A primeira pergunta após ter conhecido alguém pode ser (e é-o o mais das vezes) um grande sintoma. Antropologicamente, temos que o tuga, o espanhol ou o francês (o latino, pronto) é descontraído. "Como te chamas"?, "Que idade tens"? ou "De onde és"? são as mais habituais quando estamos a beber "una copa" numa qualquer "Plaza Mayor", a bebericar uma caipirinha no Favela Chic à Republique de Paris ao som de "Metamorfose Ambulante" ou a comer uma sardinha em cima do pão no cruzamento do Largo do Marquês com a Rua da Amendoeira à Mouraria. Passei, contudo, por sítios outros que me levaram muitas vezes a partilhar jantares ou estofos de Land Rovers com norte-americanos (canadians não contam). Choca-me que a primeira pergunta seja, invariavelmente, "what do you do for a living"? O que fazemos profissionalmente é o mais importante para eles! Mais que o nome, idade ou de onde viemos. Eu, que tuga sou, vejo logo por trás de uma boca carnuda, olhos penetrantes, seios rijos e voz quente uma noite bem passada. Assim, vou passar a demonstrar que nunca montaria uma americana, mesmo que sirva o perfil supra-citado, com uma pergunta muito directa: "porque é que nos E.U.A. não há bidés? Não cagam, vossas mercês"?
Porcos de merda!
quarta-feira, setembro 28, 2005
sexta-feira, setembro 23, 2005
No outro dia
No outro dia sonhei
que sonhava
estar a vida para além de tudo
o que o sonho abarcava
e fui...
correndo como esta lágrima que cai
e atrás de tantas outras vai
Salga-me a boca
dá-me ganas
de afogar em surdina
a torrente que sai
E fui...
fazer-me à vida
que ninguém sonhou por mim
é a minha,
má ou boa,
bem vivida
humildita
original, enfim
que é o melhor
de ser-se assim
livre
mas não como um pássaro
a não ser que sonhem, esses!
que sonhava
estar a vida para além de tudo
o que o sonho abarcava
e fui...
correndo como esta lágrima que cai
e atrás de tantas outras vai
Salga-me a boca
dá-me ganas
de afogar em surdina
a torrente que sai
E fui...
fazer-me à vida
que ninguém sonhou por mim
é a minha,
má ou boa,
bem vivida
humildita
original, enfim
que é o melhor
de ser-se assim
livre
mas não como um pássaro
a não ser que sonhem, esses!
POPITZ
Poppy fields ligou-me ontem. Poppy fields porque é de um interminável prado verde coberto de papoilas que me lembro quando a vejo, oiço ou penso nela. Tudo com banda sonora dos Lemonheads, dos Tindersticks e dos Divine Comedy. Boa imagem essa, a da Popitz leve, leve, com o seu andar de bailarina como se caminhasse num interminável prado verde coberto de papoilas. Foi essa Primavera que floriu em mim ontem, no primeiro dia dum pouco auspicioso Outono!
quarta-feira, setembro 21, 2005
Sindicato dos Empregados de Balcao queixa-se: "Nao temos espaço para estas merdas todas"!
- Boa Tarde!
- Boa Tarde....Diga
- Queria uma água com gás..
- Fresca ou natural?
- Fresca.
- Com ou sem sabor?
- Com sabor.
- Limão?
- Pode ser de limão.
- Frize limão, Castelo Bubbles, Carvalhelhos limão?
- Sei lá, traga-me uma qualquer...Frize
- Frize limão já acabou....Pode ser morango, tangerina, figo, ananás ou
maracujá?
- Esqueça...traga-me umas Pedras.....
- Fresca ou natural?
- Fresca.....
- Com ou sem limão?
- Sem.
- Normal ou levíssima?
- Quem?
- Normal ou uma nova que saiu, que é mais leve....
- Meu amigo, traga-me uma Bohemia.....
- Sagres Bohemia não temos. Só temos normal, Preta e Zero
- Então traga uma Superbock
- Superbock mini, normal, Green, Twin ou Stout?
- Normal.
- Garrafa ou imperial?
- Imperial.
- Cerveja Imperial?
- Não, imperial Superbock.
- E mais?
- Um pacote de pastilhas elásticas.
- Quais? - O cliente olha para o expositor de pastilhas... parte o copo no canto do balcão e degola-se! Tudo cheio de sangue!
