sexta-feira, novembro 28, 2008

Real Life

Garantiu-me que, depois, seria o mais cobiçado.
Principalmente, amigas das gajas que, a partir dali, comesse.
Não que, nessa altura, não existisse um sem-número de pequenas leitoas com vontade de chamuscar o pêlo no maçarico do dIAZ...
... mas de agora em diante seria diferente!
E foi.
Não era uma quarentona cabrona qualquer. Era mais uma cabrona duma quarentona, uma esgrimista de manejo calculado ao milímetro, como se um florete que não em riste fosse, por si só, uma derrota de digestão impossível.
Quando se tem 24 anos e é-se apanhado numa tesoura de pernas de uma mulher de 43, quem se fode é quem vem a seguir. Mesmo.
Porque, com cabra deste calibre, as primeiras entradas na arena são meros testes de resistência.
Depois, é o massacre. O gladiador fustiga o bom e inocente cristão até que a sua sede de sangue seja saciada.
Só mais tarde se ensinam as artes.
A violência, essa, jamais é aplacada.
Tripular tamanho espécimen, ainda por cima fazendo-se acompanhar de um detalhado manual de instruções, é tirar um brevet que garante o sucesso aos comandos de todos os Cessnas vindouros.
É escalar uma escarpa, explorando cada saliência, mas com a segurança de uma mão por baixo do borracho ao mínimo sinal de queda.
É montar um míssil sem controlo, sabê-lo, e ter a intrepidez de pousar os nadegueiros na ogiva, na certeza de que a explosão, quanto ocorrer, será de proporções bíblicas.
"O deboche não existe, meu caro. É uma palavra inventada pela igreja para incutir fealdade a uma das poucas coisas que nos aproxima de dEUS. Porque, se todos nós fôssemos debochados, ninguém precisava de intermediários para chegar ao gajo lá de cima".
Eu, sacristãozinho, ansiava pela hora de poder tocar, outra vez, carrilhão.
Esfregava creme gordo no apêndice em chaga, não dormia disso e, logo, não acordava.
Se o fizesse, porém, seria em pulgas pela nova palestra.
Informação sem fim em corpinho incansável, chafurdanço conversável, digo eu.
Ela não. Dizia outras coisas. Que me fascinavam.
"Mete-me dois dedos, isso. Agora procura em cima, ok, ok, aí. Estás a sentir essa parte cuja textura parece um céu da boca? Esfrega e faz força para cima. Com a outra mão, empurra-me a barriga para baixo", e eu extasiado de tantos gritos, grunhidos, gemidos, dentadas na própria mão, lívido de cãibras no antebraço, orgulhoso desse rio que molhava a cama.
Um dia, perante a minha recusa em chamar-lhe puta durante uma rapidinha num vão de escadas na Viriato, às Picoas, deixou-me um bilhete no bolso. Ainda o tenho. Estou, neste preciso momento, a transcrevê-lo. Não que não o saiba de cor. Mas estes riscos de lápis manchados dos anos dão-lhe aquele encanto com que o arquivista da Torre do Tombo folheia a 1.ª edição d'"Os Lusíadas".

"Todas as mulheres são Putas com P Maiúsculo. Não putéfias, putonas e, muito menos, prostitutas. Ser Puta é fazer, no que a sexo diz respeito, tudo o que se quer e ainda o que até ali nem se supunha, sem temer juízos. É dar prazer com um sentido de dever prazenteiro, como se a própria vida dependesse disso. É entregar-mo-nos a ponto de haver abandono do próprio corpo. É, pois, nunca misturar sexo com medo. Penso que foi nisso que se pensou quando se inventou a palavra Amor.
Todas as mulheres são Putas. Mas de um só homem. Para que viva em plenitude consigo e com os outros, segura, altiva, é determinante que seja a Puta de alguém. Quem nunca o sentiu viverá o resto da vida com esse inexorável fantasma. Ardendo durante as noites, cobiçando relações alheias, chorando mágoas de fêmea ferida e agrilhoada. Quem já o experimentou e, entretanto, o perdeu, sentirá um vazio, um gelo interior que a obrigará à eterna demanda por algo igual.
Homem que veja o fulgor da sua Puta esvair-se com os dias, por entre os seus dedos, pode ter a certeza que não deixou de o ser. Apenas já não é a SUA Puta. Sê-lo-á, à primeira oportunidade, de outro".

