quinta-feira, março 29, 2007

Desculpem lá, a maioria já deve deitar este assunto pelos olhos, mas eu vou tentar dar a volta, não sei. A ver vamos...

O bibliotecário era mais um guarda-livros se, estupidamente, guarda-livros não fora sinónimo de contabilista. O bibliotecário era um pastor-alemão de pêlo curto. O bibliotecário foi uma raça inventada em laboratório pelos brasileiros a fim de guardar zelosamente o seu património literário, artístico e personalístico.
Esses brasileiros que são tantas vezes acusados de leviandade para com a língua, de cometerem o pecado de transferir verbalismos, essa forma alegre e cantada de falar o português, para a escrita. Os portugueses, que falam e escrevem (ah ah ah ah) português de Portugal, julgam-se no dever de castigar a escrita brasileira, negligenciando, por mero exemplo, nomes como João Ubaldo Ribeiro, que canta a escrever.
Portugueses do meu Portugal: "Vamu cáí na réáu" e concluir que o Brasil, com todo o seu africanismo e "deixa andar", caos ordeiro e desordem arrumada como se pode, era incapaz de tratar a sua herança cultural da forma que se segue:
D. Afonso Henriques, bom rei ou mau filho?
Álvaro Cunhal, solidário ou totalitário?
Aristides Sousa Mendes, consciente ou desobediente?
Luís de Camões, poeta ou aventureiro?
D.João II, visionário ou torcionário?
Fernando Pessoa, inspirado ou alienado?
Infante D.Henrique, empenhado ou interesseiro?
Marquês de Pombal, iluminado ou sanguinário?
Oliveira Salazar, ditador ou salvador?
Vasco da Gama, descobridor ou corsário?
Estou-me completamente marimbando para a vitória do Salazar. É a consequência mais que natural de um povo parcamente instruído (o que não teria qualquer mal se não fosse, cada vez mais, igualmente desligado do seu apego à Terra, da sua herança cultural, o Povo ligado e respeitador do seu próprio Povo) que vai às urnas para nada! Aí, pasme-se quem anda a dormir, somos iguais ao Brasil. Sem tirar nem pôr.
Isto é bater no fundo! É gozar com o pouco que resta! É vendermo-nos às metades e quartos num talho onde já ninguém se dá ao trabalho de afastar as moscas...

quarta-feira, março 28, 2007

Da Educação

Isto de ir almoçar ao Jardim Zoológico tem coisas muito boas.
Excepto quando ao nosso lado fica um humano (o nerd tal como ele é, com óculos de aros metálicos doirados, cabelo "à homenzinho" e aquele ar de quem tem o poster do "New Windows Vista" na sala), acompanhado da filha, de dois anos no máximo, que escuta, atónita ela própria, à piadola que o pai declama: "Isto (apontando para um extintor), já foi um tintor"!

terça-feira, março 27, 2007

nha tem saudadj - Apetece-me Outra Vez!

Amboseli. Mas porque raio não fui ao Parque Nacional de Amboseli? Mount Kenya, Samburu, Masai Mara, Lake Nakuru mas Amboseli que é bom, nada. Só para tirar uma foto estilo postalinho, com os elefantes no sopé da montanha mais alta do continente. É certo que queremos sempre aquilo que não temos. Até a sobrevoar manadas de gazelas thompson e gnús num balão de ar quente pensava: "Amboseli é que era"... Percorria estradas intermináveis, a 60km/h por causa dos buracos (crateras, vá), com o Mount Kenya lá ao fundo e só me ocorria: "Bah... Mount Kenya... ainda se fosse o Parque Nacional de Amboseli"...
A seguir, uma notícia pior ainda... depois de 6 mil quilómetros por estradas que não lembram, nem interessavam, ao diabo, mas sim a mim, porque foram os melhores 6 mil quilómetros de estrada que já percorri e onde mais aprendi da vida, VAMOS DE AVIÃO PARA MOMBASSA? Então e Tsavo(1)? E a estrada com vista, lá está, para Amboseli? 45 minutos de avião podendo fazer 8 horas por estrada? Estão doidos.
Um Airbus? Menos mau! Quem confia nos Boeings que os compre. Antes um Antonov! Levantámos. Lá em baixo, Nairobi e Kiguera. Girafas. 20 minutos depois, ei-lo, na minha janela! Afinal, o Hemingway não era um maricas sensível!


