segunda-feira, junho 29, 2009

No dia 9 de Abril de 2001...

... o dia estava quente, muito quente.
E, em Portugal, quando está quente, muito quente, as gentes ficam parvas. Ou patetas. Ou assim qualquer coisa a meio caminho entre o ofensivo e o fofucho...
Não consegui que NINGUÉM me acompanhasse ao concerto de Sigur Rós no CCB.
E ainda fiquei a sentir-me mal, porque ia enfiar-me no ar-condicionado de uma sala em vez de beber uma jolinha fresca no Adamastor ou na Graça, onde as jolinhas frescas sabem melhor em fins-de-tarde quentes, muito quentes.
Alguns anos mais tarde, aconteceu o que era, desde então, mais que certo.
Os Sigur Rós são um fenómeno.
E não há dia quente, muito quente, nem jolinhas frescas no Adamastor ou na Graça que consigam desencorajar quem já tenha um bilhete na mão.
Mas é com alguma tristeza que penso, porque nem há palavras que o consigam descrever, que foram poucos, muito poucos, os que viram aqueles putos de 21 anos a apresentar o primeiro álbum a um país que, afinal, os recebeu de braços abertos, ainda que apenas algum tempo depois.
Porque, nesse tempo, ver um concerto dos Sigur Rós era como tê-los na nossa própria cozinha, tocando ao mesmo tempo que nos esforçávamos (em 2001 não havia a Bimby) por fazer um Bacalhau conventual do qual nunca mais se esquecessem, assim como eu nunca esqueci aqueles arrepios de frio naquela noite quente, muito quente.
Daquele planar acima de todos os outros que, nos dias seguintes, fez o meu estar.
Uma forma quente, muito quente, de ver o mundo.
Eles levaram, também, algumas impressões.

Celebrou-se, no passado dia 12 de Junho, uma década sobre o lançamento do tal primeiro disco. E não foi sem uma gigantesca piscadela de olho a quem os viu daquela maneira, as mesmas projeccções de imagem no palco, o mesmo som, eco incluído, o mesmo intimismo, que os mEçoilos disponibilizaram, agora, uma filmagem do lançamento de ágætis byrjun na cidade que os viu parir, Reykjavík.

Encham de ar o peito e cliquem aqui e aqui...

A Culpa é do Almanaque Borda d'Água!!!

De contrário, não saberia, por desinteresse, que hoje é dia de São Pedro.
O que não se aplica se trabalhasse num município correspondente ao feriado.
Sintra ou Seixal, assim de repente.
E, olhando para este céu, que não permite, nem por 5 minutos, perceber que é Verão...
... só me imagino a enfiar-lhe as sete chaves, uma a uma, pela peida acima!
E se quiseres abrir o portão ao Michael Jackson ou à outra velha que Ah e tal era muita gira quando era nova e coitadinha e cenas...

... Caga!

Essa merda das barbas grandes é mesmo à intelectualóide armado em Pacheco Pereira e não tenho a mínima paciência para Pulhas Fascistas!!!

sexta-feira, junho 26, 2009

OBITUÁRIO

1. Lá se foi o último preto que queria ser branco.

2. Ficou o mundo cheio de brancos que querem ser pretos.

3. Com os seus Saxos Cup que querem ser M3.

4. O seu kuduro que quer ser música.

5. O convívio nos MacDonald's que ainda sonha em ser um restaurante.

quarta-feira, junho 24, 2009

Atendendo a Tantos Pedidos (2 ou 3 )...

Já se encontra disponível, aqui, o registo fotográfico da incursão do dIAZ à Jamaica.

Nota 1 - Nenhuma das imagens foi sugeita a qualquer espécie de edição.

