Je remercie ton corps
De m’avoir attendue
Il a fallu que je me perde
Pour arriver jusqu’à toi
Je remercie tes bras
D’avoir pu m’atteindre
Il a fallu que je m’éloigne
Pour arriver jusqu’à toi
Je remercie tes mains
D’avoir pu me supporter
Il a fallu que je brûle
Pour arriver jusqu’à toi
E agora? A quem entregar, de mão beijada por ti, esse arrepio na espinha de te ouvir? Lembrar-me de como, naquela primeira fila da Aula Magna, ouvi estas mesmas palavras imaginando que seriam para mim, porque me olhaste algumas vezes, esses teus olhos tão pequenos de verem tudo em grande, de chorarem belezas. Sorriste, porém, sempre. E a tua voz máscula escondendo tanta fragilidade, mulher do mundo de pés assentes num qualquer pueblo mexicano. Erguias as mãos e abrias os dedos, agarrando a luz que ficava mais sobre ti que sobre aquela lá atrás, com um violoncelo entre as pernas, em bicos de pés descalços como os teus. Abracei-te, a partir de então, em todo o lado, sempre que pude. Senti-te dores, alegrias, bebi-te em todas as notas e deixei que o arrepio demorasse quase tanto como quando te tive ali, a cantar como que só para mim. Quando descias a ti mesma em transe, subia eu como à própria vida. Sobe agora tu. Como sempre imaginei. Não desta forma, que me deixa mais pobre de ti, que é fome da má!
Até sempre, Lhasa...
2 comentários:
que bonito, uma tristeza bela, porém!
tinha saudades de o ler senhor das letras, entretanto voltarei com mais tempo!
Não há nem na morte uma hierarquia justa.
Enviar um comentário