(1)Man Eaters of Tsavo - Quando Nairobi passou a capital, retirando pretagonismo de vária ordem a Mombassa, incluíndo o de ter acolhido Vasco da Gama, era preciso uma linha férrea que ligasse ambas as cidades, Mombassa o paraíso do Índico com fundo de coral, águas cálidas e o Portuguese Quarter, Nairobi um pântano com quase tantos mosquitos como animais de porte razoável. Nos anos 60, era diária a visão de uma manada de elefantes a atravessar a Moi Avenue, esses que têm o dom de percorrer o continente por linhas imaginárias e regressar, ano após ano, exactamente pelas mesmas, chegando a passar por entre as mesmas duas acácias, dizem os kikuiu. Enfim, Nairobi sem puto de interesse a não ser o dos ingleses em ligar por estrada os seus Egipto, Rodésias, Uganda e África do Sul.
As obras decorreram sem percalços para o Império, alguns percalços para as costas dos pretos chicoteados, até à fase da construção da ponte sobre o rio Tsavo. Dois leões machos que cometeram o erro de comer um humano. Em nove meses, 139 trabalhadores mortos por asfixia da traqueia como uma qualquer, vulgar ali e muitos anos mais tarde noutros locais, impala. Um "comedor de homens" não volta a caçar outra coisa. Ele e os seus descendentes. Deu-se-lhes caça. Conseguiram. Estão embalsamados num museu. Em Chicago?!

segunda-feira, março 26, 2007

Seja fã, mas com muuuuiiiiiito cuidado. Há malta atenta!

Ser fã tem disto.
Ser fã pode ser, por exemplo, ser fã de Yann Tiersen e detectar este plágio...


"Ué... mais eu só num fui Amelie néim intrei nu Ádeus Léniní purqui uis realizadô num quiís"

Expiras-me!

sexta-feira, março 23, 2007

Não sei se será muito bom acordarmos e, acto contínuo, inventarmos uma piada...

...ainda para mais, esta:

- Bom dia! Eu sou um comercial da Casa Sonotone e...
- Hã?

quarta-feira, março 21, 2007

nha tem saudadj

Um dia volto, juro!
Preferia mil vezes nunca ter pisado o teu chão, sentido o cheiro que chega depois das chuvas, rido e chorado com as tuas gentes, temido esse céu que me era estranho.
Agora, sei que a saudade é algo muito português. Xailes negros a olhar para o mar. Saudades de África é esta faca que se me espeta na perna. Que não se consegue tirar. Dói cumó caneco! E só apetece gritar!



"Cinco minutos antes desta foto, o Evans perguntara-me: "do you know how to pray, Nuno? Than pray, so this school bus doesn't get too close".
O casal de leões tinha estado a acasalar (em 10 minutos, três vezes). Se esta excursão chegasse muito perto do "casal", a "festa", que em circunstâncias normais duraria mais três dias (sem parar) poderia acabar por ali. Não acabou. E há slides com cenas explícitas e os crianços amontoados da janela impressionados com a performance do Simba". Masai Mara, Quénia, Novembro de 2004

Mon Cahier est un Moleskine Parce qu'Oui - Tomo III

terça-feira, março 20, 2007

Mon Cahier est un Moleskine Parce qu'Oui - Interlúdio

Antes que alguém se meta para aí a achar que eu sou maluco porque agora publico digitalizações do diário, passe os olhos por aqui, ali, acolá, além, acolí, ou então nisto.

Esse maravilhoso assunto que é a Política...

Esta luta pelo poder no PP faz-me lembrar aquela malta em Aushwitz que se matavam por aquele pânzio de verdura mal digerida encontrada nos cagalhões que os alemães deixavam nas retretes.

