Comemora-se hoje, às 24h, um ano sobre o dia em que os fumadores passaram a ter consciência cívica e quase todos os não-fumadores se tornaram doentes ditatorialmente preconceituosos.
quarta-feira, dezembro 31, 2008
Feliz Cena
Depois de, ontem, ter visitado um amigo no último sítio que desejaria, acordar com uma daquelas, pedir dinheiro emprestado para poder vir trabalhar, reparar já no comboio que o iPod está sem bateria, ter por isso de levar com o Simply The Best da Trina Trana em altos berros e, depois disto, apanhar uma molha sem abrigo possível durante 15 minutos...
... o que é que 2009 tem para correr mal???
... o que é que 2009 tem para correr mal???
terça-feira, dezembro 30, 2008
segunda-feira, dezembro 29, 2008
Outra vez o 3.821, ligeiramente alterado, mas mau à mesma
Vi-a ontem, enorme
a Senhora que não dorme
tão grande como a fome
que grassa pela Terra
Essa que ela vê
todas as noites
como a uma amante
halo frio em minguante
que anseia pelo que não é
Ontem foi-o... Azul? Amarela?
Coitada... Ainda ontem morreu
vi-o da minha janela
outro mundo era ela
um satélite eu
pequeno, triste, chato, irritante
uma pulga penetrante
nem estrelas para apontar
no zénite
tampouco a jusante
A luz
filtrada da janela
cai em ti como neón
estás nua e eu quero
cobrir-te como os animais
saber quem é ela
tu, sei...
teimosa, obstinada, bela
doentia, mentirosa demais
ela? A lua, nada mais.
a Senhora que não dorme
tão grande como a fome
que grassa pela Terra
Essa que ela vê
todas as noites
como a uma amante
halo frio em minguante
que anseia pelo que não é
Ontem foi-o... Azul? Amarela?
Coitada... Ainda ontem morreu
vi-o da minha janela
outro mundo era ela
um satélite eu
pequeno, triste, chato, irritante
uma pulga penetrante
nem estrelas para apontar
no zénite
tampouco a jusante
A luz
filtrada da janela
cai em ti como neón
estás nua e eu quero
cobrir-te como os animais
saber quem é ela
tu, sei...
teimosa, obstinada, bela
doentia, mentirosa demais
ela? A lua, nada mais.
terça-feira, dezembro 23, 2008
Um Adeus Português ao Natal...
segunda-feira, dezembro 22, 2008
Estou condenado a ser pobre...
sexta-feira, dezembro 19, 2008
REFÂNGIO DE BEM-ESTAR
NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA
quinta-feira, dezembro 18, 2008
THE VERY BEST OF 2008
Eis um dos momentos mais aguardados do ano.
Por parte, enfim, dos meus amigos.
Uma ou duas pessoas, portanto.
Ou talvez nem isso.
Tenho um cágado com uma expressão de quem aguarda por isto com algum nervosismo, pronto.
Chama-se Chico.
Porque Jacó já é o papagaio.
O que é um mote excelente para o que vou dizer a seguir:
Abaixo não figurarão os Radiohead porque a edição oficial do In Rainbows data de Janeiro de 2008 mas os minimamente interessados já o tinham descarregado, desde Novembro, legalmente e a partir do site oficial, por €0,50.
Posto isto, aqui vai (Blogue da Radar, eat your heart out, mais esses palhaços que acham que os Last Shadow Puppets e os X-Wife têm lugar numa coisa desta amplitude):
10. Crystal Castles, Crystal Castles
9. Vampire Weekend, Vampire Weekend
8. Wild Beasts, Limbo, Panto
7. Shearwater, Rook
6. Joan As Police Woman, To Survive
5. Sigur Rós, Med Sud I Eyrum Vid Spilum Endalaust
4. Beck, Modern Guilt
3. Okkervil River, The Stand Ins
2. Bon Iver, For Emma, Forever Ago
1. Fleet Foxes, Fleet Foxes
Por parte, enfim, dos meus amigos.
Uma ou duas pessoas, portanto.
Ou talvez nem isso.
Tenho um cágado com uma expressão de quem aguarda por isto com algum nervosismo, pronto.
Chama-se Chico.
Porque Jacó já é o papagaio.
O que é um mote excelente para o que vou dizer a seguir:
Abaixo não figurarão os Radiohead porque a edição oficial do In Rainbows data de Janeiro de 2008 mas os minimamente interessados já o tinham descarregado, desde Novembro, legalmente e a partir do site oficial, por €0,50.
Posto isto, aqui vai (Blogue da Radar, eat your heart out, mais esses palhaços que acham que os Last Shadow Puppets e os X-Wife têm lugar numa coisa desta amplitude):
10. Crystal Castles, Crystal Castles
9. Vampire Weekend, Vampire Weekend
8. Wild Beasts, Limbo, Panto
7. Shearwater, Rook
6. Joan As Police Woman, To Survive
5. Sigur Rós, Med Sud I Eyrum Vid Spilum Endalaust
4. Beck, Modern Guilt
3. Okkervil River, The Stand Ins
2. Bon Iver, For Emma, Forever Ago
1. Fleet Foxes, Fleet Foxes
segunda-feira, dezembro 15, 2008
Cinematografilologia
Blood Simple (1984), Crimewave (1985, Raising Arizona (1987), Miller's Crossing (1990), Barton Fink (1991), The Hudsucker Proxy (1994), Fargo (1996), The Big Lebowski (1998), O Brother, Where Art Thou? (2000), The Man Who Wasn't There (2001), Intolerable Cruelty (2003), The Ladykillers (2004), Paris, je t'aime (2006), No Country for Old Men (2007) e, finalmente, Burn After Reading (2008).
Ou seja, de uma forma alternada, embora nada rígida, uma comédia e um drama, em 24 anos.
Um pouco como o Lynch e os seus filmes normais (The Elephant Man e The Straight Story), alternados com filmes à Lynch (Mulholand Drive e Lost Highway).
Agora, depois do Óskar, atribuído a um drama, a malta despertou para os Cohen. Ainda bem. Nunca é tarde. Mas há as comédias. E eu pensei, sinceramente, que seria impossível fazer melhor que no The Big Lebowski ou Raising Arizona.
