Se há quem descure, por opção própria ou mera ignorância, a sabedoria popular, o que dizer do singelo ditado "quem semeia ventos colhe tempestades" ao observar os efeitos do furacão Katrina nos E.U.A.?
E que tal "Deus escreve direito por linhas tortas"?
Quiçá "Se tens telhados de vidro não atires pedras aos do vizinho".
Ou mesmo "Não cuspas para o ar que te pode cair em cima"...
Se estas frases, por serem da autoria de pastores, lavradores, rendeiras de bilros ou mesmo donas de casa são "uncool" qb, podem sempre adquirir um livro qualquer que fale das leis do karma, pelas edições Pergaminho, disponível num posto de abastecimento perto de si!
quarta-feira, agosto 31, 2005
terça-feira, agosto 30, 2005
O Grande Embuste
Até a peça de teatro vi, com todo o gozo e júbilo a que me obrigava o amor que nutria por aquilo que para mim não era um livro. "História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar" era um objecto de culto. Não mais que "O Velho Que Lia Romances de Amor", não menos que "Patagónia Express". Havia em tudo aquilo o mesmo sangue quente que confere à literatura dos países latinos e/ou africanos aquela tepidez que em latitudes mais cimeiras não se atinge. Ficam-se abaixo. O Equador é, na literatura, o traço vermelho que indica os 0ºC no termómetro! O Marquez, o João Ubaldo Ribeiro e mesmo o Buarque, com o seu "Estorvo", estão acima da linha. Hemingway, Capote, Kafka, estão lá, mais ou menos nos -10ºC. Bons, mas demasiado desprendidos daquela humanismo que desmascara os Homens. E isto só uma buganvília contra um muro branco permite. Pano de fundo: um mar azul... e não o cinza do Báltico.
Sepúlveda passou-me, durante anos, a mão na face. As causas perdidas eram também as minhas. Até que, um dia, numa sessão de autógrafos no El Corte Inglés, os ideais que julgava partilhados, ali, por quem tanto escreveu sobre o Greenpeace, levaram-me a dizer-lhe, olhos nos olhos que, "Sr. Luís Sepúlveda, está a travar conhecimento com um dos seus públicos mais fiéis num dos únicos dois estabelecimentos lisboetas que vendem, impunemente, peles de animais"! Ele olhou para mim com a mesma antipatia com que o fizera para todos os que já haviam solicitado autógrafos e eu tirei-lhe das mãos, a tempo de não ser conspurcado, o "Nome de Toureiro".
Sepúlveda passou-me, durante anos, a mão na face. As causas perdidas eram também as minhas. Até que, um dia, numa sessão de autógrafos no El Corte Inglés, os ideais que julgava partilhados, ali, por quem tanto escreveu sobre o Greenpeace, levaram-me a dizer-lhe, olhos nos olhos que, "Sr. Luís Sepúlveda, está a travar conhecimento com um dos seus públicos mais fiéis num dos únicos dois estabelecimentos lisboetas que vendem, impunemente, peles de animais"! Ele olhou para mim com a mesma antipatia com que o fizera para todos os que já haviam solicitado autógrafos e eu tirei-lhe das mãos, a tempo de não ser conspurcado, o "Nome de Toureiro".
segunda-feira, agosto 29, 2005
Ilha das Flores, 19 Maio 2005
Um dia na vida
Aquela que se quer
plena, intensa, bem vivida
nunca se poderá ter
sem um ocaso no Pico
um beijo na pombinha
um copo de angelica
ah... e que cabeça a minha
um abraço forte
desse lavrador honesto
mas com ar de maltês
que relembra essa benção:
Ser Pequeno Grande Homem,
semear o que outros comem,
Ser português
Aquela que se quer
plena, intensa, bem vivida
nunca se poderá ter
sem um ocaso no Pico
um beijo na pombinha
um copo de angelica
ah... e que cabeça a minha
um abraço forte
desse lavrador honesto
mas com ar de maltês
que relembra essa benção:
Ser Pequeno Grande Homem,
semear o que outros comem,
Ser português
terça-feira, agosto 23, 2005
Tenho Um Segredo...
