fazer as pazes com o mundo quando vejo os teus pêlos, loiros, na contraluz que traça raios por entre os buracos do estore, querer ir buscar a máquina fotográfica para que tenha um pouco disto quando bem me apeteça, não o fazer para que não te acorde e possa ter o teu hálito quente, húmido, apetecível de língua até à garganta, tenho uma erecção de rebentar, porra, só para mim, o hálito e não a erecção, pensar se isto também será assim com as estrelas de cinema, se também reparam, se os pêlos incomodam, se se raspam para que a picha pareça maior, se acham que, embora um pouco descaídas, as mamas da Julianne Moore ou da Jessica Alba são na mesma bonitas, apetecíveis, se têm vontade de lamber a prega da barriga, se o mundo pára por minutos quando todos os minutos contam, "se isto é um sonho não me acordem", como tantas vezes se lhes ouviu em filmes chatos e, porém, talvez nunca o tenham sentido, talvez sim, talvez deva fazer umas torradas com doce de tomate da minha mãe, talvez lhe deva meter umas nozes, talvez não deva ir mijar para prolongar esta erecção, que fica ainda maior quando me deito para o lado esquerdo, como agora, talvez o Cavaco se recandidate, filho da puta, talvez ela deva pintar as unhas dos pés de verde outra vez, não se lhes vê uma veia, foda-se são lindos, queria tanto poder metê-lo e ficar assim, imóvel, horas e horas a fio, falar de como foi o almoço, de como os semáforos da Avenida da Liberdade ficam todos vermelhos desde que se apanhe um, de como tenho a certeza que o vizinho de cima é bófia porque lhe vi as camisas azuis no estendal e, de vez em quando, muito de vez em quando, gemer, até que ela tenha a certeza de que sou eu, eu e mais ninguém, e todos falam de como doem as quedas mas o pior é, estando deitado, cair por terra...
terça-feira, setembro 21, 2010
sexta-feira, setembro 17, 2010
quinta-feira, setembro 16, 2010
Estereotipar para Esclarecer ou Limitar para Não Chocar? Mas quem é que está aqui para agradar? Arrumem-se, pá!
O dIAZ foi muito bem educado. Como tal, nunca teve cá MERDAS!
E o paradoxo acima, fica avisado quem o entendeu como tal, só poderia ser detectado por um Beto. Que é a antítese do que a mesma deveria supor.
Quando o dIAZ era mui novinho, se queria x ou y, sendo que x é igual a He Man e y é igual a Skeletor, tirava boas notas. Se, poucos anos mais tarde, queria ir acampar para a Lagoa de Albufeira com os amigos, lavava (com visível esmero) a loiça durante a semana e aspirava a casa no fim da mesma. Já adolescente, se em Agosto a maralha alugava uma casa em Albufeira, tentadoramente próxima da célebre Rua da Oura e suas kámones solícitas ou arribava, qual aterradora horda almadense metendo em sentido os demais campistas, na Ilha do Pessegueiro... Junho e Julho eram passados numa carpintaria (onde descobriu mil e uma utilidades para uma simples lixadeira eléctrica e suas não-sei-quantas rotações por segundo) ou mesmo nas mal-afamadas obras (onde descobriu, entre tantas coisas, algumas sobre as quais curará um pouco abaixo), dinheiro rápido e fácil. O hábito faz o monge, tira o hábito diz a freira, o dIAZ prosseguiu com esta filosofia de vida, bem simplista, encorajado pela família. A coisa não era assim tão engraçada na altura mas, agora, tira-lhes Mariachi o sombrero. Era o Bairro Alto a acenar com mil tentações e o dIAZ estava, todos os dias, depois do liceu, à porta do Atelier Escala, Maquetas de Arquitectura Lda, à Mouraria, onde aprendeu tanto e mais que muito. By the time a faculdade clamava por maiores gastos, o dIAZ atendia telefones e acartava placas anti-incêndio para que, hoje, a sua primeira namorada a sério possa trabalhar em perfeita segurança no edifício da Vodafone, no Parque das Nações, então um mero vislumbre do que seria a Expo 98 que nem chegou a visitar, entretido que estava com o Captain Kirk e o Incógnito. O currículo prossegue mas não num registo que interesse para aqui. Porque às profissões seguintes não lhes pega o estigma. Pelo menos, não tanto como às obras. O obril, como se lhe refere quem está imbuído do preconceito que, pois, criou um estereótipo. Não há portuguesa respeitável que não sofra por antecipação ao ver que se aproxima, perigosamente, de um andaimo. Qualquer escandinava instruída soltaria, no mínimo, um sorriso ao escutar um sonoro Tens cara de Modelo mas o teu rabo é um Continente. Assim como qualquer sopeira portuguesa se sente na obrigação de lançar um olhar reprovador ao ouvir um minimalista Ó jóia anda cá ao ourives, um mais-que-batido Ainda dizem que as flores não andam ou um mais refinado Com esse rabo deves evacuar bombons! O problema é que as mesmas mulheres são capazes de, logo a seguir, comer o namorado. O que, à primeira vista, até é aceitável. Se ele não tiver calçados uns sapatos-de-vela sem meias!!! Aí, passa a ser anti-higiénico! O que faz delas, e para não escrever algo mais ofensivo, umas porcas. E gente que não se incomoda