É possível.
E a cara da Frances no parque, a olhar para todos os homens, a cara do Brad Pitt antes de levar o tiro, a cara do Clooney ao mostrar a sua “invenção” na cave, ou um Malcovitch, de martelo na mão, roupão e boxers, a caminhar, de perninhas tortas, pelo cais, valem UM QUARTO DE SÉCULO de cinema.
Mas isso sou eu, que até de César Monteiro gosto.
O que me concede conhecimento de causa para poder parafrazeá-lo:
Quero é que os críticos se fodam!!!
Ou seja, de uma forma alternada, embora nada rígida, uma comédia e um drama, em 24 anos.
Um pouco como o Lynch e os seus filmes normais (The Elephant Man e The Straight Story), alternados com filmes à Lynch (Mulholand Drive e Lost Highway).
Agora, depois do Óskar, atribuído a um drama, a malta despertou para os Cohen. Ainda bem. Nunca é tarde. Mas há as comédias. E eu pensei, sinceramente, que seria impossível fazer melhor que no The Big Lebowski ou Raising Arizona.
É possível.
E a cara da Frances no parque, a olhar para todos os homens, a cara do Brad Pitt antes de levar o tiro, a cara do Clooney ao mostrar a sua “invenção” na cave, ou um Malcovitch, de martelo na mão, roupão e boxers, a caminhar, de perninhas tortas, pelo cais, valem UM QUARTO DE SÉCULO de cinema.
Mas isso sou eu, que até de César Monteiro gosto.
O que me concede conhecimento de causa para poder parafrazeá-lo:
Quero é que os críticos se fodam!!!
quinta-feira, dezembro 11, 2008
Este Vosso Povo Que Me Fala
Setembro último andei lá para riba.
Douro.
O tempo era de vindimas.
Se este Verão não tivesse sido, efectivamente, uma miséria franciscana.
Como foi.
Especialmente ali, entre vales e escarpas, onde a coisa raramente subiu acima dos 28ºC.
Ou seja, uvas qu'é bom, NADA!
Daquelas com muito açúcar para graduar a pinga, muito menos.
Ou seja... não querendo fazer contra-publicidade, quem comprar durienses de 2008 é totó.
Até porque nem é disto que quero falar.
O que faz de mim um tratante.
Lá arriba, chamar-me-ão, desconfio, um pouco mais que apenas isso.
Ou estão a ver aquela malta, conhecida pelas papas na língua (chame-se a atenção para o facto de aqui haver ironia), a debitar algo como Que inoportuno, aquele cabotina! Vem para aqui, mama do bom e das melhores quintas e agora estraga-nos o negócio? Que maroto, se não mesmo patife!
Das janelas do Aquapura Douro Valley, em Vale Abraão, que agora é hotel mas foi apenas um palacete ensolarado, cenário para o filme homónimo do senhor que faz hoje 100 anos, o que é curioso mas seria, para mim, mais agradável se o pudesse relacionar directamente com Agustina, paciência, vê-se o correr do D'Ouro e, lá ao fundo, Peso da Régua que, não sendo particularmente bonita, não é a Rocha Conde d'Óbidos, onde a Amália "vendia laranjas" em mais novinha e de buço ainda ralo, delícia de estivadores e mareantes que tais.
Da biblioteca também.
Que é onde está, perdido numa estante, o Património Imaterial do Douro, Narrações Orais - Contos, Lendas, Mitos Vol.1, de Alexandre Perafita, editado pelo Museu do Douro.
E lembro-me imediatamente de um MEC fedelho a tentar tirar do sério um Agostinho da Silva com algo como Os portugueses são burros, ao que o Mestre respondeu O vosso problema, intelectuais, é que só se dão com intelectuais! Que portugueses conhece o meu amigo? Vá para o interior, fale com as gentes e surpreenda-se.
Sim.
Longe, bem longe das grandes cidades, onde nos são oferecidas, em doses idênticas, a estupidificação e a comida de merda cara (a comida, não a merda), o povo português é o Maior do Mundo. Sábio mas humilde, malandro mas petiz.
E é com esta Verdade Absoluta, porque não aceito opiniões contrárias, e podem morder-se à vontade, que abro ao calhas o alfarrábio, para ler:
Havia um homem ali no Arcozelo (povoação vizinha de Sendim), que chegou a casa e disse:
"Ó mulher, tira o panelo e põe a panela
Que vi lá em baixo uma abóbora e vou para ela"
Quando foi, pois, à horta onde a avistara, com o intuito de roubá-la, deparou-se com a sua falta. Volta para casa, de mãos vazias, a fome como sempre e, ao entrar, diz muito arreliado:
"Ó mulher, tira a panela e põe o panelo
muita puta-ladra há no Arcozelo".
Douro.
O tempo era de vindimas.
Se este Verão não tivesse sido, efectivamente, uma miséria franciscana.
Como foi.
Especialmente ali, entre vales e escarpas, onde a coisa raramente subiu acima dos 28ºC.
Ou seja, uvas qu'é bom, NADA!
Daquelas com muito açúcar para graduar a pinga, muito menos.
Ou seja... não querendo fazer contra-publicidade, quem comprar durienses de 2008 é totó.
Até porque nem é disto que quero falar.
O que faz de mim um tratante.
Lá arriba, chamar-me-ão, desconfio, um pouco mais que apenas isso.
Ou estão a ver aquela malta, conhecida pelas papas na língua (chame-se a atenção para o facto de aqui haver ironia), a debitar algo como Que inoportuno, aquele cabotina! Vem para aqui, mama do bom e das melhores quintas e agora estraga-nos o negócio? Que maroto, se não mesmo patife!
Das janelas do Aquapura Douro Valley, em Vale Abraão, que agora é hotel mas foi apenas um palacete ensolarado, cenário para o filme homónimo do senhor que faz hoje 100 anos, o que é curioso mas seria, para mim, mais agradável se o pudesse relacionar directamente com Agustina, paciência, vê-se o correr do D'Ouro e, lá ao fundo, Peso da Régua que, não sendo particularmente bonita, não é a Rocha Conde d'Óbidos, onde a Amália "vendia laranjas" em mais novinha e de buço ainda ralo, delícia de estivadores e mareantes que tais.