...que é uma Jacarandá.
Não é nenhuma das do Largo do Carmo, mortas de desprezo por todos os que ali passam ignorando o perfume a outros tempos, quando o Convento das Carmelitas era bem mais que uma ruína avistada do Rossio.
Não é nenhuma das do jardim de Santos, enfezadas da dor de não conceder sombra a ninguém.
Não é nenhuma à Estrela, à sombra de outras tantas de tantas outras espécies.
Não é nenhuma das que se têm como nada de especial, porque cada vez mais os homens olham para estas como algo inerte, ignorando que podem ser altivas, tristes, frondosas, alegres, malditas, abençoadas ou tão somente árvores, termo tão redutor para algo tão belo.
É a solitária que, na avenida que vai da Ponte para Alcântara teima em florir todas as Primaveras. Vista lá de cima nada mais é, se isso não for tudo, que uma espectacular explosão de púrpura.
Não é nenhuma das do Largo do Carmo, mortas de desprezo por todos os que ali passam ignorando o perfume a outros tempos, quando o Convento das Carmelitas era bem mais que uma ruína avistada do Rossio.
Não é nenhuma das do jardim de Santos, enfezadas da dor de não conceder sombra a ninguém.
Não é nenhuma à Estrela, à sombra de outras tantas de tantas outras espécies.
Não é nenhuma das que se têm como nada de especial, porque cada vez mais os homens olham para estas como algo inerte, ignorando que podem ser altivas, tristes, frondosas, alegres, malditas, abençoadas ou tão somente árvores, termo tão redutor para algo tão belo.
É a solitária que, na avenida que vai da Ponte para Alcântara teima em florir todas as Primaveras. Vista lá de cima nada mais é, se isso não for tudo, que uma espectacular explosão de púrpura.
Transmitida em directo do Clube Recreativo Verde Atlantico da Sobreda de Caparica...
...o glamour, a acção, todo um Portugal de olhos postos nos ecrãs...
...mais uma cerimónia de atribuição dos Troféus Tamboril Dourado em Cataplana de Cobre Sobre Vidro Martelado...
...apresentado por Óscar Tobias J&B Adolfo Dias!!! (bater palmas como se não houvesse um amanhã)
(Óscar Romero e Felícia Cabrita segurando um envelope). E o Exm.º Juri presidido por Ondina Hepaminondas de Cunha e Sá Sotto Mayor, presidente da Comissão de Avaliação da Enésima Tentativa de Alcance do Recorde do Guiness de Empurrar uma Azeitona com o Nariz Durante Mais Quilómetros ditou:
Prémio Penteado Ridículo: Ex Aequo - Marante e todos (sem excepção) os Dzert
Prémio Cabeça Desproporcional ao Corpo: José Rodrigues dos Santos
Prémio Pior Vinho de Sempre e Por Ser o Mais Conhecido no Estrangeiro Deita Abaixo Qualquer Hipótese de Vingarmos no Mercado: Ex Aequo - Mateus Rosé e Porta da Ravessa
Prémio Embuste do Ano: Os The Gift e Secretos de Porco Preto
Prémio Gostas Mesmo de Passar Vergonhas ao Fim da Época: Os Indomáveis, do Sporting
Prémio Cara de Múmia do Tutankamon: Petit
Prémio Lembram-se do Aspecto dos Destroços do Cessna Onde Seguia o Sá Carneiro?: Sá Pinto
Prémio Bud Spencer: Jorge Costa
Prémio Pipi das Meias Altas: Liedson
Prémio Kalimero: Santana Lopes
Prémio Qualquer que Seja a Novela, Faço Sempre o Papel de Mim Próprio: Virgílio Castelo
Prémio A Mim Não Me Enganas, Minha Beta, Que És É Uma Loba A Abafá-los Com O Rabo: Serenetta Andrella
Prémio Tenho Fissuras No Ânus Mas Valeu A Pena: Paulo Portas
Prémio Bem Exprimido, o Meu Cabelo Dava Para Fritar Um Quilo De Batatas: Fernando Alvim
Prémio Sou Tão Cómico Como Um Filme Do Manuel de Oliveira: Nuno Markl
E Finalmente, Um Orangotango Paraplégico faz Melhor Figura Em Público: Bárbara Elias
Obrigado!
