Levámo-lo e andou connosco TODAS AS FÉRIAS... ao primeiro gole de medronho, já a luz oblíqua, cannabis sativa cuidadosamente racionada, e eram pulos por todo o lado, com ou sem os putos, como putos que éramos desde que passámos, sempre, férias juntos. Amizades assim são raras. Gajos assim também. Suponho que Charlie tenha tido uma vida como as nossas, simples, pouco assinalável. Mas os pais eram proprietários de um bar de música ao vivo. E ele lá foi privando, de perto, com coisas boas. Como nós. Ganhou ele sensibilidades. Nós também. Ele pô-las em prática. Também nós. Era carregar no play e ouvi-lo a carregar nas teclas do piano. Vamos lá ser uns Antónios Sérgios quaisquer e colocar aqui um rótulo, dissémos uma noite, debaixo de um ataque cerrado de mosquitos ávidos do nosso álcool no sangue deles. Branquelo com feeling de preto da Motown. Boa!
E diz Marvin Gaye a Michael Jackson, batendo o pé na nuvem e estalando os dedos num ar mais rarefeito:
Estás a ouvir? Era isto! Não é para todos, rapaz... mas podias ter-te esforçado, meu labrêgo!!!
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