- Venoso ou arterial???
- Boa Tarde....Diga
- Queria uma água com gás..
- Fresca ou natural?
- Fresca.
- Com ou sem sabor?
- Com sabor.
- Limão?
- Pode ser de limão.
- Frize limão, Castelo Bubbles, Carvalhelhos limão?
- Sei lá, traga-me uma qualquer...Frize
- Frize limão já acabou....Pode ser morango, tangerina, figo, ananás ou
maracujá?
- Esqueça...traga-me umas Pedras.....
- Fresca ou natural?
- Fresca.....
- Com ou sem limão?
- Sem.
- Normal ou levíssima?
- Quem?
- Normal ou uma nova que saiu, que é mais leve....
- Meu amigo, traga-me uma Bohemia.....
- Sagres Bohemia não temos. Só temos normal, Preta e Zero
- Então traga uma Superbock
- Superbock mini, normal, Green, Twin ou Stout?
- Normal.
- Garrafa ou imperial?
- Imperial.
- Cerveja Imperial?
- Não, imperial Superbock.
- E mais?
- Um pacote de pastilhas elásticas.
- Quais? - O cliente olha para o expositor de pastilhas... parte o copo no canto do balcão e degola-se! Tudo cheio de sangue!
- Venoso ou arterial???
sexta-feira, setembro 16, 2005
I Remember The Stooges
Lembrei-me disto porque o Tom Barman, DJ quando não vocalista ou realizador, escolheu de um leque tão vasto quanto imagino serem as centenas de prateleiras recheadinhas de vinil, para a Grafonola da Radar, uma música dos Stooges. A versos tantos, o Iggy Pop exclama: "Sometimes you're happy, sometimes you're not. But when you'e down you can be shure that everyone is going to push you towards the dirt". A conclusão não é esta, por ser demaisiado óbvia! O que me interessa é o facto de, apesar de sabê-lo, o Iggy continuar a espernear, o magano! Dá-me ânimo, isto!
terça-feira, setembro 13, 2005
Pede desculpa, palhaço!
Fui teenager.
Logo, venerei a escrita do Miguel Esteves Cardoso.
Ao som dos Pixies devorei as crónicas d'O Independente e regurgitei-as mais tarde, compiladas n' "Os Meus Problemas", da Assírio, ao som do WorstCaseScenario dos dEUS. Ri A Bandeiras Despregadas (RBD e não LOL) com o Factor SPAC e com o taxista apressado que ao ver o coxo a demorar tanto na passadeira debitava: "Tenho um irmão na Suiça e lá matam-nos logo à nascença". O MEC era engraçado!
Entretanto, amadureci! E vi ontem à noite, na RTP Memória, uma irrepetível "Conversa Vadia" com o Prof. Agostinho da Silva, entrevistado este por um MEC impúbere e tão recheadinho de soberba como uma morcela de colesterol! As perguntas rasavam o idiótico, as observações eram tão despropositadas como um sessão de sexo em cima de um urinol público entupido, as simples interjeições infantis e chegou-se ao ponto de apenas faltar ali um "mas o meu pai é polícia e mais forte que o teu". Reconheço que para um puto acabadinho de vir de uma das melhores universidades do mundo, com notas muito próximas do espectacular, aquela entrevista era uma hipótese única na vida para quem queria construir uma carreira! Mas há aqui um pormenor: Nem Galileo Galilei, nem Einstein, nem Miguel Ângelo, nem Newton, nem Darwin. Mestre Agostinho da Silva era O Homem! Tão grande foi que o seu pensamento talvez possa começar a ser compreendido daqui a 100 anos! Se o caro MEC não sentir VERGONHA das interpolações que levou a cabo naquela noite, então está muito pior do que eu pensara!
Considero o Pensamento de Agostinho património da Humanidade (para além da lusitaneidade, portugalidade e lusotropicalismo). Quem não acreditar nisto, não conhece. E é pena!
Como tal, EXIJO do MEC um Pedido de Desculpas.
Já agora, responde-me se te lembras bem de como respondeste "somos escravos do trabalho, do dinheiro, dos filhos..." à observação do Professor: "deixaremos de sacrificar o nosso humanismo quando deixarmos de trabalhar para poder viver", tu, que que não levantas essa peida balofa nem para escrever a meia dúzia de nulidades para o DNA. E dá-me cá a sensação que andas a comer bem para alimentar os teus cento e tal quilitos!