...mais uma cerimónia de atribuição dos Troféus Tamboril Dourado em Cataplana de Cobre Sobre Vidro Martelado...
...apresentado por Óscar Tobias J&B Adolfo Dias!!! (bater palmas como se não houvesse um amanhã)
(Óscar Romero e Felícia Cabrita segurando um envelope). E o Exm.º Juri presidido por Ondina Hepaminondas de Cunha e Sá Sotto Mayor, presidente da Comissão de Avaliação da Enésima Tentativa de Alcance do Recorde do Guiness de Empurrar uma Azeitona com o Nariz Durante Mais Quilómetros ditou:
Prémio Penteado Ridículo: Ex Aequo - Marante e todos (sem excepção) os Dzert
Prémio Cabeça Desproporcional ao Corpo: José Rodrigues dos Santos
Prémio Pior Vinho de Sempre e Por Ser o Mais Conhecido no Estrangeiro Deita Abaixo Qualquer Hipótese de Vingarmos no Mercado: Ex Aequo - Mateus Rosé e Porta da Ravessa
Prémio Embuste do Ano: Os The Gift e Secretos de Porco Preto
Prémio Gostas Mesmo de Passar Vergonhas ao Fim da Época: Os Indomáveis, do Sporting
Prémio Cara de Múmia do Tutankamon: Petit
Prémio Lembram-se do Aspecto dos Destroços do Cessna Onde Seguia o Sá Carneiro?: Sá Pinto
Prémio Bud Spencer: Jorge Costa
Prémio Pipi das Meias Altas: Liedson
Prémio Kalimero: Santana Lopes
Prémio Qualquer que Seja a Novela, Faço Sempre o Papel de Mim Próprio: Virgílio Castelo
Prémio A Mim Não Me Enganas, Minha Beta, Que És É Uma Loba A Abafá-los Com O Rabo: Serenetta Andrella
Prémio Tenho Fissuras No Ânus Mas Valeu A Pena: Paulo Portas
Prémio Bem Exprimido, o Meu Cabelo Dava Para Fritar Um Quilo De Batatas: Fernando Alvim
Prémio Sou Tão Cómico Como Um Filme Do Manuel de Oliveira: Nuno Markl
E Finalmente, Um Orangotango Paraplégico faz Melhor Figura Em Público: Bárbara Elias
Obrigado!
segunda-feira, agosto 22, 2005
"Intas"
Chegado que sou, há já alguns meses, aos trinta, não consigo perceber o alarido em torno dessas idades "complicadas" que correspondem à adolescência!
sexta-feira, agosto 19, 2005
Hora Mezzo
Há pessoas com quem não se tem nada em comum. Há outras com quem tanto se tem que até irrita! Outras há que, devido à pouca convivência, apenas sabemos ter em comum o assunto que se aflora de cada vez que nos cruzamos, ora nos corredores do bunker, ora em concertos. Falo, pois claro, de Música, assim mesmo, com M maiúsculo, para que o muito que é possa nunca parecer pouco!
No meio de uma tal ligeira troca de impressões e opiniões, uma coisa leve, inconsequente, ouvi: "O nome do álbum dos Kings Of Convenience, Quiet Is The New Loud, poderia muito bem definir o Anthony And The Johnsons".
E a genialidade desta afirmação não me sai da cabeça!
No meio de uma tal ligeira troca de impressões e opiniões, uma coisa leve, inconsequente, ouvi: "O nome do álbum dos Kings Of Convenience, Quiet Is The New Loud, poderia muito bem definir o Anthony And The Johnsons".