Da biblioteca também.
Que é onde está, perdido numa estante, o Património Imaterial do Douro, Narrações Orais - Contos, Lendas, Mitos Vol.1, de Alexandre Perafita, editado pelo Museu do Douro.
E lembro-me imediatamente de um MEC fedelho a tentar tirar do sério um Agostinho da Silva com algo como Os portugueses são burros, ao que o Mestre respondeu O vosso problema, intelectuais, é que só se dão com intelectuais! Que portugueses conhece o meu amigo? Vá para o interior, fale com as gentes e surpreenda-se.
Sim.
Longe, bem longe das grandes cidades, onde nos são oferecidas, em doses idênticas, a estupidificação e a comida de merda cara (a comida, não a merda), o povo português é o Maior do Mundo. Sábio mas humilde, malandro mas petiz.
E é com esta Verdade Absoluta, porque não aceito opiniões contrárias, e podem morder-se à vontade, que abro ao calhas o alfarrábio, para ler:
Havia um homem ali no Arcozelo (povoação vizinha de Sendim), que chegou a casa e disse:
"Ó mulher, tira o panelo e põe a panela
Que vi lá em baixo uma abóbora e vou para ela"
Quando foi, pois, à horta onde a avistara, com o intuito de roubá-la, deparou-se com a sua falta. Volta para casa, de mãos vazias, a fome como sempre e, ao entrar, diz muito arreliado:
"Ó mulher, tira a panela e põe o panelo
muita puta-ladra há no Arcozelo".
quarta-feira, dezembro 10, 2008
História Cíclica
Para quem ainda pensa que esta coisa da Crise Mundial é mera retórica e que duvida que, em menos de dez anos, ainda estaremos em filas de senhas para a ração, deixo aqui uma foto famosa, ainda que esquecida, publicada na revista Life durante a Great Depression...
Etiquetas:
O Rei da Madeira vai Nu. Um dia.
10 After
Dez anos depois do Nobel, que já veio tarde, José Saramago continua a ser The Man They Love To Hate.
Ainda bem.
Os Melhores do Mundo não se prestam a meias-medidas.
Só o Grande Pessoa é gajo para se gostar, odiar, mas também gostar medianamente.
Talvez seja por ter sido descoberto depois de morto.
Como quase todos.
Saramago não.
Está vivo.
Provavelmente, não por muito mais tempo.
E é gajo que ou se ama ou se odeia.
E isso, venha quem vier, é ser-se Maior.
Acusado de ser Persona non Grata por viver nas Canárias, por um Povo non Grato que desconhece as razões que o levaram a isso, Ti Saramago continua a escrever na Língua Mátria e a ver traduzido Português de Portugal em quantas línguas possíveis.
É, pois, teimoso.
Os leitores de Paulos Coelhos e Danielles Steeles acusam-no de não usar pontos.
É uma argumentação ridícula e analfabeta.
Os que assumem o seu analfabetismo ao não conseguirem ler, com agrado, uma contrução frásica longa e complexa, ficam-se pelo tem Mau Feitio.
Tem sim senhor.
Mas o Miguel Sousa Tavares também é das pessoas mais odiosas (sem ter a desculpa da idade), e os seus livros vendem-se a si próprios.
Nobel, porém, só quando a Humanidade estiver AINDA MAIS perdida.
Ainda bem.
Os Melhores do Mundo não se prestam a meias-medidas.
Só o Grande Pessoa é gajo para se gostar, odiar, mas também gostar medianamente.
Talvez seja por ter sido descoberto depois de morto.
Como quase todos.
Saramago não.
Está vivo.
Provavelmente, não por muito mais tempo.
E é gajo que ou se ama ou se odeia.
E isso, venha quem vier, é ser-se Maior.
Acusado de ser Persona non Grata por viver nas Canárias, por um Povo non Grato que desconhece as razões que o levaram a isso, Ti Saramago continua a escrever na Língua Mátria e a ver traduzido Português de Portugal em quantas línguas possíveis.
É, pois, teimoso.
Os leitores de Paulos Coelhos e Danielles Steeles acusam-no de não usar pontos.
É uma argumentação ridícula e analfabeta.
Os que assumem o seu analfabetismo ao não conseguirem ler, com agrado, uma contrução frásica longa e complexa, ficam-se pelo tem Mau Feitio.
Tem sim senhor.
Mas o Miguel Sousa Tavares também é das pessoas mais odiosas (sem ter a desculpa da idade), e os seus livros vendem-se a si próprios.
Nobel, porém, só quando a Humanidade estiver AINDA MAIS perdida.
terça-feira, dezembro 09, 2008
Anacoretismo VS Eremitagem
O anacoreta Gaspar era-o sem que às razões para sê-lo roçagasse, ainda que de forma ligeira, qualquer religiosidade.
O anacoreta Gaspar recolhera-se ao silêncio da Montanha sem que nisso houvesse qualquer poesia. Só muito depois aprendeu a amar o que rodeava, baptizando cada agulha de pinheiro e reconhecendo-as, pelos nomes, quando, já no chão, eram caruma, pequenos defuntos que dão vida a quem esteja por baixo.
O anacoreta Gaspar desitira, por isso mesmo, da Humanidade. Porque na Ordem dos Homens, é quem está abaixo que dá vida aos cimeiros. Vampirismo. Um Planeta feito Transilvânia. Uma montanha de despojos humanos feitos Montes Cárpatos de fealdade.
O eremita Valério descobrira adjectivos atribuídos aos homens que só faziam sentido ali. Uma Montanha mais Humana. Um cume que chama a si nuvens, colhe-lhes as águas e distribui-as, de forma Altruista, encosta abaixo. Cedros e araucárias e pinheiros e carvalhos que protegem, à sua sombra, um mundo mais Ordeiro, que nunca poderia ser, pois, Imundo, a não ser que a Humanidade o enodasse com suas mãos maculadoras.