A piadola de pendor direitista é propositada!

E já agora, humor negro, que também fica sempre bem:
"Se os fasçons são tão católicos, como é possível que não percebam quando lhes é inflingido um castigo divino do estilo... paralisia facial?"

É só clicar no botão esquerdo do rato (quem ainda tenha cordão-Bill-gay-tumbilical) ou no botão do rato (Mac).


Uma das vantagens de se ser margem-sulenho/”da outra banda”/mouro e outras coisas que tais é ter hipótese de escolher entre a TV Cabo e a Cabovisão. Ou seja, optar pela Cabovisão, obviamente. E não ter que estar à espera do mês de Março para ter a Fox descodificada. É ter livre acesso a esse grande canal ao serviço da alienação (Gloria Aleluia Ossana nas Alturas) e observar com redobrado interesse, estilo David Attenborough, o degladiar dos comuns mortais por dvd’s pirateados do 24, Lost, Desperate Housewifes, Prison Break, Bones, Dr. House, eu sei lá, e esperar que cheguem quase ao fim da sua maratona dvdística de fim-de-semana (ao menos, não nos inundam as esplanadas, tascas e praias que, ao fim e ao cabo, são a pouca coisa para que serve a Margem-Sul, isso e levar o país para a frente, única razão que explica a portagem de cá para lá e não no sentido inverso), para dizer coisas do estilo: “Os Outros estão apenas a tentar fazer os Perdidos pensar que estão numa ilha, perdidos” ou “Os fugitivos do Prison Break nunca vão chegar a fugir” ou mesmo “Descansem a sáróka, jovens meninas inquietas, que o Rodrigo Santoro só aparece lá para o terceiro episódio da terceira série, antes ainda o médico vai ser aprisionado e muita malta vai morrer”. Mesmo assim, há dois fenómenos que ultrapassam esse grande rebanho. Um é mais recente, chama-se “My Name is Earl” e, mesmo que não fosse nada de especial (é), o facto de passar na 2: só deixa duas explicações para não existir tanto sururú: 1 - Os humores andam que é uma tristeza! 2 – O amigo do irmão da vizinha da sobrinha que tem o cão da cor do cabelo da senhora que costuma comprar beringela lá no supermercado para descer o colesterol da rapariga que tem aquele carro igual ao do gajo que entrava naquela novela em que a outra se estava a tentar vingar daquele que não sabia que estava a ser encornado pela gémea que afinal nunca tinha morrido naquele acidente que causou a morte daquele rapaz não se lembrou de dizer que “agora há aí uma série muita boa chamada O Meu Nome é Earl”, levando depois, à semelhança dos casos supracitados (ou citos supra, Lídia), a coisa ao cúmulo das pessoas que trabalham nas caixas da FNAC amaldiçoar o dia em que é posto à venda o DVD oficial com 1.352 opções especiais. O outro fenómeno, de menor sucesso que os Simpsons por mera carência de marketing à altura, tem cerca de dois anos e deixem que vos diga: Quem nunca viu o Family Guy não merece estar vivo! Redimam-se e toca a clicar aqui aqui aqui aqui aqui aqui ou, pronto, vá lá, aqui.

