Estou que nem posso!!!
"O baterista dos Xutos & Pontapés, Kalu, partiu o pé no final da gravação do spot da Optimus no último Domingo. Como tal, a banda foi obrigada a cancelar os concertos acústicos no Barreiro e em Ílhavo, agendados para 4 e 9 de Abril respectivamente. O novo disco da banda, homónimo, é editado na próxima segunda-feira", in Diário Digital.
Queria mesmo ir ao hospital escrever no gesso, com um marcador bem grosso, CALEM-SE DE UMA VEZ POR TODAS!!!
terça-feira, março 31, 2009
Sim, estou a pedi-las, mas enfim...
segunda-feira, março 30, 2009
O Desastre!
Comprei a Playboy para ter o n.º 1 da edição portuguesa desse objecto de culto global. Como quem fica com a primeira garrafa de Coca Cola vendida em território nacional (1979), ou o último Independente ou A Capital. São marcos.
E estou longe de ser gajo para desculpar-me com as grandes entrevistas ou artigos de fundo que, de facto, sempre teve. Cresci com a Playboy brasileira por baixo da cama.
E cedo aprendi que as grandes celebridades (do tempo em que também eu via novelas) como a Betty Faria ou a Bruna Lombardi eram, afinal, mulheres como as outras todas. Isso ajudou-me para a vida. Mas também me ajudaram as tais grandes entrevistas, na edição americana, a aprender inglês, por exemplo. E a revista, em si, a criar gosto pelo objecto Revista. Aquela que não se deita fora. Uma outra literatura. Razão pela qual é nisso que trabalho. Na pior altura, claro, mas com gosto. E amor. Sei, portanto, do que falo daqui em diante.
Esqueçam o assunto que está sobre a mesa: A Mónica Sofia é ou não digna de ser Playmate? Quaisquer opiniões serão regidas por gostos pessoais. E o(s) problema(s) com a Playboy portuguesa NÃO É ESSE!!!!
Ponto 1 - A Arte Gráfica da coisa JÁ ESTÁ FEITA. É a da Playboy, ponto. Não há lugar para grandes invenções. O que deixa claro que SERIA impossível ESTRAGAR algo que já existe. Os letterings nos títulos, por exemplo, são desastrosos e o seu efeito roça o ridículo! Há planos, como sejam o do Chocolate e o da Viagem, que são comparáveis a um qualquer produto da Impala, o que já não será bom, mas dos anos 80, que é pior.
Ponto 2 - A revisão é tão INEXISTENTE como o provará a minha desistência, à contabilização "redonda" de 26 palavras partidas de uma linha para a outra entre "l" e "h" ou "n" e "h".
Ponto 3 - Ana Anes, que é minha amiga, e Nuno Markl, que não conheço de lado nenhum, têm o dever, como cronistas, de exigir respeito pelo seu trabalho, o que nos leva ao ponto seguinte...
Ponto 4 - Conheço um sem número de pessoas no meio, de profissionalismo, qualidades e zelo inquestionáveis, que mandaram currículos. Como já vai sendo costume, nem um auto-reply a dizer Vai dar banho ao cão, que isto é para filhos, os enteados que se foxtrotem. O resultado está à vista!
Ponto 5 - Não se pense que eu me dou valor que permita a alguém achar que o acima é de ter em conta. Acho, porém, que quem trabalha na Playboy portuguesa (e estou a falar de quem toma as decisões), se tem em grande conta.
Mas num país onde qualquer administrador dava um dono de fábrica de sapatos de Guimarães qualquer, onde qualquer director de qualquer coisa dava um employee of the month de um qualquer Burguer King... as coisas são por demais óbvias!!! E perfeitamente desanimadoras.
A Playboy tuga, meus caros, é sintomática.
E não é NADA mais!
E estou longe de ser gajo para desculpar-me com as grandes entrevistas ou artigos de fundo que, de facto, sempre teve. Cresci com a Playboy brasileira por baixo da cama.
E cedo aprendi que as grandes celebridades (do tempo em que também eu via novelas) como a Betty Faria ou a Bruna Lombardi eram, afinal, mulheres como as outras todas. Isso ajudou-me para a vida. Mas também me ajudaram as tais grandes entrevistas, na edição americana, a aprender inglês, por exemplo. E a revista, em si, a criar gosto pelo objecto Revista. Aquela que não se deita fora. Uma outra literatura. Razão pela qual é nisso que trabalho. Na pior altura, claro, mas com gosto. E amor. Sei, portanto, do que falo daqui em diante.
Esqueçam o assunto que está sobre a mesa: A Mónica Sofia é ou não digna de ser Playmate? Quaisquer opiniões serão regidas por gostos pessoais. E o(s) problema(s) com a Playboy portuguesa NÃO É ESSE!!!!
Ponto 1 - A Arte Gráfica da coisa JÁ ESTÁ FEITA. É a da Playboy, ponto. Não há lugar para grandes invenções. O que deixa claro que SERIA impossível ESTRAGAR algo que já existe. Os letterings nos títulos, por exemplo, são desastrosos e o seu efeito roça o ridículo! Há planos, como sejam o do Chocolate e o da Viagem, que são comparáveis a um qualquer produto da Impala, o que já não será bom, mas dos anos 80, que é pior.
Ponto 2 - A revisão é tão INEXISTENTE como o provará a minha desistência, à contabilização "redonda" de 26 palavras partidas de uma linha para a outra entre "l" e "h" ou "n" e "h".
Ponto 3 - Ana Anes, que é minha amiga, e Nuno Markl, que não conheço de lado nenhum, têm o dever, como cronistas, de exigir respeito pelo seu trabalho, o que nos leva ao ponto seguinte...
Ponto 4 - Conheço um sem número de pessoas no meio, de profissionalismo, qualidades e zelo inquestionáveis, que mandaram currículos. Como já vai sendo costume, nem um auto-reply a dizer Vai dar banho ao cão, que isto é para filhos, os enteados que se foxtrotem. O resultado está à vista!
Ponto 5 - Não se pense que eu me dou valor que permita a alguém achar que o acima é de ter em conta. Acho, porém, que quem trabalha na Playboy portuguesa (e estou a falar de quem toma as decisões), se tem em grande conta.
Mas num país onde qualquer administrador dava um dono de fábrica de sapatos de Guimarães qualquer, onde qualquer director de qualquer coisa dava um employee of the month de um qualquer Burguer King... as coisas são por demais óbvias!!! E perfeitamente desanimadoras.
A Playboy tuga, meus caros, é sintomática.
E não é NADA mais!
quinta-feira, março 26, 2009
Paizinho... Não Vendas o Magalhães
Poderia ser o título do novo hit de Quim Barreiros, com vista à digressão de Verão pelas aldeolas onde os avecs bíndus da Francha matam saudades do morangueiro e os seus filhos exibem a indumentária de hip hopper que se usa muito, este ano, nos subúrbios de Paríje...
Não é!
"Magalhães podem estar a ser vendidos no mercado negro.
O computador Magalhães é entregue aos alunos do primeiro ciclo em regime de propriedade plena e alguns professores já alertaram para casos em que os portáteis podem já não estar com as crianças e ter sido cedidos ou até vendidos".
In Semanário SOL
Deixemo-nos, cidadãos (e não povo, que esse é um conceito Maior, meus palhaços, e não tem a ver com quem paga impostos e veste a melhor camisa para ir votar) de preocupações com o crescendo de imigrantes ilegais e comecemos a considerar, à séria, o quão africanos e sul-americanos nos tornámos. Pena é que ainda não tenhamos o refinamento daqueles: Aquela coisa de linchar empresários que despedem ou raptar os seus filhos. Naaaaa... por hora, ainda somos aquela cambada de mariconeros que marcha pela baixa da capital, gritando... sem uma pilhagem, sem canhões de água para dispersar os meliantes, apenas gritando... palavras de ordem mui ofensivas, tipo Sócrates Patife... enquanto Eles, lá dentro daquela sala com frescos setecentistas no tecto, riem a bandeiras despregadas sem que a justiça divina intervenha, sequer, para que se engasguem e asfixiem, MORRAM com um gole do melhor whisky de malte!!!