E a genialidade desta afirmação não me sai da cabeça!
quinta-feira, agosto 18, 2005
Parabens!
A Kaui faz anos hoje.
A Kaui tem olhos azuis, queixo fino, dentes direitinhos e uma pele alva.
Tem cabelo liso, mãos finas, daquelas que agarram nas coisas com o cuidado dos ourives e cheira sempre a pantufas, como os gatos. Lembro-me da Kaui a saltar de pijama num quarto cheio de gente, em cima da cama, a cantar uma coisa estranha. O José Hermano Saraiva estava no andar de baixo. Lembro-me da barriga da Kaui, cor-de-rosa, alimentada a quilos de tudo o que encontrava pela frente. Sei que cora com elogios. Sei que tem um coração grande, grande. Sei que o Gui tem a melhor mãe do mundo. Sei que lhe devo metade das coisas boas da vida. O que é muito!
A Kaui tem olhos azuis, queixo fino, dentes direitinhos e uma pele alva.
Tem cabelo liso, mãos finas, daquelas que agarram nas coisas com o cuidado dos ourives e cheira sempre a pantufas, como os gatos. Lembro-me da Kaui a saltar de pijama num quarto cheio de gente, em cima da cama, a cantar uma coisa estranha. O José Hermano Saraiva estava no andar de baixo. Lembro-me da barriga da Kaui, cor-de-rosa, alimentada a quilos de tudo o que encontrava pela frente. Sei que cora com elogios. Sei que tem um coração grande, grande. Sei que o Gui tem a melhor mãe do mundo. Sei que lhe devo metade das coisas boas da vida. O que é muito!
"Cheirava a pele queimada"
Até ao passado dia 6 de Agosto decorreram 60 anos sobre aquilo que considero ter sido o dia mais negro da História Universal.
Os americanos continuam sem pedir desculpa porque sempre legitimaram aquela manhã na cidade de Hiroshima com o ataque a Pearl Harbour.
Pessoalmente, tenho que uma nalgada bem mandada naquela idade em que os putos têm a mania que são mais espertos (e tantas nalgadas o mundo deve aos EUA) é muito diferente daqueles aviamentos de mão fechada, cinto e tudo o que vier à mão, requerendo de seguida uma visita às urgências do Dona Estefânia e dando azo à primeira página do Correio da Manhã e um "Boa noite, eu sou a Manuela Moura Guedes" com aquele ar trágico que só a boca-de-tamboril consegue fazer.
Uma desculpa-se!
A outra não tem perdão!
terça-feira, agosto 16, 2005
Sende Temente a Deus, s.f.f.
Venho de um casamento do Fundão (aí vem a imagem que a tantos acomete quando se ouve este nome: um queijinho já sem tampa e com uma colherita lá dento) e em termos de comida, bebida e divertimento foi o melhor da minha vida.
Apenas fiquei mais curioso em relação à Igreja Católica! Nomeadamente, em relação a uma música que cantaram para ali, cuja letra - e título, acho - continha "Feliz aquele que teme o Senhor".
Mas que merda é esta? É tipo "eu gosto muito do papá mas ele dá-me com o cinto" ou "eu até gosto do meu marido mas ele tem um balde de areia da praia ao lado da cama onde esfrega o pénis antes de me penetrar no ânus" ?
Que sentido faz uma religião quando se tem medo da divindade?
Fariseus de merda, pá!
Apenas fiquei mais curioso em relação à Igreja Católica! Nomeadamente, em relação a uma música que cantaram para ali, cuja letra - e título, acho - continha "Feliz aquele que teme o Senhor".
Mas que merda é esta? É tipo "eu gosto muito do papá mas ele dá-me com o cinto" ou "eu até gosto do meu marido mas ele tem um balde de areia da praia ao lado da cama onde esfrega o pénis antes de me penetrar no ânus" ?