Nesse dia, li-o já em casa. E nunca mais a vi!

quarta-feira, novembro 26, 2008

Quando eu uso a expressão "Aqui, no Burundi da Europa"...

... estou a falar muito a sério e SEMPRE acerca de coisas concretas.
Hoje, usá-la-ei para comentar a notícia "Carlos Silvino foi poupado de 68 crimes", in tudo quanto é Jornal Gratuito para Empregar a Recibos Verdes e Ser Extinto ao Fim de Um Ano.
Pois é. Bibi, O Grande, viu serem-lhe retiradas as acusações não de dois, dez, ou mesmo 34 (metade, portanto) crimes.
Eu, que sinto na pele, de há um ano para cá, o que são os despojos humanos depois de cada pândega (ou orgia?) que é uma sessão de tribunal em Portugal, sei muito bem o porquê da escolha de tão redondo, sóbrio e frugal número.
É que, dada a Natureza dos Crimes que estão na barra, 69 daria mau aspecto.

P.S. - E já que estamos a falar de Pedofilia, escolhi a tag abaixo...

terça-feira, novembro 25, 2008

segunda-feira, novembro 24, 2008

Já há algum tempo...

... que venho sendo acusado, não parcimoniosamente, e logo aqui, que é a minha own private Praça Pública, de ilitaracia.
Porquanto sinto-me na obrigação de esclarecer determinados bandalhos com algumas considerações cuja ausência de simplicidade não poderão, nunca, tão iluminadas mentes sugerir.
I. Unt vulla autat utem nosto eros exer ipis amcommy nonulla alisl ulla alit ipis dunt auguerc iduissendio conulla commy nulluptat dolortisl digniam conulpute vendrer ipit num ing eugue enismod tat nit, consed eugue ercil incipsummy nummy nummolobor ad magnit, quat.
II. Ut velisit la feu faccums andrero consequ iscipisi blaore magniat inciliquat. Ut digna faci tinim volorer acipsum zzriusciduis alit lutat, volore moluptat adit alit nostrud modion eugiam vero exerit, volobore elesto dignim doloborper sim iusciduisl ullam, velis nullum in et loreet, quat in ulput eliquisi.
III. Re dolortie ea con ulputat. Bore duipsusto commy nonse magnim nosto commolore venim zzrit, velis aci blaore vent iril ipisismod min ullandio estis nos nisit in exercillamet vel doloreet, consed dit, quat. Illuptat, quipisi. Min henibh et wis dolent adiamet irit lum duismolore dio od eugait veliquis adio dolessit iriustrud ero odigna feu feuipis doloreet praessit am dolore con henim nonsed magnim zzrilismod te exeraeseniam illut lut augiatet, sisi ea commy nulla conulput lore venit.

Post Scriptum - Se vos pode servir de ajuda, olvidai nunca que a forma eunt pode ser Particípio Passado mas, também, Pretérito Imperfeito. Fica à vossa consideração se a ofensa é tácita ou por demais explícita. De qualquer forma, é... para que néscios não sejais.

Geração Épsilon

Que os putos/adolescentes/jovens de hoje estão perdidos, já todos sabemos.
Que ninguém se lembra de pensar que as gerações acima de nós pensavam o mesmo, também.
Metam-se na posição de nossos pais quando, ao fim da tarde, nos iam chamar para jantar e ouviam...
... Rebenta a Bolha! Eu estava no Coito...

Oliveira Reviravolta ou o Oliver Twist português

Oliveira, Reviravolta de seu apelido, era paupérrimo, o que nem sequer sabia querer dizer, porque nunca tinha ido à escola, quanto mais conhecer o superlativo absoluto do adjectivo pobre e, antes de ser levado para uma instituição de solidariedade social portuguesa, onde finalmente aprenderia a valorosa lição de vida O Cu Não Serve Só Pra Cagar e Tens Sorte Em Ter o Que Comer, costumava apanhar as ratazanas atropeladas na estrada, aquelas já bem secas do sol, para servirem de agasalhos ao seu boneco preferido, que também não sabia se era da colecção Action Man Neanderthal ou Action Man Mad Max.

