Não me aventuro pelos tortuosos caminhos do Jazz.
Porque não me considero diferente dos outros.
Explico...
... os apreciadores do género julgam-se, salvo raras excepções, donos da verdade musical. Os mais contidos julgam-se, salvo raras excepções, os mais entendidos sobre o tema. Os que nem sequer falam sobre isso, porque estão tão cheios de si que nem se dão ao trabalho de discutir a temática, limitam-se, salvo raras excepções, a não ouvir mais nada que não seja jazz, nas suas mais diversas ramificações, desdobramentos e complicações que, para mim, que não percebo nada de música, são simplesmente patéticas.
Dizem que esse é o patamar máximo a que se pode aspirar.
Tornam-se quase maníacos da coisa.
Quase.
Eu prezo muito a eterna descoberta.
Esse ser-se para sempre criança, que é um estatuto.
Faz-me bem este sorriso como se estivesse a ouvir a História dos Sete Cabritinhos Que Estavam em Casa Sozinhos e Que Não Podiam Abrir a Porta Porque o Lobo Mau Podia Comê-los e Depois Come Mesmo Mas Há Um Dos Cabritinhos Que Se Esconde No Relógio e Depois Vai Com a Mãe e Encontram o Lobo A Dormir e Cortam-lhe a Barriga e Libertam os Cabritinhos e Substituem-nos por Pedras e Quando o Lobo Acorda Tem Sede e Vai ao Rio e Quando se Inclina Cai e Afoga-se mas estou, na realidade, a ouvir isto ou isto.
Uma das excepções de que falo acima é um rapaz que, aos Vinte e Muito Poucos Anos disse O Jazz já não tem nada de novo para me mostrar, vou Seguir Em Frente. Isto é uma coisa inconcebível para qualquer jazzista. Não para o Patrick Watson... que continua a refinar. A levar-nos por uma viagem, daquelas tão intensas e indeléveis que qualquer piscar de olhos deixa a horrível sensação de termos perdido algo. Mãos em concha, em torno da boca, direccionando o brado para que o Mundo oiça Não, não está tudo inventado, isso é desculpa de quem não está de braço dado com a genialidade. Oh sim, Patrick Watson nasceu para trazer a Luz, como o outro. E o dIAZ, sabendo que só depois da Páscoa os mortais terão acesso ao novo trabalho do senhor, entecipa a coisa para a Semana Santa, porque isto de não comer carne não custa nada! Já o não poder ouvir o Wooden Arms...
12 comentários:
ós que anos que não ouvi essa estória do lobo que foi beber água e caiu. depois dizia: mãe, conta mais uma, a minha mãe respondia, depois morreram as vacas e ficaram os bois. ó mae, isso não vale!!!
o que me vale é que não percebendo nada, se é dó maior, ou ré menor, estrafufo-me toda a perceber quando é que entra o violoncelo, quem está a acompanhar, se o trombone se os pratos. perco-me. deliciada.
e só loguinho, se ainda tiver energias, é que vou ver que é esse senhor.
a vida é uma praia!
Ah pois é, Rosa...
... mas conhecendo minimamente os sons por onde te perdes, aviso-te já que vais querer agarrar com unhas, dentes e sardas, o tempo perdido...
tinhas razao.
a voz.
"(...) nas suas mais diversas ramificações, desdobramentos e complicações que, para mim, que não percebo nada de música, são simplesmente patéticas"
Não concordo minimamente; gosto de jazz e ouço patrick watson e tudo o que seja bom de ouvir. Além disso, e para mim é uma grande verdade, o jazz não é a complicação da música, mas sim a sua simplicação - e esta, hein?
Uma coisa é o jazz como o topo do conhecimento musical e outra é a produção, sonoplastia e universos fantasiosos de alguns génios que andam por aí.
E mais: grande parte dos músicos de quem gostas, quer seja um Sondre Lerche, Beck, Feist, Patrick Watson e afins, todos eles são o que são devido à escola de jazz; ou quando ouves uma batida de prato suspenso, um jogo de pausas entre semifusas, acordes com nonas, décimas terceiras, julgas que é o quê? Uma cena inata? Não, é muito trabalhinho de casa - não sejas assim tão romântico!
O jazz é uma cena definida, brilhantemente executada - quase à artista do Circo Chen; há quem goste, quem não goste, mas não tem nada, mas mesmo nada, de patético.
Esquece as Dianas Krall's e os Michael's Bublé's e sente a riqueza de um Art Blakey, de um Thelonious Monk, do bebop do Charlie Parker e Dizzy Gillespie e o célebre Salt Peanuts; ainda melhor e para não perderes mais tempo; ouve o melhor álbum da história do jazz: Kind of Blue do Miles Davis.
Percebo onde queres chegar, mas há merdas que disseste que me soaram à Blitz...
Abraço, camarada Diaz!!!
ok...vou passar para o post do Menu
Zorze... tantas linhas para expelires esse azedume...
... há muita coisa que (eu sei) não ouves e não compreendes precisamente porque julgas que o jazz é maior, ou fazes a distinção entre quem tem ou não a escola de jazz. Nãõ vale a pena estares praí a tentar explicar o que é ou não é o jazz... não há nenhum género de música que seja maior que os outros ou que valha a pena fazer-nos estacar! Tanto embrutece um gajo que acha que o jazz é maior que os outros como uma pita que acha que a Alicia Keys deve ser venerada! O jazz presta-se, apenas, a cúmulos, como o senhor judeu que acha que por tocar muito bem clarinete nos clubes de Manhattan é muito bom realizador de cinema.
Se não gostas que eu soe a Blitz, não argumentes à Mezzo, ou esta conversa será tão válida como qualquer outra que decorra no horário nobre do MCM!!!
hey hey hey hey hey!
Vá meninos! ... senhores, calados!
portanto... teremos e ver (ouvir) quando o jazz é criado e recriado de DENTRO para FORA![dassssssssseeeeee estou inspirada por demais] quero eu com isto dizer o seguinte: [dois pontos], (rosa lê-me e tu tb inconstante) o jazz como todos os generos musicais é incipiente e insuficiente se se centrar em sí mesmo e não sair daquilo... carissimos estamos num tempo é que se pode fazer de tudo ou quase tudo e "brincar" com os instrumentos!
EU que sou mais que Vossa mãe, vou-vos enviar dois pacotes do pingo doce com um senhor austriaco (acho) que É GRANDE no que concerne a brincar com ritmos jazzisticos e afins... não estou com este meu comentario a tirar grandeza ao patrick de FORMA NENHUMA, mas abram os ouvidos e ouçam o que Vos vou mandar! Zorze ouve sem começares a resmungar a meio da 2ª musica, ouve primeiro...
hehehehehehe
esta miúda é um ponto!!!
eu tenho dois sonhos.
um é ter por uma noite 15 anos e dançar noite toda numa rave. os meus com principio de esteoporose já não aguentam essas façanhas.
outro é ter um tom de pele muito escuro e tocar violoncelo num quarteto. e podia ser lá pros lados do elevador da bica numa quarta feira.
(milinha, o pingo doce anda com uns preços fantásticos!!! já tenho os meus velhos ossinhos a saltar)
"não há nenhum género de música que seja maior que os outros ou que valha a pena fazer-nos estacar!"
Mariachi, vou reter as tuas próprias palavras para futuros argumentos! Be afraid, be very afraid... ou então não!
Freaky
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