Logo, venerei a escrita do Miguel Esteves Cardoso.
Ao som dos Pixies devorei as crónicas d'O Independente e regurgitei-as mais tarde, compiladas n' "Os Meus Problemas", da Assírio, ao som do WorstCaseScenario dos dEUS. Ri A Bandeiras Despregadas (RBD e não LOL) com o Factor SPAC e com o taxista apressado que ao ver o coxo a demorar tanto na passadeira debitava: "Tenho um irmão na Suiça e lá matam-nos logo à nascença". O MEC era engraçado!
Entretanto, amadureci! E vi ontem à noite, na RTP Memória, uma irrepetível "Conversa Vadia" com o Prof. Agostinho da Silva, entrevistado este por um MEC impúbere e tão recheadinho de soberba como uma morcela de colesterol! As perguntas rasavam o idiótico, as observações eram tão despropositadas como um sessão de sexo em cima de um urinol público entupido, as simples interjeições infantis e chegou-se ao ponto de apenas faltar ali um "mas o meu pai é polícia e mais forte que o teu". Reconheço que para um puto acabadinho de vir de uma das melhores universidades do mundo, com notas muito próximas do espectacular, aquela entrevista era uma hipótese única na vida para quem queria construir uma carreira! Mas há aqui um pormenor: Nem Galileo Galilei, nem Einstein, nem Miguel Ângelo, nem Newton, nem Darwin. Mestre Agostinho da Silva era O Homem! Tão grande foi que o seu pensamento talvez possa começar a ser compreendido daqui a 100 anos! Se o caro MEC não sentir VERGONHA das interpolações que levou a cabo naquela noite, então está muito pior do que eu pensara!
Considero o Pensamento de Agostinho património da Humanidade (para além da lusitaneidade, portugalidade e lusotropicalismo). Quem não acreditar nisto, não conhece. E é pena!
Como tal, EXIJO do MEC um Pedido de Desculpas.
Já agora, responde-me se te lembras bem de como respondeste "somos escravos do trabalho, do dinheiro, dos filhos..." à observação do Professor: "deixaremos de sacrificar o nosso humanismo quando deixarmos de trabalhar para poder viver", tu, que que não levantas essa peida balofa nem para escrever a meia dúzia de nulidades para o DNA. E dá-me cá a sensação que andas a comer bem para alimentar os teus cento e tal quilitos!
segunda-feira, setembro 12, 2005
Ui...
Pudera eu dar-te
dar-me
dar-te-me
com a vontade que desejo
e o desejo de toda a vontade que tenho
Seria eu, todo, completo
todo teu, peito aberto
O paraíso, já o vejo
teu ventre
teus seios
teu amplexo!
dar-me
dar-te-me
com a vontade que desejo
e o desejo de toda a vontade que tenho
Seria eu, todo, completo
todo teu, peito aberto
O paraíso, já o vejo
teu ventre
teus seios
teu amplexo!
A Entrega
Foi com uma lágrima ao canto do olho, qual Bonga com menos uns quilos de muamba c/ funge que, num posto de abastecimento de Porto Covo vi, no "monstruário" da editora Pregaminho, entre títulos como "Descubra o Buda Secreto que há em si", "Quem foi o Filho de uma Cabra Montesa que me Roubou o Queijo de ovelha de Meia Cura" ou ainda "O Meu Anjo da Guarda é um Colas e Não me Larga o Lombo", o novíssimo lançamento: "A Entrega - mensagens de Jesus recebidas por Alexandra Solnado", o número 1 da colecção: "Este Jesus que vos fala".
Dei graças a Deus: ainda se faz bom ácido por aí! Por enquanto não encontrei, mas pelo sim pelo não já adquiri um daqueles quadros em que o J.C. abre e fecha os olhos quando o observador move a cabeça de um lado para o outro. Facilita a cena. Também já tenho a postos no leitor de cd's a faixa número dois do álbum "This Is Hardcore", só para ouvir o Jarvis Cocker a dizer: "I am not Jesus, though I have the same inicials, I am a man who stays home and does the dishes". Entretanto, o editor da Pregaminho já me prometeu a autoria do Vol. 2.
Estou em pulgas!
