Um dia vou onde a neve cai e trago-a, intacta, para que a sintas na ponta dos dedos, pequeninos. Um dia vou poder segredar-te ao ouvido, para que fique entre nós, Estão a nascer-te asas nas costas para que possas voar. Um dia vou deixar de sentir borboletas no peito só porque sorriste. Um dia vou levar-te à floresta sem achar que a tua voz, entrecortando os corvos e os cucos, faz dela um lugar melhor. Um dia vou deixar de te beijar na boca. Um dia vou ter certeza de que não tens uma missão. Um dia vou sentir algo tão intenso como os teus abraços. Um dia vou deixar de achar que, a cada piscar de olhos, consigo ouvir as tuas pestanas a fazer flap. Um dia vou deixar de me rir de cada vez que te vejo de roupão. Um dia vou poder viajar sem que me apertem o coração até que o ar me falte. Um dia vou achar que tens mau hálito matinal. Um dia dir-te-ei, sem temor, que me assustava a ideia de ser pai e, agora, sinto-me maior do que os Homens. Por isso, um dia, não vou plantar uma árvore ou escrever um livro. Porque o faria?
6 comentários:
Just love it! Munito, pá!
Eu diria mais: Muito Munito, pá!!!
sendo assim, não me resta alternativa senão continuar o discurso e acrescentar:
uma menezura, pá!!!
:)
Não chegará nunca, enquanto viveres, o dia em que deixes de sentir esse aperto no coração! Disse-me um insecto há 6 anos atrás ;-)
Roça o genial este teu desabafo, lamechas, aliás, como o amor tem de ser.
Feaky
Muito bonito
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