Que sentido faz uma religião quando se tem medo da divindade?
Fariseus de merda, pá!
A pedido dos comentadores habituais...
A avaliar pelo número de ténis (ou sapatilhas, para que seja entendido de norte a sul) All Star que se andam outra vez a ver, gostava de saber até quão ridículo se é capaz de descer para se ser "kool" e poder frequentar os sítios da moda!
E, já agora, quantos parceiros sexuais é que são capazes de aguentar o cheiro depois do outro descalçar aquilo!
Aaaaaiiiiii liberdade!!!
Salvo raras excepções que, devo referir, não conheço, TODAS as cidades, vilas ou aldeias portuguesas têm uma avenida, rua, um boqueirão que seja, consagrados a esse valor maior que tudo: a Liberdade (assim mesmo, em caixa alta).
Pois que raio de gente tão afecta a tal ideal é que continua a descontar para a Segurança Social sem saber se vai, sequer, ter reforma?
Pois que raio de gente tão afecta a tal ideal é que continua a descontar para a Segurança Social sem saber se vai, sequer, ter reforma?
sexta-feira, agosto 12, 2005
E o trofeu dos Mais Fofinhos do Planeta vai para...
70 mil judeus, quase um terço deles estrangeiros, lotando os voos para Israel, rezaram juntos do muro das lamentações contra a retirada da Faixa de Gaza, a mesma que eles próprios têm vindo a invadir e vedar, anarquicamente, nos últimos 50 anos.
Conclusão 1 - Os U2 não teriam juntado tanta gente.
Conclusão 2 - Se com esta legitimidade vão para ali 70 mil marmanjos, já compreendo melhor os "60 milhões", esse número tão redondinho!
Helá!!! Sacos numa carroça nos anos 40? Recheadinhos de nacos de judeus, é o que é!
Conclusão 1 - Os U2 não teriam juntado tanta gente.
Conclusão 2 - Se com esta legitimidade vão para ali 70 mil marmanjos, já compreendo melhor os "60 milhões", esse número tão redondinho!
Helá!!! Sacos numa carroça nos anos 40? Recheadinhos de nacos de judeus, é o que é!
Marketing Espanol
"O Ivo ganhou um triciclo graças à Seur e à avó que o ama muito"
Esta fabulosa frase figura num outdoor gigantesco, por cima de uma criança que não espelha, sequer, qualquer felicidade (que espécie de bebé pode ser feliz a mamar de uma mãe que exagera no alho e só come tapas?) montada, bem visto está, no seu triciclo novo (e até o "novo" é duvidoso).
Pergunto-me eu, no meu humilde desconhecimento de técnicas de marketing, como é que foi possível termos sido ultrapassados pelos espanhóis? Em que merda de Universidade madrilena ou salamanquenha estudou o troglóide que foi capaz de defecar tal idiotice, paupérrima quanto baste para fazer pular de felicidade pela vida que tem um etíope?
Ou é apenas uma outra forma de dizer: "Para quien es, bacalá es suficiente"?
Esta fabulosa frase figura num outdoor gigantesco, por cima de uma criança que não espelha, sequer, qualquer felicidade (que espécie de bebé pode ser feliz a mamar de uma mãe que exagera no alho e só come tapas?) montada, bem visto está, no seu triciclo novo (e até o "novo" é duvidoso).
Pergunto-me eu, no meu humilde desconhecimento de técnicas de marketing, como é que foi possível termos sido ultrapassados pelos espanhóis? Em que merda de Universidade madrilena ou salamanquenha estudou o troglóide que foi capaz de defecar tal idiotice, paupérrima quanto baste para fazer pular de felicidade pela vida que tem um etíope?
Ou é apenas uma outra forma de dizer: "Para quien es, bacalá es suficiente"?
quinta-feira, agosto 11, 2005
Dedicado a Kaui
Ao som de violinos tocados por quem nunca o fez e de um Lou Reed magérrimo, com 11mg de heroína no bucho: "shinny, shinny... shinny bits of leather..."