Nota 2 - Em breve, aqui, as aguarelas.

quarta-feira, junho 17, 2009

LOST - Season XVII (dIAZ does Jamaica)

Oracabessa é uma localidade no Nordeste da ilha que é uma jangada de selva, um pedaço de África à deriva nas Caraíbas.
E, como todos os outros lugarejos jamaicanos, a vida corre africanamente.
Conduz-se com a buzina, conversa-se com o interlocutor à distância de 50 metros, perfuma-se o ar de cannabis sativa e, depois, já de olhos vermelhos e sorriso na cara, Red Stripe geladinha na mão esquerda, ergue-se o indicador da mão direita e declara-se, com convicção, Respect, máaaaan!
Numa terra onde, para onde quer que se olhe, tudo são árvores dadivosas, mangas, papaias, cocos, banana e fruta-pão, a maior parte das gentes leve a vida sentada atrás de uma banca onde vende mangas, papaias, cocos, banana e fruta-pão.
É no meio de tudo isto que, suando como um boxeur, bebendo uma cerveja no Comedy Bar, evitando duas prostitutas e encetando uma longa conversa com um real rasta, dos que sonham tornar à Etiópia, like a lion in Zion, que não comem comida processada, que assinam por baixo do Manifesto Anti-Trabalho, que metem a palma direita sobre o coração e vergam ligeiramente o pescoço sussurrando, quase entre dentes, Respect ou Honor, que vejo A FOTO.
Numa pequena divisão em frente, para lá das filas de meninos e meninas que, nas suas fardas caqui retornam, aos pulinhos, da escola, há uma barber shop onde o barbeiro, de dreadlocks (suponho que tenha originado a expressão tuga de dread) até aos nadegueiros corta o cabelo, à máquina, a outro. Partilham uma joint de tal forma bojuda que a loja, que na Europa poderia ter sido retirada o Século XIX, parece um palco a 30 segundos de receber uma Madonna qualquer.
Disparo a máquina e uso, como raras vezes o faço, o flash. Não vou a tempo de ouvir o Hey Rambo, don't do that, this is not a zoo. Hey Rambo significa que pensava que eu era norte-americano. Rambo é o nome pelo qual os tratam. Menos mau. No México seria um mero gringo. Em qualquer lado do mundo que não sofra de complexo de inferioridade, não se gosta de visitantes norte-americanos. São os Hunos do Turismo. Os Vândalos da Nova Era. Não respeitam, criticam, desprezam. Guardam boas ou más recordações de um destino consoante tenha, ou não, um Burguer King. Em grupo, têm a mentalidade que caracterizava uma embarcação castelhana liderada por Pizarro.
Mas nada disso interessa quando já um bando de miúdos e vendedoras de mercado correm para assistir ao sururú que se levantou. Não que uma tesoura de cortar pontas erguida ao alto chame a atenção. São os gritos, acompanhados de gafanhotos disparados na minha direcção, que fazem o silêncio daquela rua. Excepto as buzinas. Essas continuam a bradar. Ele também Delete it, Rambo. Delete it immediately!!!
Digo-lhe que não sou turista nem americano. Que sou jornalista e a imagem é apenas exótica para europeus. Que se tivesse pedido autorização, perderia a naturalidade.
O homem transforma-se. Pergunta-me de que Europa sou eu. Digo-lhe que sou português e ele informa-me que Ronaldo está a dois passos do Real. Grita mais uma vez, mas para pedir cervejas ao boteco do outro lado da rua. Pede-me que apague apenas aquela em que ele empunha a arma que era, efectivamente, para ser usada. No transístor, canta Dear Bob. Não uma qualquer. É o Small Axe. Passa-me a ganja para a mão esquerda e bate-me, com a direita, nos nós dos dedos, Respect maaaaan, you're cool, this is Jamaica, man, enjoy. Chegam as cervejas. Só duas. Pergunto-lhe se o cliente não bebe. Ele expele o fumo pelo nariz e exclama, rindo, That is so european, maaaaan!

segunda-feira, junho 15, 2009

Respect, Maaaaan!

A Jamaica é um lugar tão bom tão bom tão bom que...
... não me lembro de nada!

quinta-feira, junho 04, 2009

Um gajo sabe que não é atraente quando...

... se rapa TODINHO e...