segunda-feira, março 19, 2007

A Arte das Mulheres em Amolecer Homens

Não há como resistir...
Podíamos até andar perpetuamente à estalada, eu a ameaçá-la com a enchada, ela a jurar vingança com o tubo do aspirador, ainda aos espasmos numa poça de sangue...
Mas depois vem o dia 19 de Março. Que só começa a fazer algum sentido, pelo menos no conceito mais antiquado da coisa - lembro-me que, no meu tempo, as professoras incitavam às prendas do dia do pai manufacturadas, desenhos, colagens, dobragens, sei lá, NUNCA esta correria consumista à garrafa de whisky de 25 anos em caixa de madeira-, depois de sermos pais.
Pois bem... hoje acordei e já repousava no prato do pequeno almoço não uma torrada, uma sandocsha de peito de perú fumado, queijo de São Jorge ou ovos com bacon mas sim uma placa de barro com um clip espetado. Um pisa-papéis, portanto. Que nada teria de especial se não fosse a própria pegada do Mariachito ao lado da inscrição "19 de Março de 2007". O primeiro dia do pai do Gabriel. Corri ao quarto para encher o miúdo de beijos e já estavam em cima da cama duas t-shirts minúsculas (do tamanho dele, portanto): "O Pai é Fixe" e "Quando For Grande Quero Ser Como o Pai". "Escolhe, diz-me ela", e percebi que era um gajo mudado. Um pai babado, um naco de manteiga ao sol, um puto de sorriso sincero, enfim, feliz!



O meu pai tinha um Datsun 100A. Lembro-me muitas vezes dele. Entre outras coisas. Das viagens a Portugal inteiro e meia Espanha. Do que se lembrará El Mariachito, daqui a uns anos?

sexta-feira, março 16, 2007

Tomem Nota


Quem anda pelo Bairro conhece o senhor. De vista, que seja. Mesmo assim, poucos o relacionarão com os Animal Collective. Porque nunca se supõe que um norte-americano se apaixone por Lisboa (ou por alguém que nela viva) e fique por lá, no Bairro, precisamente, ainda que "onde os bares acabam para começar o silêncio" e apesar de andar sempre em viagem para gravações e digressões com a banda. Sozinho, toca para a filha de dois anos e para a Fernanda, a tal portuguesa que "agarrou" o homem - entre nós, não há como um norte-americano não se apaixonar por uma portuguesa, viva em Nova Iorque ou na Califórnia... ninguém me convence do contrário.
Mas também vai tocar para nós dia 11 de Abril. No B.Leza, para evitar que encerre as portas. Vai ser bom ouvir o Panda Bear sob aqueles frescos...

terça-feira, março 13, 2007

Mon Cahier est un Moleskine Parce qu'Oui - Tomo I

Abro as hostilidades desta forma, como poderia tê-lo feito de tantas outras.


Momentos Memoráveis - Tomo I


O torpor do sono ajuda à festa, bem sei... mas hoje tive uma cena bem nova-iorquina. É engraçado como a sucessão de imagens que, sem sabermos, guardamos na memória, acabam por aculturar-nos de forma irreversível. O cinema, as séries de televisão (seriados, para que a nova geração me entenda), os telediscos (vídeos, para que a nova geração me entenda), moldam (ou toldam?)-nos à ideia de um mundo feito de pequenos pormenores se formos atentos e de grandes-planos se andarmos mais alienados.
Tudo isto para dizer que, hoje, no comboio, a lâmpada por cima da janela estava a piscar, como um strobe. O efeito era óbvio... ora podia ver o meu próprio reflexo ora o grande Tejo a redobrar a luz sobre Lisboa, um Estreito do Bósforo reflectindo a Constantinopla que, ao não o ser, foi Olissipo. A metáfora(?) foi parar a Instambul e não a Manhattan ou ao rio Hudson porque não era a paisagem que estava aqui em causa. Era, pura e simplesmente, a lâmpada a piscar numa carruagem.
Acima de tudo isto está o facto de, durante toda esta "viagem" ao mais profundo do subconsciente do Mariachi, a banda sonora ser o Fake Plastic Trees. Contribuiu? Talvez! Foi fundamental? Sem dúvida. E apeteceu-me conceder a todos vós um privilégio ímpar. Porque fazer música boa é uma coisa... Uni-la a uma sequência de imagens irrepreensíveis é para dois ou três neste mundo inteiro!

E é por isso que vos peço: abram mais que apenas os olhos e os ouvidos para só depois clicar aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e, principalmente, aqui!

segunda-feira, março 12, 2007

Duetos Memoráveis - Tomo I

Porque este gajo é quem é e esta gaja idem, imaginem o que é comprar isto e, já em casa, a faixas tantas, ouvir isto!
Há momentos que deviam ficar congelados no tempo, é o que é!