Envergonho-me, cada vez mais!
Não é!
"Magalhães podem estar a ser vendidos no mercado negro.
O computador Magalhães é entregue aos alunos do primeiro ciclo em regime de propriedade plena e alguns professores já alertaram para casos em que os portáteis podem já não estar com as crianças e ter sido cedidos ou até vendidos".
In Semanário SOL
Deixemo-nos, cidadãos (e não povo, que esse é um conceito Maior, meus palhaços, e não tem a ver com quem paga impostos e veste a melhor camisa para ir votar) de preocupações com o crescendo de imigrantes ilegais e comecemos a considerar, à séria, o quão africanos e sul-americanos nos tornámos. Pena é que ainda não tenhamos o refinamento daqueles: Aquela coisa de linchar empresários que despedem ou raptar os seus filhos. Naaaaa... por hora, ainda somos aquela cambada de mariconeros que marcha pela baixa da capital, gritando... sem uma pilhagem, sem canhões de água para dispersar os meliantes, apenas gritando... palavras de ordem mui ofensivas, tipo Sócrates Patife... enquanto Eles, lá dentro daquela sala com frescos setecentistas no tecto, riem a bandeiras despregadas sem que a justiça divina intervenha, sequer, para que se engasguem e asfixiem, MORRAM com um gole do melhor whisky de malte!!!
Envergonho-me, cada vez mais!
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there's no need to be afraid
quarta-feira, março 25, 2009
After the Party
Penso que não há lenda da música cuja estória não tenha sido escamoteada em filme, livro ou documentário.
Mas este facto só o é porque Nick Cave não se inclui no saco.
É Lenda, mas só para alguns.
Porque não é fácil, reconheço.
Eu tenho uma relação muito especial com o legado do Senhor.
E tenho-o como maior que os outros todos porque, enfim, Thom Yorke e Jarvis Cocker ainda não têm idade para estar no mesmo patamar icónico.
Haveria, no entanto, lugar à exploração da história caveiana sem sequer ser necessário romancear o que o levou aos dias de hoje com uma obra tão consistente como impossível de ignorar, se bem que numa vereda paralela (e por vezes bem afastada) à contemporaneidade do rock (ou lá o que seja).
Sucintamente, os Birthday Party vieram de Melbourne para Londres a fim de dar alguns concertos a uma audiência que ainda não assumira o desapego ao punk para estar a levar com pós-punk. O resultado foi muita fominha e heroína até que, um belo dia (ou não, tendo em conta que falamos de Londres), mais propriamente uma noite de 1983, no Electric Balroom, Cave abre com o agora mítico brado (que abre o tema Sonny's Burning) Hands Up Who Wants to Die e pouco menos de mil braços na sala obedecem, abrindo alas para a indelével imagem de um pregador da verdade, muitas vezes demoníaca, que o Australiano Mestre ainda hoje carrega em ombros.
Foi o pouco que faltava para os quatro objectos que se seguiriam e que eu considero obrigatórios na discografia de quem é, no mínimo, interessado... porque é uma qualidade humana que inviabiliza quaisquer preferências e preconceitos.
São pois From Her To Eternity (1984), The Firstborn Is Dead (1985), Kicking Against The Pricks (1985) e Your Funeral, My Trial (1986), que daqui a mais ou menos um mês estarão nas lojas, remasterizados.
É uma excelente oportunidade para se ter acesso a um oásis que brilhou, a par com outros (poucos), nesse deserto criativo que foram os 80's.
Para quem dispõe de uma mente suficientemente aberta, será óbvio que os primeiros álbuns de Nick Cave And The Bad Seeds eram, pois, semente de algo grandioso.
Os mais sensíveis não poderão evitar o arrepio na espinha produzido ora pelos incontornáveis efeitos de Blixa Bargel, ora pelas guitarras de Mick Harvey, ora pelo avassalador lirismo do piano ou Hammond de Cave, suas letras transpostas de todo um imaginário (bem) presente de E O Burro Viu O Anjo, e, claro, a sua voz, mensageira de algo Maior, como se o Apocalipse estivesse marcado para quando a agulha se erguesse do vinil preto, imagem derradeira antes do FIM!
Mas este facto só o é porque Nick Cave não se inclui no saco.
É Lenda, mas só para alguns.
Porque não é fácil, reconheço.
Eu tenho uma relação muito especial com o legado do Senhor.
E tenho-o como maior que os outros todos porque, enfim, Thom Yorke e Jarvis Cocker ainda não têm idade para estar no mesmo patamar icónico.
Haveria, no entanto, lugar à exploração da história caveiana sem sequer ser necessário romancear o que o levou aos dias de hoje com uma obra tão consistente como impossível de ignorar, se bem que numa vereda paralela (e por vezes bem afastada) à contemporaneidade do rock (ou lá o que seja).
Sucintamente, os Birthday Party vieram de Melbourne para Londres a fim de dar alguns concertos a uma audiência que ainda não assumira o desapego ao punk para estar a levar com pós-punk. O resultado foi muita fominha e heroína até que, um belo dia (ou não, tendo em conta que falamos de Londres), mais propriamente uma noite de 1983, no Electric Balroom, Cave abre com o agora mítico brado (que abre o tema Sonny's Burning) Hands Up Who Wants to Die e pouco menos de mil braços na sala obedecem, abrindo alas para a indelével imagem de um pregador da verdade, muitas vezes demoníaca, que o Australiano Mestre ainda hoje carrega em ombros.
Foi o pouco que faltava para os quatro objectos que se seguiriam e que eu considero obrigatórios na discografia de quem é, no mínimo, interessado... porque é uma qualidade humana que inviabiliza quaisquer preferências e preconceitos.
São pois From Her To Eternity (1984), The Firstborn Is Dead (1985), Kicking Against The Pricks (1985) e Your Funeral, My Trial (1986), que daqui a mais ou menos um mês estarão nas lojas, remasterizados.
É uma excelente oportunidade para se ter acesso a um oásis que brilhou, a par com outros (poucos), nesse deserto criativo que foram os 80's.
Para quem dispõe de uma mente suficientemente aberta, será óbvio que os primeiros álbuns de Nick Cave And The Bad Seeds eram, pois, semente de algo grandioso.
Os mais sensíveis não poderão evitar o arrepio na espinha produzido ora pelos incontornáveis efeitos de Blixa Bargel, ora pelas guitarras de Mick Harvey, ora pelo avassalador lirismo do piano ou Hammond de Cave, suas letras transpostas de todo um imaginário (bem) presente de E O Burro Viu O Anjo, e, claro, a sua voz, mensageira de algo Maior, como se o Apocalipse estivesse marcado para quando a agulha se erguesse do vinil preto, imagem derradeira antes do FIM!
terça-feira, março 24, 2009
Na Loja do Mestre dIAZ, há conselhos que valem oiro...
Desde o seu último álbum, é favor entregarem uma faca a cada um dos The Killers, a ver se eles fazem jus ao nome, e partam para outra.
Quem pode ser esta!
Quem pode ser esta!
segunda-feira, março 23, 2009
Stockholm, 2009 Again
Não lhes concedo genialidade.
Porque há muito por onde escolher, dentro desta linha sonora.
Embora nem tenha a certeza que essa possa ser estabelecida com exactidão.
Ainda assim, é injusto que tivessem ficado na história recente, com floreados MTVianos, por aqui e aqui.
Muito porque, ao contrário de tanto que por aí há (e, curiosamente - ou não, produz legiões de cegos seguidores), os Peter Björn and John não permitem que, ouvindo um ou outro tema, se chegue à essência da coisa.
Aliás, nenhum disco (e já lá vão CINCO) consegue ser desvendado à primeira.
Agarra porque há sempre uma faixa mais lalala cha la la, mas há que ter curiosidade e ouvido mole para que, da próxima, não passemos directamente para esse tema... deixar, pois, a coisa correr.
Aí, caríssimos, começam as surpresas.