- Não te disse já que não os queria cozidos? - bradou tão violentamente que a jovem mulher tremeu.
- Mas Sevtshu, querido... - respondeu ela, receosamente.
- Não me chames Sevtshu! - gritou ele. - Deves obedecer, obedecer, percebes?
Severin agarrou com um puxão o cnute (chicote russo) que estava pendurado num prego, ao lado das suas pistolas. A bela mulher fugiu da sala, assustada, fazendo lembrar uma corça.
- Espera só até te apanhar! - Gritou na direcção dela.
- Severin - disse eu, pondo a mão no ombro dele. - Como podes tratar dessa forma uma pequena tão bonita?
- Olha bem para ela - replicou, piscando o olho bem-humoradamente. - Se a tivesse elogiado, rapidamente me poria uma corda em volta do pescoço. Assim, educando-a com o cnute, adora-me.
- Ah, pois, pois...!
- Pois, sim senhor! É assim que se educam as mulheres."
in "Venus Em Peles", Leopold Von Sacher-Masoch"
- Não te disse já que não os queria cozidos? - bradou tão violentamente que a jovem mulher tremeu.
- Mas Sevtshu, querido... - respondeu ela, receosamente.
- Não me chames Sevtshu! - gritou ele. - Deves obedecer, obedecer, percebes?
Severin agarrou com um puxão o cnute (chicote russo) que estava pendurado num prego, ao lado das suas pistolas. A bela mulher fugiu da sala, assustada, fazendo lembrar uma corça.
- Espera só até te apanhar! - Gritou na direcção dela.
- Severin - disse eu, pondo a mão no ombro dele. - Como podes tratar dessa forma uma pequena tão bonita?
- Olha bem para ela - replicou, piscando o olho bem-humoradamente. - Se a tivesse elogiado, rapidamente me poria uma corda em volta do pescoço. Assim, educando-a com o cnute, adora-me.
- Ah, pois, pois...!
- Pois, sim senhor! É assim que se educam as mulheres."
in "Venus Em Peles", Leopold Von Sacher-Masoch"
terça-feira, agosto 09, 2005
Alice no Outro Lado do Espelho
Se há obras passivas de alterar a percepção deste mundo, pondo em causa tudo o que hoje em dia é editado (o que não significa que não andem nas bancas coisas bem divertidas - leiam, por favor, meus amigos, o "Sei Lá" e o "Pessoas Como Nós", é rir à parva até à descompensação do esfíncter da imbecilidade mediocramente redigida -), ele há, não me canso de referi-lo, o "Mil Novecentos e Oitenta e Quatro".
Assim, como bom aluno do Professor George Orwell, resolvi um exercício da seguinte forma:
1 - "Teerão anunciou segunda-feira a retomada de actividades nucleares sensíveis", in Diário Digital, 09 de Agosto 2005.
2 - "Os Fideputa dos Américas (sim, GENERALIZANDO) estão com ganas de mandar mais umas doses de carne para canhão (leia-se acém porto-riquenho, secretos de preto-porco, iscas de cubano da Flórida e chouricitos de paquistanês) para o Irão e dar uns tirinhos com urânio empobrecido que é para as gerações futuras nascerem com braços na testa, que tem mais piada que um tiro na carola", in Tola de Alguém que não seja IDIOTA!
Assim, como bom aluno do Professor George Orwell, resolvi um exercício da seguinte forma:
1 - "Teerão anunciou segunda-feira a retomada de actividades nucleares sensíveis", in Diário Digital, 09 de Agosto 2005.
2 - "Os Fideputa dos Américas (sim, GENERALIZANDO) estão com ganas de mandar mais umas doses de carne para canhão (leia-se acém porto-riquenho, secretos de preto-porco, iscas de cubano da Flórida e chouricitos de paquistanês) para o Irão e dar uns tirinhos com urânio empobrecido que é para as gerações futuras nascerem com braços na testa, que tem mais piada que um tiro na carola", in Tola de Alguém que não seja IDIOTA!
quinta-feira, agosto 04, 2005
My Friend Barradas
A minha amiga Barradas tem uma loja verde-alface.