com odores alheios, dificilmente cuida dos seus! E tudo por uma questão de status. A mulher portuguesa sonha com bíceps e abdominais definidos, fantasia com o garboso moço que lhe pintou a casa, lembra-se mais da publicidade da Hora da Coca-Cola Light do que do último papel do Tony Ramos em novelas... Mas opta pela (falsa) segurança. Pelo gajo que, vê-se logo, engordará como um barrasco mas ganha para o carro, pelo gajo que, vê-se logo, passará todos os fins-de-semana nas putas mas ganha para o colégio dos putos e para a vivenda na Aroeira, pelo gajo que, vê-se logo, tem tanta sensibilidade para as mulheres como um coveiro para a dor alheia, mas dificilmente contrairá dívidas à DGCI ou à Segurança Social. E depois? Depois é vê-las, no banco do passageiro do BMW X6, um ar tão triste como o de qualquer rafeiro da União Zoófila, a ler a Cosmopolitan com o título na capa "75% dos homens não sabem encontrar o Ponto G". Pois não. Mas os gajos d'O obril sabem. Vão lá direitinhos. Chamam-lhe é Céu da Boca do Cão.
E o paradoxo acima, fica avisado quem o entendeu como tal, só poderia ser detectado por um Beto. Que é a antítese do que a mesma deveria supor.
Quando o dIAZ era mui novinho, se queria x ou y, sendo que x é igual a He Man e y é igual a Skeletor, tirava boas notas. Se, poucos anos mais tarde, queria ir acampar para a Lagoa de Albufeira com os amigos, lavava (com visível esmero) a loiça durante a semana e aspirava a casa no fim da mesma. Já adolescente, se em Agosto a maralha alugava uma casa em Albufeira, tentadoramente próxima da célebre Rua da Oura e suas kámones solícitas ou arribava, qual aterradora horda almadense metendo em sentido os demais campistas, na Ilha do Pessegueiro... Junho e Julho eram passados numa carpintaria (onde descobriu mil e uma utilidades para uma simples lixadeira eléctrica e suas não-sei-quantas rotações por segundo) ou mesmo nas mal-afamadas obras (onde descobriu, entre tantas coisas, algumas sobre as quais curará um pouco abaixo), dinheiro rápido e fácil. O hábito faz o monge, tira o hábito diz a freira, o dIAZ prosseguiu com esta filosofia de vida, bem simplista, encorajado pela família. A coisa não era assim tão engraçada na altura mas, agora, tira-lhes Mariachi o sombrero. Era o Bairro Alto a acenar com mil tentações e o dIAZ estava, todos os dias, depois do liceu, à porta do Atelier Escala, Maquetas de Arquitectura Lda, à Mouraria, onde aprendeu tanto e mais que muito. By the time a faculdade clamava por maiores gastos, o dIAZ atendia telefones e acartava placas anti-incêndio para que, hoje, a sua primeira namorada a sério possa trabalhar em perfeita segurança no edifício da Vodafone, no Parque das Nações, então um mero vislumbre do que seria a Expo 98 que nem chegou a visitar, entretido que estava com o Captain Kirk e o Incógnito. O currículo prossegue mas não num registo que interesse para aqui. Porque às profissões seguintes não lhes pega o estigma. Pelo menos, não tanto como às obras. O obril, como se lhe refere quem está imbuído do preconceito que, pois, criou um estereótipo. Não há portuguesa respeitável que não sofra por antecipação ao ver que se aproxima, perigosamente, de um andaimo. Qualquer escandinava instruída soltaria, no mínimo, um sorriso ao escutar um sonoro Tens cara de Modelo mas o teu rabo é um Continente. Assim como qualquer sopeira portuguesa se sente na obrigação de lançar um olhar reprovador ao ouvir um minimalista Ó jóia anda cá ao ourives, um mais-que-batido Ainda dizem que as flores não andam ou um mais refinado Com esse rabo deves evacuar bombons! O problema é que as mesmas mulheres são capazes de, logo a seguir, comer o namorado. O que, à primeira vista, até é aceitável. Se ele não tiver calçados uns sapatos-de-vela sem meias!!! Aí, passa a ser anti-higiénico! O que faz delas, e para não escrever algo mais ofensivo, umas porcas. E gente que não se incomoda com odores alheios, dificilmente cuida dos seus! E tudo por uma questão de status. A mulher portuguesa sonha com bíceps e abdominais definidos, fantasia com o garboso moço que lhe pintou a casa, lembra-se mais da publicidade da Hora da Coca-Cola Light do que do último papel do Tony Ramos em novelas... Mas opta pela (falsa) segurança. Pelo gajo que, vê-se logo, engordará como um barrasco mas ganha para o carro, pelo gajo que, vê-se logo, passará todos os fins-de-semana nas putas mas ganha para o colégio dos putos e para a vivenda na Aroeira, pelo gajo que, vê-se logo, tem tanta sensibilidade para as mulheres como um coveiro para a dor alheia, mas dificilmente contrairá dívidas à DGCI ou à Segurança Social. E depois? Depois é vê-las, no banco do passageiro do BMW X6, um ar tão triste como o de qualquer rafeiro da União Zoófila, a ler a Cosmopolitan com o título na capa "75% dos homens não sabem encontrar o Ponto G". Pois não. Mas os gajos d'O obril sabem. Vão lá direitinhos. Chamam-lhe é Céu da Boca do Cão.