Há sempre um pling, um fong, um blén bléng ou um pi da da du que desperta os sentidos para além do imediatismo.
E, quando assim é, vale sempre a pena.
O Writer's Block deu-lhes, já depois do álbum homónimo (2002) e um curioso Falling Out (2005), a tal projecção que não foi para além do lalala cha la la, de que falava acima, em relação ao Young Folks...
Depois, veio um dos mais sanguinários golpes que uma música pode sofrer... ser parte de um anúncio de televisão (aliás, já choro pela Santogold e as suas Trident de melancia)...
Foi, assim, mais que natural que poucos dessem conta do Seaside Rock do ano passado. Talvez fosse experimentalista demais, talvez poucos estejam, nos tempos que correm, virados para álbuns instrumentais, talvez ninguém tenha paciência para contos populares suecos... em sueco!?
Eu cá... estou contente porque está aí o Living Things.
Não é assim uma alegria de gritar a plenos pulmões, de bradar a tudo e todos, de querer partilhar a todo o custo... essa, nunca me enganou, é a encapuçada de outra coisa que, se não é antónima, lá perto anda...
Esta é uma daquelas joys bem maneirinha, proporcionadita, de estampar um sorriso que mais indaga que promete.
Partilho, porém.
Porque é bonito.
Porque há muito por onde escolher, dentro desta linha sonora.
Embora nem tenha a certeza que essa possa ser estabelecida com exactidão.
Ainda assim, é injusto que tivessem ficado na história recente, com floreados MTVianos, por aqui e aqui.
Muito porque, ao contrário de tanto que por aí há (e, curiosamente - ou não, produz legiões de cegos seguidores), os Peter Björn and John não permitem que, ouvindo um ou outro tema, se chegue à essência da coisa.
Aliás, nenhum disco (e já lá vão CINCO) consegue ser desvendado à primeira.
Agarra porque há sempre uma faixa mais lalala cha la la, mas há que ter curiosidade e ouvido mole para que, da próxima, não passemos directamente para esse tema... deixar, pois, a coisa correr.
Aí, caríssimos, começam as surpresas.
Há sempre um pling, um fong, um blén bléng ou um pi da da du que desperta os sentidos para além do imediatismo.
E, quando assim é, vale sempre a pena.
O Writer's Block deu-lhes, já depois do álbum homónimo (2002) e um curioso Falling Out (2005), a tal projecção que não foi para além do lalala cha la la, de que falava acima, em relação ao Young Folks...
Depois, veio um dos mais sanguinários golpes que uma música pode sofrer... ser parte de um anúncio de televisão (aliás, já choro pela Santogold e as suas Trident de melancia)...
Foi, assim, mais que natural que poucos dessem conta do Seaside Rock do ano passado. Talvez fosse experimentalista demais, talvez poucos estejam, nos tempos que correm, virados para álbuns instrumentais, talvez ninguém tenha paciência para contos populares suecos... em sueco!?
Eu cá... estou contente porque está aí o Living Things.
Não é assim uma alegria de gritar a plenos pulmões, de bradar a tudo e todos, de querer partilhar a todo o custo... essa, nunca me enganou, é a encapuçada de outra coisa que, se não é antónima, lá perto anda...
Esta é uma daquelas joys bem maneirinha, proporcionadita, de estampar um sorriso que mais indaga que promete.
Partilho, porém.
Porque é bonito.
quinta-feira, março 19, 2009
Terceiro Mundo
Mariachito: Feliz dia do Pai, pai!
dIAZ: Muito obrigado, filho...
Mariachito: Tenho uma p'enda para ti, qués vêre, queres?
dIAZ (desembrulhando a coisa): Óóóóóó... um cinzeiro a dizer "Não fumes que eu não gosto", muito bonito, ó Dias!!!
Mariachito: Gostaste, pai?
dIAZ: Sim, filho, adorei, muito obrigado.
Mariachito: Atão agora é Dia do Filho, tá bem?
dIAZ: Sim, tá bem...
Mariachito: Onde tá a minha p'enda?
E é por isto que não vou logo para o trabalho. O dia sorri e demanda um café na praia. Só eu, a malta na apanha da cadelinha (conquilha, condelipa), os joggers e as canastas de robalos de mar, lulas e besugos. Só depois me porei ao caminho, arriba acima, nacional abaixo, via rápida a direito, aaaaaahhhhh, este vento na cara... Ops... Uma fila de carros com o pirilampo azul sobre o tejadilho, parada nas portagens da ponte? Ignoro-os e, como sempre, avanço pelo traço até ficar, junto aos portageiros, entre duas filas. Tiro o multibanco e oiço, ao meu lado, um jovem de bóina preta que, no lugar do pendura de uma carrinha branca com o tal pirilampo no tejadilho, transporta PSP's de colete anti-bala rodeando uma família cigana:
Jovem de Boina Preta Eximiamente Barbeado Mas Nem Por Isso Com Melhor Ar: É melhor meter aí para a direita, Sr. Civil!
dIAZ: Mas esta portagem é pagamento exclusivo ViaCard!!!
E eis que há um senhor, grisalho, que escala e salta sobre os bancos, vindo dos lugares traseiros, grunhindo, qual Dorso Prateado do pelotão, e senta-se onde estava o Jovem de Boina Preta Eximiamente Barbeado Mas Nem Por Isso Com Melhor Ar, que entretanto foi para trás. Fica em silêncio.
dIAZ (respeitosamente): Peço desculpa, mas não posso passar aí pela frente para pagar na outra portagem?
Velhote com Óculos Escuros à Kraftwerk Que Acentuam o Ar de Frequentador da Tasca do Zé Mau a Jogar à Bisca dos 9 Até Ser Horas De Ir Pra Casa Exigir O Jantar Àquela Puta: Não, não pode que isto é uma coluna militar, espera aí como todos os outros Civis.
dIAZ: Coluna militar? Mas o senhor não é PSP?
Velhote com Óculos Escuros à Kraftwerk Que Acentuam o Ar de Frequentador da Tasca do Zé Mau a Jogar à Bisca dos 9 Até Ser Horas De Ir Pra Casa Exigir O Jantar Àquela Puta: Tá calado, pá! Maizó caralho!
dIAZ (mete Vespa no descanso e sai para ir à janela do cabrão com mais ar aciganado que os outros que transportava): Ooooooollláááááá! Vai-me dar um tiro, é? Veja lá!
Velhote com Óculos Escuros à Kraftwerk Que Acentuam o Ar de Frequentador da Tasca do Zé Mau a Jogar à Bisca dos 9 Até Ser Horas De Ir Pra Casa Exigir O Jantar Àquela Puta: Mas tás-me a provocar, é?
dIAZ: Não, estou a exigir o respeito para com quem lhe vê tirado da Segurança Social para pagar o teu ordenado e o rendimento mínimo dos que vão aí dentro. A mim, deves-me reverência, e só não te peço para te ajoelhares porque não confio na sanidade mental de bófias com armas.
Ele tira a arma do coldre, coloca-a em cima do tabliê e sai de peito inchado. Cá fora, o dIAZ para-o com o cartão de jornalista em frente aos óculos escuros à Kraftwerk e encena o telefonema Tou, manda uma equipa de reportagem à Praça das Portagens da Ponte, que temos abertura pró Jornal da Noite... De dentro da carrinha, a ciganada agita-se e um dos aciganados mas com farda grita Ó Brás, larga lá o rapaz e vamos embora, quéssa merda já tá a chamar a atenção.
Velhote com Óculos Escuros à Kraftwerk Que Acentuam o Ar de Frequentador da Tasca do Zé Mau a Jogar à Bisca dos 9 Até Ser Horas De Ir Pra Casa Exigir O Jantar Àquela Puta: (levanta os óculos escuros à Kraftwerk): Filho da puta!
dIAZ: Para ti, meu cabrão, é Senhor Patrão!
A Portageira, Uma Velha Conhecida Que Já Nem Me Pergunta Se Quero Recibo (quando lhe estendo o cartão, visivelmente nervoso): Hoje não pagas, meu filho, e se lhe tivesses cuspido na cara não pagavas amanhã!
dIAZ: Muito obrigado, filho...