Honrando os Tantos Contributos de Marijuanita...

...acho que todos os que acham que eu sou preconceituoso - partindo assim para inevitáveis generalizações -, devia clicar aqui!
Meu dEUS... NUNCA na vida vi meio Continente tão mal-empregue!

Há mar e mar, há ilhas e, não se sabe de onde nem porquê... vulgarizar!



Chiado, Verão de 2006

sexta-feira, março 09, 2007

Barradaz Again...


No outro dia encontrei Barradaz. No Bairro, sempre no Bairro. Quando não era na Sopa de Xilofone à Bica. Já tinha almoçado com Popitz no campo da bola do Palmense e seu perpétuo estendal na baliza do Visitante. Não sei porque acabo sempre por ver Barradaz no mesmo dia que encontro Popitz e vice-versa. Se calhar sou eu: "olha, encontrei a Barradaz, mas já é meia-noite, vou mazé ali ver se vejo a Popitz. Ou vice-versa. Pouco importa. Ou não.
O que importa é que achei a Barradaz tristinha. Melancólica, no mínimo. Pensativa. Taciturna. Achei. Posso estar errado. Não interessa. Quem a conhece sabe...
...ver assim a Sílvia aleija. Mesmo. Fica-se a pensar naquilo!

Parabéns, Gioconda...


A Gioconda faz 37 anos. A minha linda e fiel Mona Lisa. No livrete, 9 de Março de 1969. Na factura, religiosamente guardada no interior do manual de instruções com o carimbo da Garagem Guerin, o preço... 9.600$00. Na minha mão, quase uma década de confiança mútua. Trato-a como um cow boy (ou um campino, vá lá) trataria a sua montada e ela leva-me para todo o lado segredando-me, a cada lenta batida do motor, "está descansado, chegamos lá, onde quer que seja".
Obrigado pelos 20 mil quilómetros de viagens contemplativas (Évora, Zambujeira, Milfontes, Cabo Espichel todos os Domingos, Puârto, Redondo, Serra d'Ossa) a que outros chamariam de "lentas". Esses que passavam por nós em direcção ao Algarve, gozando, montados em montes de plástico e fibra, para estarem alguns quilómetros à frente à espera da resposta da Marta do OK Teleseguro enquanto maldiziam os muitos mil euros dados por aquele motor que agora fumegava. É a vida. E contigo, a vida foi tão melhor.
Sei que vais esperar, pacientemente, pelo Gabriel. Para que ele te ame tanto quanto eu. Confio em ti. Porque também disso é feito o amor, confiança!

quinta-feira, março 08, 2007

Então está bem!

Há muitos, muitos anos, no tempo em que os animais falavam (e até dançavam e contavam anedotas do Samora Machel, dependendo das drogas que eu consumia), trabalhei no Jardim Zoológico (a vender artesanato do Equador).
Certo dia, e durante alguns que se seguiram a esse, pairava pelas instalações um odor tão horrível que chegava a picar na garganta. Eram horas e horas de vómito latente. O Guevara (na barraquinha da Colômbia), nem comia durante todo o dia. Ao passar um funcionário, a pergunta era inevitável e a resposta não podia ser mais directa: "Rinoceronte". Fomos ver. Estava explicado: A fêmea de rinoceronte branco tinha uma espécie de ranho esverdeado a sair-lhe da vagina e o macho já não chegava ao pé de nós para levar palmadas no focinho, como sempre fazia. Só queria "daquilo". A natureza pensa em tudo. Estes animais são quase cegos e precisam, numa savana imensa, de estímulos fortes. Forte. Essa é a palavra para descrever aquele odor.
Cerca de uma década depois, trabalho em sete rios. E hoje, mal saí do comboio, devo ter franzido o nariz. Reconheci-o. A rinoceronte está saída!

terça-feira, março 06, 2007

Estou todo Mamadou Sissé Ambalal Foti Fadi Foti Só (piadola pá Popitz e Barradititz)