O anacoreta Gaspar tornara-se, aos olhos de quem vive em sociedade, um bicho. E de entre todas as incapacidades em sociabilizar um sintoma havia que, pela sua singularidade, era do desconhecimento do prórpio:
O anacoreta Gaspar esquecera-se de outras vocalizações que não a sua. Não concebia, por tê-las apagado, de forma indelével, da memória, outro tom, timbre, nota e ritmo de voz que não o seu próprio.
O anacoreta Gaspar reconhecia, pelo canoro linguarejar, e de entre tantos exemplares que lhe acompanhavam os lentos dias, cinco melros, três rabiruivos, seis rolas marroquinas e os dois bufos reais que disputavam os seus territórios, a quem chamava Lucas e Mateus. De um Humano, nunca. Recordava, nas pontas dos dedos, a textura da pele branca e da forma como esta quase se confundia com o rosa pálido dos auréolos do seu Grande Amor da Vida, se alguma vez o houve. À sua voz, suave, fina, translúcida, há muito que a perdera, num sussurro.
O anacoreta Gaspar ouvia-se, assim, como a um Deus de si próprio. As poucas vezes que vocalizara ideias, fora como se estas não tivessem vindo de si, mas como que surgissem, a adejar, ziquezagueando por entre raios de luz descendendo das copas. Tornaram-se, por ausência de intercalação, máximas. Leis.
E era por isso que o anacoreta Gaspar nunca seria um eremita.
O seu maior defeito era ser, pois, humano.
O eremita Valério era-o sem que às razões para sê-lo roçagasse, ainda que de forma ligeira, qualquer religiosidade.
O eremita Valério recolhera-se ao silêncio da Montanha sem que nisso houvesse qualquer poesia. Só muito depois aprendeu a amar o que rodeava, baptizando cada agulha de pinheiro e reconhecendo-as, pelos nomes, quando, já no chão, eram caruma, pequenos defuntos que dão vida a quem esteja por baixo.
O eremita Valério desitira, por isso mesmo, da Humanidade. Porque na Ordem dos Homens, é quem está abaixo que dá vida aos cimeiros. Vampirismo. Um Planeta feito Transilvânia. Uma montanha de despojos humanos feitos Montes Cárpatos de fealdade.
O eremita Valério descobrira adjectivos atribuídos aos homens que só faziam sentido ali. Uma Montanha mais Humana. Um cume que chama a si nuvens, colhe-lhes as águas e distribui-as, de forma Altruista, encosta abaixo. Cedros e araucárias e pinheiros e carvalhos que protegem, à sua sombra, um mundo mais Ordeiro, que nunca poderia ser, pois, Imundo, a não ser que a Humanidade o enodasse com suas mãos maculadoras.
O eremita Valério tornara-se, aos olhos de quem vive em sociedade, um bicho. E de entre todas as incapacidades em sociabilizar um sintoma havia que, pela sua singularidade, era do desconhecimento do prórpio:
O eremita Valério esquecera-se de outras vocalizações que não a sua. Não concebia, por tê-las apagado, de forma indelével, da memória, outro tom, timbre, nota e ritmo de voz que não o seu próprio.
O eremita Valério reconhecia, pelo canoro linguarejar, e de entre tantos exemplares que lhe acompanhavam os lentos dias, cinco melros, três rabiruivos, seis rolas marroquinas e os dois bufos reais que disputavam os seus territórios, a quem chamava Lucas e Mateus. De um Humano, nunca. Recordava, nas pontas dos dedos, a textura da pele branca e da forma como esta quase se confundia com o rosa pálido dos auréolos do seu Grande Amor da Vida, se alguma vez o houve. À sua voz, suave, fina, translúcida, há muito que a perdera, num sussurro.
O eremita Valério ouvia-se, assim, como a um Deus de si próprio. As poucas vezes que vocalizara ideias, fora como se estas não tivessem vindo de si, mas como que surgissem, a adejar, ziquezagueando por entre raios de luz descendendo das copas. Tornaram-se, por ausência de intercalação, máximas. Leis.
E era por isso que o anacoreta Gaspar nunca seria um anacoreta.
O seu maior defeito era ser, pois, humano.
Um dia, o eremita Valério e o anacoreta Gaspar encontraram-se, em busca de viçosos espargos verdes, selvagens, dos que nascem por baixo do tojo. Esta floresta é minha / não não, esta encosta pertence-me, eis que surge, entre dois seres que se queriam eremita um, anacoreta o outro, o pior do Mundo.
A imundície de se ser humano...
O anacoreta Gaspar recolhera-se ao silêncio da Montanha sem que nisso houvesse qualquer poesia. Só muito depois aprendeu a amar o que rodeava, baptizando cada agulha de pinheiro e reconhecendo-as, pelos nomes, quando, já no chão, eram caruma, pequenos defuntos que dão vida a quem esteja por baixo.
O anacoreta Gaspar desitira, por isso mesmo, da Humanidade. Porque na Ordem dos Homens, é quem está abaixo que dá vida aos cimeiros. Vampirismo. Um Planeta feito Transilvânia. Uma montanha de despojos humanos feitos Montes Cárpatos de fealdade.
O eremita Valério descobrira adjectivos atribuídos aos homens que só faziam sentido ali. Uma Montanha mais Humana. Um cume que chama a si nuvens, colhe-lhes as águas e distribui-as, de forma Altruista, encosta abaixo. Cedros e araucárias e pinheiros e carvalhos que protegem, à sua sombra, um mundo mais Ordeiro, que nunca poderia ser, pois, Imundo, a não ser que a Humanidade o enodasse com suas mãos maculadoras.
O anacoreta Gaspar tornara-se, aos olhos de quem vive em sociedade, um bicho. E de entre todas as incapacidades em sociabilizar um sintoma havia que, pela sua singularidade, era do desconhecimento do prórpio:
O anacoreta Gaspar esquecera-se de outras vocalizações que não a sua. Não concebia, por tê-las apagado, de forma indelével, da memória, outro tom, timbre, nota e ritmo de voz que não o seu próprio.