Mariachito: Tenho uma p'enda para ti, qués vêre, queres?
dIAZ (desembrulhando a coisa): Óóóóóó... um cinzeiro a dizer "Não fumes que eu não gosto", muito bonito, ó Dias!!!
Mariachito: Gostaste, pai?
dIAZ: Sim, filho, adorei, muito obrigado.
Mariachito: Atão agora é Dia do Filho, tá bem?
dIAZ: Sim, tá bem...
Mariachito: Onde tá a minha p'enda?
E é por isto que não vou logo para o trabalho. O dia sorri e demanda um café na praia. Só eu, a malta na apanha da cadelinha (conquilha, condelipa), os joggers e as canastas de robalos de mar, lulas e besugos. Só depois me porei ao caminho, arriba acima, nacional abaixo, via rápida a direito, aaaaaahhhhh, este vento na cara... Ops... Uma fila de carros com o pirilampo azul sobre o tejadilho, parada nas portagens da ponte? Ignoro-os e, como sempre, avanço pelo traço até ficar, junto aos portageiros, entre duas filas. Tiro o multibanco e oiço, ao meu lado, um jovem de bóina preta que, no lugar do pendura de uma carrinha branca com o tal pirilampo no tejadilho, transporta PSP's de colete anti-bala rodeando uma família cigana:
Jovem de Boina Preta Eximiamente Barbeado Mas Nem Por Isso Com Melhor Ar: É melhor meter aí para a direita, Sr. Civil!
dIAZ: Mas esta portagem é pagamento exclusivo ViaCard!!!
E eis que há um senhor, grisalho, que escala e salta sobre os bancos, vindo dos lugares traseiros, grunhindo, qual Dorso Prateado do pelotão, e senta-se onde estava o Jovem de Boina Preta Eximiamente Barbeado Mas Nem Por Isso Com Melhor Ar, que entretanto foi para trás. Fica em silêncio.
dIAZ (respeitosamente): Peço desculpa, mas não posso passar aí pela frente para pagar na outra portagem?
Velhote com Óculos Escuros à Kraftwerk Que Acentuam o Ar de Frequentador da Tasca do Zé Mau a Jogar à Bisca dos 9 Até Ser Horas De Ir Pra Casa Exigir O Jantar Àquela Puta: Não, não pode que isto é uma coluna militar, espera aí como todos os outros Civis.
dIAZ: Coluna militar? Mas o senhor não é PSP?
Velhote com Óculos Escuros à Kraftwerk Que Acentuam o Ar de Frequentador da Tasca do Zé Mau a Jogar à Bisca dos 9 Até Ser Horas De Ir Pra Casa Exigir O Jantar Àquela Puta: Tá calado, pá! Maizó caralho!
dIAZ (mete Vespa no descanso e sai para ir à janela do cabrão com mais ar aciganado que os outros que transportava): Ooooooollláááááá! Vai-me dar um tiro, é? Veja lá!
Velhote com Óculos Escuros à Kraftwerk Que Acentuam o Ar de Frequentador da Tasca do Zé Mau a Jogar à Bisca dos 9 Até Ser Horas De Ir Pra Casa Exigir O Jantar Àquela Puta: Mas tás-me a provocar, é?
dIAZ: Não, estou a exigir o respeito para com quem lhe vê tirado da Segurança Social para pagar o teu ordenado e o rendimento mínimo dos que vão aí dentro. A mim, deves-me reverência, e só não te peço para te ajoelhares porque não confio na sanidade mental de bófias com armas.
Ele tira a arma do coldre, coloca-a em cima do tabliê e sai de peito inchado. Cá fora, o dIAZ para-o com o cartão de jornalista em frente aos óculos escuros à Kraftwerk e encena o telefonema Tou, manda uma equipa de reportagem à Praça das Portagens da Ponte, que temos abertura pró Jornal da Noite... De dentro da carrinha, a ciganada agita-se e um dos aciganados mas com farda grita Ó Brás, larga lá o rapaz e vamos embora, quéssa merda já tá a chamar a atenção.
Velhote com Óculos Escuros à Kraftwerk Que Acentuam o Ar de Frequentador da Tasca do Zé Mau a Jogar à Bisca dos 9 Até Ser Horas De Ir Pra Casa Exigir O Jantar Àquela Puta: (levanta os óculos escuros à Kraftwerk): Filho da puta!
dIAZ: Para ti, meu cabrão, é Senhor Patrão!
A Portageira, Uma Velha Conhecida Que Já Nem Me Pergunta Se Quero Recibo (quando lhe estendo o cartão, visivelmente nervoso): Hoje não pagas, meu filho, e se lhe tivesses cuspido na cara não pagavas amanhã!
quarta-feira, março 18, 2009
Estes Brunos Damas que me perseguirão até final dos meus dias...
O recém-admitido na firma vem por trás do meu lugar e, numa derradeira tentativa de haurir simpatias, observando o artigo que eu estou a finalizar, já em Quark, larga um Aaaahhhhh, Nice, França! Nice tem esse nome porque havia lá uma portuguesa que lavava escadas que se chamava Eunice e era muito gira. Fez-se silêncio... daqueles mesmo MUITO incómodos. E dou por mim a ter saudades do tempo em que se faziam psicotécnicos!
Quando conheci Sergei, o montenegrino...
... tomei-o apenas como um Bom Homem.
Seguíamos por uma Belgrado intransitável como qualquer capital europeia que a NATO não decidira bombardear durante 90 noites seguidas, dentro desse tanque-de-guerra-em-tempos-de-Paz que era aquele Volvo gigantesco e antigo, mas que se destacava de entre os Zastavas, Yugos e outras coisas que andavam a motor de Fiat 127.
Eu olhava, pela janela, esta exótica forma de estar nos Balcãs, sob 40ºC, este orgulho sérvio que, para mim, sempre se explicará, também, pela beleza das mulheres, estas margens de rio Sava que se une, em denso arvoredo, ao majestoso Danúbio, estes prédios que sobraram desse início de Séc. XX, quando esta cidade rivalizava com Paris em ditames da moda, estes estranhos aglomerados de tubos, puxados a motor ou a cavalo, transportando famílias ciganas numa ambiência Kusturicana só aqui possível, este cheiro a pimentos assados que entra pela janela, esta cacofonia de tubas e trombones e trompetes e saxos e clarinetes que passa em todas as estações FM...
Sergei ia relatando esse maldito período da sua vida em que, por ser licenciado, foi nomeado sargento ao comandando de um pelotão que serviu, na pior altura, em Vukovar. Deram-lhe toda a espécie de drogas para que encorajasse os seus 60 homens a atirar sobre tudo o que mexesse e se parecesse com Croatas ou Muçulmanos, ele recolheu todos na floresta e racionou os psicotrópicos para que, apesar de tudo, não fosse disparado um só tiro. Conseguiu-o, durante um ano. Depois disso, é para mim uma incógnita. E, por aqui, cedo se percebe que há assuntos que não se abordam.
E foram esses silêncios, esporádicos, que me fizeram perceber que tinha, à minha frente, não o designer gráfico Sergei, mas o Serdar Janko Vukotiç, ele próprio, o único e último homem do Montenegro clássico, orgulhosamente resistente...
Seguíamos por uma Belgrado intransitável como qualquer capital europeia que a NATO não decidira bombardear durante 90 noites seguidas, dentro desse tanque-de-guerra-em-tempos-de-Paz que era aquele Volvo gigantesco e antigo, mas que se destacava de entre os Zastavas, Yugos e outras coisas que andavam a motor de Fiat 127.
Eu olhava, pela janela, esta exótica forma de estar nos Balcãs, sob 40ºC, este orgulho sérvio que, para mim, sempre se explicará, também, pela beleza das mulheres, estas margens de rio Sava que se une, em denso arvoredo, ao majestoso Danúbio, estes prédios que sobraram desse início de Séc. XX, quando esta cidade rivalizava com Paris em ditames da moda, estes estranhos aglomerados de tubos, puxados a motor ou a cavalo, transportando famílias ciganas numa ambiência Kusturicana só aqui possível, este cheiro a pimentos assados que entra pela janela, esta cacofonia de tubas e trombones e trompetes e saxos e clarinetes que passa em todas as estações FM...