ELA: Olha lá pra isso, pá! Parece um daqueles pescoços de galinha que vêm na dose de pipis!!!
EU: Hmmm... avestruz?
ELA: Naaaaa...
EU: Nem... tipo... perú?
ELA: Não!

terça-feira, junho 02, 2009

Foi uma trabalheira, mas compensou!

Foi, numa primeira análise, uma fantasia de miúdo tornada realidade.
Numa edição qualquer da Vampirella, um homem era raptado e feito refém de uma tribo de amazonas para fins reprodutivos.
E a tribo era bem numerosa.
Também eu estive bem perto da desnutrição.
Valeram-me as gemadas, para restabelecer as forças nas pernas.
Noites e noites a fio, manhãs, tardes, todo o mais pequeno intervalo de outra coisa qualquer sem intervalos para nada.
Talvez o tempo que exige um gole no garrafão de 5L na cabeceira da cama para repor muitos mais litros de suor.
Creminhos para contrariar as mais básicas leis da física.
Risadas, gemidos, grunhidos, gritarias, os vizinhos a bater nas paredes Pára com isso que ainda matas a moça, pá.
Deu trabalho, mais consegui!
E valeu tanto a pena.
Nunca tinha sido o herói de ninguém.
E acho que poucas vezes fui tão feliz!
Mariachito tem, a partir de hoje, 3 anos.
E eu tenho, de há 3 anos para cá, outro brilho nos olhos.

segunda-feira, junho 01, 2009

OMD... Para o DJ que sabe o que quer!

Esperei ANOS para poder escrever este post...
... porque, para quem acompanha as tendências músicais, basta um pouco de paciência.
São tão cíclicas, aquelas, como actividade sísmica.

Fui, pois, tão paciente quanto chegasse para nem sequer permitir que, aos primeiros sinais do ressurgimento do electro, saísse à rua, aos pulos, com esta na manga.

Agora sim, estou em condições de dizer que no Verão de 2009, DJ que é DJ tem de abrir o set com isto ou isto.

Porque para estar atento às novidades... basta comprar o Optimus Kanguru.
Arcaboiço e conhecimento, porém, daquele que nos leva às origens das coisas, ao porquê de 2+2 serem 4 e não Cu-a-Torze... é só para alguns!

O Post Sazonal

Podem chamar-me tendencioso, louco, doente.
Aceito.
Estúpido, porém, e ainda que mo possam chamar, não é grave, não sou.
A objectividade é é um bem cada vez mais raro.
E quem não a detectar no abaixo não está em condições de chamar estúpido, idiota ou imbecil nem a mim nem a quem quer que seja.

1. Se eu quiser vir trabalhar para Lisboa tenho de pagar portagem. Se quiser estacionar, tenho de pagar à Emel. Se quiser entrar no Castelo de São Jorge que, em princípio, DEVERIA ser TAMBÉM meu Património Histórico, tenho de pagar.
No entanto, basta um simples Cartão de Residente para TUDO o acima ser anulado.

2. Porque raio é que eu, que pago Contribuição Autárquica à Câmara Municipal de Almada, tenho de andar horas a procurar lugar para desfrutar de uma faixa costeira que está a 2km da minha residência? Porque raio é que eu não tenho um Cartão de Residente que me conceda livre trânsito para passar as portagens que deveriam existir à entrada da Costa de Caparica (pela Via Rápida e Trafaria), no início da Estrada das Vacas, no cruzamento do Duque (no Mário Casimiro) e na rotunda da Marisol em direcção à Fonte da Telha?

3. Num mundo onde o cônjuge, que paga casa, contas, carros, jóias, jantares, fins-de-semana no campo e viagens a lugares exóticos, ouve vezes sem conta Hoje não, fôfo, que me dói a cabeça e a verdade é que está apenas dorida da tarde inteira passada numa pensão barata com um gajo qualquer que lhe sorriu três vezes no lugar da frente do metro, a verdadeira noção de JUSTIÇA esvai-se como o dinheiro dos bolsos...