Fim

sexta-feira, novembro 21, 2008

Quem convencionou que ser anti-semita é mau, devia ser barrado com Ácido Sulfúrico e atirado do Espichel abaixo!

"Quem é anti-semita é bera!
Quem é anti-islâmico não é tanto".
by dIAZ, num qualquer jantar.

INTRO
À excepção da palestina, onde a crise está instalada porque os yehudim construíram um muro de comprimento idêntico à distância que separa Sagres de Valença do Minho, o mundo muçulmano não está a sofrer com a crise global. Principalmente, no que toca ao Crédito à Habitação. A justificação é simples.

PARTE 1

O Ocidente foi edificado sobre alicerces católicos. O que é um problema. Porque ao contrário dos Cristãos, de cujo Manual de Instruções é o Novo Testamento, os católicos foram desenvolvendo uma civilização crente nos dogmas, regras, manuais de conduta e temor a dEUS que o Velho Testamento (VT) encerra. Ora, para quem não sabe, o VT é a tradução do latim (Pentateuco, que por sua vez foi a tradução da Septuaginta grega) da Torá, os cincos primeiros livros do Tanakh (ou Hamisha Humshei Torah, "as cinco partes da Torá"). É, pois, a "Lei de Moisés" (Torat Moshê), que difere pouco do Talmud (Torá oral) apenas por ser, lá está, escrita. Isto explica muita coisa. Alguns exemplos: Quando o católico se confessa está, de facto, a cumprir a antiga tradição do Bode Expiatório, que consistia em "transferir" os pecados cometidos durante todo o ano, através de uma oração, para cima de um bode que, aquando do Yom Kipur, era largado no deserto, levando-os (aos pecados e más acções) com ele. O católico inveja o colega do trabalho, come que nem um alarve (estes estão incluídos nos 7 mortais), fode a cunhada, enraba a filha de 3 meses (estes não) e, ao Domingo, papa a hóstia, confessa-se, faz a penitência que lhe foi administrada e... tudo fica bem quando eu, católico convicto, estou bem.

PARTE 2

É pois curioso que, algures no Talmud, o judeu seja permitido usurar o não-judeu em proveito próprio. Isto permitiu-lhes inventar, há muitos séculos, e tornar seu ganha-pão através dos tempos, o que lhes valeu muita antipatia, os juros. E nós, por lastimoso prurido cultural em apontar os defeitos (muitos, tantos) de uma religião que, afinal, acabou por condenar meio mundo (bem mais que APENAS 6 milhões) à perda total de dignidade, queixamo-nos agora de "estar à rasca" e culpamos (quando culpamos), entidades que, afinal, só estão a usar, em proveito próprio, uma invenção muito antiga. Se hoje se provar que a pasteurização do leite é causa directa do cancro da mama, os burros culparão a Mimosa. Os inteligentes apontarão o dedo ao Louis Pasteur. Só que esse... está morto. E não poderia pagar pelo mal que trouxe ao mundo.

CONCLUSÃO
Prisioneiros (ou libertários?) do seu próprio preconceito para com os judeus (que, ao menos, é assumido e não hipócrita como o dos católicos, que usam expressões como "O Júlio é um semítico" e "Estás a judiar com o Jervásio), os países que se regem pela sharia (lei islâmica) proíbem a prática de riba (usura). E a manifestação mais visível disso é que nenhuma empresa pode fazer dinheiro alugando dinheiro. Não há juros, hipotecas e, muito menos, penhoras.

CONCLUSÃO MESMO
De cada vez que os media "informarem", pela 1.324.591.ª vez, que se estão a comemorar não sei quantos anos sobre o Holocausto... ... perguntem-se, munidos de todo o espírito crítico, porque é que ninguém sabe que, afinal, os muçulmanos, esses malvados mafarricos, têm o Humanismo como lei!

quinta-feira, novembro 20, 2008

NUNCA, mas NUNCA mais MESMO, digam que JÁ VIRAM DE TUDO...

...o dIAZ está cá para vos mostrar que NÃO!

