Mariachito ama cães.
Lembro-me de ter levado Oscar Tobias J&B Adolfo dIAZ, com as tripas de fora depois de uma dentadinha de carinho do rotweiller lá da rua, ao hospital veterinário e dizer-lhe, no caminho, Não morras meu ganda cabrão, o Gabriel está quase a nascer e quero vê-lo a brincar contigo, ouviste? Ele gemia, mas cumpriu. E Gabriel desfrutou da sua companhia, dias e dias a fio, até já articular, na perfeição, que aquela primeira estrela a aparecer no céu era o Óscar com a bola na boca, à espera que ele a tirasse e mandasse para longe...
Não há melhor despertar para Mariachito que uma dose (cuidadosamente racionada) de desenhos-animados a beber iogurte líquido de frutos silvestres, a comer um croissant do LIDL com manteiga Milhafre, vestir a muda que o pai escolheu (se for a t-shirt dos Ramones... é o delírio), dizer-me Bolas pai, essa roupa fica-te bem e, logo a seguir, descer para a rua em direcção ao café onde o Duque, um pitbull salvo das lutas nos areais da Trafaria, espera-o já de barrigana para o ar, lambendo-se em delícia antecipada.
Hoje, o costume. Eu a beber café e ele sentado ao lado do bicho, passando-lhe a mão na peitaça com a displicência de quem o faz rotineiramente. Passamos para o outro lado da rua, onde costuma estar o resto da canzoada em passeio matinal, uns pela trela, outros não, e ei-lo: o retriever de ar aparvalhado que, todos os dias, e assim que o vê, corre em sua direcção para se sentar, muito direito, pose de cão de exposição, à sua frente. Mariachito acha que ele é a sua vassoura electrónica, porque de cada vez que lhe passa a mão pela cabeça, o bicho abana o rabo, varrendo as folhas do passeio. Normalmente, é esta a única interacção destes dois. Mas hoje, extraordinariamente, a atenção do animal dirige-se para algo que se move por entre as roseiras do canteiro. Num salto, afugenta um pardal, ainda juvenil, que terá caído do ninho nos plátanos acima ou tentava ensaiar os primeiros voos. Mau timming. Já não vou a tempo de evitar que o loirinho lhe ponha a pata em cima com a violência suficiente para que, quando eu o pouse na palma da mão, já tenha iniciado aquele característico e gradual pender de pescoço. Gabriel, faz uma festa ao pardalito. O puto estica o indicador. Olha, pai, está a fechar os olhos! Penso rápido Vai dormir, filho. Ele continua a passar o dedito pela cabeça da cria Posso dar-lhe o beijinho da boa noite?
Deixo-o junto da palmeira e afastamo-nos...
Ó pai! Tu estás a enganar-me... ele não foi dormir, foi para as estrelinhas, ter com o Óscar!
13 comentários:
o que quer dizer que ele aceita a morte muito melhor do que tu...sim, já sei que não tenho nada a ver com isso, mas por enquanto os comentários são livres e eu digo aquilo que me apetecer, tá?
Yah... eu sei que sim. É um descontraído do caneco! Tomara eu!
Fogo, muito bom Diaz, muito bom mesmo!
não posso querer, Sr. Diaz está a responder a um humilde comentário meu...Zorze, vá lá, confessa que meteste uma cunha aqui à amiga ;-)
O Diaz é... peculiar.
ainda bem que não somos todos iguais, senão isto era uma seca
Se fosse assim tão fácil para o resto da vida, seríamos infinitamente mais felizes e mais leves... Mas há sempre um momento a partir do qual tudo se complica. O meu filho também sabe que o gato Picas da avó está a morar numa estrela e acrescentou a essa ideia que ele dorme numa núvem... Porque é que não pode ser sempre assim?
Ó XÊNTCHI... eu amo-vos a todos como se de um só se tratasse! E não estou a falar de uma swingalhada à antiga.
Prezo-vos... logo, respondo. Quando não tenho aquela coisa do "não vou alimentar uma fight" ou "ui, é elhor escrever outro antes que isto descambe"...
Vinde vinde a esta humilde casa e espalhai magia, prezados!
Cafagéstí-cabra-da-pésti, issú é fórrrma di fálá cá genti?!
olham'este!!! Falei cantonês, foi? Há algo de errado com a forma como disse: "Venham cá ter comigo e terão tratamento VIP"?
Qual é a parte, Zorze????
Chupa meu pau!
Si líga, vai!!! Cê é pió qui txitxíca djí gálínha quando grúda no sápáto!
não fossem estes coments e o post era dos de MB por estas bandas!
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