Sergei ia relatando esse maldito período da sua vida em que, por ser licenciado, foi nomeado sargento ao comandando de um pelotão que serviu, na pior altura, em Vukovar. Deram-lhe toda a espécie de drogas para que encorajasse os seus 60 homens a atirar sobre tudo o que mexesse e se parecesse com Croatas ou Muçulmanos, ele recolheu todos na floresta e racionou os psicotrópicos para que, apesar de tudo, não fosse disparado um só tiro. Conseguiu-o, durante um ano. Depois disso, é para mim uma incógnita. E, por aqui, cedo se percebe que há assuntos que não se abordam.
E foram esses silêncios, esporádicos, que me fizeram perceber que tinha, à minha frente, não o designer gráfico Sergei, mas o Serdar Janko Vukotiç, ele próprio, o único e último homem do Montenegro clássico, orgulhosamente resistente...
segunda-feira, março 16, 2009
A Tasca do Ti dIAZ
Jantar de Sábado à noite com Gi, João, Nenuco e Maria.
Finalmente, à Gi apetecia-lhe, à Maria também, o Nenuco decidiu, para poder voltar às suas raízes caparicanas, enfiar nos engarrafamentos que todos os Bósnios enfrentam (bem-feito por ter sido desertor) e o João não tinha feiras no dia seguinte...
Daí...
dIAZ vai à praça com Mariachito e chama a si todo o refinamento de apreciador de peixe que se propõe a tratar bem o vegetarianismo da Gi e a FishLovinguisse montijense do João.
Levava, pois, em mente, uns Jaquinzinhos fritos (passados em farinha de milho e não de trigo) com Açorda de marisco ou ovas, dependendo do que encontraria nas bancas, uma Saladinha de agrião com redução de vinagre balsâmico e queijo de cabra de meia-cura (rúcula é exotismo de rôtos).
Para entrada era o que se encontrasse na Mãe do Ramalho (lá, no Campo, as senhoras que vendem são sempre mães ou avós de amigos nossos e pede-se o avio com um E lá por casa, tudo bem, não tenho visto o Ramalho e tal, deve andar cheio de trabalho, coitado, é tão responsável, e ainda nem sequer desapareceram os efeitos do MD que metemos, com ele, há umas horas).
Acontece que os carapaus estavam com ar de quem tinha passado a noite comigo e com o Ramalho.
Ou isso ou tinham, à vontade, 15 dias de banca/frigorífico/banca outra vez.
Até Mariachito reparou Estão mortos, pai?
Estavam.
Mas um enorme pregado não. Mexia ainda a minúscula boca, de lado, como quem gritava um mudo apelo Leva-me contigo, dIAZ, eu sei que me vais fazer valer a pena.
Assumi aquilo com responsabilidade de chef remunerado e pedi para mo esquartejarem em dois enormes filetes que, em casa, reduziria a finas tiras.
O peixe debatia-se com afinco, como que arrependido pelo que me tinha pedido.
Mariachito estava horrorizado Pai, a senhora está a matar o peixe, quero os outros que já 'tão mortos!
Desviei sua a atenção para um belíssimo mero de 10Kg que chegara dos Açores mas que só bolsas mais volumosas podem comprar.
Resultou... Voltamos a casa já com o calor a pesar nas pernas e o puto a bater-me nas costas ordenando Corrida, pai, corrida, mais d'pessa, como se fosse eu sua cavalgadura seu pai. O menú resultante foi:
Entrada:
. Grelos da Cereeira (Sobreda) salteados em azeite de produção secreta em Aviz por causa dos Palhaços da ASAE e alhos novos com queijo de cabra de meia-cura de Moura.
. Quacamole de abacates da mãe do Bruno com malaguetas frescas do quintal da Ti Natália.
Pratos:
. Pregado à Zé do Pipo com estragão e puré de batata das Terras-da-Costa e linguiça de porco pura raça alentejana de Montoito.
Vinhos:
. Fiuza Chardonnay 2006
. Quinta do Vallado 2006
. Adega Cooperativa de Pegões monocasta Syrah 2005
Sobremesa:
. Gelado de Chocolate e Morango da Olá comprado à pressa no Intermarché.
Digestivos:
. Medronho de produção secreta na Serra de Espinhaço de Cão por causa dos Palhaços da ASAE
. Aguardente de Moscatel de produção secreta em Azeitão por causa dos Palhaços da ASAE.
PS - Disseram-me 6 vezes que estava muito bom, o que é sempre de desconfiar. Depois, há aquela coisa de querermos agradar às visitas sem desagradar ao Mariachito, que até faz bom ambiente.
Assim, fica o Panda sem som e, na aparelhagem, o novo do Owen Pallett, que o puto venera, como eu...
Finalmente, à Gi apetecia-lhe, à Maria também, o Nenuco decidiu, para poder voltar às suas raízes caparicanas, enfiar nos engarrafamentos que todos os Bósnios enfrentam (bem-feito por ter sido desertor) e o João não tinha feiras no dia seguinte...
Daí...
dIAZ vai à praça com Mariachito e chama a si todo o refinamento de apreciador de peixe que se propõe a tratar bem o vegetarianismo da Gi e a FishLovinguisse montijense do João.
Levava, pois, em mente, uns Jaquinzinhos fritos (passados em farinha de milho e não de trigo) com Açorda de marisco ou ovas, dependendo do que encontraria nas bancas, uma Saladinha de agrião com redução de vinagre balsâmico e queijo de cabra de meia-cura (rúcula é exotismo de rôtos).
Para entrada era o que se encontrasse na Mãe do Ramalho (lá, no Campo, as senhoras que vendem são sempre mães ou avós de amigos nossos e pede-se o avio com um E lá por casa, tudo bem, não tenho visto o Ramalho e tal, deve andar cheio de trabalho, coitado, é tão responsável, e ainda nem sequer desapareceram os efeitos do MD que metemos, com ele, há umas horas).
Acontece que os carapaus estavam com ar de quem tinha passado a noite comigo e com o Ramalho.
Ou isso ou tinham, à vontade, 15 dias de banca/frigorífico/banca outra vez.
Até Mariachito reparou Estão mortos, pai?
Estavam.
Mas um enorme pregado não. Mexia ainda a minúscula boca, de lado, como quem gritava um mudo apelo Leva-me contigo, dIAZ, eu sei que me vais fazer valer a pena.
Assumi aquilo com responsabilidade de chef remunerado e pedi para mo esquartejarem em dois enormes filetes que, em casa, reduziria a finas tiras.
O peixe debatia-se com afinco, como que arrependido pelo que me tinha pedido.
Mariachito estava horrorizado Pai, a senhora está a matar o peixe, quero os outros que já 'tão mortos!
Desviei sua a atenção para um belíssimo mero de 10Kg que chegara dos Açores mas que só bolsas mais volumosas podem comprar.
Resultou... Voltamos a casa já com o calor a pesar nas pernas e o puto a bater-me nas costas ordenando Corrida, pai, corrida, mais d'pessa, como se fosse eu sua cavalgadura seu pai. O menú resultante foi:
Entrada:
. Grelos da Cereeira (Sobreda) salteados em azeite de produção secreta em Aviz por causa dos Palhaços da ASAE e alhos novos com queijo de cabra de meia-cura de Moura.
. Quacamole de abacates da mãe do Bruno com malaguetas frescas do quintal da Ti Natália.
Pratos:
. Pregado à Zé do Pipo com estragão e puré de batata das Terras-da-Costa e linguiça de porco pura raça alentejana de Montoito.
Vinhos:
. Fiuza Chardonnay 2006
. Quinta do Vallado 2006
. Adega Cooperativa de Pegões monocasta Syrah 2005
Sobremesa:
. Gelado de Chocolate e Morango da Olá comprado à pressa no Intermarché.