Quer dizer... agora SIM!

Da Humildade em 2 actos

Acto 1.
Qualidade indispensável para o sucesso na vida.
Vi poucas coisas tão merecidas como a derrota de Portugal frente ao Brasil. Curiosamente, deixei de ligar à Selecção Nacional desde que Cristiano Ronaldo foi eleito o D. Sebastião da coisa. Mais uma vez, a diferença reside entre quem é madeirense e ainda não percebeu que, se não jogasse à bola, ainda andava ajoelhado, sobre a brita da Calheta, em frente à braguilha de alemães que sabem que a Madeira é um paraíso da pedofilia... e quem nasceu na Cova da Piedade, começou a jogar n'Os Pastilhas e, lenta e humildemente, traçou o seu caminho... não é, Figo?

Acto 2.

Sou tão, mas tão bom, sou tão O Maior.
Inventei O Estereótipo. Assim, com duas maiúsculas. O Estereótipo dos estereótipos. O Estereótipo Supremo... Outra prova da minha Superioridade Intelectual, indiscutível e à prova de quaisquer opiniões em contrário, que de imediato refutarei e impugnarei, é o facto de ter usado, como veículo para exemplificação do mesmo, um gajo que não dá notícias há séculos, só para ele ver como é que Elas mordem. Por Elas entenda-se Ferroadas de Genialidade! Ora vejam:
O único técnico informático que conheci que não usava sapatos de vela foi o Eduardo Antunes, porque era especialista em Macs!

quarta-feira, novembro 19, 2008

Põe tua mão...

... no centro do fulgor
que te bloqueia
põe tua mão e sente-me esta dor
à mão de semear
ventos
Colhes-me tu,
tempestade
e que doce é ir
de vento em popa.

Cinematografilologia

Quando o Peter Jackson alugou o Heima, dos Sigur Rós, disse: Vou ali fistfuck myself e já venho!

segunda-feira, novembro 17, 2008

Estou a LISCONTar os minutos...

NovAlcantara é um projecto que tem causado o seu celeuma. Penso que as razões principais são duas:
1. A obra está entregue à LISCONT e não foi a concurso público.
2. O terminal de contentores de Alcântara será ampliado, passando a receber (muito) mais do dobro daqueles que já existem.

Em termos mediáticos, a coisa tem sido badalada pela razão n.º 2. O que é triste. Ao contrário do que aconteceria se a grande questão fosse a razão n.º 1, a Administração do Porto de Lisboa viu-se obrigada a organizar uma exposição na Gare Marítima de Alcântara para esclarecer o lisboeta residente e, assim, apaziguar alguns ânimos. No entanto, eis que um estudo previu que 99,3% das pessoas não visitariam o certame. Bem pensado. Distribuíram-se, então, alguns panfletos, com o mesmo intuito, nos principais terminais de transportes públicos de acesso à capital, entre eles, claro, alguns localizados na Margem Sul. De redacção sofrível e paginação picassiana, tal documento contém valorosas justificações do projecto, dúbias explicações da celebração do contrato e um erro grosseiro...
...a última parte é consagrado às perguntas que, por certo, alguém fez e às quais é, pois, necessário responder. As duas últimas serão transcritas com exactidão. As respostas, contudo, serão da minha autoria. Porque quando há questões tão reveladoras de preconceito, imbecil sob qualquer forma, a resposta tem que ser dada como se dirigidas a crianças de 2 anos fossem. E se eu fosse TODA a população da margem sul, faria-o com violência. Infelizmente, volto a afirmar, o problema de Portugal não é ter uma Amália na Voz. É não ter um Tarzan Taborda nos braços.
Penúltima Pergunta: Porque não se aproveita o Porto de Setúbal?
Resposta dIAZ: O Porto de Setúbal está inserido na Arrábida e na foz do Sado onde, por acaso, até existe uma colónia de golfinhos com tendência a aumentar. Em Alcântara, os únicos lesados serão as baratas gigantes das docas, as tainhas e as pessoas que gostam de Salsa.
Última Pergunta: Porque não se colocam os contentores na Trafaria?
Resposta dIAZ: A Trafaria é uma aldeia piscatória. Não muito bonita, convenhamos. Mas é.