Dei graças a Deus: ainda se faz bom ácido por aí! Por enquanto não encontrei, mas pelo sim pelo não já adquiri um daqueles quadros em que o J.C. abre e fecha os olhos quando o observador move a cabeça de um lado para o outro. Facilita a cena. Também já tenho a postos no leitor de cd's a faixa número dois do álbum "This Is Hardcore", só para ouvir o Jarvis Cocker a dizer: "I am not Jesus, though I have the same inicials, I am a man who stays home and does the dishes". Entretanto, o editor da Pregaminho já me prometeu a autoria do Vol. 2.
Estou em pulgas!
quinta-feira, setembro 08, 2005
Summer's Almost Gone!
Tentei, desde tenra idade, cagar para religiões, filosofias, artes e métodos para ascender a outros planos e todo o estilo de balelas e bazófias engendradas pela editora Pergaminho e paulistas ou cariocas com demasiado tempo nas mãos!
Fui por outro lado! Acredito que a necessidade de se acreditar em algo supra advém da profunda incapacidade de olharmos, com aqueles "olhos de ver" de que tanto falamos, o que nos rodeia! Logo, optei por estilo de vida ter uma relação íntima com a Natureza. Com "N" maiúsculo! Amá-la com tudo o que isso implica, incluindo aquele nó no estômago e arrepio medular quando se nos revela em todo o seu esplendor. Venero todas as suas manifestações sem falsas poesias. Sou, por exemplo, incapaz de pensamentos negativos, por muito mau que tenha sido o meu dia, se o ocaso tinge as nuvens de rosa!
Ainda assim, estou muito longe! Apenas porque odeio profundamente, abomino mesmo, a capacidade que tem um dia chuvoso de tudo molhar sem que disso resulte um único reflexo, o mais ténue brilho!
Fui por outro lado! Acredito que a necessidade de se acreditar em algo supra advém da profunda incapacidade de olharmos, com aqueles "olhos de ver" de que tanto falamos, o que nos rodeia! Logo, optei por estilo de vida ter uma relação íntima com a Natureza. Com "N" maiúsculo! Amá-la com tudo o que isso implica, incluindo aquele nó no estômago e arrepio medular quando se nos revela em todo o seu esplendor. Venero todas as suas manifestações sem falsas poesias. Sou, por exemplo, incapaz de pensamentos negativos, por muito mau que tenha sido o meu dia, se o ocaso tinge as nuvens de rosa!
Ainda assim, estou muito longe! Apenas porque odeio profundamente, abomino mesmo, a capacidade que tem um dia chuvoso de tudo molhar sem que disso resulte um único reflexo, o mais ténue brilho!
quarta-feira, setembro 07, 2005
Agora isto...
Não ocorre muitas vezes
mas as vezes que sim
gosto de ver as expressões
de quem passa por mim
Esta está ensonada
Aquele ausente
desejando que a outra
estivesse presente
Este aqui é carrancudo
Esta inexpressiva
semblante habitual
de quem nada deve à vida
E aquela, de sorriso nos lábios?
O que estará a recordar?
lutando contra a vontade
de começar a chorar?
Talvez sim, quem saberá...
aquele ao menos faz
com que as lágrimas que traz
caiam depois de chegar lá
ao destino, um lugar obscuro
o emprego, uma casa qualquer
temer o que para além do muro
pode esconder
Esta ali é pedante!
Vê-se, ainda que os óculos
escondam os olhos azuis
lindos, mas inóquos!
Que isto do amor de uns pelos outros
tatua-se em cada ruga dos rostos!
Inexorável luta contra o tempo
passem por mim ou outro qualquer
que se querem mesmo aprender
eu ensino: somos todos loucos!
A saber!
mas as vezes que sim
gosto de ver as expressões
de quem passa por mim
Esta está ensonada
Aquele ausente
desejando que a outra
estivesse presente
Este aqui é carrancudo
Esta inexpressiva
semblante habitual
de quem nada deve à vida
E aquela, de sorriso nos lábios?
O que estará a recordar?
lutando contra a vontade
de começar a chorar?
Talvez sim, quem saberá...
aquele ao menos faz
com que as lágrimas que traz
caiam depois de chegar lá
ao destino, um lugar obscuro
o emprego, uma casa qualquer
temer o que para além do muro
pode esconder
Esta ali é pedante!
