quinta-feira, setembro 16, 2010

Estereotipar para Esclarecer ou Limitar para Não Chocar? Mas quem é que está aqui para agradar? Arrumem-se, pá!

O dIAZ foi muito bem educado. Como tal, nunca teve cá MERDAS! 
E o paradoxo acima, fica avisado quem o entendeu como tal, só poderia ser detectado por um Beto. Que é a antítese do que a mesma deveria supor. 
Quando o dIAZ era mui novinho, se queria x ou y, sendo que x é igual a He Man e y é igual a Skeletor, tirava boas notas. Se, poucos anos mais tarde, queria ir acampar para a Lagoa de Albufeira com os amigos, lavava (com visível esmero) a loiça durante a semana e aspirava a casa no fim da mesma. Já adolescente, se em Agosto a maralha alugava uma casa em Albufeira, tentadoramente próxima da célebre Rua da Oura e suas kámones solícitas ou arribava, qual aterradora horda almadense metendo em sentido os demais campistas, na Ilha do Pessegueiro... Junho e Julho eram passados numa carpintaria (onde descobriu mil e uma utilidades para uma simples lixadeira eléctrica e suas não-sei-quantas rotações por segundo) ou mesmo nas mal-afamadas obras (onde descobriu, entre tantas coisas, algumas sobre as quais curará um pouco abaixo), dinheiro rápido e fácil. O hábito faz o monge, tira o hábito diz a freira, o dIAZ prosseguiu com esta filosofia de vida, bem simplista, encorajado pela família. A coisa não era assim tão engraçada na altura mas, agora, tira-lhes Mariachi o sombrero. Era o Bairro Alto a acenar com mil tentações e o dIAZ estava, todos os dias, depois do liceu, à porta do Atelier Escala, Maquetas de Arquitectura Lda, à Mouraria, onde aprendeu tanto e mais que muito. By the time a faculdade clamava por maiores gastos, o dIAZ atendia telefones e acartava placas anti-incêndio para que, hoje, a sua primeira namorada a sério possa trabalhar em perfeita segurança no edifício da Vodafone, no Parque das Nações, então um mero vislumbre do que seria a Expo 98 que nem chegou a visitar, entretido que estava com o Captain Kirk e o Incógnito. O currículo prossegue mas não num registo que interesse para aqui. Porque às profissões seguintes não lhes pega o estigma. Pelo menos, não tanto como às obras. O obril, como se lhe refere quem está imbuído do preconceito que, pois, criou um estereótipo. Não há portuguesa respeitável que não sofra por antecipação ao ver que se aproxima, perigosamente, de um andaimo. Qualquer escandinava instruída soltaria, no mínimo, um sorriso ao escutar um sonoro Tens cara de Modelo mas o teu rabo é um Continente. Assim como qualquer sopeira portuguesa se sente na obrigação de lançar um olhar reprovador ao ouvir um minimalista Ó jóia anda cá ao ourives, um mais-que-batido Ainda dizem que as flores não andam ou um mais refinado Com esse rabo deves evacuar bombons! O problema é que as mesmas mulheres são capazes de, logo a seguir, comer o namorado. O que, à primeira vista, até é aceitável. Se ele não tiver calçados uns sapatos-de-vela sem meias!!! Aí, passa a ser anti-higiénico! O que faz delas, e para não escrever algo mais ofensivo, umas porcas. E gente que não se incomoda com odores alheios, dificilmente cuida dos seus! E tudo por uma questão de status. A mulher portuguesa sonha com bíceps e abdominais definidos, fantasia com o garboso moço que lhe pintou a casa, lembra-se mais da publicidade da Hora da Coca-Cola Light do que do último papel do Tony Ramos em novelas... Mas opta pela (falsa) segurança. Pelo gajo que, vê-se logo, engordará como um barrasco mas ganha para o carro, pelo gajo que, vê-se logo, passará todos os fins-de-semana nas putas mas ganha para o colégio dos putos e para a vivenda na Aroeira, pelo gajo que, vê-se logo, tem tanta sensibilidade para as mulheres como um coveiro para a dor alheia, mas dificilmente contrairá dívidas à DGCI ou à Segurança Social. E depois? Depois é vê-las, no banco do passageiro do BMW X6, um ar tão triste como o de qualquer rafeiro da União Zoófila, a ler a Cosmopolitan com o título na capa "75% dos homens não sabem encontrar o Ponto G". Pois não. Mas os gajos d'O obril sabem. Vão lá direitinhos. Chamam-lhe é Céu da Boca do Cão









3 comentários:

Anónimo disse...

Fantástico como sempre! Este post deixou-me com uma sensação particularmente estúpida de saudade... Saudade das nossas conversas que deixavam outras pessoas desconfortáveis! lol

FRED disse...

És un génio maricahi!!!

Armand Blanchard disse...

ás vezes enganas-te...