O anacoreta Gaspar reconhecia, pelo canoro linguarejar, e de entre tantos exemplares que lhe acompanhavam os lentos dias, cinco melros, três rabiruivos, seis rolas marroquinas e os dois bufos reais que disputavam os seus territórios, a quem chamava Lucas e Mateus. De um Humano, nunca. Recordava, nas pontas dos dedos, a textura da pele branca e da forma como esta quase se confundia com o rosa pálido dos auréolos do seu Grande Amor da Vida, se alguma vez o houve. À sua voz, suave, fina, translúcida, há muito que a perdera, num sussurro.
O anacoreta Gaspar ouvia-se, assim, como a um Deus de si próprio. As poucas vezes que vocalizara ideias, fora como se estas não tivessem vindo de si, mas como que surgissem, a adejar, ziquezagueando por entre raios de luz descendendo das copas. Tornaram-se, por ausência de intercalação, máximas. Leis.
E era por isso que o anacoreta Gaspar nunca seria um eremita.
O seu maior defeito era ser, pois, humano.
O eremita Valério era-o sem que às razões para sê-lo roçagasse, ainda que de forma ligeira, qualquer religiosidade.
O eremita Valério recolhera-se ao silêncio da Montanha sem que nisso houvesse qualquer poesia. Só muito depois aprendeu a amar o que rodeava, baptizando cada agulha de pinheiro e reconhecendo-as, pelos nomes, quando, já no chão, eram caruma, pequenos defuntos que dão vida a quem esteja por baixo.
O eremita Valério desitira, por isso mesmo, da Humanidade. Porque na Ordem dos Homens, é quem está abaixo que dá vida aos cimeiros. Vampirismo. Um Planeta feito Transilvânia. Uma montanha de despojos humanos feitos Montes Cárpatos de fealdade.
O eremita Valério descobrira adjectivos atribuídos aos homens que só faziam sentido ali. Uma Montanha mais Humana. Um cume que chama a si nuvens, colhe-lhes as águas e distribui-as, de forma Altruista, encosta abaixo. Cedros e araucárias e pinheiros e carvalhos que protegem, à sua sombra, um mundo mais Ordeiro, que nunca poderia ser, pois, Imundo, a não ser que a Humanidade o enodasse com suas mãos maculadoras.
O eremita Valério tornara-se, aos olhos de quem vive em sociedade, um bicho. E de entre todas as incapacidades em sociabilizar um sintoma havia que, pela sua singularidade, era do desconhecimento do prórpio:
O eremita Valério esquecera-se de outras vocalizações que não a sua. Não concebia, por tê-las apagado, de forma indelével, da memória, outro tom, timbre, nota e ritmo de voz que não o seu próprio.
O eremita Valério reconhecia, pelo canoro linguarejar, e de entre tantos exemplares que lhe acompanhavam os lentos dias, cinco melros, três rabiruivos, seis rolas marroquinas e os dois bufos reais que disputavam os seus territórios, a quem chamava Lucas e Mateus. De um Humano, nunca. Recordava, nas pontas dos dedos, a textura da pele branca e da forma como esta quase se confundia com o rosa pálido dos auréolos do seu Grande Amor da Vida, se alguma vez o houve. À sua voz, suave, fina, translúcida, há muito que a perdera, num sussurro.
O eremita Valério ouvia-se, assim, como a um Deus de si próprio. As poucas vezes que vocalizara ideias, fora como se estas não tivessem vindo de si, mas como que surgissem, a adejar, ziquezagueando por entre raios de luz descendendo das copas. Tornaram-se, por ausência de intercalação, máximas. Leis.
E era por isso que o anacoreta Gaspar nunca seria um anacoreta.
O seu maior defeito era ser, pois, humano.
Um dia, o eremita Valério e o anacoreta Gaspar encontraram-se, em busca de viçosos espargos verdes, selvagens, dos que nascem por baixo do tojo. Esta floresta é minha / não não, esta encosta pertence-me, eis que surge, entre dois seres que se queriam eremita um, anacoreta o outro, o pior do Mundo.
A imundície de se ser humano...
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Portugal Fashion
Sempre fui obstinado nestas coisas.
Na altura em que o Desperately Seeking Susan estava na moda, recusei-me a tal suplício.
Mesmo que isso significasse sacar mais gajas.
Sempre achei que The Smiths e Nick Cave e Red House Painters e Ramones eram coisas muito mais enigmáticas e portadoras de uma etiqueta onde se podia ler Sou um gajo muito interessante e se queres cá vir é disto que apanhas.
No extremo oposto desta minha convicção estava uma Madonna de 25 aninhos a promover-se como se promovem todas as gajas de 25 anos, então como agora: "Tenho esta cara de animal sexual porque julgo que percebo bué de sexo mas afinal aos 33 é que eu vou dizer Ahhhh afinal sexo é isto, que parva que eu era quando tinha 25 aninhos".
Fiz o mesmo com o Dirty Dancing, o Ghost e o Top Gun, ou seja, com Filmes de Gáija.
Não os vi.
Desperately Seeking Susan foi, mesmo assim, aquele que mais abominei, mesmo sem ver.
Até que, tantos anos volvidos, há um feriado de ressaca.
E há o Canal Hollywood.
E há uma Rosanna Arquette com seios firmes e desnudados, um John Torturro sem mácula, como sempre e... pouco mais. Uma Nova Iorque que pintou fantasias a deslumbradinhos dos 80's que, depois, foram lá desiludir-se na década posterior.
Mas a prova em como até no pior se aprende alguma coisa está num take aparentemente "inofensivo".
Mas que oferece, em rigor, um quadro bem esclarecedor do Provincianismo Português.
Aquele de que Pessoa falava.
Madonna vai num Yellow Cab e, ainda antes de poder vomitar o Cliché Supremo Keep The Change, o taxista está num monólogo: Esta cidade já teve restaurantes italianos, chineses, mas agora só se consegue comer sushi. Há modas tramadas.
Ah pois há.
Principalmente, quando se tem em conta que o filme em questão é de 1985!!!
Na altura em que o Desperately Seeking Susan estava na moda, recusei-me a tal suplício.
Mesmo que isso significasse sacar mais gajas.
Sempre achei que The Smiths e Nick Cave e Red House Painters e Ramones eram coisas muito mais enigmáticas e portadoras de uma etiqueta onde se podia ler Sou um gajo muito interessante e se queres cá vir é disto que apanhas.
