Trintão a la Cronenberg

Objectivamente, isto de se chegar aos 30 - aos 31, vá - é uma grande merda! E não me venham cá com histórias da maturidade e do corpinho cuidadinho à custa do Barriga Killer ou de uma alimentação mais cuidada! Se é para andarmos com sacrifícios e a fazer coisas que não nos apetecem (leia-se exercício quando é a sesta que está a puxar teimosamente as pálpebras ou beringelas com courgettes quando apetece um belo choco frito), então a coisa assume contornos de pesadelo, à excepção dos hipócritas, que têm sempre sonhos cor-de-rosa!
Vou então imbuír-me de todo o espírito que tão bem caracteriza os críticos de arte em geral e os de cinema em particular. Quer isto dizer que não se deixa aqui a mínima hipótese de David Cronenberg não querer dizer absolutamente nada com A Mosca! A película é, sem qualquer margem para dúvidas (não nos esqueçamos que agora sou crítico de cinema), uma perfeita metáfora da chegada aos 30! O corpo deforma, crescem pêlos nas costas, caem dentes, unhas e tornamo-nos uns chatos! Tudo o resto que possa parecer imprecisão, deve-se apenas ao facto do Jeff Golblum ter ar de indiano, o que não é para todos!



Tende medo! Tende MUITO medo se estais a chegar aos trinta, irmão!