Plínio deixara-se tomar pelo desespero ao descobrir que a sua significância se deitara com o seu estreito âmbito. Fizeram amor, os porcos. Do bom. Suor. E cuspo. E tudo.
Rómula não.
Um dia conheceram-se. Na festa da aldeia.
E viram como os foguetes deixavam um rasto luminoso, Como tu, disse Plínio.
E repararam como a explosão de luz era de tal forma intensa e estrondosa que não permitiam a ninguém ficar de olhos abertos, Como nós, disse Rómula.
Abraçados.
No coreto.
Rodeados das alcoviteiras e dos linguarudos do povoado. Eles de ralo bigode. Elas de farto buço.
Somos demasiado ofuscantes para nos quedarmos aqui, dizia ela. EncaNdeias-me tu porque te amo, replicava ele.
Encadeias-me, sim, pensava ela, agrilhoada ao chão quando os sonhos eram tão altos. Etéreos.
Quando o fim daquela Primavera se anunciou com aromas de estio e besouros zunindo a palmos da cara, Plínio tomara a decisão. Quantas e quantas viram, em si, o brilho que agora observava, pela primeira vez, naquele canoro pássaro que já há muito deixara de cantar. Por sonhar com o céu aberto. Ou outra gaiola.
Sabia, pois, o que era estar do outro lado. Ser a luz. Mesmo que, agora, estivesse um tanto/quanto ou tudo/nada apagado. O que, invariavelmente, acontece. Mas isso só tem a importância que tem dependendo de quem lá está.
Para ver.
Ou fechar os olhos.
Ignorando, assim, que uma pequena lágrima, furtiva, refracte toda a luz do maior dos sentimentos!
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