Vê-se, ainda que os óculos
escondam os olhos azuis
lindos, mas inóquos!
Que isto do amor de uns pelos outros
tatua-se em cada ruga dos rostos!
Inexorável luta contra o tempo
passem por mim ou outro qualquer
que se querem mesmo aprender
eu ensino: somos todos loucos!
A saber!
terça-feira, setembro 06, 2005
Carruagem 2 da Fertagus, entre Corroios e Pragal, 6 de Setembro de 2005
Arrepio do corpo
o cheiro que se desprende
esse doce odor a um qualquer detergente
envolto nesse calor
que de tanto tempo ausente
explode agora em luz que não se vê
mas sente!
Não pensar em mais nada
não querer mais nada
não poder mais nada
que aquela tez
junto a mim, onde a possa tocar,
sentir,
ter
uma última vez
Tudo isto é mais que tudo
que é nada
existência despojada e de doce embriaguez
Estar bêbedo de desejo
almejar o teu ensejo
de por um minuto
ser feliz
É também o que quero
e ao querê-lo
já o sinto
o sabor desse teu corpo
com aroma de anis.
o cheiro que se desprende
esse doce odor a um qualquer detergente
envolto nesse calor
que de tanto tempo ausente
explode agora em luz que não se vê
mas sente!
Não pensar em mais nada
não querer mais nada
não poder mais nada
que aquela tez
junto a mim, onde a possa tocar,
sentir,
ter
uma última vez
Tudo isto é mais que tudo
que é nada
existência despojada e de doce embriaguez
Estar bêbedo de desejo
almejar o teu ensejo
de por um minuto
ser feliz
É também o que quero
e ao querê-lo
já o sinto
o sabor desse teu corpo
com aroma de anis.
segunda-feira, setembro 05, 2005
Encantatoria
Custa é saber
com se invoca o ser
que assiste à escrita,
como se afina a má-
quina que a dita,
como no cárcere
nu se evita,
emparedado, a lá-
grima soltar.
Custa é saber
como se emenda morte,
ou se a desvia,
como a tecla certa arreda
do branco suporte
a porcaria.
Luiza Neto Jorge, in "A Lume"
com se invoca o ser
que assiste à escrita,
como se afina a má-
quina que a dita,
como no cárcere
nu se evita,
emparedado, a lá-
grima soltar.
Custa é saber
como se emenda morte,
ou se a desvia,
como a tecla certa arreda
do branco suporte
a porcaria.
Luiza Neto Jorge, in "A Lume"
O Zorze fez aninhos!
Tirando a chamussa coberta de chutney de manga, "ritual de lo habitual", não dei pelo teu aniversário. Aborrecido comigo mesmo e não tanto com quem até podia ter aproveitado a demora na MS para um jantar em família, entrei no Avante com a certeza de que iria direitinho à representação do país que te acarinhou durante 15 dias. Dois ou três "Viejo Feo" depois, já inebriado pela densidade da uvinha Merlot queixosa de latitudes que lhe não pertencem, ou vice versa, pedi ao "pendejo" do Ícaro tatuado no braço um cd do Victor Jara. Não tinha. Senti eu mesmo que se me esmagavam as falanges com a coronha da espingarda, malditos lacaios do Pinochet. A não ter um presente destes, mais valia brindar à tua. E era bom, o Pisco!
sexta-feira, setembro 02, 2005
Wanted
Depois de mais um acesso de nostalgia com Zezalíde, esse magano, eis que surge o seguinte apelo:
Dá-se alvíssaras a quem encontrar o puto (hoje será trintão) que propagou o mito urbano responsável pelo pânico que se instalou nas escolas primárias do país em relação ao leite achocolatado distribuído gratuitamente (recordam-se? Horrível, não era?)... quem é que se vai lembrar de inventar que os pacotes com bolinha vermelha no fundo (a mira gráfica para o corte) significava que o leite estava azedo?
Dá-se alvíssaras a quem encontrar o puto (hoje será trintão) que propagou o mito urbano responsável pelo pânico que se instalou nas escolas primárias do país em relação ao leite achocolatado distribuído gratuitamente (recordam-se? Horrível, não era?)... quem é que se vai lembrar de inventar que os pacotes com bolinha vermelha no fundo (a mira gráfica para o corte) significava que o leite estava azedo?
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