Conclusão dIAZ como resposta às inacreditáveis questões colocadas por lisboetas preocupados com a aparência da sua cidade (e ainda está para se provar que sejam, na sua maioria, lisboetas): Eu moro na Margem Sul. É uma opção. Vós viveis em Lisboa. Também é. A maioria dirá que optou por isso porque a qualidade de vida é indiscutível (hã?), há centralização de serviços e mais mobilidade (muito embora 75% dos Lisboetas não usem os Transportes Públicos e prefiram os engarrafamentos). Pois bem... ASSUMAM, de uma vez por todas, que moram numa cidade. Há poluição, tráfego, pessoas de mau-humor, atropelamentos, serviços, autocarros, metro, navios e, claro, CONTENTORES. Pensassem ANTES de comprar a casa. Estamos a falar da CAPITAL de Portugal.
Já olharam BEM para o Porto de Barcelona?

Calem-se e MAMEM!

É BEM-FEITO!

quinta-feira, novembro 13, 2008

Zé dIAZ

Desconfio que amor de filho seja isto.
A mesma coisa que amor de pai.
Ao qual fui introduzido há apenas dois anos.
Mas que já deu para perceber.
Orgulho.
Incondicional.
É bonito não haver, afinal, nenhuma diferença.
É bonito, pronto.
Zé dIAZ nasceu em Santa Luzia há muitos, muitos anos.
O dobro dos meus.
Porque só agora, aos trinta e tal, percebo, com entendimento de causa, o quão difícil deve ter sido.
Um mouro de trabalho, quatro, cinco, seis meses sem me ver.
Eu a dizer as primeiras palavras, eu a dar os primeiros passos, eu a crescer.
Zé dIAZ, telefonemas por satélite aqui, avarias no navio ali, licenças de marear em Amesterdão e no Bangladesh, a mourejar carregos da dispensa para a cozinha, Providenciando pão para a mesa.
O melhor que, na altura, havia.
Fui criado em berço de ouro.
E, embora não lhe visse o bigode durante tantos meses da minha vida, não me lembro da vida sem ele.
Ganhámos, pois, esta estranha cumplicidade de amigos que dizem sem pensar e aventam sem medos porque, no fim, está tudo bem.
Vamos para velhos.
A ordem natural das coisas.
Já o vi, ainda novo, amedrontado por uma operação.
Já lhe ouvi delírios febris perigosamente próximos da hemodiálise para a vida.
Vejo-o, agora, curvado sob o peso dos anos, a mendigar favores a médicos que, a terem algum humanismo, seriam calceteiros.
Mas vejo-o.
E, para o seu neto, nada mais desejo do que um pouco do que eu sempre tive.
Nos dias de hoje, porém, não o posso garantir.
Talvez escreva algo para mim, o puto, aos 30 e tal.
Chegar-me-ia?

Gatos de Aroma Agradável (Muito Porque Ainda Éramos Novos)

Não consigo ver o Gato Fedorento sem que me lembre, SEMPRE, de uma cassete de VHS (e por pouco não BETA), perdida no espaço e tempo, onde eu e o meu irmão Luca encenávamos uma série de sketches, ora usando o robe da minha mãe, ora recorrendo ao papagaio e ao Terry, já zarolho e meio morto.
Adeus à modéstia, aquilo era FRANCAMENTE bom.
Eu fazia, nesse dia, 18 anos.
Mano Novo compareceu MUITO mais cedo, para podermos fazer TODO um programa que, à hora da festarola (que metia sempre o famoso Arroz à Valenciana da Ti Natália), seria exibido aos convivas e comensais.
Desconfio que, não tendo dado a vida outra volta, seríamos outros.
Ele, indiscutivelmente, um RAP.
Eu, um Zé Diogo ou um Dória.
Ambos diferentes.
Mas irmãos, claro.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Estava com algum receio de ser obrigado a escrever este post...