No extremo oposto desta minha convicção estava uma Madonna de 25 aninhos a promover-se como se promovem todas as gajas de 25 anos, então como agora: "Tenho esta cara de animal sexual porque julgo que percebo bué de sexo mas afinal aos 33 é que eu vou dizer Ahhhh afinal sexo é isto, que parva que eu era quando tinha 25 aninhos".
Fiz o mesmo com o Dirty Dancing, o Ghost e o Top Gun, ou seja, com Filmes de Gáija.
Não os vi.
Desperately Seeking Susan foi, mesmo assim, aquele que mais abominei, mesmo sem ver.
Até que, tantos anos volvidos, há um feriado de ressaca.
E há o Canal Hollywood.
E há uma Rosanna Arquette com seios firmes e desnudados, um John Torturro sem mácula, como sempre e... pouco mais. Uma Nova Iorque que pintou fantasias a deslumbradinhos dos 80's que, depois, foram lá desiludir-se na década posterior.
Mas a prova em como até no pior se aprende alguma coisa está num take aparentemente "inofensivo".
Mas que oferece, em rigor, um quadro bem esclarecedor do Provincianismo Português.
Aquele de que Pessoa falava.
Madonna vai num Yellow Cab e, ainda antes de poder vomitar o Cliché Supremo Keep The Change, o taxista está num monólogo: Esta cidade já teve restaurantes italianos, chineses, mas agora só se consegue comer sushi. Há modas tramadas.
Ah pois há.
Principalmente, quando se tem em conta que o filme em questão é de 1985!!!
sexta-feira, dezembro 05, 2008
Breve Acerca d'Ontem
21h - Lykke Li é moçoila para se ouvir enquanto se trabalha ou janta com amigos lá em casa. Uns picos de vinil não lhe ficam mal e tem electrónica qb para que se mostre a amigos. Pronto. É isto. Girinho. Daí a boca aberta durante todo o concerto. A babar. Não estava à espera daquilo. Nesse Variedades decrépito houve vida. Um ponto de luz que cintilou num Parque Mayer decadente. Lykke Li, carinha rechonchuda em corpinho franzino, virginal, deu-nos um tareão de música e dança, que é melhor que sexo medíocre. Daquele em que elas fazem um esgar de dor quando penetramos com o prepúcio para trás e a apertar a base do pénis para engrossar a glande. Fez duetos com Sarah Assbring, dos Perro del Mar, ditribuiu pandeiretas, maracas e outras coisas pela plateia e meteu-os em palco, interpretou Vampire Weekend e, pois, Lykke Li. É para isto que se vão ver concertos. Esperar o inesperável e, mesmo assim, ser surpreendido.
Interlúdio - Cigarrito e imperial Super Bock (cerveja de gaja) cá fora, tenho uma risca verde no casaco, na ruína que é o Variedades alguma coisa estava pintada de fresco, descubro que os gatos vadios concedem AINDA MAIS ar de abandono aos sítios.
22h30 - Nunca quero saber onde vão os Zita Swoon. Vou. Já me bastam as vezes que não fui, razões aparte. Arrependo-me disso como de não ter comido aquela pita que queria mas não era nada de jeito e agora é boa que dói. Acontece-nos a todos. Os Zita Swoon não. Acontecem uma vez na vida de todas as vezes que dão um concerto. E não há que enganar quando reentramos no Variedades para descobrir que, agora, o set dos músicos está montado no centro da sala. Percursões, bateria, teclas, baixo e contrabaixo, guitarras e micros para os coros formam um quadrado. Umbilicando isto, está uma torre com quatro PA's virados a norte, sul, este, oeste. A separá-los do público? Nada. E depois, há a música. Que não se define. São os Zita Swoon, ponto. É o Stef Kamil Carlens que saíu de uns dEUS geniais condenando-os a banda de teenager molhada pelo facto de ter descoberto que, afinal, há vida para além do R&B e Anastasias e Gwen Stefani. Não que o Tom Barman não tenha um laivo ou outro de genialidade. Olhó Para Onde o Vento Sopra. Só não é o Stef. Nem os Zita Swoon são outra coisa qualquer para além de ÚNICOS. Ser bom também é isso. Pintar, à Dali, uma Persistência da Memória. Ad eternum.
PIM
Interlúdio - Cigarrito e imperial Super Bock (cerveja de gaja) cá fora, tenho uma risca verde no casaco, na ruína que é o Variedades alguma coisa estava pintada de fresco, descubro que os gatos vadios concedem AINDA MAIS ar de abandono aos sítios.
22h30 - Nunca quero saber onde vão os Zita Swoon. Vou. Já me bastam as vezes que não fui, razões aparte. Arrependo-me disso como de não ter comido aquela pita que queria mas não era nada de jeito e agora é boa que dói. Acontece-nos a todos. Os Zita Swoon não. Acontecem uma vez na vida de todas as vezes que dão um concerto. E não há que enganar quando reentramos no Variedades para descobrir que, agora, o set dos músicos está montado no centro da sala. Percursões, bateria, teclas, baixo e contrabaixo, guitarras e micros para os coros formam um quadrado. Umbilicando isto, está uma torre com quatro PA's virados a norte, sul, este, oeste. A separá-los do público? Nada. E depois, há a música. Que não se define. São os Zita Swoon, ponto. É o Stef Kamil Carlens que saíu de uns dEUS geniais condenando-os a banda de teenager molhada pelo facto de ter descoberto que, afinal, há vida para além do R&B e Anastasias e Gwen Stefani. Não que o Tom Barman não tenha um laivo ou outro de genialidade. Olhó Para Onde o Vento Sopra. Só não é o Stef. Nem os Zita Swoon são outra coisa qualquer para além de ÚNICOS. Ser bom também é isso. Pintar, à Dali, uma Persistência da Memória. Ad eternum.
PIM
quinta-feira, dezembro 04, 2008
The Movie Trivia Guide by dIAZ - 3
Reservoir Dogs (1992); Realizado e escrito por Quentin Tarantino; Com Harvey Keitel, Michael Madsen, Chris Penn, Steve Buscemi;
Tagline: Let's go to work!