Estou todo mamadinho. E preocupado comigo. Mas, como isto não é novidade para ninguém, sou obrigado a explicar...
Tive o discernimento de vomitar abundantemente, com suores frios e arrepios na espinha quando vi o Braveheart, não obstante a tenra idade e o amor visceral pela Isabelle Adjani.
Nunca houve pachorra para Robin Hoods e Reis Artures e independentistas escoceses, tanto mais que foi uma trabalheira para nada e ainda hoje a Escócia faz parte da Union Jack! Mais ou menos como D. Afonso Henriques, os outros Afonsos e os Sanchos (exclui-se aqui o Bom do Dinis porque estava mais preocupado em satisfazer sexualmente um naco de Aragão), terem morto tanta gente na Idade Média para, na Era de Aquário, quando supostamente nos haveríamos de cumprir, termos à frente dos nossos destinos um senhor com maneiras de Idade Média (os trabalhadores das vidreiras da Marinha Grande e um paraplégico do Pragal podem prová-lo. Sentiram bem não uma espada mas cacetétes e balas, que são uma versão mais moderna e, parecendo que não, aleijam).
Já fui um bocado lamechas a ver A Paixão de Cristo. Daí ter achado que era importante mostrar tamanha violência inflingida no Homem para que se tivesse a noção de como nasceu A Lenda. Não interessa aqui se depois a Judiaria anexou o Velho ao Novo Testamento, nem tão pouco invalida o facto de todo aquele sofrimento (o mesmo ou pior) ter sido infligido a tanta gente da Península Ibérica a Constantinopla! A coisa foi muito bem filmada e não há como não o achar.
Vi agora o Apocalypto. E acho que nunca tinha gostado tanto de um filme para não pensar. Quanto a mim, é um épico. E achei que tudo levava a uma interpretação do género: "A culpa não foi dos Espanhóis mas sim deles próprios", até que a malta de Castela aparece e a coisa ganha contornos de "Já não bastava esta merda toda, ainda tenho que levar com estes palhaços". Há John Rambo q.b., há pitadinhas de Predador, há uma excelente recriação do que seriam os sacrifícios humanos nas civilizações pré-colombianas, há pequenos pormenores que escapam, há outros demasiado estudados, há muito, bom e mau!

Mas o que é que eu posso fazer?

segunda-feira, março 05, 2007

O Último Post...

...foi giro e tal, "sim, isso das peles é muito chato", "aleijam os animais, coitados", "a minha tia-avó tem um casaco de chinchila e eu era incapaz de o usar, que horror", NÃO!!! Nesta temática, neste blogue, pelo menos, não permito meias-medidas! Não dou lugar a sentimentos do estilo "sim, é chato, mas agora vou ali comer um rissolinho de camarão". Não estava a brincar quando falei em agredir a portadora de uma estola que consista em duas raposas agarradas uma à outra pela boca. É preciso virar-vos as entranhas, comprar-vos a raiva e o ódio, incitar-vos? Muito bem: Ora vamos lá, se tendes a coragem, a clicar aqui, aqui, e ainda aqui e agora aqui!
Para malta insensível a imagens, a argumentação muda, mas intenta, obviamente, em provocar reacções apaixonadas: A chacina de MILHÕES de animais é, na sua totalidade (excluem-se os shows de travestis), devida à vaidade feminina. A mulher precisa de roupa "assim e assada" ou de um adereço "frito e cozido" para se sentir bem com ela própria. O princípio é o mesmo, pelo que não me venham cá com "Ah, eu não uso peles". Não se rebelem contra o machismo. Rebelem-se contra quem o justifica. Para futuras águas ficam as publicidades a detergentes da loiça e roupa que, minhas amigas, às vezes me fazem pensar se não se dirigem a atrasados mentais! Culpa dos machistas ou das próprias mulheres, quando está provado que são os que mais vendem?
Então, feministas, já estão a ferver? Óptimo! Mexam-se! Façam qualquer coisa e deixem o rímel e a depilação integral e a puta da celulite que não desaparece para depois!