...mas tem de ser!
Não que não tenha tido, ontem, A noite.
Não que não me continuem a encher as medidas até à beira do transbordamento.
Não que não ocorra, ainda, o arrepio e aquele nó na garganta que, a ser contrariado, dói.
Não que não os identifique com um grito reivindicativo de coisas que cá sei.
É isso que são, ainda, para mim, os Sigur Rós.
Mas tenho a tara da música ferida de minimalismo.
E é ela que me sufoca quando, assistindo a um concerto tão perfeito como o de ontem, ainda me dá saudades de quando os meninos apostavam menos em parafernália e mais em substância. Quando a tarola e o bombo de chão estavam mais altos que tudo o resto, quando, à impossibilidade de terem secção de cordas ou metais na digressão, não os incluíam nos álbuns, quando as pessoas não gostavam de Sigur Rós e não atiravam gorros para o palco nem gritavam we looooove you! Quando eles eram putos, islandeses MESMO, comendo tubarão podre, trazendo na sonoridade toda a vaga esperança que há na desolação de uma terra onde não há árvores.
Tenho saudades de ver um concerto simples.
Que traga, nessa simplicidade, toda a grandeza da Música quando é um acto Maior!

segunda-feira, novembro 10, 2008

Um Post 4 Estações de Vivaldi dIAZ

Verão (Larghissimo) - "Paulo Guilherme, filho de Paulo Teixeira Pinto, antigo patrão do BCP, morreu no Passado dia 1 de Novembro, vítima de um possível AVC. O Jovem tinha 22 anos", in Destak de 3.11.08.

Outono (Moderato) - "McDonald's... Momentos mais saborosos".

Inverno (Vivace) - "Benvindo ao Mundo Coca-Cola".

Primavera (Adagio) - "A margarina é uma gordura boa".

Ainda a Música

Consigo perceber o sucesso de Amy Winehouse.
Não consigo perceber o fenómeno Amy Winehouse.
É claro que uma tremenda ressaca de Soul ou Gospel contemporâneo verga o mais resistente junco à primeira brisa de ritmos Motown. Daí até comparar a menina a uma Nina Simone...
A esses eruditos da Soul, mais uns quantos, metam o dedo no cu, continuem a vibrar com o "balanço" de Jamiroquai e a negligenciar... Jamie Lidell. Dou a minha Vespa a quem o oiça, pela primeira vez, e o imagine BRANCO!!!
E, na total ignorância que é fazer tudo o supra citado, batam na boca a cada auscultação de Dusty Springfield, Marvin Gaye, Curtis Mayefield, The Commodores, Otis Redding, Al Green ou The Delfonics.
É, basicamente, a mesma coisa que dizer já provei boas pizzas sem nunca ter visto o Vesúvio a partir de Nápoles!

dIAZ, seu Velho!!!

Sei-o porque, embora pacificado pela música, da BOA, estive quase para me levantar e desatar à punhada!
Mesmo agora, de ímpetos refreados, continuo sem perceber como é possível alguém comprar um bilhete para Joan As Police Woman e passar, literalmente, todo o Real Life, pelo qual eu daria o total valor do bilhete, numa amena cavaqueira tal que ainda houve direito a guinchinhos.
Deve ser da idade!

sexta-feira, novembro 07, 2008

Pride (In The Name Of Love) - Apontamentos de Moda by dIAZ, The Fashion Expert

Para além de ser (desculpem-me os meus grandes Amigos, de longa, média, e curta data), a minha melhor companhia, exibo o meu filho com orgulho exacerbado. Ontem, não foi excepção. Só para ir à farmácia, vesti-(o)-se com as jeans rough wash, justinhas, de algodão orgânico, ténis Adidas Gazelle iguais aos do Mark Renton no Trainspotting, t-shirt dos Ramones (a clássica), casaco de traçar, tipo marinheiro em saída de licença para beber uns copos na Red Light Street, colecção Jean-Paul Gaultier Inverno 86/87 e, a coroar a coisa, e o próprio, um gorro tapa-orelhas a la Sigur Rós, mas com o preciosismo de um crachá com a lata de Campbell Soup da serigrafia de Warhol. Como é rapaz, o acessório de moda que leva na mão não é nenhuma malinha das lojecas de 2 metros quadrados dos Centros Comerciais, mas sim uma réplica perfeita da Vespa igual à do pai, modelo 125 g.t.r. Eu não podia estar mais babado. Pelo menos, até ao momento em que olha para mim, sorri, larga-me a mão e dirige-se, com toda a calma do mundo, a um idoso que, numa mão, segura uma bengala e, na outra, um saco tipo os do IKEA (dos azuis) para poder levar todos os medicamentos. Puxa-lhe as calças, como noviço a corda do carrilhão. O homem olha para baixo. "Olá... és velhote"?

quinta-feira, novembro 06, 2008

JOVEM! Queres novidades? Coisas em primeira mão?