Curiosidades: O título do filme nasceu devido ao dono de um clube de vídeo onde Tarantino trabalhou, que se referia sempre à película Au Revoir Les Enfants, de Louis Malle, como sendo that reservoir dogs movie; Os cigarros Red Apples, que Bruce Willis também pede, no Pulp Fiction, ao balcão do bar onde combina a derrota com Marcelus Wallace, são invenção do realizador. Tim Roth também os fuma em Four Rooms.
Classificação dIAZ: *****
A Cena: Antes do roubo, o pequeno-almoço. À mesa, Mr Brown (Tarantino), Mr Blue (Ed Bunker) e Mr White (Keitel) conversam:
Mr Brown: Okay, let me tell you what Like a Virgin is about. It's all about this cooze who's a regular fuck-machine, I'm talking morning, day, night, afternoon, dick, dick, dick, dick, dick, dick, dick, dick, dick.
Mr Blue: How many dicks is that?
Mr White: A lot.
Mr Brown: Then one day she meets this John Holmes motherfucker and it's like, whoa baby. This cat is like Charles Bronson in The Great Escape, he's digging tunnels. Now, she's getting the serious dick action and she's feeling something she ain't felt since forever. Pain. Pain. It hurts her. It shouldn't hurt her, you know her pussy should be Bubble Yum by now, but when this cat fucks her it hurts. It hurts just like it did the first time. You see the pain is reminding a fuck machine what it once was like to be a virgin. Hence, Like a Virgin.
Tagline: Let's go to work!
Curiosidades: O título do filme nasceu devido ao dono de um clube de vídeo onde Tarantino trabalhou, que se referia sempre à película Au Revoir Les Enfants, de Louis Malle, como sendo that reservoir dogs movie; Os cigarros Red Apples, que Bruce Willis também pede, no Pulp Fiction, ao balcão do bar onde combina a derrota com Marcelus Wallace, são invenção do realizador. Tim Roth também os fuma em Four Rooms.
Classificação dIAZ: *****
A Cena: Antes do roubo, o pequeno-almoço. À mesa, Mr Brown (Tarantino), Mr Blue (Ed Bunker) e Mr White (Keitel) conversam:
Mr Brown: Okay, let me tell you what Like a Virgin is about. It's all about this cooze who's a regular fuck-machine, I'm talking morning, day, night, afternoon, dick, dick, dick, dick, dick, dick, dick, dick, dick.
Mr Blue: How many dicks is that?
Mr White: A lot.
Mr Brown: Then one day she meets this John Holmes motherfucker and it's like, whoa baby. This cat is like Charles Bronson in The Great Escape, he's digging tunnels. Now, she's getting the serious dick action and she's feeling something she ain't felt since forever. Pain. Pain. It hurts her. It shouldn't hurt her, you know her pussy should be Bubble Yum by now, but when this cat fucks her it hurts. It hurts just like it did the first time. You see the pain is reminding a fuck machine what it once was like to be a virgin. Hence, Like a Virgin.
quarta-feira, dezembro 03, 2008
The Movie Trivia Guide by dIAZ - 2
Fight Club (1999); Realizado por David Fincher; Baseado no romance homónimo de Chuck Palahniuk; Com Edward Norton, Brad Pitt, Helena Bonham Carter, Meat Loaf;
Tagline: Mischief. Mayhem. Soap!
Curiosidades: Os porno frames que o Tyler Durden cola nos filmes para crianças também são introduzidos no próprio filme, em três ocasiões distintas; Antes de "nos ser apresentado", Tyler aparece 5 vezes, mas apenas durante um frame em cada ocasião, a tal mensagem subliminar: Quando o Narrador está a tirar fotocópias no emprego, quando está a falar com o médico, no Grupo de Apoio ao Cancro Testicular, quando olha Maria a andar pela rua e, finalmente, quando está no hotel, olhando para a televisão onde Tyler aparece vestido de empregado de mesa.
Classificação dIAZ: *****
A Cena: Depois da primeira "sessão" no Fight Club, Tyler (Pitt) diz ao Narrador (Norton) o que pensa sobre o que ambos viram na noite anterior:
"Man, I see in Fight Club the strongest and smartest men who've ever lived. I see all this potential, and I see squandering. An entire generation pumping gas, waiting tables, slaves with white collars. Advertising has us chasing cars and clothes, working jobs we hate so we can buy shit we don't need. We're the middle children of history man. No purpose or place. We have no Great War. No Great Depression. Our Great War's a spiritual war. Our Great Depression is our lives. We've all been raised on television to believe that one day we'll all be millionaires and movie gods and rock stars. But we won't. And we'll slowly learning that fact. And we're very, VERY PISSED OFF".
Tagline: Mischief. Mayhem. Soap!
Curiosidades: Os porno frames que o Tyler Durden cola nos filmes para crianças também são introduzidos no próprio filme, em três ocasiões distintas; Antes de "nos ser apresentado", Tyler aparece 5 vezes, mas apenas durante um frame em cada ocasião, a tal mensagem subliminar: Quando o Narrador está a tirar fotocópias no emprego, quando está a falar com o médico, no Grupo de Apoio ao Cancro Testicular, quando olha Maria a andar pela rua e, finalmente, quando está no hotel, olhando para a televisão onde Tyler aparece vestido de empregado de mesa.
Classificação dIAZ: *****
A Cena: Depois da primeira "sessão" no Fight Club, Tyler (Pitt) diz ao Narrador (Norton) o que pensa sobre o que ambos viram na noite anterior:
"Man, I see in Fight Club the strongest and smartest men who've ever lived. I see all this potential, and I see squandering. An entire generation pumping gas, waiting tables, slaves with white collars. Advertising has us chasing cars and clothes, working jobs we hate so we can buy shit we don't need. We're the middle children of history man. No purpose or place. We have no Great War. No Great Depression. Our Great War's a spiritual war. Our Great Depression is our lives. We've all been raised on television to believe that one day we'll all be millionaires and movie gods and rock stars. But we won't. And we'll slowly learning that fact. And we're very, VERY PISSED OFF".
terça-feira, dezembro 02, 2008
The Movie Trivia Guide by dIAZ - 1
American Psycho (2000); Realizado por Mary Harron; Baseado no romance homónimo de Bret Easton Ellis; com Christian Bale, Josh Lucas, Reese Witherspoon, Chloë Sevigny;
Tagline: Killer Looks!