terça-feira, setembro 14, 2010
Eras
Seguravas-me com o intrínseco medo de me deixar fugir.
Beijavas-me com a sofreguidão dos filmes a preto e branco.
Amavas-me com a sensualidade de uma debutante em busca de um papel em Hollywood.
Dizias Amo-te com a voz que te vinha das entranhas.
Conversavas com a outra, uma colher de mel na faringe, amaciando cada palavra.
Sorrias-me com o brilho de uma criança perante um brinquedo novo.
Brilhavas como um diamante que eu próprio lapidei.
Ensombras agora os dias com o negro manto que cobre, a galope, a encosta da montanha.
Vai chover!
domingo, setembro 05, 2010
Uma Inferência de Final de Estio
Tem-se das pessoas que não fazem sexo há muito tempo uma ideia que radica num estereótipo. Que corresponde a um outro plano de... fome. Fominha, vá. Fomeca, pronto! Olham para um potencial parceiro sexual como um sem-abrigo para uma montra de frangos assados (ou, melhor, um pacote daquele vinho de temperar bifanas) e, uma vez atingido o seu objectivo, é a loucura... enchem o pobre coitado que se deu ao trabalho de chupões, arranhões, marcas de dentes nos sítios mais improváveis e, tal é o chavascal, fazem com que o já arrependido moçoilo tenha, na manhã seguinte, uma folha A4 na porta de entrada escrita pelo vizinho do lado: Para a próxima que fizer a matança do porco aí em casa, eu compro-lhe um quilo de rojões"...
Para mim, porém, a coisa compara-se mais ao que observo na praia. Mais propriamente, as pessoas que vão à praia com a mesma frequência com que o Cavaco Silva demonstra inteligência! Bastam 30 segundos para identificá-los. E não estou a falar da marca da t-shirt! É que tudo lhes faz confusão. Principalmente, a areia. A areia nos pés, a areia na roupa, a areia nas mãos. É, na verdade, um incómodo, a areia na praia. Esse estranho fenómeno da Natureza. Depois, há o mar... levantam os braços, suspendem a respiração ainda as ondas batem na cintura, mergulham (quando o fazem) com aquele porte de peru que esteve sempre no aviário e por um golpe de fortuna se viu em plena liberdade num tremoçal verdejante...
Há, pois, quem olhe para a senhora que JULGAM não ter sexo há muito tempo e diga Ui, aquilo é que deve ser um espectáculo. Eu também... olho e digo Ui, aquilo é que deve ser um espectáculo tão deplorável como qualquer uma das camisas do Toni Carreira! Eu e esses, contudo, concordamos numa coisa! Topam-se, realmente, à distância... mas por razões MUITO diferentes!
Para mim, porém, a coisa compara-se mais ao que observo na praia. Mais propriamente, as pessoas que vão à praia com a mesma frequência com que o Cavaco Silva demonstra inteligência! Bastam 30 segundos para identificá-los. E não estou a falar da marca da t-shirt! É que tudo lhes faz confusão. Principalmente, a areia. A areia nos pés, a areia na roupa, a areia nas mãos. É, na verdade, um incómodo, a areia na praia. Esse estranho fenómeno da Natureza. Depois, há o mar... levantam os braços, suspendem a respiração ainda as ondas batem na cintura, mergulham (quando o fazem) com aquele porte de peru que esteve sempre no aviário e por um golpe de fortuna se viu em plena liberdade num tremoçal verdejante...
Há, pois, quem olhe para a senhora que JULGAM não ter sexo há muito tempo e diga Ui, aquilo é que deve ser um espectáculo. Eu também... olho e digo Ui, aquilo é que deve ser um espectáculo tão deplorável como qualquer uma das camisas do Toni Carreira! Eu e esses, contudo, concordamos numa coisa! Topam-se, realmente, à distância... mas por razões MUITO diferentes!
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