Estás no sítio certo!!!
Desde hoje, disponível aqui.
A vós, confraters de indíscutível bom gosto, vemo-nos Terça, dia 11.
Os outros podem ficar em casa, a ver o Momento da Verdade...

Seriados Generation

Não sei se foi do Galáctica, do V, a Batalha Final, do Twin Peaks ou mesmo do Duarte & C.ª, sei que tenho uma coisa com séries de televisão. Mas preciso do ritual de vêr os episódios no seu devido lugar. Aquela coisa de Hé pá, estou aqui feito parvo no casamento da minha filha e esqueci-me que o Family Guy começava às 15h35 ou ich, ganda bronca, ó Rita Redshoes, isto está a ser muito bom, afinal as tuas fartas sobrancelhas não prenunciavam um vasto matagal e não fiz "ptchiú" nem uma vez, mas está quase a começar o My Name Is Earl.
Padeço desta condição a um tal grau que... diz-me que série vês e dir-te-ei quem és.
Olha aquele... está confuso, prestes a saír do armário, a muito poucos dias de entaramelar prepúcio alheio na cárie do pré-molar... anda a fazer o download da 4.ª série da Anatomia de Gray.
Ui, aquela faz ponto cruz e diz não querido, hoje não, estou enjoada das gauffres com chocolate, conhece o Friends de trás pá frente.
Este aqui acha que o estreito de Bering é o espaço entre a vulva e o ânus... vê o Donas de Casa Desesperadas com a namorada. Que depois vê o Kelly, a Colegial com o outro.
Esta é uma gaja minimamente inteligente. Vê sempre o Weeds e tem pena que tenha acabado o Californication logo a seguir.
Com o tempo, porém, um gajo torna-se selectivo. Nunca fui gajo de Ficheiros Secretos, por exemplo. O fenómeno 24 passou-me tão ao lado como a carreira do Kiefer Sutherland passou a léguas de qualquer forma de talento. Tinham os argumentos do Zé Gato mais credibilidade que os EUA a serem alvos de atentados terroristas TODOS OS DIAS!!!
E é, pois, à palavra TALENTO que eu queria chegar. E se fosse realizador de cinema, por exemplo, saberia onde encontrá-lo com exactidão relojoeira. Porque um gajo que entra na melhor série de sempre, Six Feet Under, com um papel daqueles, e consegue pouco depois formular a personagem mais assexuada, glaciar e inteligente de sempre é, meu dEUS, grande! Tão grande como o fenómeno Dexter Morgan. Mas não aqui, em Portugal, claro. Não faz mal. Dexter não é para todos.

terça-feira, novembro 04, 2008

1º Juízo Criminal de Almada, 3 de Novembro de 2008 ou uma Interpretação + Simples da Justiça Tuga

