pressa, que ela porém sempre percebeu, unhas curtas e da mesma cor da carne: Se estás sempre a falar dele, porque não entrevistas o Vasco Granja?
Os seios apoiados pelo tampo da secretária.
Procurei um número de telefone por todo o lado, pedi, vasculhei.
Nessa tarde, ela tinha uma camisa branca com atilhos.
Finalmente, encontrei... e liguei, nervoso! Era, afinal, o Vasco Granja...
Sempre aquela pequena franja de cabelo a cair-lhe sobre os olhos. Umas vezes, recolocava-a atrás da orelha. Um tique. Outras, soprava-a. Um trejeito.
Do outro lado, atende-me uma voz de avó, docinha mas sofrida.
Cheirava a feno, ela, principalmente ao fim do dia, em dias de fecho de edição.
Ó filho... ele já não fala, não se mexe, nem consegue estar, não há condições, peço desculpa.
Foi a primeira mulher que eu vi ficar ainda mais bela quando grávida. Pés inchados, mãos na anca, uns seios desproporcionais, mas aquela luz em seu torno. E o aroma a campo, como se tivesse desbravado tremoceiros para alcançar aquela azinheira, orgulhosamente só no meio da planura...
As melhoras, disse eu, que mais dizer?

E não houve, desde aí, dia em que não pensasse Será possível que o homem tenha morrido e isso não tenha constituído notícia?

E não houve, desde que a conheci, dia em que não pensasse Que raio de voltas dá esta vida para que nunca tivesse um beijo, uma merda de um beijo, sido possível.

Não. Pelo menos no meu círculo de amigos e colegas de trabalho, Vasco Granja não será falado só depois de morto. Um simples jantar em casa de um de nós é desculpa basta para que o assunto koniek volte à baila. Porque os desenhos animados do Vasco Granja acabavam sempre, não com Fim, mas com Koniek, que é Fim em checo ou húngaro ou búlgaro ou romeno ou lá o que é. Não interessa. Interessa reter apenas que aquela figura magra, a quem a RTP obrigou a ser mais comedido com o seu esquerdismo, substituindo para isso as habituais animações de areia e plasticina e sombras chinesas pelos estupidificantes e indutores de violência Tom & Jerry, Looney Tunes e Mister Magoo, foi, ao fim e ao cabo, um educador de uma geração. E incutiu, principalmente, bom gosto. Que hoje é raro precisamente porque o Vasco Granja já não apresentava animações da RDA ou Checoslováquia ou assim. As crianças de então, que são hoje os adultos capazes de aturar um La Féria ou uma novela brasileira, dirão “eu não gostava NADA do Vasco Granja” e preferiam, mil vezes, o Sítio do Pica Pau Amarelo. Os outros, que “aturavam” aqueles monólogos de mais de dez minutos (sabe dEUS com que dificuldade), são adultos sensíveis, educados e, sobretudo, exigentes. É por isso que Vasco Granja não deixou um legado. Deixou foi um rancho de afilhados que são os homens de hoje. Mas são-no com H grande. Porque essa que se pode, agora, sem pruridos de qualquer espécie, denominar de Geração Vasco Granja, despertou muito cedo para o facto da beleza residir muito para lá do que conhecemos.
Naquele tempo, chegavam-nos, graças a ele, coisas que estavam vedadas ao mundo ocidental.
E, pelos vistos, havia Humanidade e Beleza, daquela Beleza bruta, inegável, para lá da Cortina de Ferro.
Sob a forma de animação.
Hoje, mamamos apenas do que nos deixam.
Porque já não há Vasco Granja.
E parecemos todos uns Looney Tunes!

Até sempre, Pai Vasco
Até um dia, Carla

segunda-feira, maio 04, 2009

Se a História é cíclica, façamos História!

Diz-se por aí que, no dia 1 de Maio de 1886, houve um ajuntamento de mais coisa menos coisa 500 mil operários em Chicago.
Dizem as más línguas que a Polícia carregou sobre os manifestantes com uma simpatia tal que os mortos e feridos ficaram por contabilizar.
Eu não acredito em nada disso.
Acredito que, em Portugal, possa sentar-se na cadeira de Presidente da República um senhor que ordenou, ele próprio, a carga sobre os manifestantes contra o aumento de 50 escudos nas portagens da Ponte 25 de Abril (que irónico, ou não) e, depois, sobre os coitados dos operários da Marinha Grande.
Eu sei que é mais de um século de diferença.
Mas estamos em Portugal, por dEUS.
Somos o Zaire da Europa!
Se o Nino Vieira se candidatasse, ganhava.
Ou o Mobutu.
Ou mesmo o Savimbi, empunhando, na foto de campanha, a famosa marreta com que esmagava, contra um cepo, as cabeças dos oponentes.
Tenho para mim que o Cavaco não esmagaria cabeças na Praça das Portagens ou nas Vidreiras da Marinha Grande.
Mas apenas porque ficaria mal junto da UE, que tanto dinheiro aqui injectou sem que ele monitorizasse o seu devido emprego (assim, pulha, também eu diria que o meu foi o tempo das Vacas Gordas, mas com a certeza que, faças o que fizeres, Vacas e ainda por cima Gordas come-as tu, que eu sou selecto).
Ou porque estava na altura ocupado a mastigar bolo rei de boca escancarada.
Ou porque, simplesmente, o Monstro de Boliqueime não tem uma marreta.
Se, no entanto, o fizesse, os portugueses, esses africanos, não o julgariam e seriam, como sempre, permissivos.
Porque só aqui é possível uma senhora que obrigou os estudantes a mostrar os nadegueiros e, anos mais tarde, roubou os fundos de pensão dos CTT's e outros que tais para equilibrar as Finanças, assumir a posição cimeira num partido.
Porque só aqui o cabeçudo que foi "derrubado" da cadeira pelo Presidente da República, como só em África é possível, o mesmo sacanão que deixou um buraco de Milhões na Câmara Municipal de Lisboa, pode recandidatar-se, curiosamente, à Câmara Municipal de Lisboa.

Se, pois, Portugal fosse um país de gente pensante, uma dúvida surgiria...
... essa que se apoderou de mim no 1.º de Maio, quando olhava para tanto festejo pelo mundo... e eu... estranhamente distante.
Depois, fez-se luz:
dIAZ... tu não és trabalhador! És RECIBO VERDE em Portugal!!!!
Quando os garimpeiros do coração da Amazónia tiverem direitos...
Quando os Tibetanos puderem ser independentes...
Quando as guineenses não forem obrigadas a ficar sem clítoris por uma questão de "higiene"...
... tu terás direitos...

... Um ou dois, mas terás!