Ainda que a melhor maneira de caminhar por Lisboa seja a olhar para cima e se bem que a Calçada da Palma de Baixo desemboque num dos muros do Zoo, não há razões para que, ao descê-la, vejamos uma águia a cruzar os céus. Não o céu cimeiro, que permitiria ilusões de óptica e subsequentes dúvidas ou mesmo enganos, mas aquele que está logo ali, depois do quarto andar dos prédios do lado direito de quem desce. Em clássico planar, estático abrir de asas, as penas nas extremidades das asas abertas como que dedos de mãos, cabeça quase omissa, a cauda direccionando o corpo, ainda pensei que pudesse ser um corvo ou uma gralha, enfim, sei que o aeroporto da Portela tem milhafres para controlar a população de coelhos, falcões peneireiros existem, por aqui, aos magotes, mas águias, por dEUZ, o descrédito em mim ou, vá, a dúvida nas minhas capacidades de ornitólogo amador... Mas, se dúvidas houvessem, era ver o reboliço dos pombos e dos pardalecos cá em baixo, alarmados pela presença do rapace, ai a minha vida que não chego à galadela da Primavera...
1 comentário:
Se calhar era a águia do benfica perdida outra vez numa crise de identidade...
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