Curiosidades: Edward Norton recusou o papel de Bateman; O primeiro filme porno que Bateman está a ver é o White Angel, escrito por James Avalon, o realizador de Anal Anarchy.
Classificação dIAZ: ****
A CENA: Bateman (Bale) despe-se, vagarosamente, com vista a "fazer" duas call girls que já estão sobre a cama. Enquanto isso, disserta:
"Do you like Phil Collins? I've been a big Genesis fan ever since the release of their 1980 album, Duke. Before that, I really didn't understand any of their work. Too artsy, too intellectual. It was on Duke where Phil Collinn's presence became more apparent. I think Invisible Touch was the group's undisputed masterpiece. Sabrina, remove your dress. In terms of lyrical craftsmanship, the sheer songwriting, this album hits a new peak of professionalism. In Too Deep is the most moving pop song of the 1980's, about monogamy and commitment. Their lyrics are as positive and affirmative as anything I've heard in rock. Christy, get down on your knees so Sabrina can see your asshole. Phil Collins' solo carrer seems to be more commercial and therefore more satisfying, in a narrower way. Especially songs like In The Air Tonight and Against All Odds. Sabrina, don't just stare at it, eat it. But I also think Phil Collins works best within the confines of the group, than as a solo artist, and I stress the word artist".
Tagline: Killer Looks!
Curiosidades: Edward Norton recusou o papel de Bateman; O primeiro filme porno que Bateman está a ver é o White Angel, escrito por James Avalon, o realizador de Anal Anarchy.
Classificação dIAZ: ****
A CENA: Bateman (Bale) despe-se, vagarosamente, com vista a "fazer" duas call girls que já estão sobre a cama. Enquanto isso, disserta:
"Do you like Phil Collins? I've been a big Genesis fan ever since the release of their 1980 album, Duke. Before that, I really didn't understand any of their work. Too artsy, too intellectual. It was on Duke where Phil Collinn's presence became more apparent. I think Invisible Touch was the group's undisputed masterpiece. Sabrina, remove your dress. In terms of lyrical craftsmanship, the sheer songwriting, this album hits a new peak of professionalism. In Too Deep is the most moving pop song of the 1980's, about monogamy and commitment. Their lyrics are as positive and affirmative as anything I've heard in rock. Christy, get down on your knees so Sabrina can see your asshole. Phil Collins' solo carrer seems to be more commercial and therefore more satisfying, in a narrower way. Especially songs like In The Air Tonight and Against All Odds. Sabrina, don't just stare at it, eat it. But I also think Phil Collins works best within the confines of the group, than as a solo artist, and I stress the word artist".
segunda-feira, dezembro 01, 2008
Plêisses Cómunes, em americano
Começo, pois, com um lugar-comum do piorio, que é para afastar, qual Dum Dum das letras, os mais eruditos. Xô! A seguir volto a ser o Good Ol' dIAZ, que é para afastar os outros todos.
Ele é, então, assim:
Isto de ser pai é um teste diário (assobios, apupos, vaias e tomates maduros).
Não para mim, claro, que tenho os meus objectivos bem traçados (mesmo, com tinta de roller ball [os escritorários dirão esferográfica], sobre alvo papel, caso contrário esqueço-me)...
Recuso-me a ser surpreendido por um pirralho que acha que me consegue dar a volta, levar a água ao seu moinho para moer a farinha do mesmo saco que o meu, pois.
Para isso, chamo a mim toda a exactidão dos princípios científicos pedagógicos e rigor na prática dos mesmos. Não respondo a nada que não saiba como certo. Nada do que eu diga poderá ser, um dia, mais tarde, usado contra mim neste Tribunal da Vida (mais uns assobios, ali atrás há um gajo que me ofende mas tudo bem porque ao lado desse há uma gaja, pestanuda, que grita "dava-te uma trinca ó Mariachi"). Mariachito poderá dizer aos seus filhos, sem nunca incorrer em falsidade, que o avô dIAZ era uma ode à Verdade. Assim...
dIAZ - Olha, filho... está a cair uma saraivada daquelas.
Mariachito - Quié sharaivada, pai?
dIAZ - É queda de saraiva!
Mariachito - Quié íchu, pai?
dIAZ - É granizo, filho, chuva de gelo
Mariachito - Quié ganíjus, pai?
dIAZ - É gelado que cai do céu...
Mariachito - Que shábe?
dIAZ - A morango, filho, morango...
Ele é, então, assim:
Isto de ser pai é um teste diário (assobios, apupos, vaias e tomates maduros).
Não para mim, claro, que tenho os meus objectivos bem traçados (mesmo, com tinta de roller ball [os escritorários dirão esferográfica], sobre alvo papel, caso contrário esqueço-me)...
Recuso-me a ser surpreendido por um pirralho que acha que me consegue dar a volta, levar a água ao seu moinho para moer a farinha do mesmo saco que o meu, pois.
Para isso, chamo a mim toda a exactidão dos princípios científicos pedagógicos e rigor na prática dos mesmos. Não respondo a nada que não saiba como certo. Nada do que eu diga poderá ser, um dia, mais tarde, usado contra mim neste Tribunal da Vida (mais uns assobios, ali atrás há um gajo que me ofende mas tudo bem porque ao lado desse há uma gaja, pestanuda, que grita "dava-te uma trinca ó Mariachi"). Mariachito poderá dizer aos seus filhos, sem nunca incorrer em falsidade, que o avô dIAZ era uma ode à Verdade. Assim...
dIAZ - Olha, filho... está a cair uma saraivada daquelas.
Mariachito - Quié sharaivada, pai?
dIAZ - É queda de saraiva!
Mariachito - Quié íchu, pai?
dIAZ - É granizo, filho, chuva de gelo
Mariachito - Quié ganíjus, pai?
dIAZ - É gelado que cai do céu...
Mariachito - Que shábe?
dIAZ - A morango, filho, morango...
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