Digestivos:
. Medronho de produção secreta na Serra de Espinhaço de Cão por causa dos Palhaços da ASAE
. Aguardente de Moscatel de produção secreta em Azeitão por causa dos Palhaços da ASAE.
PS - Disseram-me 6 vezes que estava muito bom, o que é sempre de desconfiar. Depois, há aquela coisa de querermos agradar às visitas sem desagradar ao Mariachito, que até faz bom ambiente.
Assim, fica o Panda sem som e, na aparelhagem, o novo do Owen Pallett, que o puto venera, como eu...
sexta-feira, março 13, 2009
Viva La Vida (Campesina)
Saio de casa em direcção à paragem, indeciso entre esta opção, mais moderna, consciente e ambientalmente amigável, ou o acto de pegar (sempre à 2.ª), a Vespa 125 Sprint de 13 de Janeiro de 1969, escolha sobremaneira poluente.
Na verdade, tratava-se de optar por ir até ao trabalho ouvindo tudo o que de novo uploadei para o iPod ou, simplesmente, apanhar com este ar matinal, em cheio, na cara, revigorando a alma.
O pior é que, normalmente, a coisa sabe tão bem que o café da manhã, o tal da cólica, é bebido, calmamente, na praia.
Que é muito longe da redacção.
Isto parece muita dedução e inferência mas, na verdade, ainda estou a caminho da paragem.
Passo pelo primeiro pinheiro, pelo segundo e, mein göt, deparo-me com a visão costumeira que, este ano, chegou mais cedo... a longa fila de felpudas, ainda que ameaçadoras, processionárias.
Ali está um novelo delas, estas estão a dar a volta ao tronco, aqueloutras ainda agora descem pelo ramo maior e, se nenhuma delas se lembrar de voltar para trás, chegarão ao chão, num festim de minúsculos pêlos sedentos por lançar no ar uma toxina fortemente indutora de alergias (por vezes mortais), ainda antes do pino do sol.
Tento lembrar-me se Mariachito tem pinheiros na escolinha.
Não me parece.
Está seguro, portanto.
Mas este fim-de-semana não há incursões à floresta, como de costume.
É todos os anos a mesma coisa.
O primeiro calor, a eclosão dos primeiros ovos, os humanos brutos e rambórios que, sabendo da ameaça, desconhecem que é o mínimo toque que despoleta o veneno, e optam por esmagar umas quantas, ficando sempre alguém febril e acamado porque, simplesmente, passa por ali mais tarde.
E vêm-me à memória os áureos anos em que, no recreio da escola, e aguardando com ânsias a chegada da Primavera, escalávamos mansos e bravos para ver quantos novelos, em aracnídea protecção dos ovos, embrulhavam a ponta dos ramos. Fazíamos, assim, com zelo de guarda-livros, o cálculo dos dias que iríamos, à chegada dos dias soalheiros, ficar livres de aulas.
E dou por mim a pensar o que seria se um gajo tivesse de justificar uma falta ao trabalho por maleita da processionário-do-pinheiro.
Decido, não sei bem porquê, que a Vespa é a melhor opção.
Volto para trás.
E é já num semáforo qualquer de Sete Rios (Sete Bicas, Sete Fontes, Sete Bruxas, Sete Medos e Uma Esperança) que olho para a calçada e penso como raio poderá haver tanto desconhecimento de Natureza quando somos a única capital europeia que tem pequenos répteis (lagartixas ou sardaniscas, dependendo da zona do país) a fugirem-nos à frente dos pés.
Na verdade, tratava-se de optar por ir até ao trabalho ouvindo tudo o que de novo uploadei para o iPod ou, simplesmente, apanhar com este ar matinal, em cheio, na cara, revigorando a alma.
O pior é que, normalmente, a coisa sabe tão bem que o café da manhã, o tal da cólica, é bebido, calmamente, na praia.
Que é muito longe da redacção.
Isto parece muita dedução e inferência mas, na verdade, ainda estou a caminho da paragem.
Passo pelo primeiro pinheiro, pelo segundo e, mein göt, deparo-me com a visão costumeira que, este ano, chegou mais cedo... a longa fila de felpudas, ainda que ameaçadoras, processionárias.
Ali está um novelo delas, estas estão a dar a volta ao tronco, aqueloutras ainda agora descem pelo ramo maior e, se nenhuma delas se lembrar de voltar para trás, chegarão ao chão, num festim de minúsculos pêlos sedentos por lançar no ar uma toxina fortemente indutora de alergias (por vezes mortais), ainda antes do pino do sol.
Tento lembrar-me se Mariachito tem pinheiros na escolinha.
Não me parece.
Está seguro, portanto.
Mas este fim-de-semana não há incursões à floresta, como de costume.
É todos os anos a mesma coisa.
O primeiro calor, a eclosão dos primeiros ovos, os humanos brutos e rambórios que, sabendo da ameaça, desconhecem que é o mínimo toque que despoleta o veneno, e optam por esmagar umas quantas, ficando sempre alguém febril e acamado porque, simplesmente, passa por ali mais tarde.
E vêm-me à memória os áureos anos em que, no recreio da escola, e aguardando com ânsias a chegada da Primavera, escalávamos mansos e bravos para ver quantos novelos, em aracnídea protecção dos ovos, embrulhavam a ponta dos ramos. Fazíamos, assim, com zelo de guarda-livros, o cálculo dos dias que iríamos, à chegada dos dias soalheiros, ficar livres de aulas.
E dou por mim a pensar o que seria se um gajo tivesse de justificar uma falta ao trabalho por maleita da processionário-do-pinheiro.
Decido, não sei bem porquê, que a Vespa é a melhor opção.
Volto para trás.
E é já num semáforo qualquer de Sete Rios (Sete Bicas, Sete Fontes, Sete Bruxas, Sete Medos e Uma Esperança) que olho para a calçada e penso como raio poderá haver tanto desconhecimento de Natureza quando somos a única capital europeia que tem pequenos répteis (lagartixas ou sardaniscas, dependendo da zona do país) a fugirem-nos à frente dos pés.
quinta-feira, março 12, 2009
These Scandinavian Bastards
Foi uma pequena incursão que se veio a revelar uma grandiosa viagem.
Começou, há muitos, muitos anos atrás, com os Sugar Cubes porque os dEUS tinham retirado o nome de uma das faixas desse vinil que, lá em casa, ainda hoje poisa, de quando em vez, no anti-estática da Ninja Tunes, orgulho do prato do dIAZ.
A voz da Björk passou, pouco depois, a pairar sobre outras sonoridades... e era algo diferente. Pop, mas uma pop corajosa. Acicatou o dIAZ. E aí vai ele. Múm, Sigur Rós e... impossível negá-lo, o óbvio distanciamento do resto, fora da Islândia, portanto.
O Heima, dos Sigur, provava-o, embora veladamente. O Handan við sjóinn (Beyond the Sea) veio tirar quaisquer dúvidas que restassem.
Há, pois, algo para além dos seis meses de penumbra e desse renascimento que são os outros seis sem que o sol caia para além do horizonte.
Há muito nesse isolamento de um imenso território que, invariavelmente, acaba num mar que é, a maior parte do ano, furioso.
Há génio criativo, goste-se ou não, nesse gelado país, de onde foram banidas as árvores e onde os vulcões ainda dominam, activos, por entre extensões de gelo, como que provando que os extremos podem amar-se, num acasalamento feroz entre as forças da natureza, onde o homem pouco pode.
Na minha opinião, a coisa extende-se um pouco até à península da Escandinávia e tem, nos últimos dez anos, trazido à luz do dia algumas pérolas que fizeram apagar da memória os ABBA, os Roxette, os Europe e por aí...
The Cardigans, Peter Bjorn & John, Lykke Li, Jay Jay Johanson, I'm from Barcelona,
El Perro Del Mar e tantos, tantos outros, mesmo que não passemos para o lado da electrónica ou música de dança. Aí, não haveria espaço!
E, nessa busca, que ainda perdura, tropeça-se sempre em algo, no mínimo, surpreendente, admirável, enfim, magnífico.