Não concebo outra cor para ela.
Talvez laranja ou azul, mas sempre com um sorriso no meio.
Barradas e sua loja teriam de ter sempre um largo sorriso nos lábios da cor!
E folhinhos!
Em frente, do outro lado dos carris que rasgam a Bica há um século, há um café de caboverdianos com música, chamuças e caracóis que deixam um cheiro estranho nos dedos.
Ainda não sei qual a cor deste café, não o conheço tão bem, mas também tem sorrisos, como tudo o que esteja em frente à minha amiga Barradas.
Entre ambos os estabelecimentos, o verde-alface e o incolor, passa o elevador amarelo, daquele que fica bem.
Fica bem porque dá com o verde-alface, porque passa em frente à Barradas, como eu!
De cada vez que estou cinzento, abro o peito ao sorriso da Barradas e fico bem.
Barradas tem uma rosa em cada maçã do rosto e um sorriso quentinho!
Não concebo outra cor para ela.
Talvez laranja ou azul, mas sempre com um sorriso no meio.
Barradas e sua loja teriam de ter sempre um largo sorriso nos lábios da cor!
E folhinhos!
Em frente, do outro lado dos carris que rasgam a Bica há um século, há um café de caboverdianos com música, chamuças e caracóis que deixam um cheiro estranho nos dedos.
Ainda não sei qual a cor deste café, não o conheço tão bem, mas também tem sorrisos, como tudo o que esteja em frente à minha amiga Barradas.
Entre ambos os estabelecimentos, o verde-alface e o incolor, passa o elevador amarelo, daquele que fica bem.
Fica bem porque dá com o verde-alface, porque passa em frente à Barradas, como eu!
De cada vez que estou cinzento, abro o peito ao sorriso da Barradas e fico bem.
Barradas tem uma rosa em cada maçã do rosto e um sorriso quentinho!
quarta-feira, agosto 03, 2005
Binde debagar de Paris da Francha
Agosto! Chegaram as matrículas amarelas! "Jean-Piérre, anda cá, víte"! Gajas mal vestidas com mania que são irresistíveis, pesem embora os hábitos de higiene adquiridos por lá, ou seja, parcos! Adolescentes com fatos de treino à hip-hopper, de buço franzido pelo beicinho que fazem por ter de aturar a inevitável observação dos familiares: "Tão graaaaande... e tão maaaagro... come aqui uns torresmos e um toicinho"! Tunnings, aillerons, spoilers traseiros, o último sucesso do Toni Carreira distribuído pelas 8 colunas do Celica do Imprenza, do Golf!
Queria emigrar! A razão é simples: No tempo do Magro da Penca, emigrava-se porque "uma sardinha tinha de dar para cinco". No entanto, o meu pai, o grande Zé Dias Que Nunca Emigrou, deu-me uma licenciatura na privada, uma carta de condução, a entrada para um apartamento e um casamento. A minha irmã vai pelo mesmo caminho! E quem não conviver com a hipocrisia convirá que não se auspicia o mesmo para os nossos filhos. Neste Estado que herdámos, não há lugar ao futuro!
Há, contudo, vergonhas piores que morrer de fome!
Senão, topem esta pérola:
"Imigrante vem devagar por favor,
temos muito tempo para lá chegar
e depois, lá diz o velho ditado:
Mais vale um minuto na vida,
do que a vida num minuto."
