Contei ao taberneiro
tudo sobre ti
a vizinha da frente
o meu pai, o carteiro
de todos os que vi
só este, com vinho de cheiro
olha pra mim e sorri
De quem me julga louco
só ele, zarolho
de toalha no ombro
de brilho no olho
perscruta o meu escombro
achando que viveu pouco
batuca os dedos no balcão
todo ele é paciência
fá-lo com a mesma cadência
com que o olho pisca
o queixo apoia na mão
sei com que sonha este homem
que me ouve, sonhador
que o amor seja regra, norma
e toda esta imensa dor
possa assumir a forma
de uma futura confissão
quando alguém, zarolho, sorri
e possa atrás do balcão
sentir o meu amor por ti!
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