Começou, há muitos, muitos anos atrás, com os Sugar Cubes porque os dEUS tinham retirado o nome de uma das faixas desse vinil que, lá em casa, ainda hoje poisa, de quando em vez, no anti-estática da Ninja Tunes, orgulho do prato do dIAZ.
A voz da Björk passou, pouco depois, a pairar sobre outras sonoridades... e era algo diferente. Pop, mas uma pop corajosa. Acicatou o dIAZ. E aí vai ele. Múm, Sigur Rós e... impossível negá-lo, o óbvio distanciamento do resto, fora da Islândia, portanto.
O Heima, dos Sigur, provava-o, embora veladamente. O Handan við sjóinn (Beyond the Sea) veio tirar quaisquer dúvidas que restassem.
Há, pois, algo para além dos seis meses de penumbra e desse renascimento que são os outros seis sem que o sol caia para além do horizonte.
Há muito nesse isolamento de um imenso território que, invariavelmente, acaba num mar que é, a maior parte do ano, furioso.
Há génio criativo, goste-se ou não, nesse gelado país, de onde foram banidas as árvores e onde os vulcões ainda dominam, activos, por entre extensões de gelo, como que provando que os extremos podem amar-se, num acasalamento feroz entre as forças da natureza, onde o homem pouco pode.
Na minha opinião, a coisa extende-se um pouco até à península da Escandinávia e tem, nos últimos dez anos, trazido à luz do dia algumas pérolas que fizeram apagar da memória os ABBA, os Roxette, os Europe e por aí...
The Cardigans, Peter Bjorn & John, Lykke Li, Jay Jay Johanson, I'm from Barcelona,
El Perro Del Mar e tantos, tantos outros, mesmo que não passemos para o lado da electrónica ou música de dança. Aí, não haveria espaço!
E, nessa busca, que ainda perdura, tropeça-se sempre em algo, no mínimo, surpreendente, admirável, enfim, magnífico.
quarta-feira, março 11, 2009
Têm o seu impacto, mas não são Grande Coisa (ou dIAZ's Top 10 Adenda)
Os White Lies estão destinados (ou condenados?) a ser a Next Big Thing...
Tenho visto o desenvolvimento da coisa na imprensa especializada desde o lançamento do álbum e reparo agora que nem sequer será ela a responsável por isso, como geralmente acontece.
Eu próprio ouvi, em Dezembro, o To Lose My Life duas ou três vezes, para me deixar envolver pelas memórias de um tipo de som que poderia ter passado, noutros tempos, na pista do saudoso Perfil.
E fiz não sei quantas cópias para oferecer, Natal de pobre, enfim.
Há, inclusivamente, gente de quem tenho a melhor opinião no que toca ao Bicho do Ouvido que se deixaram "agarrar" pelas faixas mais catchy e, convenhamos, letras que, aqui e ali, revelam algum talento poético, como seja o Let's Grow Old Together And Die At The Same Time.
Mas é um tipo que está a ressacar, largamente, de The Strokes, pelo que se compreende.
Eu também estou.
Se calhar, até é pena que os White Lies tenham passado do direito de antena no Flipside do VH1 para a hora nobre da MTV.
Só o tempo o dirá.
Mas são coisas que pouco me preocupam quando os Calexico lançaram o Live in Austin.
Levando com eles os trompetes, violinos e violões mariachi, as letras que homenageiam mano negras, romancistas mexicanos e poetas chilenos, Joey Burns e John Convertino projectam, na direcção de uma audiência pouco habituada à mentalidade aberta, e com essa grandeza que é preencher uma lacuna, toda a imensidão do respeito por culturas únicas.
Não é World Music.
É amor sem fronteiras!
Tenho visto o desenvolvimento da coisa na imprensa especializada desde o lançamento do álbum e reparo agora que nem sequer será ela a responsável por isso, como geralmente acontece.
Eu próprio ouvi, em Dezembro, o To Lose My Life duas ou três vezes, para me deixar envolver pelas memórias de um tipo de som que poderia ter passado, noutros tempos, na pista do saudoso Perfil.
E fiz não sei quantas cópias para oferecer, Natal de pobre, enfim.
Há, inclusivamente, gente de quem tenho a melhor opinião no que toca ao Bicho do Ouvido que se deixaram "agarrar" pelas faixas mais catchy e, convenhamos, letras que, aqui e ali, revelam algum talento poético, como seja o Let's Grow Old Together And Die At The Same Time.
Mas é um tipo que está a ressacar, largamente, de The Strokes, pelo que se compreende.
Eu também estou.
Se calhar, até é pena que os White Lies tenham passado do direito de antena no Flipside do VH1 para a hora nobre da MTV.
Só o tempo o dirá.
Mas são coisas que pouco me preocupam quando os Calexico lançaram o Live in Austin.
Levando com eles os trompetes, violinos e violões mariachi, as letras que homenageiam mano negras, romancistas mexicanos e poetas chilenos, Joey Burns e John Convertino projectam, na direcção de uma audiência pouco habituada à mentalidade aberta, e com essa grandeza que é preencher uma lacuna, toda a imensidão do respeito por culturas únicas.
Não é World Music.
É amor sem fronteiras!
terça-feira, março 10, 2009
To Go Or Not To, Is There Another Chance?
Já o disse, mas nunca é demais...
Não existe Música Alternativa.
É um conceito que voou com os incertos ventos da globalização.
Agora, ninguém tem de gastar horas e horas nas prateleiras da Carbono ou pedir ao amigo que vai a Londres para trazer isto ou aquilo se não houver aqueloutro.
Está tudo à distância de um clique.
Depois de teclar a palavra certa, claro.
O acto de ainda ouvir Música Merdosa só poderá dever-se a duas razões:
1. Gostos de merda
2. Preguiça
Para que o inverso do supra citado aconteça basta que exista curiosidade.
O resto vem por acrescento.
E inviabiliza que se diga, por exemplo, Não gosto de Techno Minimal.
Ou sim, permite-o, mas só depois de alguma busca que levará, necessariamente, aqui, aqui e aqui.
Depois disso, como que por acidente (ou não), tropeçar-se-á nisto!
E, aí, amigos, não há desculpa!!!
Não existe Música Alternativa.
É um conceito que voou com os incertos ventos da globalização.
Agora, ninguém tem de gastar horas e horas nas prateleiras da Carbono ou pedir ao amigo que vai a Londres para trazer isto ou aquilo se não houver aqueloutro.
Está tudo à distância de um clique.
Depois de teclar a palavra certa, claro.
O acto de ainda ouvir Música Merdosa só poderá dever-se a duas razões:
1. Gostos de merda
2. Preguiça
Para que o inverso do supra citado aconteça basta que exista curiosidade.
O resto vem por acrescento.
E inviabiliza que se diga, por exemplo, Não gosto de Techno Minimal.
Ou sim, permite-o, mas só depois de alguma busca que levará, necessariamente, aqui, aqui e aqui.
Depois disso, como que por acidente (ou não), tropeçar-se-á nisto!
E, aí, amigos, não há desculpa!!!
Just Another Moaning - Tomo II
dIAZ - Acorda, filho, tá na hora...
Mariachito - Vai-te embo'a, não aco'das-me!
dIAZ - Então, pá? Não queres uns tau-taus à homem?
Mariachito - Não! Chama a mãe, queramãe... ó Máááááta olhó pai!
dIAZ - Já sei, não precisas de fazer esse número. Estás chateado com o pai porque ontem não vim para casa, brincar contigo às motas, não é?
Mariachito - Shim... onde estavas? No t'abalho, em Lijboua, ao pé dos elefantes e das girafas e dos macacos gorilas?
dIAZ - Não, filho, fui à Monstra, com os amigos, eu disse-te, tu é que estavas a brincar ao pinóni-da-papa e não quiseste saber.
Mariachito - Quéishu, pai? Tem monstros?
dIAZ - Não. Tem filmes de desenhos animados. O pai ainda gosta muito de desenhos animados, como tu. Só que não prestavam, filho, os de ontem eram feios, patetas.