Passou-se no mês de Agosto,
este drama tão cruel
de um imigrante infeliz
Foi tanta a pouca sorte,
na estrada encontrou a morte
quando vinha ao seu país
Do trabalho veio a casa,
preparou a sua mala
e partia da Alemanha
Mas seu destino afinal
acabou por ser fatal
numa estrada em Espanha
Dizem aqueles que viram
que ele ia tão apressado
a grande velocidade
Foi o sono que lhe deu
o controlo ele perdeu
desse carro de maldade
Foi o sono que lhe deu
o controlo ele perdeu
desse carro de maldade
Trazia na sua mente
ir ver o seu pai doente
que estava no hospital
Na ideia um só pensar
o seu paizinho beijar
ao chegar a Portugal
Mas tudo foi de repente
partiu de Benavente
o drama aconteceu
Ele vinha tão cansado
de tanto já ter rolado
e então adormeceu
Nada podendo fazer
num camião foi bater
e deu-se o choque frontal
Seu carro se esmagou
e desfeito ele ficou
num acidente mortal
Seu carro se esmagou
e desfeito ele ficou
num acidente mortal
Ele não vinha sozinho
trazia também consigo
sua mulher e filhinho
Sem dar conta de nada
e naquela madrugada
morrem os três no caminho
Quando a notícia chegou
no hospital alguém contou
o desastre que aconteceu
Seu pai que tanto sofria
nunca mais o filho via
fechou os olhos morreu
Imigrantes oiçam bem
não vale a pena correr
porque pode ser fatal
Venham todos devagar
há tempo para cá chegar
e abraçar Portugal
Venham todos devagar
há tempo para cá chegar
e abraçar Portugal
Graciano Saga - Vem Devagar Imigrante
Queria emigrar! A razão é simples: No tempo do Magro da Penca, emigrava-se porque "uma sardinha tinha de dar para cinco". No entanto, o meu pai, o grande Zé Dias Que Nunca Emigrou, deu-me uma licenciatura na privada, uma carta de condução, a entrada para um apartamento e um casamento. A minha irmã vai pelo mesmo caminho! E quem não conviver com a hipocrisia convirá que não se auspicia o mesmo para os nossos filhos. Neste Estado que herdámos, não há lugar ao futuro!
Há, contudo, vergonhas piores que morrer de fome!
Senão, topem esta pérola:
"Imigrante vem devagar por favor,
temos muito tempo para lá chegar
e depois, lá diz o velho ditado:
Mais vale um minuto na vida,
do que a vida num minuto."
Passou-se no mês de Agosto,
este drama tão cruel
de um imigrante infeliz
Foi tanta a pouca sorte,
na estrada encontrou a morte
quando vinha ao seu país
Do trabalho veio a casa,
preparou a sua mala
e partia da Alemanha
Mas seu destino afinal
acabou por ser fatal
numa estrada em Espanha
Dizem aqueles que viram
que ele ia tão apressado
a grande velocidade
Foi o sono que lhe deu
o controlo ele perdeu
desse carro de maldade
Foi o sono que lhe deu
o controlo ele perdeu
desse carro de maldade
Trazia na sua mente
ir ver o seu pai doente
que estava no hospital
Na ideia um só pensar
o seu paizinho beijar
ao chegar a Portugal
Mas tudo foi de repente
partiu de Benavente
o drama aconteceu
Ele vinha tão cansado
de tanto já ter rolado
e então adormeceu
Nada podendo fazer
num camião foi bater
e deu-se o choque frontal
Seu carro se esmagou
e desfeito ele ficou
num acidente mortal
Seu carro se esmagou
e desfeito ele ficou
num acidente mortal
Ele não vinha sozinho
trazia também consigo
sua mulher e filhinho
Sem dar conta de nada
e naquela madrugada
morrem os três no caminho
Quando a notícia chegou
no hospital alguém contou
o desastre que aconteceu
Seu pai que tanto sofria
nunca mais o filho via
fechou os olhos morreu
Imigrantes oiçam bem
não vale a pena correr
porque pode ser fatal
Venham todos devagar
há tempo para cá chegar
e abraçar Portugal
Venham todos devagar
há tempo para cá chegar
e abraçar Portugal
Graciano Saga - Vem Devagar Imigrante
Subscrever:
Mensagens (Atom)