Sentado, nos fundos da sala, a desenhar no caderno, nem sabia que era suposto levantarmo-nos quando o juiz entra.
Pensei que, estando a malta à espera do menino há 45 minutos, deveria ser ele a apresentar um pedido de desculpas. Não. Nesta coisa de tribunais, a Educação dada pelos papás fica em casa. Regem-se antes pelo Direito Romano. E toda a gente sabe que, em Roma, não havia roupa interior, comia-se e vomitava-se para recipientes próprios e, acima de tudo, praticava-se a pedofilia nos mais altos estratos sociais, recorrendo a efebos, crianças raptadas de províncias conquistadas. Terei sido claro, para começar?
Toca um telemóvel. O meu. Boa, dIAZ! O gajo vai embicar contigo! Chama-me...
Mas, afinal, é porque sou a única testemunha de acusação.
Sento-me e traço a perna. Sou imediatamente aconselhado, pela indivídua que liga os micros, a não fazê-lo. Ah, afinal, sempre há etiqueta por aqui. Só me apetece perguntar ao juiz se ele está atrasado porque foi ao dentista pela ADSE que os meus 155,21€ mensais (sem direito a uma mísera baixa médica) pagam. Sou imediatamente aconselhado, por mim mesmo, a não fazê-lo.
Os arguidos, dois putos que me roubaram o carro em 2005, estão atrás de mim.
Juiz, um puto novo mas careca - O Sr. Nuno Rosa sabe porque está aqui?
dIAZ - Sr. Nuno DIAS. Já fiz dois pedidos para mudarem o meu apelido no processo mas parece que continuam a optar por uma interpretação livre da minha assinatura!
Juiz, um puto novo mas careca - Bem, podia ser pior. Então vou passar a palavra aqui ao procurador.
Procurador, o estereotipo do nerd, mas mais ainda - O Sr. Rosa podia então dizer-nos o que se passou?
dIAZ - (Claro que sim, minha tulipa) Fui acordado por um agente da GNR, cerca das 4am, informando-me que a minha viatura tinha sido encontrada. Nem sabia que tinha sido furtada. Pediu-me para acompanhá-lo à esquadra e estavam lá estes dois senhores algemados.
Procurador, o estereotipo do nerd, mas mais ainda - Mas sabe, ao menos, se foram eles que furtaram a sua viatura?
dIAZ - (Ena, esta merda parece um concurso de televisão e este meu, por acaso, até dá ares de Teresa Guilherme) Depreendo que, tendo sido detidos...
Procurador, o estereotipo do nerd, mas mais ainda - E sabe precisar em que dia foi isso?
dIAZ - (Mas este man tá tolo? Uma cena que se passou em 2005? Olha, filho, acho que era de noite que, curiosamente, nesse dia, ocorreu, não sei se por aí vais lá) Não, não sei!
Procurador, o estereotipo do nerd, mas mais ainda - Não tenho mais nada a perguntar.
dIAZ - (Óóóó... isto estava tão bom).
Juiz, um puto novo mas careca - Bem, Sr Rosa, tendo em conta que, dos 36 queixosos, só o Sr. mantém a queixa, está disposto a retirá-la?
dIAZ - (Ui, kaganda espectáculo, "as cadeias estão cheias e isto de trabalhar, embora mediante uma remuneração astronómica, é chato, por isso vamos lá ver se acabamos com esta merda", pecebi eu que queria ele dizer) Eu nem sequer apresentei queixa, na altura. A GNR é que achou por bem juntar o meu auto ao processo. Agredi um dos rapazes na esquadra e não fiquei feliz comigo por isso. Para além disso, já fui puto. E sei como é.
Juiz, um puto novo mas careca - E roubava carros?
dIAZ - (OOOOLLLLÁÁÁÁ, tu queres ver?) Por acaso não, mas se é relevante, tenho uma elevada dívida fiscal, o que me torna, também, um criminoso. Temo, porém, que as Finanças não vão ser tão tolerantes como eu estou a ser (já que ordenados como o teu, meu pulha, precisam ser garantidos).
Juiz, um puto novo mas careca - Ah Ah Ah Ah, sim senhor. Então os arguidos levantem-se e peçam desculpa ao Sr. Rosa que, se quiser, pode ir-se embora.

Pouco depois, já lá fora, os putos interpelam-me outra vez.
1 Puto - 'Brigadão, man!
dIAZ - Nada. Desculpa lá o pontapé na boca da outra vez.
Outro puto - 'Se bem.
dIAZ - Só uma coisa. Vê lá se roubam como deve de ser, man! Fiat Uno's, pá? 'Da-se! Roubem BMW e Volvos, que a esses faz menos transtorno. E se faz, é porque os gajos são estúpidos e deviam ter comprado um Yaris em vez de andarem endividados. Roubem estes fdp dos juízes e advogados, por exemplo! Eu não tenho lata. Se vocês têm, façam-no como deve de ser! Façam a revolução!
1 Puto - Não, não, agora 'tamos atinadinhos, orientámo-nos!
dIAZ - Panilas do c...!