Mariachito - Tava a dar o Nodi, pai?
dIAZ - Não, filho, o Nodi não. Mas tu gostas do Nodi?
Mariachito - Não, pai. O Nodi é pateta. Eu gosto d'aqueles que tu vês comigo do shenhor velhote Vasco G'anja...
dIAZ - Sim, filho. Tem desses e vamos lá no Sábado.
Mariachito - Vai-te embo'a, não aco'das-me!
dIAZ - Então, pá? Não queres uns tau-taus à homem?
Mariachito - Não! Chama a mãe, queramãe... ó Máááááta olhó pai!
dIAZ - Já sei, não precisas de fazer esse número. Estás chateado com o pai porque ontem não vim para casa, brincar contigo às motas, não é?
Mariachito - Shim... onde estavas? No t'abalho, em Lijboua, ao pé dos elefantes e das girafas e dos macacos gorilas?
dIAZ - Não, filho, fui à Monstra, com os amigos, eu disse-te, tu é que estavas a brincar ao pinóni-da-papa e não quiseste saber.
Mariachito - Quéishu, pai? Tem monstros?
dIAZ - Não. Tem filmes de desenhos animados. O pai ainda gosta muito de desenhos animados, como tu. Só que não prestavam, filho, os de ontem eram feios, patetas.
Mariachito - Tava a dar o Nodi, pai?
dIAZ - Não, filho, o Nodi não. Mas tu gostas do Nodi?
Mariachito - Não, pai. O Nodi é pateta. Eu gosto d'aqueles que tu vês comigo do shenhor velhote Vasco G'anja...
dIAZ - Sim, filho. Tem desses e vamos lá no Sábado.
segunda-feira, março 09, 2009
dIAZ's 2009 TOP 10 So Far - 1st Trimester Update
10 - Hazards Of Love, The Decemberists
9 - A Baloon Called Moaning, The Joy Formidable
8 - Volcano, I'm Still Excited, Volcano, I'm Still Excited
7 - My Maudlin Career, Camera Obscura
6 - Junior, Röyksopp
5 - 10 Ans De Fête, Vive La Fête
4 - Good Night Mr Spetz, Gustav Spetz
3 - Veckatimest, Grizzly Bear
2 - Hold Time, M. Ward
1 - It's Blitz, Yeah Yeah Yeahs
9 - A Baloon Called Moaning, The Joy Formidable
8 - Volcano, I'm Still Excited, Volcano, I'm Still Excited
7 - My Maudlin Career, Camera Obscura
6 - Junior, Röyksopp
5 - 10 Ans De Fête, Vive La Fête
4 - Good Night Mr Spetz, Gustav Spetz
3 - Veckatimest, Grizzly Bear
2 - Hold Time, M. Ward
1 - It's Blitz, Yeah Yeah Yeahs
sexta-feira, março 06, 2009
Al Mada
Ir ao barbeiro é um dever tão penoso como assistir aos Sinos de Corneville representado plos velhinhos do Asilo da Mendicidade. Apesar disto o senhor Barbosa pedia a barba bem escanhoada porque depois do jantar ia ao Asilo da Mendicidade ouvir os velhinhos cantar os Sinos de Corneville e que o Presidente da República também ia.
O génio de Almada Negreiros nunca esteve sujeito a quaisquer unidades de medida. E não vai ser agora...
Ora vejamos: Ah, O Manifesto Anti-Dantas é Bom/Menos Mau/Assim-assim.
Eu: Olha, filho, faz-te o toque rectal com um eucalipto, sim?
Ou: Mas que exímia capacidade de ironia, que chama de inteligência mais óbvia.
Eu: Hé pá chupa-te com ganas de moçoila do Poço do Borratém em atender o próximo, tá bem?
O perfume penetrante da sua alma raffiné não passava através do quimono de crepe da China. O seu ar não era de modéstia, tinha era uma maneira parada de se existir pra fora.
Mestre Almada era uma Supernova numa Via Láctea UHT Ultra-Pasteurizada.
E foi um Buraco Negro de Estrela Maior Que Tudo quando nos deixou.
E deixou-nos tanto! Repare-se que, de pintura, sei tanto quanto o Metro de Lisboa sabe de História de Portugal, a avaliar pelo que sofreu, às suas mãos, a Baixa Pombalina. De artes plásticas cure quem quiser. Eu refiro-me, apenas, ao que Almada escrevia. E, no que a isso toca, não tem, por enquanto, pai.
Tudo nela tinha um limite de grande saldo ou de abatimentos por motivo de obras. A não ser os olhos que tinham uma cintilação meridional de beira-mar com dramas de marujos daqui a alguns anos, a sua boca e o seu nariz e toda a sua proporção tinham uma bitola resumida que nem dá direito a reforma.
Exigiu, por exemplo, uma Pátria que o merecesse.
Tinha razão.
Hoje, a maior parte de nós tem a Pátria que merece.
Não o Almada.
Nem eu!
quarta-feira, março 04, 2009
Just Another Moaning...
São 8h26 num pequeno flat na Charnéque Sur Mér:
Mariachito - Não qué'éssa camijola, mãe...
MariachiTocas - Tem de ser, Gabriel, hoje está frio. - silêncio - Tázaver? Fica gira!
Mariachito - Onde está o pai, mãe? eu qué fawar cu ele...
MariachiTocas - Está a vestir-se no quarto, vai lá ter com ele, atão, mas rápido, que temos de ir embora!
- tam tam tam tam tam (isto é, supostamente, os passos no corredor) tam tam tam -
Mariachito - Ó pai...
dIAZ - Diz, filho.
Mariachito - Tou windo?
dIAZ - Estás sim, filho, mas... tu para mim estás sempre lindo.
Mariachito (a correr para a sala) - Ó Mããããããe, eu quero a out'a, qu'eu com a out'a tamém fico windo!
Mariachito - Não qué'éssa camijola, mãe...
MariachiTocas - Tem de ser, Gabriel, hoje está frio. - silêncio - Tázaver? Fica gira!
Mariachito - Onde está o pai, mãe? eu qué fawar cu ele...
MariachiTocas - Está a vestir-se no quarto, vai lá ter com ele, atão, mas rápido, que temos de ir embora!
- tam tam tam tam tam (isto é, supostamente, os passos no corredor) tam tam tam -
Mariachito - Ó pai...
dIAZ - Diz, filho.
Mariachito - Tou windo?
dIAZ - Estás sim, filho, mas... tu para mim estás sempre lindo.
Mariachito (a correr para a sala) - Ó Mããããããe, eu quero a out'a, qu'eu com a out'a tamém fico windo!
terça-feira, março 03, 2009
«Portugal já está no roteiro das principais digressões mundiais»...
Assim, entre comas, porque há, efectivamente, quem o diga!
Provincianitos!
Se as nossas exigências estão mais altas do há uns anos para cá, imaginem como não estão as dos outros...
Nem sequer acredito que, com tão fácil acesso à informação, ainda haja quem pensa que não continuamos aquém, mas TÃO AQUÉM!!!
No Sábado passado, por exemplo, enquanto rejubilávamos com os I'm From Barcelona no LUX, havia quem estivesse sentadinho AQUI!
Provincianitos!
Se as nossas exigências estão mais altas do há uns anos para cá, imaginem como não estão as dos outros...
Nem sequer acredito que, com tão fácil acesso à informação, ainda haja quem pensa que não continuamos aquém, mas TÃO AQUÉM!!!
No Sábado passado, por exemplo, enquanto rejubilávamos com os I'm From Barcelona no LUX, havia quem estivesse sentadinho AQUI!
segunda-feira, março 02, 2009
Kibbutzzzzzzzzzzz
Por enquanto, ainda não consigo falar sobre isto.
Preciso de recuperar o fôlego, a conciência, as horas de sono...
... a sensação de que poderá existir Humanidade para além de Israel.
Preciso de recuperar o fôlego, a conciência, as horas de sono...
... a sensação de que poderá existir Humanidade para além de Israel.
Nino Vieira foi morto por militares...
domingo, março 01, 2009
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